berinjela com iogurte & romã

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Outra receita do livro Arabesque, The Taste of Marocco, Turkey & Lebanon da Claudia Roden. Fiz com a berinjela rajada e substituí os pinoles por sementes de abóbora torradas. Ficou um prato lindo e delicioso. Pra mim, o detalhe encantador é a adição das sementes de romã. Mas elas são opcionais.

Serve de 6 a 8 pessoas
4 berinjelas [mais ou menos 2 quilos]
Azeite extra-virgem
Sal a gosto
1 1/2 colher de sopa de melado de romã [*compre pronto em lojas de ingredientes do oriente médio ou faça em casa usando esta receita da Elise]
1 1/2 colher de sopa de vinagre de vinho
2 xícaras de iogurte integral
1 dente de alho amassado [*omiti]
2 colheres de sopa de tahini
1/4 de xícara de pinoles [*usei sementes de abóbora tostadas]

Corte as berinjelas em fatias grossas e coloque numa forma forrada com papel alumínio. Pincele os dois lados de cada fatia com azeite e tempere com sal. Asse em forno bem quente, pré-aquecido em 475ºF/ 250ºC por 30 minutos virando cada uma por uma vez, até elas ficarem macias e escuras. *Eu fiz esse processo na churrasqueira.

Arranje as fatias de berinjela assadas numa travessa rasa e larga. Numa vasilha pequena misture o melado de romã, o vinagre e 2 colheres de sopa de azeite e pincele as fatias de berinjela com esse tempero. Numa outra vasilha bata o iogurte com o alho [*eu omiti o alho] e o tahini e jogue sobre as fatias de berinjela. Frite os pinoles em 1/2 colher de sopa de azeite, mexendo sempre até eles ficarem mais dourados e jogue sobre o iogurte [*usei sementes de abóbora que só tostei na frigideira, sem azeite]. Decore com sementes de romã e sirva.

galette de tomate e manjericão

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Eu detestei tanto essa foto, que acabei deixando a pobre receita mofando injustamente na gaveta das desprezadas. Apesar da aparência de vilã de filme de terror, o sabor dessa galette é o fino da bossa. Deve ser feita com tomates maduríssimos no seu pico de doçura e perfume. Usei diversas variedades, que ajudaram a dar um colorido legal. Simplifiquei uma receita do David Lebovitz publicada na revista Fine Cooking. A dele levava milho e queijo. Na minha não. Gostei imensamente da minha versão. Já a massa, fiz exatamente como ele especificava na receita.

massa de cornmeal
suficiente para uma galette de 30 cm
1 1/4 xícara de farinha de trigo
1/3 de cormeal fina
1 colher de chá de açúcar
1 1/4 colher de chá de sal
6 colheres de sopa de manteiga sem sal gelada cortada em cubinhos
3 colheres de sopa de azeite
1/4 xícara de água gelada

No processador coloque a farinha, cornmeal, açúcar e sal. Pulse e vá colocando a manteiga até ela ficar bem distribuída, mas ainda em pedaços visíveis. Adicione o azeite e a água, pulsando até a massa ficar compacta. Coloque a massa sobre uma folha de filme plástico, achate com as mãos formando um circulo e leve à geladeira por uma hora. Abra essa massa com muidado, pois ela fica mais quebradiça que o normal.

recheio de tomate e manjericão
2 colheres de sopa de azeite
1 cebola grande cortada em fatias finas
Sal e pimenta do reino moída a gosto
Um maço de manjericão fresco picado
1 punhado de azeitonas pretas kalamata
2 tomates bem grandes ou vários pequenos bem maduros, cortados em fatias e enxugados numa folha de papel

Numa panela aqueça o azeite, adicione a cebola e cozinhe, mexendo frequentemente, até ela ficar amarronzada, por uns 10 minutos. Tempere com sal e pimenta a gosto. Adicione o manjericão picado e as azeitonas e cozinhe por mais 30 segundos. Desligue o fogo e deixe a mistura esfriar.

Pré-aqueça o forno em 375ºF/ 190ºC e coloque a grade no meio. Forre uma assadeira lisa e sem bordas com papel vegetal- parchment. Se sua assadeira tiver bordas, vire e use de cabeça para baixo.

Abra a massa numa superfície bem enfarinhada formando um circulo. Transfira a massa para a forma forrada, usando o rolo ou uma espátula larga se necessário. Espalhe a mistura de cebola, manjericão e azeitona no centro da massa, deixando uma borda de mais ou menos 5 cm. Espalhe o tomate por cima, dobre as bordas e leve ao forno por 30 a 45 minutos. Remova do forno, deslize a galette do papel para um prato e sirva.

fritos de abobrinha e feta

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Vez e outra a Nigella Lawson é entrevistada pela NRP e dá umas receitas legais. Numa dessas vezes, no ápice do nosso último verão, ela deu uma receita com abobrinha e queijo feta—dois ingredientes delíciosos e que se casam muito bem. É uma friturinha, mas não é imersa em óleo, nem fica gordurenta ou pesada. Ela diz que gosta de servir como aperitivo, mas aqui eles foram o prato principal, acompanhados de uma salada simples. Ficam bons mornos ou frios, você decide como irá servi-los.

4 abobrinhas ou aproximadamente 500 gr
5 ou 6 raminhos de cebolinha
250 gr de queijo feta
Um macinho de salsinha fresca picado
Um macinho de hortelã fresco picado
1 colher de chá de páprica
1 xícara de farinha de trigo
Sal e pimenta do reino moída a gosto
3 ovos batidos
Azeite para fritar
3 ou 4 limões [*ela usa a lime, o limão verde, mas eu usei o amarelo]

Rale a abobrinha no ralador ou no processador e coloque num pano de prato. Deixe descansando por uns 20 minutos [*eu deixei menos pois minha abobrinha era bem seca] até que ela fique sem nenhum excesso de liquido.

Coloque a cebolinha picada numa vasilha e junte o queijo feta moido com as mãos. Acrescente a salsinha e o hortelã picados e a páprica. Junte a farinha e tempere com sal e pimenta. Aos poucos, adicione os ovos batido e vá misturando. Junte a abobrinha ralada. Vai ficar uma massa mole e pedaçuda.
Numa frigideira grande aqueça um pouco de azeite—o suficiente para cobrir toda a superfície numa camada bem fina. Vá colocando a massa em colheradas: de sopa se quiser os fritos maiores ou de sobremesa se quiser menores, eu fiz maiores. Achate cada frito com as costas da colher. Deixe fritar por uns 2 minutos de cada lado, ou até ficarem bem dourados. Vá colocando os fritos prontos num prato forrado com papel.
Sirva morno ou frio com limão espremido por cima. Faz 25 bolinhos pequenos ou 12 grandes.

no meu Co-op

Peguei uma ricota fresca na prateleira dos queijos especiais, mas não consegui achar nenhuma referência ao preço, nem em plaquinhas, nem em etiquetas. Resolvi levar assim mesmo. Ricota artesanal e tal. Passando no caixa, ele não conseguia achar o preço nem o código. Já cogitei deixar a ricota pra trás, porque no meu Co-op não tem aqueles funcionários que correm pelo supermercado vestindo patins pra verificar preço, lá é tudo muito mais simples. O caixa olha meio frustrado pra ricota, olha pra mim com cara de help me, mas eu disse que sentia muito, também não tinha conseguido achar o preço.
—você acha que $3,99 é um preço justo?
—certamente!!
—plin-tchin, três e noventa e nove.
No páteo do supermercado um pessoal abordava os clientes com alguma petição pedindo assinaturas. Eu sempre assino quando acho o motivo relevante. Um deles se aproximou de mim com prancha e caneta.
—oi, você curte marijuana?
—ahn, tô meio apressada hoje, desculpa…
Era uma coleta de assinaturas para a campanha de legalização da maconha.

crostata de ameixa e vinho Porto

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Sinceridade? Não gostei nada de fazer essa torta. Muitos passos, muito detalhe chato. Também não amei o resultado, como pensei que iria. E o resto da família me acompanhou. Comprei as ameixinhas italianas na banca daquela senhorazinha super assertiva que também vende os melhores pêssegos do mundo. Tudo parecia perfeito, incluindo o fato que a receita é da Martha Stewart. Mas fiquei um tanto decepcionada, nem as fotos me entusiasmaram. Mas como eu tive o trabalhão de fazer, fotografar e comer, ela merecia estar aqui. Também porque apesar de não ter me conquistado, pode conquistar outras pessoas. O defeito principal dessa torta pra mim foi ela ter ficado muito doce—isso depois de eu ter eliminado parte do açúcar. Mas veja lá você que gosta de doçuras extremas, porque essa pode ser a torta dos seus sonhos!

1 e 1/4 de farinha de trigo
1 1/2 colher de chá de sal marinho grosso
1/2 colher de chá de açúcar
1 tablete [113 gr] de manteiga sem sal gelada e cortada em pedacinhos
2 colheres de sopa de água gelada
1 1/2 xícara de vinho do Porto Ruby
1 1/4 de açúcar mascavo
1/2 pimenta tailandesa sem sementes e picadinha [*opcional — não usei]
1 quilo de ameixas italianas descaroçadas e cortadas ao meio
1/4 xícara de maizena
1/4 colher de chá de canela moída
1 colher de chá de creme de leite fresco para pincelar
Açúcar demerara ou cristal paras polvilhar

No processador pulse a farinha, 1/2 colher de chá de sal e o açúcar. Adicione a manteiga e pulse até formar uma farofa grossa. Vá adicionando a água aos poucos até formar uma massa. Coloque numa folha de plástico, achate em forma de disco e leve à geladeira por 30 minutos.
Numa superfície enfarinhada abra a massa e coloque numa forma de 20 cm, deixando uma aba de uns 3 cm nas bordas. Congele por 30 minutos.

Pré-aqueça o forno em 400ºF/ 205ºC. Numa panela junte o vinho do Porto e 1/2 xícara do açúcar mascavo e deixe ferver até o liquido reduzir para mais ou menos 1/2 xícara. Retire do fogo, adicione a pimenta se quiser, eu não quis, e deixe esfriar por uns 10 minutos.
Misture os 3/4 restantes do açúcar mascavo [eliminei essa parte, porque achei um exagero de açúcar e as ameixas já eram bem doces, mas se quiser vá em frente] com uma colher de chá de sal, as ameixas, a maizena, a canela e o xarope de Porto. Transfira essa mistura de ameixa para a forma com a massa. Dobre as bordas para dentro da forma [*achei essa parte meio absurda, pois a massa estava congelada e impossível de dobrar—melhor retirar do congelador uns minutos antes, mas esse detalhe não estava nas instruções da Martha, grr!]. Pincele a borda com o creme de leite, salpique com o açúcar demerara ou cristal e asse por 30 minutos. Reduza a temperatura do forno para 375ºF/ 190ºC e asse por mais 1 1/2 hora. Deixe esfriar e sirva.

*perceberam? gelar, congelar, assar por DUAS HORAS—lordhavemercy, quem tem todo esse tempo para esperar uma crostata [super doce] de ameixa ficar pronta?

apenas alguns números

>> hoje, estou muito mais velha do que a minha avó materna, que morreu aos vinte e nove anos.
>> hoje, estou mais velha do que a minha avó paterna, que morreu aos quarenta e dois anos.
>> hoje, ainda sou muito mais nova do que a minha mãe era, quando eu tinha a idade que o meu filho tem hoje.
>> hoje, meu filho é mais velho do que eu era quando ele nasceu.
>> hoje, continuo apenas um ano mais velha que o meu marido
>> hoje, calculei que já vivi muito mais que a metade da minha vida com ele.
>> hoje, me sinto muito mais nova do que realmente sou.
>> hoje, olho no espelho e me vejo com a idade que realmente tenho.
>> hoje, a maturidade me permite compreender que anos são apenas números, nada mais.

refrigerante de vinho

O Uriel de vez em quando pede vinho sem álcool em restaurantes, porque ele parou de beber wine-sodajá faz alguns anos. Eu acho os tais vinhos de-alcoolizados gostosinhos, mas esse refrigerante de vinho da Vignette é muito melhor. Eles são feitos com as uvas Chardonnay e Pinot Noir. Eu provei os dois e gostei um pouco mais do de uva vermelha. Mas os dois refrigerantes são muito bons, com uma lista de ingredientes mínima, sem conservantes e porcarias mil. Uma opcão para quem gosta de bebidas borbulhantes, mas não quer consumir os refrigerantes comuns.

sopa fria de pepino e coentro

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A primeira receita de sopa que fiz do livro de sopas da Anna Thomas. Essa de pepino, coentro e hortelã ficou muito refrescante. E é tão leve que você vai tomando e quando percebe já mandou ver metade da sopeira sozinha!

700 gr de pepino
3/4 colher de chá de sal marinho
3 xícaras [750 gr] de iogurte de leite de cabra [ou o grego]
1/2 xicara [30 gr] de coentro fresco
1/2 xícara [20 gr] de hortelã fresco
2 colheres chá de sementes de cominho torrada e moída
1 colher de chá de pimenta jalapeño picadinha
2 colheres de sopa de suco de limão, e mais para servir
1/2 xícara de água gelada

Descasque o remova as sementes do pepino, se tiver. Pique em cubinhos e coloque numa vasilha. Você vai ter umas 4 xícaras de pepino picado. Junte o sal, mexa bem com as mãos e deixe descansando por 15 minutos.

No liquidificador junte o iogurte, o pepino e o liquido que formou, o coentro e hortelã e o cominho tostado e moído [toste na frigideira e moa no mini-processador ou pilão]. Bata em partes. Deixe mais liquido ou mais pedaçudo conforme a sua preferência. Adiciona a jalapeño. Adicione o suco de limão, junte água até quanto achar necessário—não deixe muito liquida. Teste o sal. Na hora de servir, acrescente mais suco de limão se quiser e sirva com pistachios picados por cima.

arroz, feijão, banana frita

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No dia em que fui visitar o Old Town em San Diego, peguei o trolley e marquei de encontrar a Brisa por lá. O lugar é super bonitinho, cheio de museus, lojinhas e restaurantes. É uma réplica túristica de uma cidadezinha do tempo das missões, muito no estilo da nossa Old Sacramento, que reproduz uma cidade da corrida do ouro. Em Old Town abundam restaurantes mexicanos—dos que clamam serem tradicionais, com os atendentes vestidos em trajes tipicos dos pueblos mexicanos, até os super modernês, que transformam o ambiente e o cardápio numa fiesta hip-hop para atrair a turma jovem e pop. Estava um calorão, eu já estava com uma fome daquelas e não gastamos muito tempo escolhendo um lugar pra comer. Avistamos uma pequena casinha com um cardápio de comida latinoamericana. Resolvemos testar. Era uma opção diferente. O restaurante estava vazio e a atendente nos paparicou, conversando bastante. Ela, mexicana, nos contou que a cozinheira dedicadíssima era chilena. No cardápio tinha pelo menos um prato de cada país, desde Chile até Peru e Venezuela. O Brasil figurava com um vatapá. Era tanta opção diferente, que minha librianice emergiu me prevenindo de fazer qualquer escolha. Como a Brisa é vegetariana, resolvemos ir de feijão com arroz e banana frita. Pedimos também uma salada de laranja com azeitonas espanholas, que estava uma delícia, apesar de um pouco alhuda demais pro meu gosto. O prato principal veio com arroz, feijão, salada de repolho raladinho, banana frita e salsa. De quebra ganhamos tortillas com salsa verde. Comemos muito. Eu devorei as bananas de uma maneira beirando a falta de modos. Foi uma refeição muito boa, que nem sobrou espaço pra sobremesa. O restaurante, que leva o nome da cozinheira, se chama Berta’s.