macarrão frio com abobrinha

macarraofrio.JPG

A preguiça é a mãe da invencionice. Muitas abobrinhas na geladeira, mais calor, mais falta de vontade de cozinhar é igual a receita de macarrão frio.

Numa vasilha grande rale duas abobrinhas médias e tempere com sal, pimenta do reino, azeite e um pouquinho de vinagre balsâmico. Cozinhe duas porções de macarrão parafuso em bastante água e sal. Coe e reserve.

Junte à abobrinha ralada: umas azeitonas pretas picadas, uns tomates secos picados, uns tomates cerejas picados – parece redundante acrescentar duas variedades de tomates, mas faz sentido no sabor, um pedaço pequeno de queijo Stilton picadinho, umas folhas de basilicão.

Junte o macarrão parafuso cozido e frio com a mistura de abobrinha. Mexa bem para incorporar os temperos e sirva.

Aioli Bodega Española

Fomos celebrar a minha estabilidade profissional num pequeno restaurante espanhol, que tomou o lugar do simpático Café California, onde estivemos algumas vezes saboreando a simples e saborosa California cuisine. Eu tinha ouvido que não se deveria atrever a chegar no Aioli Bodega Española sem uma reserva, já que o restaurante estava atraindo pencas de gente. Fizemos reserva, mas não achamos que fosse imprescindível, pois o lugar não estava lotado.
A reforma transformou o ensolarado café numa escura bodega. Ficou legal, um ambiente aconchegante. Taças de vinho com velinhas penduradas em arames de cobre, faziam a iluminação. Toalhas de saco de batata rústico cobertas por papel marrom nas mesas. No menu uma extensa lista de tapas frios e quentes. Muitos pratos com peixes e frutos do mar, e é claro, a sempre presente paella – regular e vegetariana, pois estamos em solo californiano.
Pedi uma taça de um vinho português, coisa raríssima por aqui. Fomos de salada de endivas com queijo e amendoas tostadas, e bistecas de carneiro, acompanhadas de espinafre refogado e batatas com um molho vermelho de paprica picante. Na sobremesa, pedimos um creme de laranja muito parecido com um crème brûlée. Um jantar bem agradável, e ainda ouvimos um “muchas gracias” na despedida. Ambientação perfeita, quase pensei que iríamos sair para alguma ruela medieval na Espanha, e não na moderninha calçada de downtown de Davis.

roasted red pepper salad

threeredpp.JPG
umamaotomilho.JPG

A minha amiga Bia está tentando montar um cardápio de comidinhas simples e saudáveis para a semana corrida dela. Quando conversamos sobre isso eu estava assando uns pimentões vermelhos na churrasqueira, pra fazer salada. Ela adorou a idéia! Eu faço muito essa salada no verão, para aproveitar os pimentões vermelhos e amarelos que recebo na cesta orgânica. É bem simples e fica muito bom.
Toste os pimentões na churrasqueira ou na chama do fogão até eles ficarem com a pele bem queimada. Enrole um a um numa folha de papel toalha, ou coloque todos num saco de papel e deixe esfriar. Esfriando, abra o papel, despele a casca preta, retire as sementes, corte em fatias ou dexe em pedaços grandes. Tempere com sal, pimenta do reino, azeite e vinagre balsâmico. Salpique com alguma erva fresca. Eu usei tomilho desta vez, pois estou com uma super produção dessa erva na minha horta. Deixe marinar por algumas horas e sirva. Fica melhor de um dia para o outro. Gostamos de comer essa salada com pão tostado com um fio de azeite. Se quiser o pimentão mais durinho, toste no fogo por menos tempo.

Garimpagem

Os objetos mais interessantes que eu tenho na minha cozinha são achados de thrift stores – como uma chaleirinha francesa vermelha sapicada de bolinhas, inúmeras jarras e saladeiras artesanais de cerâmica, panelas Le Creuset, xícarazinhas italianas para café, travessas vintage ou os impagáveis pratos decorados com moscas! Eu passo de vez em quando nas lojinhas da cidade. Gosto da loja do SPCA, porque sei que o dinheiro que eu gasto lá ajuda os cães e gatos orfãos e abandonados. E é lá que eu acho as coisas mais bonitas e diferentes. Quando vi esses pratos das moscas não acreditei…. agarrei todos bem rapidinho e fiquei com uma risada besta na cara. Geralmente é assim, eu passo os olhos pelas prateleiras e vou agarrando tudo o que eu gosto. É gostou, pegou, porque se você não pegar, alguém que virá logo depois de você com certeza pegará e então é byebye forever, porque você não encontrará algo similar tão cedo. Fico pensando em quem doa essas coisas diferentes pra lojinha. Será que comprou e não gostou? Ou enjoou? Muitas vezes são coisas lindas e novas. Eu acho que as thrift stores são uma das poucas conseqüências positivas do consumismo desenfreado que se pratica aqui. Pelo menos essas pessoas doam as tralhas, não vendem, como outras pessoas fazem em garage sales. E eu vou lá e compro, o que não deixa de ser consumismo também, mas pelo menos eu me concentro na boa causa, de ajudar os bichinhos, e me sinto muito mais leve, sem culpa.

Tommaso’s

tommasos1.JPG tommasos2.JPG
tommasos3.JPG tommasos4.JPG
tommasos5.JPG tommasos6.JPG

Pra compensar o nosso almoço meia-boca com visão panorâmica, e outros quiprocós chatos que se passaram durante o dia, sugeri que fossemos jantar no Tommaso’s em North Beach. Este é sem dúvida e nosso restaurante italiano favorito em San Francisco. Encontramos ele por acaso, num dia que procurávamos um lugar para jantar na cidade. Sei lá como fomos parar naquela quase esquina da Broadway com a Kearny Street, que é uma região meio suspeita, cheia de strip clubs e lojas de filmes x-rated. O Tommaso’s é apenas uma portinha verde, que só abre para o jantar. O que nos atraiu foi a placa dizendo que ali estava o primeiro forno a lenha da cidade, ainda funcionando. Forno a lenha – a palavra mágica! Nossa primeira experiência no restaurante foi meio bizzara, não por culpa do lugar, mas sim de um casal sem noção. O Tommaso’s tem os booths aconchegantes dos lados e uma fileira única de mesas no centro. As mesas são juntas, então não há muita privacidade. Mas quando se vai em dois, um casal, é bem raro de se sentar num booth. Já ficamos na longa mesa inúmeras vezes, mas até isso faz a atmosfera do Tommaso’s interessante.
Eu que reclamo o tempo todo da péssima qualidade da comida italiana aqui na Califórnia, calo totalmente a minha boca quando vou ao Tommaso’s, e só abro pra comer e dizer hmmmmmmmmmm! Tudo lá é bom. Tudo simples, ainda no mesmo estilo que se fazia na década de 30, quando o restaurante abriu. Eu adoro o meat antipasto, com três tipos de frios cortados finíssimo e uma cumbuca de alcachofras temperadas. O pão é bom, a pizza é ótima, as pastas são feitas lá. Amo o manicotti com molho marinara. E a berinjela a parmegiana. Vinho, água, salada caprese e de alface, nunca pedimos sobremesa, porque não cabe. Espresso com uma lasquinha de laranja e a conta!
O único problema do Tommaso’s é que está sempre lotado e tem-se sempre que esperar um tanto pra sentar. Enquanto esperamos bebemos vinho e lemos as muitas reviews pregadas nas paredes, algumas bem antigas. Com elas ficamos sabendo que o Tommaso que deu o nome ao restaurante não era um italiano, mas o cozinheiro chinês chamado Tommy. Também ficamos sabendo que na década de 70 o cineasta Francis Coppola costumava fechar o restaurante, convidar os amigos e ir pra cozinha, fazer ele mesmo as pizzas. Eu adoro o ambiente anos 30 do Tommaso’s, que pelo jeito só foi ganhando camadas de tinta, mas nunca foi reformado ou adaptado. A clientela que se adapta ao lugar pequeno, porque por aquela comida maravilhosa, se faz qualquer sacrifício!

The Beach Chalet

thebeachchalet.JPG

A vista para a Ocean Beach era bonita no The Beach Chalet em San Francisco, mas a comida deixou bastante a desejar. O restaurante, lotado de famïliazinhas para o dia dos pais, era muito barulhento e tinha preços acima da qualidade do menu. Comemos um sanduiche de black forest ham com queijo gruyere, molho de mustard-honey, no pão acme dark rye, acompanhado de french fries, uma coleslaw murcha e uma metade de um pickles ressecado. Nunca mais voltaremos lá, nem mesmo pela vista.