torta de morango & chocolate

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Voltei da banquinha de frutas da road 16 carregando três caixas de morangos e desta vez quis fazer uma sobremesa com eles. Um bom lugar pra procurar receitas bacanas é o Food 52 e foi lá que encontrei essa torta de morangos com chocolate. Achei que ela fica bem parecida com as lemon bars, só que feitas de morango [claro!]. Dá pra cortar em quadradinhos e servir tanto como sobremesa quanto como lanchinho. Fica muito gostosa.

para a massa:
1 e 1/2 xícaras de bolachas doces [tipo maizena ou graham cracker]
1/3 xícara de açúcar
6 colheres de sopa de manteiga sem sal derretida
1 xícara de chocolate meio amargo derretido
para o recheio:
1 quilo de morangos
1/3 xícara de água
1/2 xícara de açúcar
3 colheres de sopa de amido de milho [maizena]
Suco de meio limão

No processador coloque as bolachas, o açúcar e a manteiga derretida e pulse bem. Pressione essa mistura na base de uma forma com fundo removível e asse em forno a 375ºF/ 200ºC por 10 minutos. Remova do forno e deixe esfriar. Derreta o chocolate—eu fiz no microondas, colocando por 1 minuto, mexendo e colocando por mais 1 minuto. Espalhe o chocolate derretido sobre a massa e leve ao congelador por 20 minutos.

Lave e pique os morangos. Separe uma parte e amasse ou pulse no processador até obter 1 xícara de polpa. Coloque numa panela, junte a água, o açúcar, o amido e o suco de limão. Cizinhe em fogo médio ate a mistura engrossar bem. Remova do fogo e deixe esfriar. Pique o restante dos morangos e reserve 10 deles para decorar a torta. Misture os morangos bem picados no molho engrossado. Recheie a torta com essa mistura. Alise bem a parte de cima com uma espátula e decore com o restante dos morangos cortados em fatias finas. Cubra a torta com papel alumínio e leve à geladeira de um dia para o outro. Na hora de servir remova da geladeira, deixe descansar uns minutos, corte em fatias e sirva. Pode servir com creme de leite fresco batido em chantilly se quiser, mas eu não quis.

neste final de semana

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Em alguns finais de semana eu cozinho mais do que em outros. Neste último até que eu fiz algumas coisas diferentes, o que me deixou bastante feliz, pois no anterior não teve muita novidade. Pode ser por pura preguiça, mas sempre escolho preparar comidas que não tenham muitos passos, nem muitos ingredientes, nos contentamos com uma mesa simples com produtos frescos e da estação—feijões, legumes cozidos ou em saladas, verduras, pão, pasta, sopa, ovos, queijo, sorvete, fruta. Aliás, pra nós fruta é sobremesa.

Eu e minha amiga Roberta conversamos sobre os Fitzgeralds, os Hemingways e os Murphys e de como muitos livros sobre eles foram escritos a partir das centenas de cartas que eles deixaram, correspondência frequente entre amigos, e que serviram como peças de um quebra-cabeças possibilitando que se contasse muitas histórias incríveis. Nós ainda tivemos esse hábito de escrever com caneta no papel, depois através do e-mail, contar nosso dia a dia, os acontecidos da nossa vida para pai, mãe, irmãos, tios, primos, amigos. Hoje parece que estamos substituindo tudo isso por cliques de “like” nas postagens das contas de Facebook ou troca de pequenos diálogos no twitter. Todo aquele registro escrito sobre nossas vidas e cotidiano que fazíamos até pouco tempo está caindo em desuso e eu me pergunto como seria possível recontar a história de alguém sem isso? Teremos muitas fotos tiradas com câmeras digitais e celulares, muitos links e bobagens compartilhados nas redes sociais, mas poucas palavras escritas.

Quando minha irmã veio me visitar em dezembro, enchi geladeira de ingredientes para possíveis receitas. Mas quando se quer aproveitar a companhia das visitas o que menos se faz é cozinhar. Por isso acabei com várias caixas de massa folhada guardadas no congelador. Daquela massa feita somente com farinha e manteiga, que por ser tão boa não pude permitir que houvesse desperdício. Descongelei uma das caixas e fiz duas tortas. Também fiz bolinhos com um risoto de ervilha torta que sobrou da semana. E comemos mais alcachofras grelhadas, mais saladas de rabanetes, pizza de queijo e aliche, macarrãozinho com alho verde e brócolis, laranjas e damascos frescos, uma torta de morango, chá feito com hortelã dos vasos e o refrescante tinto de verano feito com o que restou do vinho do sábado a noite.

Não fomos à lugar nenhum e não fizemos nada especial neste final de semana. Ficamos no melhor lugar do mundo, que é a nossa casa em Woodland. Fomos às compras, eu cozinhei, fui nadar, li livros e revistas. O Uriel cortou a grama e papeou com a vizinhança. No domingo conversamos com meus pais pelo skype, eu tirei algumas fotos, ouvimos música e descansamos.

a arte de mendigar [comida]

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tem algo pra mim? tem? tem? Eles são incrivelmente fofinhos e abstraindo os potentes dentões parecem até um bichinho de estimação. Mas eles são uma verdadeira peste e infestam o campus Davis da Universidade da Califórnia onde eu trabalho. Agora que o tempo esquentou e já pude voltar a comer outdoors, os esquilos voltaram a participar do meu almoço. É uma participação de figurante, já que eles não protagonizam nenhuma comilança, apenas me rodeiam pedindo coisas. Uns são mais tímidos e ficam relutantemente me olhando de longe, na esperança que eu deixe algum farelo para trás. Outros são realmente audaciosos e chegam bem perto, quase me cutucam, me olhando com umas caras muito melodramáticas de pidões esfomeados. Fico com pena, mas não dou absolutamente nada, pois eles têm muitas outras comidas mais apropriadas pra eles no campus, como azeitonas, acorns, nozes, cerejas, e pêssegos. E porque sou contra alimentar animais silvestres com comida de humanos.

in the old [old] houses

Quando tomamos a decisão de mudar para Woodland, eu fiquei um pouco receosa de vir morar numa cidade mais tradicional, contrastando com a atmosfera liberal que sempre vivenciei em Davis. Eu sabia que aqui iria ser diferente—sem as hordas de estudantes jovens e moderninhos, sem a população internacional itinerante, sem o farmers market bacanão e ultra famoso, sem as festas da universidade, eteceterá, eteceterá. Na época duas pessoas me falaram coisas que na hora não fizeram tanto sentido, mas que agora estão fazendo. Primeiro foi o mocinho que fez a inspeção da venda da nossa casa em Davis que me disse—vá para Woodland com a cabeça aberta, que tenho certeza que lá você vai encontrar a sua tranquilidade. E depois foi o meu marido que me disse—você vai fazer com Woodland o que fez com Davis, vai descobrir mil coisas legais e escrever sobre elas no blog, vai até deixar gente com vontade de vir conhecer a cidade. Não sei se Woodland entraria no badalado circuito turistico internacional, mas eu com certeza encontrei aqui muita coisa que nem estava procurando.
Essas fotos logo abaixo são de um passeio que fizemos em setembro de 2011 pela nossa vizinhança. É um evento já bem estabelecido e que acontece todos os anos, chamado de Stroll Through History. Durante um dia as pessoas fazem excursões pelo centro e vizinhanças históricas da cidade. Os visitantes andam pelas ruas acompanhados de arquitetos e historiadores, que vão contando histórias sobre a cidade e sobre as casas e as diferenças de estilo e de época. Temos muitas casas vitorianas aqui em Woodland e muitas são extremamente bem preservadas. E outras tantas casas de muitos outros estilos. Uma delas é a minha, construída em 1948 em estilo inglês colonial. Mas o mais legal desse evento é que muitas casas abrem para o público pagante e podemos entrar nelas e xeretar por dentro. Elas são super bem decoradas, algumas com mistura de coisas antigas e novas, outras bem tradicionais, com a proprietária velhinha te recebendo na sala e contando histórias de família. Em muitas das casas somos recepcionados pelos donos e voluntários do evento vestidos de acordo com a moda da época. No quintal tem bandas tocando música, você pode até dançar. Visitamos todas as casas do circuito, mais as que estavam abertas para venda e duas extras, que o guia arquiteto descolou para o nosso grupo conhecer. As pessoas realmente vivem nelas, e podemos ver a cozinha com os utensílios diários, a mesa de jantar arrumada, a sala com piano onde a família se reune. Todas as casas são realmente magnificas. Passamos o dia nesse trancetê e no final da empreitada olhamos um para o outro sorrindo e tivemos a mais absoluta certeza de que nos mudamos para o lugar certo.

the historic stroll the historic stroll the historic stroll
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»tirei umas 98765 mil fotos com o meu iphone durantre o evento, que foi das 8 am às 5 pm e tive que escolher apenas alguns pares delas. mas consegui fazer um pequeno patchwork com as que mais gostei—casas vitorianas com coleção de xícaras clássicas, outra com a cozinha toda decorada com uma coleção infindável de alcachofras, a parede coberta de utensílios culinários antigos, uma varanda com rede, a salinha de estar da casinha da década de 20 que tinha uma adega com bar no basement, o fogão vintage recondicionado, o quarto minimalista da casinha moderna de 1912, e algumas fachadas das lindas casas dessa vizinhança super arborizada.

antepasto de alcachofra

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Alcachofras são a cara [e a fuça] da primavera. Não disputam na mesma raia que os aspargos, pois esses não têm concorrência—são simplesmente onipresentes. Mas as alcachofras são sempre uma agradável surpresa, também porque são lindas, umas flores. E essas chamadas de baby, são mini florzinhas. Comprei na banquinha da road 16, onde estamos assíduos. Como só tinha um pacote e estava sem preço, fui perguntar—são alcachofras? são locais? de onde? quanto custam? Todas as respostas foram positivas, mas a do preço foi a que realmente me deu a rasteira final—UM DÓLAR!

Preparei essas mini alcachofras como antepasto. Limpei da maneira de praxe, lavando e cortando a base e as pontas, depois fatiando ao meio. Depois elas foram para a panela com água e suco de limão e cozinharam por uns 15 minutos. Drenei a água, coloquei numa vasilha e temperei as florzinhas com sal marinho, pimenta do reino moída na hora, folhinhas de tomilho fresco, além de bastante azeite extra-virgem. Misturei bem e levei para a churrasqueira para grelhar. Deixei cozinhar dos dois lados, removi do fogo e deixei esfiar antes de servir. Essa entrada fria de alcachofra também guarda muito bem na geladeira, para ser servida no dia seguinte.

T & Y Strawberry Patch

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O farmers market de Woodland ainda está em recesso, então eu estava indo no de Davis uma semana sim, outra não. Mas um dia deu uma baita preguiça. Era um lindo sábado ensolarado e eu queria ficar por aqui mesmo, na roça, sem ter que pegar estrada, procurar vaga pra estacionar e esses troços todos. Resolvemos sair a procura de um fruit stand, uma banquinha, uma vendinha. Afinal estamos numa área agrícola, cercados por fazendas, pomares de frutas, campos de tomates e trigo, pastagens com carneiros, cabras e vaquinhas. Seguimos até o final da Main Street, que virou road 16 e logo vimos os sinais indicando a venda de morangos.

Já voltamos lá várias vezes, pra comprar mais laranjas da fazenda do Tony Turkovich, ovos das galinhas hillbillies, limões e limas, aspargos, ervas-doce, alcachofras, mixiricas, abacates e até lindos morangos, que já deram o seu ar da graça. O lugar é super simples—a venda, num barracão espaçoso na frente e a horta e um pomar de amêndoas atrás. Muita coisa é produzida ali outras vêm dos arredores, tudo local e sem agrotóxicos, nos garantiu o mocinho asiático que cuida do caixa. Cada vez que vamos lá conhecemos alguém diferente, mas parecem que são todos da mesma família. O Uriel perguntou a história deles e assim ficamos sabendo que eles são refugiados do Laos. Vieram para os EUA no final dos anos 80, ficaram um tempo vivendo num campo de refugiados e depois se estabeleceram em Woodland.

Tenho gostado muito de fazer minhas compras lá, porque é perto, é conveniente e os produtos são fresquíssimos e baratos. E é mais uma opção pra mim. O mocinho que sempre nos atende disse que no verão eles terão um mundaréu de frutas, locais—além dos legumes, verduras, amêndoas, pistachios, mel e lavanda.

pudim de coco & limão
[com molho tropical]

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Fiz essa sobremesa refrescante algumas semanas atrás puramente para gastar ingredientes. Tinha uns saquinhos de frutas tropicais secas encalhados e eles foram o ponto de partida para esse pudim que ficou muito gostoso. Piquei as frutas secas—mamão, abacaxi e manga—em pedacinhos e cozinhei com um pouquinho de água e açúcar mascavo claro em fogo baixo até a calda engrossar e ficar quase como um xarope. Reservei. Para fazer o pudim usei:

1 xícara de leite de coco
1 xícara de leite integral
Suco e casca ralada de 1 limão
Mel a gosto
1 envelope [1 colher de sopa] de agar-agar

Coloque o leite de coco e as raspas de limão numa panela, salpique o agar-agar por cima e leve ao fogo. Quando começar a ferver desligue o fogo e junte o suco, o leite e o mel. Mexa até o mel dissolver completamente, despeje em forminhas e leve à geladeira. Quando os pudins estiverem bem firmes e gelados retire da geladeira e sirva com o molho de frutas tropicais. Pode desenformar se quiser, mas eu não quis.