slap me out of it!

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Inspirada por um dos meus sabores favoritos do Aisu Pop—abacate com limão, meti as caras em mais uma aventura na terra da fruta congelada. Pois primeiro preciso dizer que tive um momento Alton Ego quando dei a primeira mordida naquele sorvete verde, naquele sábado ensolarado, enquanto caminhava pelo Farmers Market. O creme de abacate com leite ou limão é um dos sabores da minha infância. Virava e mexia, tínhamos o creminho de sobremesa. Eu gostava mais da versão com limão e mais tarde descobri que eu poderia misturar os dois. A cremosidade do leite com o azedinho do limão. E foi isso que fiz, bati um creme bem grosso com dos abatates da variedade Hass, leite integral, açúcar demerara e suco de um limão. Depois foi só colocar na sorveteira. Ficou ri-di-cu-la-men-te BOM. Desta vez ninguém reclamou nem botou defeito em nada. Apreciamos a sobremesa em total silêncio. Colheradas e mais colheradas de sorvete de abacate, até as lambidas finais. The End.
Assumo o fato de que estou ficando monótona e daqui a pouco vai ter gente rindo de mim lá no Rio de Janeiro. Mas tudo bem, estou mesmo aficionada por essa geringonça de fazer gelados. Tenham paciência, daqui a pouco começa a esfriar, eu compro outro badulaque, desvio a minha atenção e mudo finalmente de assunto. Por hora, firme na prancha, que tem mais ondas de sabores chegando!

que se revela pela distinção

Reunir é bom, aproxima mais os colegas de trabalho, especialmente porque estamos divididos em dois grupos e sitiados em locais diferentes. No meio do campus fica o pessoal da web, onde eu me incluo. E no que chamamos de fazenda, fica o pessoal da publicação, os escritores técnicos, que preparam todo o material que sustenta o website. Por isso temos uma reunião bimestral, que eu estou incumbida de organizar, quando podemos nos sentar para discutir os pequenos enroscos dessa transição do papel para a web. O negócio é que eu peguei uma total antipatia desse evento. Fico tremendamente exausta com os debates extra-super-micro-hiper minuciosos sobre coisas muitas vezes óbvio ululantes pro grupo da web, mas que pro pessoal da publicação é um bicho de sete cabeças. Uma das escritoras é especialmente chata. Ela me causa temor, porque é sempre a do contra, a que acha entrave nas situações já resolvidas e tem as dúvidas mais non sense. A reunião for desmarcada duas vezes por causa dela. Quando finalmente nos sentamos em volta da mesa da sala de conferências, ela já foi avisando que detestava esses encontros matinais e por ter madrugado, desculpava-se, mas teria que tomar seu café ali mesmo na nossa frente. Eu já fiquei de cabelo em pé—ela vai comer durante a reunião? Essa é uma atitude muito comum nos ambientes de trabalho aqui na norte América, mas eu não consigo tolerar nada mais que xícaras de chá, garrafas de água ou latinhas de diet Pepsi. Por ser uma estressadinha, já fui acumulando uma irritação extra, pela iminência dos sluuuurppp, sleeeerrp, crackcrokcrunck e shurrrllffppff durante as discussões infinitas. Meu ânimo, já sóbrio, submergiu num crescente e desgostoso pesar.

Acho que ninguém realmente reparou. Só mesmo eu, porque estava de olhão em cada movimento, me preparando para o pior. Ela tirou uma garrafa térmica enorme de dentro de uma bolsa que estava no chão e encheu uma caneca também térmica com café num movimento quase tão gracioso como o de um balé. Não se ouviu um “chi”. Depois, num movimento ainda mais discreto, que nem eu que estava olhando vi, uma vasilha de plástico apareceu sobre a mesa. Nela, uma boa quantidade do que eu concluí ser iogurte natural misturado com pedaços enormes do que me pareceu ser pêssego—eu tentava não encarar muito. Uma colher saiu de não sei onde e ela fez seu desjejum durante a reunião, sem chamar a atenção, sem fazer barulho, sem se lambuzar, sem sujar nem respingar nada, nem falar com a boca cheia de comida, nem mesmo o batom cor de chocolate perdeu o brilho. Tudo muito impecável, com muita classe e finesse, num comportamento exemplar de comer em público.

*Se outros pudessem seguir esse bom exemplo….

usando o forno solar

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No verão passado eles me prepararam um banquete no forno solar. Neste ano combinamos um chá da tarde, para eu poder provar um delicioso nectarine cobbler assado no calor do sol. Os fornos solares estão ficando muito populares e são incrivelmente eficientes. Eu tinha planejado comprar um, mas me resignei quando percebi que meu quintal tem muita sombra das árvores e que eu precisaria de uma persistência de maratonista para conseguir cozinhar nele. Mas meus amigos moram num sítio e têm espaço ensolarado abundante, o que propicia um prolifico uso dessa engenhoca genial. O forno atige a temperatura de 400ºF/205ºC e cozinha mesmo! Com os verões tórridos que temos por aqui, é legal poder aproveitar esse calor natural e economizar gás e eletricidade. O cobbler ficou delicioso. Devoramos acompanhado de um sorvete de nectarinas que eu levei e uma caneca de chá.

O sorvete da pamonha

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Tive a idéia fazendo o almoço e concretizei o experimento no jantar. Eu tinha certeza que ele iria detestar. Ao som de rufos de tambores imaginários ele pegou um naco com a pontinha da colher, degustou e deu o veredito:

—dá pra comer!

E pegou outro naco, um pouco maior, que colocou no potinho e comeu sem muito entusiasmo. Já eu não conseguia parar de devorar o meu saboroso sorvete de milho verde. Quisera ter usado o milho amarelo, mas com o branco também ficou bom. Era exatamente o que eu queria e esperava. Comi um tanto a mais do que a boa educação à mesa manda e ainda lambi a colher.

Sorvete da pamonha
2 sabugos de milho verde
1 xícara de buttermilk
1/2 xícara de leite integral
3 colheres de sopa de açúcar demerara
1 pitada de canela moída

Cozinhe e milho na água, escorra e remova os grãos com uma faca. Bata os grãos cozidos no liquidificador com os outros ingredientes. Coe tudo por uma peneira fina e coloque o liquido na sorveteira. Eu não usei muito açúcar pois o milho daqui já é bem doce, mas isso fica a critério do freguês. Pra mim esse sorvete ficou perfeito. E pra ele, deu pra comer!

salada antepasto

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Que tal uma salada cujas sobras podem virar um antepasto? Corte uma berinjela em fatias grossas, tempere com azeite e sal grosso e asse na churrasqueira, forno ou na grelha. Essa parte pode ser feita um dia antes, como eu fiz, aproveitando o espaço na churrasqueira enquanto fazia uma carne para o jantar. No dia seguinte, ou depois que esfriar, corte as fatias da berinjela assada em tiras e coloque numa saladeira. Corte fatias finas de uma abobrinha amarela pequena e meio pimentão vermelho. Misture bem, jogue umas azeitonas pretas, tempere com sal grosso, pimenta do reino, azeite e vinagre de cidra ou de vinho. Jogue um punhado de salsinha fresca picada e misture. Sirva. As sobras vão pra geladeira e no dia seguinte, você já sabe.

sorvete de framboesa e laranja

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1 xícara de creme de leite fresco
1/2 xícara de leite integral
2/3 xícara de açúcar
misture bem com o batedor de arame. Acrescente:
1 colher de sopa de raspas de laranja
1 colher de sopa de licor Grand Marnier
1 xícara de framboesa * usei as frescas
Misture bem e coloque na sorveteira. Neste caso eu quis inovar e coloquei as frutas inteiras. O sorvete ficou extremamente pedaçudo e you-know-who não curtiu muito. A opção é bater a framboesa e o leite no liquidificador e coar, para livrar-se das sementes.