sweet peppers

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Eu gosto de pimentão—dos verdes, vermelhos, roxos, amarelos e multicoloridos. Mas eu não saio do meu caminho para comprar, preparar ou comer esse legume. Porém, todavia, contanto, num belo dia parei na banquinha de uma família de fazendeiros no Farmers Market exatamente por causa deles. Essa família faz parte dos meus favoritos no mercado, onde paro toda semana pra ver o que eles tem de novidade ou diferente. É uma banca pequena, com produtos que tem cara de que vieram de uma pequena fazenda ou sítio. Gosto muito disso. Comprei os pimentões, e confesso sem acanhamento, porque achei lindos! E não ficou só nisso, vejam só o que aconteceu uns dias depois—eles ficaram assim mais bonitos ainda!

bolo de ruibarbo & limão

Estava com muita vontade de fazer um bolo. Depois de um monte de chatices de saúde—uma gripe chinesa e uma misteriosa intoxicação alimentar, fiquei muitos dias só nos bolo-ruibarbo-limaorangos fáceis e repetidos—gazpachos, saladas, pão com tomate, fatias de melancia, peixe grelhado, macarrãozinho. Neste final de semana finalmente consegui assar um bolo, e fiz com ruibarbo pois tinha um saco dos caules frescos esperando para serem usados. Tenho muitas receitas com ruibarbo guardadas, mas escolhi esta de lemon buttermilk rhubarb bundt cake da talentosa Hannah do blog Honey & Jam. Tenho certeza que o ruibarbo pode ser substituído por outra fruta que não solte muito líquido, como maça ou pêra. Eu fiz o glacê já achando que ele seria demais e estava certa. Se você curte doçuras, manda bala. Mas o bolo pra nós já estava perfeito sem a camada extra de açúcar.

para o bolo
2 1/2 xícaras [mais 2 colheres de sopa] de farinha de trigo
1 colher de chá de fermento em pó
1 colher de chá de sal marinho fino
1 xícara de manteiga sem sal [2 tabletes de 113 gr]
1 3/4 xícaras de açúcar
Raspas da casca de 1 limão
3 ovos
1/2 colher de chá de óleo ou extrato de limão [*usei o extrato]
3/4 xícara de buttermilk
500 gr [3 xícaras] de ruibarbo descascado e cortado em fatias
para o glacê de limão
2 xícaras de açúcar de confeiteiro
Suco de 1 limão
1 colher de sopa de manteiga sem sal amolecida
Misture todos os ingredientes muito bem e jogue sobre o bolo.

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Pré-aqueça o forno a 350ºF/ 176ºC. Unte uma forma estilo bundt.
Peneire a farinha, o fermento e o sal numa vasilha. Reserve. Na batedeira, bata a manteiga, o açúcar e as raspas de limão até formar um creme bem leve, mais ou menos uns 5 minutos. Adicione os ovos, um de cada vez, raspando a massa dos lados da vasilha com uma espátula. Junte o extrato de limão. Junte a farinha, alternando com o buttermilk—comece e termine com a farinha. Vá raspando as beiradas com uma espátula e batendo até todos os ingredientes ficarem bem incorporados. A massa va ficar bem grossa.

Misture as 2 colheres de sopa extras de farinha com as fatias de ruibarbo e revolva bem com uma colher. Junte metade do ruibarbo enfarinhado à massa. Coloque a massa na forma untada e coloque o resto do ruibarbo por cima. Leve ao forno por mais ou menos 1 hora, ou até o bolo ficar dourado por cima e bem cozido por dentro. Remova do forno e deixe descansar por uns 30 minutos. Inverta e cubra com o glacê de limão.

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*quero mostrar com mais detalhes esses pratinhos que comprei na thrift store por uma merreca que nem vou dizer quanto, pois ninguém vai mesmo acreditar. achei tão brejeiros, com os bichinhos e as folhas e espiga de milho. eles são da Williams-Sonoma e estão perfeitos.

maçã gala

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São apenas maçãs gala, alguém dirá. Mas não são qualquer maçãs gala, explicarei. Essas são especiais pois chegaram fresquinhas no Co-op direto de uma fazenda aqui pertinho, na cidade de Winters. Pra mim, maçã nunca cheirou nem fedeu. Essa sempre foi uma fruta que nunca me seduziu. Boa pra entrar em receitas, mas pra comer pura, era a última opção, logo depois da pêra. Mas isso começou a mudar quando comecei a provar as maçãs locais, dos pomares da minha região ou vindas do estado de Washington. Que diferença! Primeiro comecei a perceber as inúmeras variedades de maçãs produzidas por aqui. Prova uma, prova outra, prova mais algumas e pronto, fiquei totalmente encantada com essa fruta que era antes para mim um total patinho feio. Produtos da estação e locais—não canso de bater nessas teclas, porque quando as pessoas começarem a perceber a diferença que esses detalhes fazem, tudo vai mudar—e pra melhor. Já nem menciono minha preferência absoluta pelos orgânicos, porque é chover no molhado. Não tem o que discutir, né? Orgânico é a melhor opção, especialmente se o produto estiver na lista dos mais contaminados por agrotóxicos, como é o caso da maçã aqui nos EUA. Então as maçãs que eu consumo são orgânicas, compradas somente na estação e produzidas o mais próximo possível de onde eu vivo.

O que aconteceu é que passei a consumir maçãs diariamente. Durante o outono e inverno me deliciei com diversas variedades, até perceber no final do inverno que as maçãs à venda no Co-op tinham plaquinhas mostrando que elas vinham da Argentina e Chile. Parei! Comer uma fruta que cruzou um continente? Que vai ter gosto de isopor? Essa não é minha praia.
E nem precisei choramingar, pois logo foram chegando as frutas de verão, cornucópia maravilhosa que me deixa completamente enlouquecida por alguns meses no ano.

Mas noutro dia cheguei no Co-op e logo vi um engradado enorme cheio de maças com a plaquinha indicando que eram locais, da cidade de Winters e o nome da fazenda. A primeira colheita de maças do ano—early harvest! Me inclinei para olhar e cheirar e essas eram as maçãs mais delicadas, perfumadas e frescas. Algumas frutas eram bem pequenas, outras ainda tinham as folhinhas penduradas no caule, tão lindas, me deixaram saltitante de felicidade! Comprei um bocado, que arrumei num prato e coloquei sobre mesa de centro da sala. Assim elas decoram e perfumam o ambiente e vamos comendo conforme a vontade. Uns colocam caixas de chocolate na mesinha da sala, eu coloco um prato com maças. Como o Obama faz no seu escritório no oval office da Casa Branca. Juro que não roubei a idéia, foi apenas uma coincidência. *pisc!

picolé de tamarindo & chile

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Garfei esta receita na revista Saveur e pirei na idéia de colocar pimenta no suco de fruta. Para a minha surpresa, não ficou nem um pouco picante, pois o ancho chile tem uma ardidura média. O sabor do tamarindo se sobressai. Usei um bloco de tamarindo concentrado, que diluí em água e depois passei pela peneira. Esses blocos são encontrados facilmente em lojas de produtos asiáticos ou internacional. Mas se conseguir achar a polpa, o suco, ou mesmo a fruta fresca, não perca a oportunidade de usar.

1 xícara de suco concentrado de tamarindo
3 xícaras de água
1/3 xícara de acúcar
1/4 colher de chá de ancho chile powder
[substitua por outra pimenta em pó não muito ardida]

Misture o concentrado de fruta com as 3 xícaras de água e o açúcar e misture bem até o açúcar dissolver bem. Pode levar ao fogo para fazer esse processo, mas eu não fiz. Misturar a pimenta em pó ao liquido, mexer bem para incorporar. Distribuir pelas forminhas, colocar os palitos e levar ao congelador até firmar. Se for usar copinhos de vidro ou papel, cubra cada um com um pedaço de filme plástico bem esticado, daí coloque os palitos, furando o plástico. Assim eles congelam retinhos.

salada de couve

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Na rebolação semanal para aproveitar as folhas verdes que chegam praticamente durante o ano inteiro na cesta orgânica, procuro receitas que saiam da mesmice dos refogados. Usei duas idéias diferentes, para aproveitar um maço de kale. Fiz a minha versão. Usei a dino kale, ou dinosaur kale, também conhecida como cavolo nero—uma folha bem rústica com uma cor verde bem escura.
Lave e seque bem as folhas verdes, e pique com as mãos em pedacinhos. Coloque numa saladeira e junte pimentões piquillos ou pimentões comuns assados também cortados em pedaços com a faca. Misture um punhado de amendoins orgânicos torrados. e tempere com um molho feito com: azeite, vinagre de cidra, sal marinho, uma pitadinha de açúcar mascavo, pimenta vermelha em flocos. Misture bem, deixe macerando por uma meia hora e sirva.

pêssego com frangipane

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Frangipane é aquela massinha de amêndoa boa para forrar tortas de frutas, como eu fiz nesta de morangos & blueberries. Mas ela também fica boa como recheio de frutas, para serem assadas. Fiz com pêssegos, que foram descaroçados e receberam uma colher de sopa de frangipane em cada metade. Foram ao forno pré-aquecido em 365ºF/ 185ºC até ficarem cozidos e a massa levemento dourada. Sirva morno ou frio, acompanhado de sorvete se quiser.

frangipane
1/2 xícara de amêndoa moída ou farinha de amêndoa
1/4 xícara de açúcar
1 ovo
3 colheres de sopa de manteiga amolecida
3/4 colher de chá de extrato de baunilha
1 colher de sopa de farinha de trigo

Coloque todos os ingredientes num processador [ou mini-processador] e misture tudo até formar uma pasta cremosa. Use em seguida ou guarde na geladeira em recipiente de vidro com tampa. Antes de usar remova da geladeira e deixe ficar em temperatura ambiente.

melão com molho de iogurte e hortelã

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Outro livro lindo da Phaidon—Recipes from an Italian Summer—que me encantou, como todos os livros dessa editora, pela qualidade da encadernação, impressão e das fotos tão lindas e simples, que deixam você com a certeza de que poderá fazer facilmente aquelas receitas. Neste livro, a sensação de familiaridade é onipresente. Pra mim, talvez, por causa da forte influencia das tradições italianas na minha vida. Ou também porque o livro evoca uma atmosfera de refeições em família—festejos, almoços de finais de semana, picnics. E ele traz apenas receitas de verão, com ingredientes disponíveis nesta estação. O livro caiu nas minhas mãos na hora exata e serviu como uma luva. As sobremesas principalmente, a maioria usando frutas frescas, todas elas presentes neste momento na minha cozinha. Não sabia exatamente por onde começar, então comecei pela fruta que estava mais madura e esperando para ser usada. No verão os melões abundam por aqui. Aparecem em muitas variedades, cascas, cores e perfumes. Final de julho, inicio de agosto começo a recebê-los toda semana na cesta orgânica. Mas também compro alguns extras, todos locais e orgânicos, quando vejo algo diferente ou quando preciso de mais. Deixo o melão descansando por uns dias na fruteira e me encanto com a maneira delicada e adocicada com que eles perfumam o ambiente da minha cozinha.
Essa receita não tem absolutamente nada de especial nem de complicado. O importante é que o melão esteja bem maduro e doce e o iogurte e o mel sejam da melhor qualidade. Pode ser sobremesa ou café da manhã ou um lanchinho para ser servido a qualquer hora. Simples e requintado, justamente como eu gosto!
Corte o melão ao meio, remova as sementes e remova bolas da polpa com uma colher apropriada pra isso. Ou corte em cubinhos. Misture iogurte integral com mel a gosto e tempere com folhinhas de hortelã fresco picado. Leve o melão cortado e o iogurte temperado à geladeira e na hora de servir coloque as bolinhas de melão em potinhos individuais e junte uma porção do iogurte. Sirva.

berinjela tailandesa

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thai eggplant

Essa berinjelinha quase me enganou e também quase enganou o Gabriel, que já foi levando uma delas à boca, pensando que fosse tomate. Breca, breca, é berinjela! A moça da banquinha no Farmers Market que me vendeu essas berinjelas me disse que elas são ótimas em refogados com curry. Depois li que na Tailândia elas são mesmo a base de muitos cozidos—com curry verde ou vermelho. Mas eu não estive em bons dias, então usei os legumezinhos na pressa, só cortei, temperei com sal, ervinhas e azeite e grelhei na churrasqueira pra depois servir frio, como salada. Elas são levemente amargas e têm bastante sementes. São as irmãs gêmeas do jiló.

salada de tomate
[com molho de manjericão]

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A disposição para adaptar e substituir ingredientes muitas vezes nos abre as portas para outras inúmeras possibilidades outrora nem imaginadas. Comigo esse troca-troca é super relax—não tem isso, vai aquilo mesmo, não gosto disso, troco por aquele outro. Não tenho muitos pudores. A saladinha sugerida como acompanhamento na revista Everyday Food levava tomates verdes, que eram grelhados e temperados com um molho de maionese. Eu troquei os verdes pelos vermelhos, não grelhei e substituí a maionese por sour cream, que se ajusta mais ao meu paladar. Ficou uma salada bem diferente.
No processador ou liquidificador combine 1/4 xícara de sour cream, 2 colheres de sopa de azeite, 1/4 xícara de folhas frescas de manjericão, 1 dente de alho pequeno e 1 colher de sopa de suco fresco de limão.
Corte os tomates em rodelas e coloque numa travessa, salpique com sal e pimenta do reino moída na hora. Tempere com o molho e sirva.
»se quiser fazer a receita original, grelhe as fatias de tomate verde numa grelha untada com óleo por uns minutos de cada lado. use a maionese no molho, mas remova o azeite. só isso!