sorvete de limão [limãozudo]

super-lemon-ice_2S.jpg

Fiquei um bocado estressada preparando um jantar para um casal de amigos do Uriel. Eles são extremamente cultos, viajados e gourmets. Não me arrisquei fazendo absolutamente nada novo, muito menos inventando moda. Refiz receitas que já tinham dado certo e segui tudo passo-a-passo, pra não correr o risco de acabar com uma cara de tacho, servindo uma gororoba aos convidados. Só para uma das sobremesas que resolvi fazer um sorvete que nunca tinha feito. Mas segui uma receita, tudo nos micros detalhes. Fiz apenas uma trapalhice [claro!] que me deixou com o dobro da quantidade de ingredientes. Fiz então duas versões do sorvete—a original, e uma segunda versão onde acrescentei uma colher de sopa de flores secas de lavanda no suco de limão e deixei na geladeira de um dia para o outro. No dia seguinte, coei a lavanda e segui normalmente os passos da receita. Essa segunda versão com um hint de lavanda eu doei pra minha ex-nora, que levou o sorvete toda feliz, juntamente com quatro colheres, pra comer no carro com os amigos. E a versão original, que fiz tal e qual está no livro, eu servi no jantar para os meus convidados elegantes. Eles simplesmente não pararam de elogiar, se servir e repetir—uma, duas, três, quatro, cinco bolas. Preciso dizer o quanto esse sorvete de limão ficou bom? Usei os aromáticos limões meyer.

super lemon ice cream
do livro The Perfect Scoop, do David Lebovitz
faz 1 litro
2 limões orgânicos [*usei o meyer]
1/2 xícara de açúcar
1/2 xícara de suco de limão espremido na hora
2 xícaras de half-and-half*
[*misture 1 xícara de leite com 1 xícara de creme de leite fresco]
1 pitada de sal
[*1 splash de limoncello—opcional]

Raspe a casca dos 2 limões direto num processador de alimentos ou liquidificador. Adicione o açúcar e pulse aé ficar uma mistura bem fina. Junte o suco de limão e bata até o açúcar dissolver completamente. Adicione o half-and-half e a pitada de sal e bata bem. Deixe a mistura gelar na geladeira, depois junte o licor limoncello [*opcional e adição minha à receita] e coloque na sorveteira. Guarde o sorvete numa vasilha de vidro com tampa no congelador até a hora de servir.

bolo de figo e limão

bolo-figo-limao_2S.jpg

Nesta época do ano fico sempre soterrada por limões—porque é o pico da estação e porque tenho uma ganância sem limites e vou pegando todas as frutas que vejo pela frente. Tenho na minha cozinha cestas cheias com sicilianos [ou eureka] da árvore no meu quintal que está apinhada; também com os cravos da árvore de ninguém; e com os meyer desovados pelo homem do garfo no nosso escritório. Desses últimos, peguei tantos, tantos, mas tantos que me deu até vergonha. Pra compensar o vexame de carregar praticamente metade dos limões deixados para dividir entre oito pessoas, fiz essa torta e levei para adoçar o dia dos meus colegas. Pensei que tinha exagerado um pouquinho nas raspinhas de limão, que coloquei um tanto extra, mas o resultado ficou ultra saboroso. Essa é também mais uma maneira deliciosa de usar azeite numa receita doce e ela saiu da revista Everyday Food.

1/2 xícara de azeite de oliva
1/2 xícara de leite integral
1 ovo caipira grande
1 e 1/2 xícara de farinha de trigo
3/4 xícara de açúcar
1/2 colher de chá de fermento em pó
1/4 colher de chá de sal
300 gr [mais ou menos 1 e 1/2 xícara] de figo seco
[corte os figos em pedacinhos, remova os cabinhos]
1 e 1/2 colher de chá de raspas da casca de um limão

Pré-aqueça o forno em 350ºF/ 176ºC. Unte uma forma com fundo removível de 22 cm com azeite. Numa vasilha média misture batendo com um batedor de arame o azeite, leite e ovo. Reserve. Numa outra vasilha grande, misture a farinha, o açúcar, o fermento e o sal. Adicione a mistura liquida à mistura seca e mexa bem com uma espátula, até ficar uma massa lisa. Junte delicadamente as raspas de limão e os cubinhos de figo seco. Coloque a massa na forma untada, leve ao forno e asse por uns 35 ou 40 minutos, ou até a torta estar firme e dourada. Remova do forno, deixe esfriar uns minutos, desenforme e deixe esfriar numa grade. Os figos podem ser substituídos por passas, cerejas, cranberries ou ameixas secas.

bolo-figo-limao_1S.jpg

um dia, dois dias, três dias

mais autenticidade, seria bom, né? sozinha, comi sanduíche de salada de batata com ovo. e vinho. minto, não estava sozinha. o gato Misty estava na cadeira ao lado. e a salada de batata com ovo era CÍTRICA. trilha sonora by Boswell sisters—the devil and the deep blue sea. peguei um monte de apps do Lonely Planet, mesmo não estando indo viajar pra lugar nenhum, só porque estavam dando de graça. sou unha de fome? vestindo uma camisa azul marinho tamanho extra large do meu marido—the same old me. meus planos: cancelar todas as assinaturas de revistas assim que comprar meu iPad. assinar todas as revistas novamente, versão eletrônica para o iPad. Peter, Paul & Mary. mãos geladas e aquecedor da casa ligado. casaco, botas, guarda-chuva. it rained on me. sempre percebo o erro ortográfico ou gramatical quando já é tarde demais. casquei fora do picnic de indio dos funcionários da universidade. sem muitas delongas, disse apenas, it’s not my cup of tea. sou uma lesma lerda mesmo: como que eu nunca participei de nenhuma cooking class no Co-op? e falando nelas, encontramos LESMAS ENORMES alojadas dentro de um repolhão meio oco que chegou com a cesta orgânica. A Place in The Sun [1951] obra prima do George Stevens. Elizabeth Taylor linda de cair o queixo aos 17 anos e Montgomery Clift, nem tenho palavras. Montgomery Clift é, pra mim, uma figura trágica. fico absurdamente comovida quando vejo filmes dele depois do acidente que o transfigurou. porque ele era lindo, lindo, lindo! muito mais que o fedorentinho James Dean e o mal humoradinho Marlon Brando. warning—isso tudo é um déjà-vu.

bolo de maracujá [do Chico]

bolo-maracuja-chico_1S.jpg

Que bolo mais simples e delicioso! Fiz rapidamente numa sexta-feira à noite e devoramos no café da manhã do sábado. Ficou exatamente como nós gostamos—com sabor de fruta, mas sem doçura excessiva. Perfeito. O bolo do Chico apareceu num dos invejáveis piqueniques organizados pela Neide Rigo e foi preparado pela Veronika Paulics. Vai virar um bolo assíduo aqui em casa.

3 ovos
1 xicara de suco de maracujá
1 xícara de açúcar
2 colheres de sopa de manteiga
2 xícaras de farinha de trigo
1 colher de sopa de fermento em pó

Pré-aqueça o forno em 365ºF/ 185ºC. Unte uma forma de bolo com manteiga e depois polvilhe com farinha de trigo ou açúcar. Bata no liquidificador os ovos, o suco de maracujá, o açúcar e a manteiga. Numa vasilha grande separada misture a farinha com o fermento. Jogue o liquido na mistura de farinha e mexa bem com uma espátula ou batedor de arame, até a massa ficar bem incorporada. Despeje a massa na forma untada e enfarinhada [eu usei açúcar] e leve ao forno por uns 25 minutos ou até o bolo ficar dourado e firme. Remova do forno, vire numa grade e deixe esfriar.

wine skin

wine-skin_2S.jpg
wine-skin_3S.jpg
Tenho o costume de transportar garrafas quando viajo, pois os deliciosos vinhos do meu estado são um excelente presente para familiares e amigos. Tenho então minhas técnicas pra proteger as garrafas, prevenir acidentes e otimizar espaço. Embrulho as garrafas em envelopes plásticos com fechamento firme e depois enrolo cada garrafa em roupas. Nunca tive uma garrafa quebrada, mas achei essas embalagens para carregar vinhos na mala muito mais práticas. Encontrei as wine skins pra vender numa vinícola no Napa Valley. Paguei três patacas cada uma e não sei se elas são feitas para serem reusadas por muito tempo, mas eu vou testar. Elas tem um fechamento adesivo, que podem não fechar tão bem depois da primeira viagem. Mas não é nada que uma boa fita crepe não resolva não é?

torta de coco—impossible pie

impossible-pie_1S.jpg

Foi a maior coincidência eu estar planejando um jantar rápido no meio da semana para uns amigos que eu não via há tempos e dar de cara com um monte de receitas perfeitas na revista Food & Wine. Dela saiu uma deliciosa sopa de couve flor que servi naquela noite gélida e esta sobremesa facílima de fazer e que pode ser preparada com antecedência [e foi o que fiz]. A receita faz duas tortas de 22 cm, mas eu fiz apenas uma, usando um refratário retangular bem grande. É um tipo de bolo de coco, batizada de impossible pie porque depois de assada ela forma uma camada mais firme por baixo, como se fosse uma massa, e a fofurice de coco fica por cima. Super deliciosa, super prática e as sobras simplesmente desapareceram da minha cozinha. Quem foi que comeu, ninguém sabe, ninguém viu!

1 tablete [113gr] de manteiga sem sal derretida
1 e 3/4 xícara de açúcar
4 ovos grandes
1/2 xícara de farinha de trigo
1 colher de chá de fermento em pó
2 xícaras de coco ralado
2 xícaras de leite integral

Pré-aqueça o forno em 350°F/ 176ºC, Unte dois refratários redondos de 22cm [usei apenas um retangular bem grande] com manteiga.

Numa vasilha grande bata vigorosamente com um batedor de arame a manteiga derretida e o açúcar. Adicione os ovos e continue batendo. Junte a farinha, o fermento, o coco ralado e o leite. Misture bem e coloque a massa nas formas [ou na forma grande, se for fazer apenas uma] e leve ao forno por mais ou menos 1 hora. Quando a torta estiver firme e dourada, remova a forma do forno e transfira para uma grade e deixe esfriar completamente. Se for fazer com antecedência, mantenha torta na geladeira, remova e deixe voltar à temperatura ambiente antes de servir.

purê de batata com verdura

purebatata-verdura_1S.jpg

Adoro as receitas da Heidi Swanson, porque elas são o exemplo perfeito da combinação da naturebice com a sofisticação. Esse é apenas um purê de batata que com a delicada adição dos pequenos detalhes da cebola fritinha e da verdura misturada, se transforma numa deliciosa refeição. Fiz sem medida e comi tudo sozinha [burp! excuse me!] dividindo entre jantar e almoço do dia seguinte. Até requentado esse rango continuou bom. Um purê de batatas—avec élégance.

serve 6 porções
1 quilo e meio de batatas descascadas e cortadas em cubos
Sal marinho
4 colheres de sopa de azeite
4 dentes de alho picados
1 maço de verdura [usei a Swiss chard, mas ela usa a kale]
1/2 xícara de leite morno ou creme de leite fresco
Pimenta do reino moída
5 talos de cebolinha verde picados
1/4 xícara de queijo parmesão ralado
Echalotas ou cebolas caramelizadas para decorar

Coloque as batatas numa panela grande e cubra com água. Adicione uma pitada de sal marinho e leve ao fogo. Cozinhe por 20 minutos ou até que as batatas estejam bem molinhas.

Numa frigideira aqueça 2 colheres de sopa de azeite e adicione o alho picado, a verdura picada e uma pitada de sal marinho. Refogue até a verdura murchar e cozinhar. Desligue o fogo e reserve.

Amasse as batatas e coloque o leite morno devagar, até atingir a textura de purê. Coloque mais ou menos leite, conforme for amassando. Tempere com sal e pimenta do reino.
Na hora de servir, coloque a verdura refogada dentro do purê e misture. Coloque em cumbucas, faça um buraco no centro e regue com o restante do azeite, decore com as cebolinhas picadas, o queijo parmesão e as cebolas ou echalotas caramelizadas.

[*para fazer as cebolas/echalotas caramelizadas, apenas frite a cebola cortada bem fininho em azeite e em fogo baixo, mexendo com uma colher de pau vez e outra, até elas ficarem bem douradas e crocantes.]