roses are roses are roses
Tazzina Bistro
Woodland é a nossa cidade vizinha, dez minutos por uma estrada principal ou uns quinze por outra vicinal e já estamos lá. Eu não gostaria de morar em Woodland, mas vou bastante lá, pelo comércio. A cidade tem os largos campos de tomates e as enlatadoras, que transformam o visual das estradas no final do verão. Lá também se produz os deliciosos óleos especiais e há muitos campos de amêndoas, pêssegos, arroz. Apesar da cidade ser rodeada por essa cornucópia agrícola, Woodland não é uma cidade gourmet e quando pensamos em comer bem, a cidade nunca entra na nossa lista de opções.
Mas admito que essa exclusão determinista é um pouco injusta, pois Woodland tem lojinhas de antiguidades bem bacanas no seu centro histórico e um restaurante digno de nota, o Tazzina Bistro.
Estivemos lá por acaso, num dia horrívelmente tórrido de um verão no passado. Foi uma experiência gratificante. Quis voltar lá para transportar as observações para este blog. Fomos, num outro dia de verão, não tão tórrido, porém bastante quente. Pegamos o menu de brunch, a praga que infestou absolutamente todos os restaurantes nos almoços de domingo.
Quando chegamos o lugar estava bem vazio, foi enchendo no correr das horas. Um restaurante como o Tazzina iria fazer um sucesso absurdo em Davis, mas concluímos que alugar um espaço bacana como aquele numa área central, deve custar muito menos em Woodland do que em Davis. O Tazzina serve produtos locais e sazonais, tudo preparado com muito capricho, num menu californiano com influência italiana e francesa.
O Uriel pediu uma sopa de aspargos que ele declarou estar uma delícia. Eu pedi uma caesar salad, que achei muito bem equilibrada. Geralmente essa salada exagera no alho, mas a do Tazzina estava bem leve. Depois o Uriel decidiu pela lasanha de berinjela com queijo de cabra e molho de tomate e pimentão grelhado, tapenade e pinoles. Eu estava de olho nessa lasanha, mas como ele pediu, resolvi pedir outro prato e escolhi o hamburguer feito com carne kobe do Snake River Farms acompanhado de tabasco aioli, cebola roxa grelhada, queijo cheddar branco, em fatias de pão ciabatta. Batatas fritas acompanhavam o prato. Eu pedi o hamburguer porque, seguindo um trend iniciado pelo Ches Panisse, o Tazzina informa a procedência da carne, dizendo de onde ela vem, neste caso, a Snake River Farm. Achei todas as porções gigantescas e não consegui comer tudo, embora o hamburguer feito a mão e muito bem temperado, e as batatas cortadas também a mão e fritas com perfeição, estivessem deliciosos. Acompanhamos a refeição com um prosecco italiano e água com gás. Nem pedimos sobremesa, de tão empanturrados que ficamos. Mas eu me arrependi, pois deveria ter provado pelo menos uma, pra ver como o Tazzina se sairia nesse quesito.
de quarentena
the blackberries
jazz it up
Bob Dylan na rádio paradise, furando onda no sonho, café sem açúcar, miçanga mania, limões crescendo na árvore, água azul cristalina, móbile de galinhas na janela da cozinha, vento refrescante no rosto, picolé de frutas tropicais, pilhas de papéis, linha azul turquesa, pêssegos saborosos, Nando Reis é um titã, menta chocolate secando, cestinha de pano listrado, telefonema feliz de Paris, lista de coisas pra fazer, gargalhadas a dois, sorvete de creme, mensagem com boa notícia de Campinas, chinelo de dedo, pequena viagem, alface com azeite, muitas revistas, foto nova no porta-retrato, cinco moedas de um centavo, cheiro de grama e terra, gato espiando na porta, colares coloridos, camiseta sem manga, querer é poder, postal da Grécia, lavanda, filme do Hitchcock, uma rosa vermelha no vaso, oitenta e sete graus. [num junho em 2004]
frogurt de limão
Solstício — 41ºC. O dia mais longo do ano. Um calorão. Mais de uma razão pra fazer OUTRO sorvete. Eu adoro fazer esses sorvetes, porque geralmente é só misturar os ingredientes e em menos de meia hora já se pode devorar uma deliciosa sobremesa gelada. Eu tinha comentado com o Uriel que iria fazer um sorvete com limão, pois meu limoeiro ainda está carregado de limões carnudos e cheios de suco. Ele tinha tentado me desanimar, dizendo que iria ficar muito forte. Pois era forte mesmo que eu queria, bem LIMÃOZUDO! Fiz um frozen yogurt.
1 xícara de iogurte natural integral
1 xícara de kefir
Raspas da casca e o suco puro e fresco de um limão
[1/2 xícara de suco]
Nectar de agave ou mel a gosto
1 colher de sopa de licor Limoncello
Misturar tudo e colocar na sorveteira.
abobrinha refogada
Um refogado sem usar o fogão, tão simples e tão bom. Cortei uma abobrinha verde e outra amarela, das longas, em palitos grossos e temperei com sal marinho, pimenta do reino moída, orégano, alecrim e óleo de nozes. Coloquei tudo num envelope feito de papel aluminio heavy duty e levei à churrasqueira. Uns vinte minutos depois, removi o pacote, abri e servi. Ficou um ótimo acompanhamento para os bifes de carne temperados com sal defumado e tomilho, que também fiz na churrasqueira.
gelado de passas ao rum
Estava olhando umas fotos de uns bolinhos no Mission Beach Cafe, em San Francisco, quando aquela luzinha acendeu—plin—sorvete de passas ao rum!
Foi uma epifania! A lembrança desse sabor que fez parte do menu gelado da minha infância, juntamente com o de flocos, me encheu de entusiasmo. Procurei por algumas receitas e acabei resolvendo improvisar a minha própria. Não tem muito segredo. Fiz tudo com um dia de antecedência.
1 xícara de passas – usei a variedade flame, orgânica
Rum o suficiente para cobrir as passas – usei rum escuro, da Republica Dominicana, resquícito da minha ex-inquilina. Deixe as passas de molho no rum por muitas horas, ou até elas absorverem quase toda a bebida e ficarem inchadas e macias.
Faça um creme com:
1 xícara de leite integral orgânico
1 gema de ovo da Felizberth
1/4 xícara de açúcar
1 colher de chá de extrato puro de baunilha
Bata bem com um batedor de arame e leve ao fogo, até ferver. Retire do fogo, deixe esfriar e leve à geladeira para gelar.
Do dia seguinte misture as passas mergulhadas no rum ao creme de baunilha e adicione 2 xícaras de creme de leite fresco. Misture bem e leve à sorveteira.
Esse sorvete satisfez plenamente o nosso paladar nostálgico!
E vejam só. Estava compenetrada, tentando tirar fotos do sorvete com rapidez e eficiência, pois afinal de contas está calor e o gelado derrete fácil, quando um cabeção felino entrou no raio de visão da minha câmera. Êta bicho curioso, não pode perder nenhum buxixo, tem que xeretar em absolutamente tuuuuudooooo….
sal defumado
Fui comprar flor de sal pra minha mãe e encontrei isso—sal marinho defumado sobre a madeira de barris de carvalho que foram usados para guardar vinho Chardonnay. Os barris são usados por um determinado número de anos e quando são descartados, viram combustível pra fogueira que vai secar o sal, que fica com um aroma e sabor muito impressionantes, com a dominância do defumado e um leve toque de vinho. Excelente para carnes, frutos do mar, omeletes, batatas e saladas. Eu já usei na saladona que fiz para a noite calorenta.
