goodies box

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O Uriel já vem desenvolvendo há alguns anos umas colheitadeiras para alguns produtores daqui da Califórnia. As máquinas foram projetadas para colher com precisão pêssegos, pistachos e azeitonas. Por isso, de vez em quando aparece por aqui um monte de azeitonas verdes, ou de pistachos crus, ou sacos cheios de pêssegos. De vez em quando também os produtores mandam um agradecimento, porque aqui é muito comum esse hábito de dizer thank you pra tudo. Desta vez um deles preparou uma caixa, que eu achei bem legal. Ela veio cheia de produtos da Califórnia, alguns deles envolvidos no trabalho que o Uriel faz, como as azeitonas e os pistachos. Nada ali foi novidade. Tudo eu já conheço, porque eu sou uma ávida consumidora dos produtos locais. Mas gostei da idéia de agradecer mostrando como o trabalho dele vai contribuir para melhorar a qualidade do produto final.
Na caixinha de agradecimento vieram uns cookies gourmet gigantes, com amêndoas, pistachos e frutas secas, que não estavam lá muito fotografáveis. Veio também mel, azeitonas recheadas com alho, chocolates recheados com pistachos [nós cortamos pedacinhos para experimentar], ameixas secas cobertas com chocolate, e manteiga de amêndoa que é a minha favorita. Adoro essa delicia local. Aliás, outro dia eu li que a Califórnia é responsável por quase oitenta por cento da produção mundial de amêndoas. Impressive!

food for humans

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Não consigo lembrar o nome da cidade, mas quando entramos na rua principal e eu vi a placa indicando as direções para chegar no Food for Humans, fiquei entusiasmada, querendo saber se era um restaurante. Precisei ir conhecer esse lugar com um nome tão criativo. Seguimos as placas e estacionamos numa ruazinha, onde ficava uma linda casinha onde funcionava um mini-co-op. Fiquei encantada. Enquanto o Uriel ficou no carro analisando o mapa, eu subi as escadinhas e entrei no improvisado supermercado, que logo na entrada vendia cerâmicas lindas. Caminhei pelos corredores cheirando a especiarias e saí de lá feliz, mesmo não tendo comprado nada, somente pela experiência de ter estado num lugar batizado de Food for Humans.
No minuto em que vi as placas, o primeiro pensamento que me veio à cabeça foi de como é importante ser criativo e diferente quando colocamos nomes nas coisas. Onde você escolheria almoçar ou fazer compras—no Cindy’s Place ou Susy’s Market ou no Food for Humans? A minha escolha vocês já sabem.

inside the GH

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Pronto. A casinha de hóspedes foi alugada para o casalzinho singelo com bochechas rosadas de Chico. Eles pagaram um depósito para segurar a casa, assinaram o contrato e mudam-se dia primeiro de junho. Enquanto isso, o Uriel aproveita pra fazer algumas coisinhas por lá, como trocar lâmpadas e remover a escada de subir em pé de jaboticaba e instalar uma escada caracol, com degraus seguros e corrimão. Aproveitei e tirei umas fotos da frente, fundos e interior da guest house. As fotos mostram a minusculice do lugar. O quarto fica no loft. Nessa foto só estou dando uma de tonta alegre, pois nunca subi lá devido ao meu pavor de alturas.

a lancheira da Wilma F.

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Dois dias participando de um seminário em Sacramento mudou a minha rotina. Me fez finalmente tirar a poeira e usar pela primeira vez a lancheira grande, que comprei um tempo atrás junto com a pequena, naquela incrível loja online.

Como eu não sabia como iria ser o esquema de comida do evento, fui para o seminário carregando minha lancheira da Wilma Flintstone. Essa lancheira é uma coisa impressionante de espaçosa. Estou acostumada com a pequiena, que uso diáriamente pra levar meus snacks pro trabalho, mas a grande me surpreendeu. No primeiro dia levei até uma caneca, pois não podia ficar sem o meu chá. Ela arrancou comentários elogiosos de boa parte dos participantes do evento. Muita gente perguntou onde eu tinha comprado a lancheira fofa. Sucesso! Acabei almoçando com minhas colegas na área de alimentação de um shopping que eu detesto em Sacramento, com predominância absoluta de junk food. Elas comendo uma gororoba chinesa acomodada numa embalagem de isopor [yacks!] e eu com minhas saladinhas de edamame e de batata-doce, sandubinha de cenoura com azeitonas, banana, laranja em cubinhos, iogurte, lahdihdah…

tô-fraco-tô-fraco-tô-fraco

Cheguei no trabalho pela manhã, tive apenas tempo de ligar meu computador e ainda estava de casaco e boina quando meu chefe veio falar comigo:
[C]—você viu as aves lá fora? elas estão naquela parte de grama da esquerda e são muitas.
[F]—não vi, elas estão vivas ou mortas?
[C]—vivas! estão ciscando todas juntas no gramado!
[F]—nossa, não vi nada! onde?
Ele me acompanhou até a porta e quando abriu eu pude ver, como se estivesse sonhando, um bando de galinhas d’angola gorduchudas e felizes atravessando a rua apressadamente. Uma que ficou um pouco para trás, deu até uma voada rasante para conseguir alcançar as outras. Fiquei pasma! Ficamos confabulando que tipo de aves eram aquelas, embora eu já soubesse que eram com certeza as famosas d’angolas. Mas de onde elas sairam? Será que elas pertencem à algum departamento da faculdade de veterinária? Que eu saiba na UC Davis não tem zoológico.

celebridades

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Na semana passada o Bill Clinton esteve aqui na UC Davis, fazendo campanha para a sua querida cara-metade que é candidata a candidata à presidência do país. O Uriel pensou em ir lá ouvir o que ele tinha pra dizer, eu descartei na hora, porque sinceramente abomino muvucas. Não fomos. Nesta semana recebemos o jornalzinho da universidade e quando vimos a foto ilustrando a matéria da visita do ex-presidente, quase caimos da cadeira. Quem é que está abraçada com o Bill, sorrindo com aquele sorrisão de ferrinhos prateado? Quem? Quem? Quem??
Ninguém menos que a nossa inquilina!
A inquilina da nossa guest house é uma figuraça extraordinária. Os assíduos deste blog já puderam ler histórias com ela, como esta aqui ou esta aqui. Agora estão tendo a oportunidade de ler mais uma, desta vez com ela arrasando Arkansas em chamas, abraçada ao Billy The Kid. Bom, pelo menos agora já sei quais são as inclinações políticas dela. Muito bem, garota!

A cozinha da Alice

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Alice Waters vive na mesma casa há 23 anos. É uma casa pequena e estreita, construída em 1908. O coração da casa é com certeza a cozinha—um espaço que reflete o compromisso de Alice com a simplicidade. Ali não há forno de microondas, nem mesmo um processador elétrico de alimentos. O utensílio mais moderno presente na cozinha de Alice é um pequeno forninho elétrico, que ela pintou de verde escuro, para combinar com a cor das paredes.
Os dois fornos à lenha e o forno aberto tipo lareira, instalados na parede de um dos lados da cozinha no espírito de Lulu Peyraud, são os itens favoritos de Alice. Ela também gosta dos batedores de arame, das facas de qualidade, das caçarolas de terracota, das panelas não aderentes, especialmente as de cobre e ferro. Mas a peça que Alice mais adora é o pilão. Alice não vive sem seu pilão.
No lado mais ensolarado da cozinha fica uma mesa grande e oval, com tampo de mármore, rodeada de cadeiras de madeira descombinadas. Num canto, um armário alto abriga uma coleção de pratos grossos de cerâmica e cumbucas francesas para café com leite, em diferentes estilos, mas combinando harmoniosamente. Uma janela tripla oferece uma visão do quintal e da horta de Alice. Livros antigos de culinária, livros de arte, cestas e garrafas de vidro ajeitam-se numa prateleira logo abaixo das janelas. Nas paredes há pinturas e fotografias—uma delas do elenco original da trilogia de Marcel Pagnol.
No meio da cozinha fica uma bancada pequena, estreita e ergométrica, com uma pia funda de cobre e prateleiras cheias de vasilhas, pratos e panelas. Ao lado do enorme forno profissional, uma grande superfície de trabalho com espaço para os convidados de Alice, que sempre acabam ajudando a preparar a comida. A cozinha também tem um piso de carvalho tingido de verde oliva, que é a cor favorita de Alice.
*Fotos do livro Great Kitchens – At home with America’s top chefs.

California rock ‘n’ roll

O primeiro restaurante de sushi nos Estados Unidos abriu na região de Little Tokyo, centro de Los Angeles, sul da Califórnia, em 1960. Era um pequeno bar com seis banquinhos chamado Kawafuka. Logo em seguida surgiram outros dois outros restaurantes, o Eikiku e Tokyo Kaikan. Os sushi chefs do Tokio Kaikan, Ichiro Mashita e Teruo Imaizumi receberam os créditos pela criação do primeiro sushi cross cultural, adaptado ao paladar ociental—o California roll. Na época o atum fresco em Los Angeles era sazonal, disponível somente durante o verão. Os chefs começaram a pensar no que mais poderiam usar pra fazer os sushis. E encontraram uma abundância de abacates produzidos localmente. Fresquinhos e cortados em cubos, a polpa dos abacates têm uma oleosidade natural que se aproxima muito da textura do peixe gordo. Combinado com king crab, pepino e gengibre, o sushi California era servido para ser comido com as mãos. O novo sushi se tornou bem popular e serviu de estímulo para os clientes ocidentais do restaurante, enquanto iam desenvolvendo coragem para provar os sushis autênticos, com peixe cru. Durante os anos 70, o sushi ainda era considerado uma iguaria exótica. A popularidade veio somente nos anos 80, com o estrondoso sucesso da mini-série Shogun, que colocou o país numa mania coletiva por coisas japonesas. Hoje, o sushi já entrou no cardápio oficial norte-americano e Califórnia virou sinônimo de sushi vegetariano. Não poderia ser mais apropriado!