Healdsburg, CA

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A primeira cidadezinha que visitamos foi Healdsburg, no condado de Sonoma. Fiquei encantada com o lugar. As cidadezinhas das regiões vinicultoras aqui na Califórnia são todas umas fofuras, geralmente com uma downtown histórica, pracinha com coreto e muitas lojinhas e restaurantes bacanas. Healdsburg superou todas as outras que já visitei até hoje. É uma cidade adorável e certamente com a lista de restaurantes mais sofisticada. Ficamos como dois baratões tontos, tentando decidir onde almoçar. Eram muitas opções. Pra variar, dei uma passadinha nas lojinhas de antiguidades que eu adoro, enquanto o Uriel esperava sentado num banco na calçada, ou me seguia pela loja, reclamando de tudo. Encaroçar em loja de antiguidade abarrotada de coisinhas mil pra se olhar com marido que não gosta de fazer compras na cola, é missão impossível e destinada ao fracasso.

Russian River Valley

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Passamos o final de semana no visitando vinícolas pelo Russian River, Alexander e Dry Creek Valley. Essa é uma área belíssima e extensa, fora do circuito hype do Napa e Sonoma Valley, mas com uma quantidade de vinícolas realmente impressionante. Muitas são pequenas e tocadas por famílias, outras são grandes e famosas. Tivemos uma visão de outra parte produtora de vinhos que ainda não tínhamos explorado. Vamos esquecer o Napa e o Sonoma Valley por um tempo e nos concentrar nessa outra região, que ainda vai render muitas visitas. Adoramos tudo que vimos e provamos e eu tirei tanta foto que ainda estou pensando como vou me organizar.

Gina de Santa Helena

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Não sei se eu tinha comprado esse Cabernet Sauvignon de Santa Helena no Napa Valley, ou se alguém trouxe em alguma festa, mas ele estava na minha micro-adega e resolvi experimentar. Gosto muito dos rótulos modernos e criativos nos vinhos. Eu sei que o rótulo não interfere na qualidade da bebida, mas visualmente fica alegre e interessante. Os vinhos californianos têm essa presença de espírito. Esse não só estava alegre e caloroso, mas o Cabernet Sauvignon que a garrafa continha também fez bonito. Sou uma bitolada em Zinfandel, porque não entendo muito de vinhos, então me agarro à variedade que mais me agrada. Mas estou aprendendo com um amigo a finalmente apreciar os cabernets.

creme ou limão?

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Eu ainda não consigo chamar os meus amontoados de coisaradas de coleção, porque eu não compro pra colecionar. Compro sim para usar e porque tenho essa obsessão consumista que me empurra sempre pra frente, olha mais um, compre, compre! Mas quem gosta de chamar um grupo de coisas da mesma espécie, utilidade ou categoria de coleção, poderá identificar diversas coleções nos meus armários. Uma delas é a de jarrinhasa para leite. Nas minhas garimpagens, eu encontro muitas jarras orfãs, solitárias, perdidas ou desgarradas de enormes jogos, de café, chá ou jantar. Nem bebemos tanto chá com leite assim para fazer uso de tantos jarrinhas, mas dentre as inúmeras que possuo há as que são minhas favoritas e que eu uso constantemente. Sempre que bebemos chá ou servimos café, pelo menos uma delas aparece na mesa, trazendo o leite com uma delicadeza especial.

ontem eu fiz…

…uma salada Niçoise, pela milhonésima vez.
Eu adoro a versatilidade dessa salada. Também adoro como ela quebra o galho e substitui uma refeição completa, em qualquer estação do ano. Ontem ela foi a primeira coisa que pensei em fazer quando cheguei em casa às sete da noite, com fome, cansada, sem idéia, sem paciência. Tenho duas versões relatadas e fotografadas de Niçoises, uma AQUI e a outra AQUI.
E a de ontem saiu bem diferente, o que é justamente o segredo dessa salada. Nunca fica exatamente a mesma coisa. O segredo é ser criativo usando os ingredientes disponíveis e se usar atum—que é o que eu sempre uso—nunca economizar, usar sempre o melhor que suas patacas puderem pagar, do tipo preservado em azeite.
Na Niçoise de ontem usei:
Erva-doce ralada fininha
Azeitonas pretas
Figos caramelizados no vinagre balsâmico
Ovos da galinha hillbilly, a Florisbela, cozidos e cortados em fatias
Feijão branco cozido e temperado com salsinha picadinha * usei os butter beans, uns feijões gigantes e carnudos, simplesmente deliciosos
Folhas de alface
Uma lata do melhor atum preservado em azeite
Regue tudo com azeite extra-virgem e salpique flor de sal e pimenta branca moída. Sirva com fatias de pão rústico tostadas na frigideira

goodbye

Minha casa de hóspedes está vazia. Vamos fazer umas reforminhas, pois uma das floreiras quebrou e a madeira estava apodrecendo. O Uriel quer jogar bark no jardim, pra deixar tudo mais fácil de manter. E queremos fazer um upgrade no ar condicionado, além de pintar os armários do banheiro. Depois que tudo isso for feito, vamos anunciar a casinha para alugar novamente. Ela é um tipo de studio, com sala ampla, banheiro enorme, cozinha minúscula e um dormitório num loft.

Encerrou-se mais uma etapa, com a formatura da nossa querida e divertida inquilina. Ela agora vai trabalhar um pouco com o pai, depois vai se aprimorar na carreira, que ela ainda não decidiu se será na área de saúde ou do meio-ambiente. Estávamos jantando com convidados quando ela apareceu na porta, toda descabelada e molhada, com a roupa suja de material de limpeza. Ela veio se despedir, dizer obrigada, nos dar um abraço. Foi um momento constrangedor, já que tivemos que levantar da mesa, ainda mastigando, com nossos convidados olhando com cara de , e dizer ali no meio da sala de jantar—boa sorte, felicidades, vamos sentir saudade, mantenha contato! Ela retrucou com o sorriso metalizado de aparelho dentário que nós somos muito bacanas, aquela lenga-lenguice de sempre.

Mais tarde, quando estávamos aconchegados conversando com os convidados na sala, materializam-se na porta de vidro, primeiro o irmão, depois o pai, ambos sorridentes e felizes, vieram dizer obrigado por tudo, apertar fortemente a nossa mão, reafirmar que nós somos mesmo muito bacanas. Foi uma despedida familiar. A casinha agora está vazia. Fico sempre naquela expectativa meio pessimista, será que vamos encontrar outra inquilina tão querida e divertida quando essa? Pode ser que sim, pode ser que não. A única certeza que eu tenho é que ela virá nos visitar, vai bater na porta da frente exibindo o seu sorriso metálico, vai dizer que veio ver como estávamos e nós vamos pedir para ela entrar e convidá-la pra sentar, porque com certeza nossa amiga e ex-inquilina vai chegar justamente na hora do jantar.

quinoa vermelha com aspargos

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Eu no olho esquerdo, ele no direito. Os dois caolhos. Eu e o Roux. Fomos atrás de informação, pois achamos que eu e o gato estávamos pegando e passando coisas um para o outro, mas lemos que conjuntivite felina não passa para humano, nem vice-versa. Parece que em gatos essa é uma doença que vem e vai, dependendo muitas vezes de algum estresse pelo qual o animal passou. Coincidentemente estamos os dois com a mesma coisa—piscando, com o olho colado, vermelho, ardendo, inchado. Eu estou pingando colírio e estou tendo que usar óculos para enxergar letras e tais [pardon my typos]. Por isso não dá pra seguir receita nem inventar muita moda, porque exergndo direito já sou um desastre, meio cegueta sou uma bandeira vermelha flamulante.

Fiz uma quantidade de quinoa ideal para duas pessoas. Numa panela coloquei:
1/2 xícara de quinoa vermelha já lavada
1 1/4 xícara de caldo de legumes
Um fio de azeite
Uma pitada de sal grosso
Seis aspargos magrelos cortados em pedacinhos

Fogo alto, quando ferver, fogo baixo, tampar e deixar secar. Pode fazer com antecedência e requentar levemente ou servir frio.

pasta trofie com alho verde

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Estamos na temporada do alho verde ou alho de primavera. Já estou com uma quantidade razoável deles na geladeira e quis fazer uma receita bacana. Primeiro preciso descrever o alho verde, que é o alho num estágio médio de maturidade. O alho verde ainda não tem os dentes, é apenas um bulbo e lembra muito visualmente uma cebolinha. Mas de cebolinha ele não tem nada. O alho verde é poderoso. Ele não tem o mesmo cheiro do alho comum, que apesar de forte ainda é suave perto da sua versão verdolenta. Pode ser que seja apenas o meu nariz ultra-super sensível, mas o cheiro do alho verde arde e domina. Trazendo a cesta no porta-malas, o carro ficou todo empesteado. Acomodados em sacos plásticos, o odor tomou conta da geladeira. Piquei em rodelinhas e enquanto esperava para fazer a receita, a cozinha ficou inteiramente dominada pelo cheiro fortíssimo do alho verde. Ele não é de brincadeira. Mas cozido, ele se transforma e completamente domado pelo calor mostra toda a sua docura.

Fiz uma pasta bem simples. Usei a genovesa trofie, que são parafusinhos enrolados a mão, bem pequenos. Cozinhei em bastante água e sal e uma folha de louro. Piquei o alho verde e um punhado de cogumelos comuns. Quando a pasta estava al dente, escorri e na mesma panela coloquei bastante azeite e refoguei o alho verde e depois os cogumelos. Adicionei sal e pimenta a gosto, joguei o macarrão, mexi para incorporar e juntei uma mistura de queijo asiago, fontina e parmesão. Só isso.