ricota com vino santo
[& pêssegos frescos]

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Outra sobremesa de verão inspirada pelo livro Seasonal Fruit Desserts da Deborah Madison. Fiz novamente a receita de ricota, desta vez drenei num pano mais grosso e por menos tempo e ela ficou mais liquida. Temperei essa ricota com raspas de casca de laranja, açúcar de confeiteiro a gosto e uma dose de Vin Santo. Bati bem com um batedor de arame e deixei gelar por algumas horas. Quando for servir é só colocar a ricota temperada nos potinhos e servir com fatias de pêssego fresco cortadas na hora.

eton mess

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No almoço de despedida para meu filho e a namorada, que seguiram em viagem longa para o Brasil, fiz essa sobremesa tradicional britanica para agradar a minha norinha ultra-fofa que é neta de ingleses. Não é exatamente uma receita, porque eu fiz tudo de olhômetro. Comprei os morangos mais maduros e doces, uns suspiros prontos de baunilha e um vidro do melhor creme de leite fresco que encontro por aqui. Bati o creme de leite em picos firmes e adicionei um pouquinho de açúcar de confeiteiro e um splash de essência de baunilha. Lavei e cortei os morangos ao meio, quebrei os suspiros com as mãos e misturei tudo com o creme batido. Daí é só colocar porções em tacinhas e servir.

massa para galette

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galette de uva branca & alecrim

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galette de damasco & lavanda

As frutas de verão são ótimas para fazer essa tortinha rápida e prática chamada galette. Dá pra misturar frutas com ervas e até usar ingredientes mais inusitados como o azeite. Nos meus arquivos eu tinha essa receita bem diferente de massa de galette publicada pelo NYTimes. Gostei da ideia dessa massa mais pãozuda, porque as massas de galette são geralmente daquelas quebradiças feitas à base de manteiga. Gostei do resultado, com uma massa muito fácil de abrir e cheirosa [como tudo que vai fermento de pão]. Como a receita faz dois discos de massa, fiz duas galettes. A de damasco servi como sobremesa no almoço e a de uva foi protagonista do nosso lanche do final do domingo.

faz 2 galettes
1 e 1/2 colheres de chá de fermento biológico seco [para pão]
1/2 xícara de água morna
2 colheres de sopa mais 1/4 de colher de chá de açúcar
1 ovo caipira grande em temperatura ambiente, batido
1 xícara de farinha de trigo integral
1 e 1/4 xícaras de farinha de trigo branca
1/4 de xícara de farinha de amêndoas [ou amêndoas moídas]
1/2 colher de chá de sal
4 colheres de sopa de manteiga sem sal em temperatura ambiente

Dissolver o fermento de pão na água morna. Adicionar 1/4 de colher de chá de açúcar e deixar descansar por 5 minutos até que a mistura fique meio cremosa. Adicione o ovo batido e reserve.

Na batedeira equipada com a pá peneire as farinhas, as 2 colheres de sopa de açúcar e o sal. Adicione a manteiga e bata em velocidade baixa até que a mistura fique quebradiça. Adicione a mistura liquida de fermento e continue batendo em velocidade baixa até formar uma massa. Coloque essa massa sobre uma superfície levemente enfarinhada e amasse delicadamente até ela ficar bem lisa, por cerca de um minuto. Formar uma bola com a massa e colocar em uma tigela levemente untada com manteiga, cobrir com filme plástico e deixar a massa crescer em um local sem correntes de ar até que tenha dobrado de tamanho, por cerca de 1 hora.

Coloque a massa numa superfície levemente enfarinhada e divida em duas partes iguais. Moldar cada pedaço em uma bola sem amassar, cobrir com filme plástico e deixar descansar por 5 minutos.

Abra a massa com cerca de 20 centímetros de diâmetro. Coloque sobre uma assadeira coberta com papel vegetal. Pode cobrir a massa aberta com plástico e levar ao congelador, se quiser guardar uma delas pra usar numa outra ocasião. Para descongelar é só deixar por alguns minutos em temperatura ambiente. Para fazer as galettes coloque o recheio no centro da massa e leve ao forno pré-aquecido em 365ºF/ 185ºC até a massa ficar bem dourada e o recheio cozido, certa de 20-30 minutos.

»para fazer o recheio de damascos com lavanda—lave e corte meio quilo de damascos ao meio, remova os caroços. tempere os damascos com suco de meio limão, 1 pitada de sal, 1 colher de sopa de amido de milho, 1/2 xícara de açúcar de lavanda , misturar bem e rechear a massa. pode molhar as bordas da massa com água e salpicar açúcar, nessa eu usei o açúcar perolado.

»para fazer o recheio de uvas brancas & alecrim—lave e corte ao meio três cachos grandes de uva branca sem semente, misture com três galhinhos de alecrim fresco, tempere com azeite de laranja [ou outro bem frutado] e um pouco de açúcar demerara. recheie a massa. pode molhar as bordas da massa com água e salpicar açúcar demerara.

beauty is in the eye of the beholder

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Já faz um tempo que estou querendo tocar neste assunto, já que está mais do que claro para os frequentadores desde blog que eu abandonei o uso das firolices fotográficas por aqui. A câmera está num canto, as lentes estão no mesmo canto e tudo o que eu fazia antes com relação à produção de imagens para publicar neste espaço eu não faço mais. O que eu faço agora é o que considero o mais viável para esta fase da minha vida em que o tempo anda escasso. Carrego aquela gadget multi-tasking super-poderosa faz-tudo comigo pra onde vou, o tempo todo. E é com ela que tiro fotos. Neste momento isso incluí absolutamente todas as fotos que aparecem por aqui. Se não fosse essa maravilhosa gadget combinada com o mais funcional aplicativo de manipulação de fotos, este blog já teria morrido à mingua. As fotinhas com filtro do tão criticado instagram foi o que me restou, porque eu simplesmente não tenho mais tempo para fazer mil cliques com câmera, trocar lentes, editar dezenas de imagens, escolher as melhores, eteceterá. Com a dupla iPhone-instagram eu posso ser rápida, não perco tempo, a comida não esfria, não pago mico em público, não preciso carregar equipamento, não preciso me antecipar pra nada, porque na hora que a oportunidade aparecer eu estarei pronta para ela. Isso não quer dizer que não preciso ter um minimo de cuidado. Muito pelo contrário, preciso ter um certo timing, ter um olho apurado pra captar a essência da imagem e da mensagem que quero passar e preciso ser bem rápida no gatilho, ter a mão firme e ser decidida, porque muitas vezes só me dou aquela única chance, não fico escolhendo pose, apenas enquadro e clico. Já me senti um pouco culpada por ter adotado esse esquema mais fácil, porque percebo que há uma tendência geral pelas imagens mais profissionalizadas. Mas cada momento é único pra cada caso e pessoa. E o meu momento é esse—me falta tempo e paciência, mas não me falta vontade de criar. Assim então, para satisfação ou desgosto do freguês, continuarei até quando resolver mudar.

picolé de cereja fresca
& amêndoa

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Essa mistura da cereja fresca com o extrato de amêndoa resulta num dos sabores mais auspiciosos que já provei nos últimos tempos. Fiz algo parecido pra acompanhar aquela ricota fresca e dali foi um pulo para transferir a ideia para um picolé. Outstanding!

1 xícara de cerejas frescas sem caroço
1/2 xícara de half and half [ou creme de leite fresco]
1/2 colher de chá de extrato puro de amêndoa
Mel a gosto para adoçar

Bater tudo no liquidificador, colocar nas forminhas, levar ao congelador e quando firmar, remover os picolés e se esbaldar.

bolo de milho & coco

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Domingo foi dia de ziriguidum nos armários da cozinha e despensa, porque eu tenho uma mania de ficar comprando todo ingrediente interessante e diferente que vejo pela frente e muitas vezes mantenho por anos, guardado em alguma lata, prateleira ou gaveta. Foi então que joguei fora um monte de coisa [e meu coração chorou!] com data de validade vencida há mais de dois [três, quatro] anos. Mas algumas coisas se salvaram, como um pacotão de flocos de coco orgânico e outro pacotão de flocão de milho brasileiro. O coco eu devo ter comprado pra fazer alguma receita que acabei não fazendo. E o flocão comprei por engano na lojinha internacional achando que era uma variação da farinha de milho em flocos que a gente usa pra fazer cuzcuz paulista. Não era. Como eu não conhecia esse produto, tentei usar para fazer farofa, mas não deu muito certo. Sorte a minha que o pacote trazia duas receitas impressas no verso, uma delas a desse bolo. Adorei a textura flocãozuda dele. O coco, que eu moí grosseiramente no processador de alimentos também deve ter contribuido para a textura final. É um bolo não muito doce, mas bem fofo e pedaçudo, bem gostoso para servir de acompanhamento para aquela xícara matinal de café com leite.

2 xícaras de kimilho flocão*
[se não achar o flocão tente substituir por cormeal moida grossa]
2 xícaras de leite
1 xícara de açúcar
1/2 xícara de óleo vegetal
1 xícara de coco ralado
3 ovos caipiras [gemas e claras separadas]
1 colher de chá de fermento em pó

Pré-aqueça o forno em 355ºF/ 180ºC. Unte uma forma de 20 cm com um furo no meio com óleo vegetal e reserve. Em uma panela, misture o kimilho flocão, o leite, o açúcar e o óleo. Leve ao fogo médio por 5 minutos. Desligue o fogo e deixe esfriar completamente. Enquanto isso bata as claras em neve. Quando a mistura estiver fria, junte o coco ralado, as gemas e o fermento em pó. Misture bem com um batedor de arame. Junte então as claras em neve usando uma espátula. Coloque a massa na forma untada, leve ao forno e asse por 45 minutos. Quando o bolo estiver dourado e cozido no meio remova do forno e deixe esfriar completamente antes de desenformar.

figo com anis, ricota e avelã

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Na semana retrasada perdi por questão de segundos a última caixinha de figos que um dos produtores do Farmers Market de Woodland estava vendendo. Fiquei emocionalmente arrasada. Neste último sábado cheguei mais cedo e consegui comprar duas caixinhas. Essa é a primeira leva dos figos, que fazem um pequeno hiato e regressam no final de agosto para encerrar o verão num apoteótico gran finale. Comemos alguns dos figos al natural, acompanhados de mel e queijo brie. O restante eu assei, inspirada numa receita da Deborah Madison, que faz a versão sem assar e que também deve ficar muito bom. É regar os figos com um licor de anis [usei o Pernod] salpicar com um pouco de açúcar demerara e coloca-los para assar rapidamente no forno. Depois é só servir com ricota fresca e avelãs [ou amêndoas] tostadas.

gelatina de vinho rosé & berries

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Está fazendo aqueles famosos 40ºC secos por aqui hoje e eu já bebi uns dez litros de água. Por isso resolvi publicar essa receita refrescante que estava no vai-não-vai porque foi invencionice e não tem nada muito de especial. Separe duas xícaras de vinho rose. Coloque 1 xícara numa panela pequena e adoce com mel a gosto [eu usei um fortíssimo de jaborandi, que veio do Brasil] e leve ao fogo médio. Coloque a outra xícara de vinho numa vasilha, adicione uma colherzinha de água de rosas e salpique por cima 1 envelope [7g] de gelatina em pó sem sabor. Quando o vinho estiver bem quente na panela [não deixe ferver] remova do fogo e junte ao vinho frio salpicado com a gelatina. Mexa bem com um batedor de arame até que a gelatina dissolva completamente. Coloque as berries da sua preferência no fundo de taças transparentes e coloque por cima o liquido da gelatina. Leve à geladeira até firmar bem e sirva.