Burp…!

Torradas com queijo, pudim de manga, brownie fat-free, pizza de alcachofra, salada de rúcula, Italian soda de melão, french soda de boysberry, sushi, peito de peru com bacon, risoto com ervilhas e queijo gárlico, pudim de pão, torta de blueberry, bolinhas de carne com hortelã, peixe-espada no limão e vinho, apricots frescos, suco de cranberries com água tônica, bagel de frutas com mel, café-com-leite desnatado, tomates com mussarela, água mineral…….

Revista Elle, MTV, Dirty Harry, Fargo, Jerry Lewis e Dean Martin na cadeira de barbeiro, Gary Grant e Audrey Hepburn na Europa, Rising Arizona (Coen’s bro again!), Donna Summer, terremoto em Nevada, Richard Gere em 88, Martha Stewart X Sandra Bernard, mulheres no Rock’n’Roll, efeitos especiais no Star Wars, Ben Stiller patético, mais uma história de Vietnã, the weather in northern california, crimes da máfia, a polemica dos quadrinhos ‘racistas’ do Aaron McGruder, Pernalonga detonando o Patolino, entrevistas em ‘Time Line’ com Nicole Kidman, Larry King com John Kennedy Jr, O Exorcista, Olivia Newton-John em Reno, colar de brilhantes por $19,99, Fried Green Tomatoes, teenagers põem fogo em casas em Stockton, karaokê nas Bahamas……..

Bolo de amêndoas norueguês

Talvez eu faça esse bolo pro Natal, junto com a Torta Brownie de Avelã, receita da Gisa. Essa receitinha já foi testada e aprovada. Fez o maior sucesso no jantar na casa de uma amiga. A receita eu peguei na internet, mas depois achei uma bem semelhante num número da Everyday Food da Marthinha Malandra Stewart, então fiquei mais tranquila com a certeza que daria certo. É um bolo sem farinha e tem as amêndoas, que são ótimas pro coração. Mas o molhinho que vai em cima é uma perfeita bomba de colesterol. Então é bom fazer este bolo apenas em ocasiões especiais.

A receita:
Para a massa:
6 claras de ovos
1 xícara de amêndoas moídas
1 xícara de açucar de confeiteiro
1 colher de chá de fermento em pó
Para a cobertura cremosa:
1/2 xícara de creme de leite [creme para chantily – whipping cream]
5 gemas de ovos
1/2 xícara de açúcar
1/2 xícara de manteiga

Bata as claras até elas ficarem bem firmes. Acrescente as amêndoas às claras em neve. Adicione o açúcar e o fermento. Ponha numa forma redonda untada e asse por 30 min em forno pre-aquecido no médio [350F]. Deixe esfriar e desenforme.

Numa panela, coloque o creme, as gemas e o açucar e vai batendo com um batedor de claras em fogo baixo até engrossar. Tire do fogo e acrescente a manteiga, batendo até que o creme fique liso. Deixe esfriar e derrame sobre o bolo.

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the food market

Eu adoro comprar em dois mercadinhos internacionais aqui em Davis. Um deles é o Kim’s Market e o outro é o International Food Market.

No Kim’s você encontra todo tipo de ingrediente e produtos asiáticos – do japão, coréia, china, tailândia…. Lá eu compro arroz e alga para sushi, todo tipo de soba japonês pra fazer frio, salgadinhos de arroz, banchá, tofu frito, missô. Eu adoro uns cubinhos feitos de pipoca de arroz e snacks de algas. Eles também têm os maravilhosos pickles de gengibre, raiz de bardana e os lactobacilos vivos do yakult! É um lugar pequeno, com três corredores, uns cinco freezers e uma senhora atendendo no balcão, rodeada de tranqueiras e muitos doces interessantes, que eu sempre fico na tentação de comprar.

O International Food Market consegue ser mais caótico e mais diversificado. Ele é um mercadinho indiano, mas vende de tudo, em dois corredores compridos incrivelmente bagunçados! Lá eu compro azeite espanhol, bolachas holandesas, belgas, francesas e turcas, temperos indianos, chás ingleses, pita bread fresquinho, quentinho e cheiroso, trigo de quibe, pistachio, feta cheese, iogurte grego, halaw, ervilhas de todas as cores e tamanhos. E me divirto olhando produtos que nem sei como usar. Eles têm até uma parte de produtos mexicanos, onde eu achei farinha Láctea Nestlê! O dono indiano ou as filhas dele, atendem no balcão também bagunçado, perto da porta, rodeados de revistas, cds e outros badulaques escritos numa língua indecifrável.

Uma visita a esses mercados é sempre uma aventura de descobertas. Eu gosto de olhar tudo, ler os pacotes, sentir os cheiros e comprar coisas diferentes. Me dá uma sensação boa de que o mundo é uma aldeia, onde podemos pelo menos comer igual e assim diminuir nossas diferenças de língua e cultura.

Comfort food

Peguei na Wikipedia uma explicação para um termo muito usado em inglês: comfort food.

“The term comfort food refers to any food or drink to which one habitually turns for temporary respite, security, or special reward. The reasons that something becomes a comfort food are diverse but include the food’s familiarity, simplicity, and/or pleasant associations. Small children often seem to latch on to a specific food or drink (in a way similar to a security blanket) and will repeatedly request it in high stress situations. But adults are certainly not exempt. A substantial majority of comfort foods are composed largely of simple or complex carbohydrate, such as sugar, rice, refined wheat, and so on. It has been postulated that such foods induce an opiate-like effect in the brain, which may account for their soothing nature”.

Pra mim, comfort food é uma comida que me faz lembrar da minha infância, de bons momentos, que tem um cheiro aconchegante, que faz você se sentir em casa, como o cheiro das roupas de cama e banho ou do cobertor. Fazendo uma pequena lista, essas são as minhas comfort foods:
Mingau de aveia
Feijão com arroz
Sopa de feijão com macarrãozinho
Canjica
Arroz doce
Pudim de pão
Bala de mel
Café com leite
Pão com manteiga
Pão francês com queijo e presunto
Leite com açúcar queimado
Vaca Preta [sorvete com Coca-Cola]

potluck

Eu gosto dessa palavra—potluck—cada um leva um prato e todos dividem. Às vezes a divisão não traz muita sorte pra uns ou outros, pois nunca se sabe que tipo de comida vai aparecer na mesa. Ainda mais quando o potluck envolve uma turma internacional. Eu já fui num potluck onde não consegui comer quase nada, pois tudo era estranho demais pra mim. Era uma confraternização entre os estudantes chineses do meu professor de inglês canadense. Eu sempre metida em tudo, me danei. Não lembro o que levei, mas tenho certeza que não fez o menor sucesso. Nosso gosto ocidental nem sempre agrada aos orientais. Mas eu lembro vivamente de um peixe com molho de feijão preto que me assustou pacas. E os ovos de pato esverdeados. Eu não como ovo nem normal, quem dera um que ficou “estragando” envolto em ervas e folhas. Bom, eu também já tive minha comida rejeitada em potlucks, como nos banquetes internacionais da U of S, no Canadá, quando eu preparava a minha maravilhosa feijoada brasileira e muita gente torcia o nariz e dizia no thanks! enquanto eu oferecia sorridente os brazilian black beans. Uma vez eu levei refresco de guaraná num potluck, desses de pacotinho da TANG, que misturei com água gasosa e acrescentei gelo e rodelas de limão. Quando eu falei que era guaraná, alguém me perguntou se a bebida era apropriada pra crianças. Nem todo mundo tem a obrigação de saber desses detalhes culturais, né? Mas essas situações são ótimas pra gente contar no blog e dar bastante risada. Pode ser que a minha cara de nojo e susto olhando pro peixe no molho de feijão tenha virado uma história divertidíssima, contada em cantonês ou em mandarin, entre gargalhadas de desprezo pelas babaconas ocidentais cheias de nojinho.

difícil não gostar dela!

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Nigella Lawson na capa do suplemento Life desta semana, onde ela dá uma receita facílima de costelas assadas e algumas dicas para receber em casa, começando por – NUNCA tente uma receita nova para uma festa grande, fique sempre com o que você já sabe fazer e que tem certeza que dá certo. Ela também afirma que acredita em trabalho infantil e sempre coloca as crianças para arrumar as mesas. E os amigos são sempre convocados para ajudar, misturando os cocktails ou abrindo os vinhos. Nigella também adverte: a anfitriã nunca deve usar sapatos novos no dia da festa – uma metáfora para o fato de que a anfitriã não deve exagerar na roupa, nem fazer seus convidados se sentirem mal vestidos perto dela. Ela conta que nas festividades do ano passado, recebeu amigos e família com os pés descalços. “Vista-se e aja da maneira mais confortável e seus convidados vão seguir o seu exemplo e se sentirão confortáveis também.”
A receita das costelas assadas:
4 ou 5 quilos de costela
1 colher de sopa de azeite
2 colheres de sopa de sal
1 colher de sopa de pimenta do reino moída na hora
Aqueça o forno em 450ºF [220ºC]. Passe o azeite nas costelas, salpique com sal e pimenta, ponha numa forma larga e coloque no forno. São quinze minutos de forno para cada meio quilo de carne. Deixe assando por uma hora e 45 minutos. Retire a costela do forno e deixe descansar por uns minutos. Transfira para uma travessa e cubra com papel alumínio. Deixe descansar por no mínimo 15 minutos. 35 minutos é o tempo ideal de descanso. Retire o papel alumínio, corte e sirva.

mais livros

Browseando na Borders anos atrás, vi por acaso num cantinho da prateleira de baixo da banca de ofertas um livrão vermelho. Bastou dar uma folheada para decidir comprá-lo. Simplesmente maravilhoso! Southeast Asian Specialties – A Culinary Journey Through Singapore, Malaysia and Indonesia [editora Könemann]. Fotos lindas, receitas incríveis, um livro pra inspirar. Muita coisa exótica. Algumas coisas assustadoras, como um stir-fry de sago worms… argh!! Gostei de encontrar tradução para algumas frutas e legumes comuns no Brasil. Fiz uma pequena listinha, porque nunca se sabe quando se vai precisar comprar uma jaca ou uma mandioca aqui pelo hemisfério norte, né? Algumas traduções são conhecidas, mas eu coloquei na lista, just in case!
» Fruta do conde – Scaly Annona
» Cajú – Cashew Tree
» Jaca – Jack Fruit
» Goiaba – Guava
» Romã – Pomegranate
» Mandioca – Cassava, Manioc
» Inhame – Yam, Yuka
» Quiabo – Okra
» Nabo – Daikon
» Acelga – Chinese Cabbage
» Castanha Portuguesa – Water Chestnut
» Pitanga- Surinam Cheery [comes from Brazil, reaching Indonesia via India]

enquanto cozinho a sopa

Eu sempre fui encanada com comer direito e natural. Passei uns quinze anos da minha vida, entre a infância e a adolescência, lutando contra um nojo que tomava conta de mim e que não me deixava comer carne, frango, peixe, ovos ou leite….. Do jeito que eu comia, praticamente obrigada pela minha desesperada mãe, nem sei como cresci e fiquei alta. E de repente, durante os últimos anos da minha adolescência, me deu o cinco minutos e eu virei natureba. Era uma saída para a minha repugnância com relação à toda comida derivada de animais. Virei uma comedora de pão, cenoura, sopa de missô e macarrão alho e óleo. Só depois de muitos anos, já mãe do Gabriel, é que fui devagarzinho voltando a comer os bifes da vida. Hoje eu como de tudo, menos coisas muito exdrúxulas é claro, mas não perdi a mania de comer natural, orgânico, evitar óleos, açúcares, ler maníacamente rótulos de qualquer produto para ver o conteúdo.

Por causa disso, toda segunda-feira eu encosto a barriga na beira da pia e fico com dor nas costas lavando verduras e legumes. Isso é coisa que só os naturebas freaks fazem aqui neste país, onde tudo é industrializado e muito mais fácil e prático, pois ninguém tem tempo de nada, muito menos de ficar lavando folhas de salada. Mas eu arranjo um tempo e faço questão de comer o máximo que puder sem aditivos químicos.

Hoje tive que fazer um sopão e vou congelar brócolis e couve-flor cozidos, porque tava acumulando tanto desses legumes dentro da geladeira que já estava dando dó. E toda semana eu jogo fora umas verduras que nem tenho mais idéias de como cozinhá-las. Esse desperdício involuntário e cheio de sentimento de culpa é a consequência de querer ter uma vida além da minha capacidade. Sem falar que além da lavação ainda tem os sustos de achar bichos estranhissímos residindo nas alfaces e repolhos. Um dia eu desisto dessa história, mas até esse dia chegar, vamos comendo nossas saladinhas, refogados e sopas com verduras e legumes fresquinhos.

O duro é meus amigos me aturarem, pois toda vez que eu sirvo alguma coisa, lá vem a frasezinha – “é orgânico!” – como se alguém desse a mínima!

indo ao mercado

No verão eu vou muito ao Farmers Market da minha cidade. Adoro andar pela feirinha e comprar coisas fresquinhas e diferentes. Neste último verão eu bati ponto lá duas quartas-feiras por mês, quando junto com o mercado acontece um picnic público, sempre com uma banda tocando. Como eu moro próximo do parque onde o mercado é montado, caminhava três quarteirões carregando a minha cesta com uma garrafa de vinho, salada e pão, e fazia um picinic com um grupo de amigos. E aos sábados ia comprar cogumelos, pães, tomates secos, frutas e alguma outra coisa que me chamasse a atenção, como os milhos amarelos. O Farmers Market de Davis só vende produtos orgâncos e locais, como quase todos os Farmer Markets da Califórnia. O mercado funciona o ano todo, primavera, verão, outono e inverno, mas é no verão que ele fica mais animado.