não é só pra inglês ver

Quando a Elise me ligou dizendo que ela e o pai estavam fazendo a minha receita de salmão, vulgo Moqueca da Paula, me acomodei num lugar estratégico para observar como uma blogueira profissional bloga. Foi fascinante e aprendi algumas coisas. Primeiro com uma conversa sobre generalidades blogais, depois sobre fotografia, e finalmente com o desenvolvimento em tempo real de um post culinário. Foi muito proveitoso pra mim, que me considero uma eterna aprendiz, poder compartilhar da maneira de blogar de uma pro, que bloga o que come, sem exatamente ser o jantar de ontem.
Gosto de blogar, por isso faço isso há tantos anos. E adoro conversar sobre blogs, blogagens, observar e analisar o comportamento da blogosfera. É interessante e muitas vezes surpreendente. Considero os meus blogs extensões virtuais da minha casa. Aqui é a aconchegante cozinha, ali é a sala de visitas, e é a sala de estar. Recebo diariamente muitos visitantes, que vem de lugares diferentes e gozam de uma certa familiaridade com várias línguas e culturas. A maioria faz uma pequena visita de minutos e se entretem com o que encontra, senta, toma um chá, olha um livro, vê um filme, ouve uma música. Pode conversar comigo ou só entrar e sair calado – mas quase sempre com um sorriso nos lábios, pois pra isso eu dou garantia!

Waldorf Salad

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A famosa salada criada em 1896 por Oscar Tschirky, maître do hotel Waldorf-Astoria em New York, não tem segredo. Corte quatro talos de salsão [aipo/celery] em cubinhos. Descasque e pique em pedacinhos duas maçãs pequenas. Eu usei a gala e reguei com suco de limão. Misture tudo numa saladeira, crescente um punhdo de nozes torradas ou cruas. Eu usei as caramelizadas. Envolva tudo numa excelente maionese. Eu fiz a minha com duas gemas de ovo COZIDAS [vá de retro, salmonela!!], que bati no mini-processador com 1 colher de chá de mostarda dijon, 1/2 colher de chá de suco de limão, uma pitada de sal, uma pitada de pimenta do reino moída e azeite o quanto baste. Se não tiver um processador ou mini-processador, pode usar liquidificador, batedor de arame, o importante é misturar bem, emulsificar. A minha maionese ficou com uma cor bem amarela, porque eu uso ovo caipira.

sopa de mandioquinha

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Inspirada pelas sopas da Elvira, me entusiasmei pra usar as mandioquinhas [parsnips] que vieram esta semana na cesta orgânica. Não queria fazer nada que pudesse esconder o sabor adocicado dessa raiz que me faz lembrar da minha infância. Decidi fazer uma sopa simples, com as mandioquinhas e mais um talo de alho-poró. Refoguei tudo cortado em cubinhos no azeite, joguei um litro de caldo orgânico de galinha caipira [fancy that!], e deixei cozinhar bem. Bati com o mixer da mão, para moer tudo, mas quem quiser usar liquidificador, ou um amassador manual, tudo bem. Enquanto isso refoguei um punhado de verdura – usei os raminhos de dino raab que também recebi na cesta. Tudo pronto, temperei com sal e pimenta do reino e servi a sopa com um pouquinho da verdura refogada.

Torta Napolitana – da Márcia

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Vi essa receita na Márcia e achei tudo tão simpático, na maneira como ela diz pra misturar os ingredientes delicadamente e o detalhe da salsinha na massa. Adorei e copiei para fazer numa boa oportunidade. Ela chegou ontem, que foi um dia atrapalhado com meus dois gatos vomitando muito, o Roux completamente desmilinguido – o que é sinal de que algo está muito errado, pois ele é sempre alegre e brincalhão. Fiquei tão estressada com essa história toda, que precisei de uma idéia de algo para se preparar rapidamente, sem muitos salamaleques. Decidi fazer a torta napolitana! Fiz algumas modificações e o resultado foi uma massa ultra cheirosa e extremamente saborosa. Vou publicar copiado como está lá na .
Torta Napolitana
Bata no liquidificador até que fique homogênea a mistura: 1 tablete de caldo de galinha, 1 xícara (chá) de leite, 3 ovos inteiros, 1/2 xícara (chá) de óleo e 3 colheres (sopa) de queijo ralado. Em uma tigela, misture 2 xícaras (chá) de farinha de trigo, 1 colher (sopa) de fermento em pó, 1 colher (sopa) de salsinha e incorpore delicadamente a mistura do liquidificador.
Despeje metade da massa em um refratário untado com óleo, espalhe 2 tomates maduros e 200 g de mussarela picados e 1 colher (chá) de orégano. Despeje a massa restante e leve para assar no forno alto (220°C), pré-aquecido, por cerca de 35 minutos.
*minhas adaptações: como não uso tablete de nada aqui, substituí o caldo de galinha por dois dentes de alho assado e uma pitadinha de sal. No lugar do óleo eu usei azeite. Ralei o parmesão na hora e salpiquei um pouco por cima da massa. Para o recheio usei tomates secos, azeitonas pretas e aspargos. Assei em dois mini-refratários.

ainda sobre azeite

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É sabido que eu não vivo sem eles. Fui correndinho até a bookstore da UC Davis, onde os azeites produzidos pela universidade estavam à venda. E não fui a única. Tinha muita gente comprando. Eles estão vendendo como “hot cakes” e deve ser por uma boa razão. Ainda não provei, mas tá engatilhado! O outro azeite, o Bariani também é produzido aqui no norte da Califórnia por uma família de italianos. É um azeite grosso e saboroso, percebe-se que é feito de maneira quase artesanal.
Os azeitinhos franceses da A L’Olivier são simplesmente o fino da bossa! Gosto desses que são aromatizados, especialmente o de limão com gengibre. Trouxe uns da França comigo, mas como sempre posso comprar por aqui mesmo. Esse azeite é um daqueles produtos mágicos, que transforma qualquer alfacezinha num manjar dos deuses.

Greystone, St. Helena

Nossa intenção original era passar o dia em Calistoga, fazendo banhos e massagens nos inúmeros spas da cidade. Idéia do meu marido, não muito festejada por mim. Eu não estava no humor de imergir numa banheira cheia de lama terapêutica, ou numa jacuzzi de água sulfurosa, suar em sauna baforenta, colocar máscara de ervas no rosto, massagem com óleo e sais… Sei lá. Pra minha sorte, os spas estava todos com as agendas lotadas e não conseguimos vagas para a tortura de ficarmos relaxados e purificados.
Meu marido sugeriu que voltássemos para o Napa Valley, e almoçássemos no restaurante do The Culinary Institute of America, em St. Helena. Poxa, agora sim uma boa idéia! Fomos então para o Wine Spectator Greystone Restaurant, a antiga vinícola, ainda produtiva, que hoje abriga o campus da CIA na Califórnia. O restaurante fica no prédio da escola, com uma vista maravilhosa para o vale e um serviço primoroso. Ouvimos do rapazinho sul-africano que nos serviu e cuidou de nós durante toda a refeição, que o restaurante é mantido por um full-time staff e não por estudantes. Respiramos aliviados, pois não iríamos comer nada feito por mãos tremulas de aprendizes.
O menu muda diáriamente. Nós pedimos o Today’s Temptations, que é uma série de samples de aperitivos diferentes. Não vou lembrar os micro-detalhes de cada pratinho, mas um era paté, outro camarão, outro sopa de couve-flor, outro – meu favorito – bolinhos de batata, e um queijo branco. O Uriel foi de Pomegranate Glazed Chicken com risotto de butternut squash, swiss chard, pinenuts e currants. Eu pedi um Grilled Angus Hanger Steak, que veio acompanhado de batata, ferns, garlic coulis, cogumelos e blue cheese. Eu bebi um Zinfandel produzido lá mesmo na Greystone. Muito bom. De sobremesa, o Uriel foi de creme bruleé e eu de pineaple tart tartin com coconut ice cream e meyer rum syrup. Tudo divino! Saímos de lá com a barriga estufada. Sentamos no páteo apreciando o sol quentinho e a paisagem linda. Muito melhor que qualquer massagem!

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O nosso simpático atendente nos avisou que poderíamos fotografar, fazer perguntas para os diversos chefs, observar o preparo da comida pelos balcões das cozinhas, que eram todas abertas. Eu então larguei um pouco a timidez de lado e tirei algumas fotos. Muito legal, né Vitor?
*mais clicks AQUI.

café da manhã portátil

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Por causa do meu mau humor e falta de apetite matinal, levo uma lancheira pro trabalho com snacks nutritivos para me sustentarem pela manhã. Não consigo comer em casa às 6:30 am, então faço quando chego no trabalho. Começo às 8 am com um chá e alguma coisa mastigável. Levo sempre coisas saudáveis, iogurte, frutas, purê de maçã, boachinhas integrais, barras de granolas. Outro dia olhei pra minha lunch box térmica, daquelas de plástico e pensei—CHEGA! Putsz, me deu um enjôo, achei ela tão feia, tão propensa a ficar suja, difícil de limpar. Decidi que precisava de lancheiras de metal, mas não queria aquelas estilo malinha – tenho algumas que uso para guardar fotografias. Queria algo diferente. E achei! Comprei essas duas na lunchbox.com. Vou usar a menor por enquanto. O Uriel adorou a redonda, que segundo ele é a lancheira do Fred Flintstone!