
»Foto de Chistine Alicino

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Meet Me in St. Louis é um musical romântico dirigido pelo diretor Vincente Minnelli em 1944. Esse filme é diversão pura, porque é cheio de números musicais clássicos bacanérrimos, de lindas cenas bucólicas em technicolor e muitas, muitas referências à comida. O filme é dividido por estações do ano e se inicia no verão, dentro da cozinha.
Os Smiths são uma típica família classe média que vive num casarão vitoriano na cidade de St. Louis, estado do Missouri, em 1903. São o pai, a mãe, a empregada, quatro filhas e um filho. No inicio do filme é verão e a mãe e a empregada estão ocupadas na cozinnha preparando o jantar e fazendo catchup. Todos que entram na cozinha dão uma provadinha na conserva de tomates e dão um palpite—muito, ácido, muito doce, muito grosso. No final. mesmo não chegando a um consenso, a empregada encerra o assunto colocando o catchup nas garrafinhas com um funil.
A filha mais velha está esperando o telefonema do namorado. Ele está em New York e vai ligar interurbano, por isso a família se organiza pra tentar adiantar o horário do jantar. Mas o pai não aceita e a empregada tenta então servir tudo nas pressas. Primeiro uma sopa de tomates, afinal é verão. Depois uma bela peça de corned beef, servida com repolho cozido. O pai reclama que a carne está cortada muito fina. A empregada retruca que a patroa mandou ela cortar bem fino pra carne poder ser servida em duas refeições. O pai vence a batalha e todos se servem de grandes e grossas fatias de corned beef.
Com o outono chega o Halloween e as cenas mostram novamente as funções na cozinha. A empregada está decorando um bolo enorme e lindo. As meninas chegam fantasiadas e lhe pregam um susto. Depois de vários acontecimentos durante e depois do trick or treating todos se sentam pra devorar vasilhas cheias de sorvete e contar histórias do Halloween. O pai chega com a notícia que por razões do seu emprego a família vai ter que se mudar para New York, mas ninguém se mostra feliz. St Louis é a cidade onde todos desejam permanecer.
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No decorrer do filme há muitos bafafás românticos envolvendo as irmãs mais velhas, com destaque para Judy Garland, que é a estrela do filme e protagoniza quase todas as cantorias. Margaret O’Brien, que faz o papel da irmãzinha fofinha mais nova, contou numa entrevista anos mais tarde que foi muito fácil trabalhar com Judy Garland nesse filme, pois nessa fase a atriz estava sempre feliz. Foi nos sets de filmagem de Meet Me in St. Louis que ela conheceu e se apaixonou pelo seu futuro marido Vincente Minnelli, que dirigia o filme. Garland começou sua carreira como atriz infantil num tempo em que os estúdios tinham permissão para fazer coisas que hoje seriam consideradas abusos e torturas horripilantes. Uma das atrocidades que os produtores da Metro-Goldwyn-Mayer faziam com a menina prodígio Judy Garland era não deixá-la comer, mantendo-a sempre numa rígida dieta, para que não perdesse a sua figura esbelta que vendia bem e ajudava os crápulas de Hollywood a encher os bolsos de dinheiro.
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Mais uma receita infalível da minha amiga Elise, que como sempre ficou ótima. Já contei que fomos avisados pelo pessoal da fazenda orgânica ainda no verão que haveria uma abastança de abóboras neste outono, e dito e feito. Já tenho uma bela coleção na minha cozinha e estou tentando usar como posso. Para fazer esses muffins usei a butternut squash, que eu tinha cortado em cubinhos e cozinhado no vapor outro dia. Não fiz purê, apenas amassei com o garfo, para que os muffins ficassem mais pedaçudos.
1 1/2 xícara de farinha de trigo
1/2 colher de chá de sal
1 xícara de açúcar
1 colher de chá de bicarbonato de sódio
1 xícara de purê de abóbora
1/3 xícara de manteiga derretida
2 ovos caipiras batidos
1/4 xícara de água
1/2 colher de chá de noz moscada
1/2 colher de chá de canela
1 colher de chá de gengibre em pó
2 colheres de sopa de gengibre cristalizado picado
Pré-aqueça o forno em 350°F/ 176ºC. Numa vasilha peneire junto a farinha, sal, açúcar e o bicarbonato. Misture separado a abóbora, a manteiga, os ovos, a água e as especiarias e junte à mistura de farinha. Mexa até os ingredientes ficarem incorporados, mas não exagere. Junte o gengibre cristalizado—se não tiver, use passas, outra fruta seca, ou nozes, pecans. Coloque a massa nas formas de muffin untada ou forrada com forminhas. Asse por 30 minutos, ou até os muffins ficarem firmes e dourados. Remova do forno, deixe esfriar numa grade. Essa receita faz 12 muffins.
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São pequenas berries com sabor de kiwi, super delicadas e doces. Nós adoramos, principalmente por serem fáceis de comer e não precisar descascar.
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Lindas mini-maçãs, embora não tão mini quanto as crab apples. Ainda não sei que vou fazer com elas, talvez coma algumas cruas. São maçãs snack!
Paramos no Peet’s Coffee para o Uriel beber um café [na xícara] e eu fui comprar o chá branco Snow Leopard que a Sally tinha recomendado. Enquanto ele esperava pelo café, fiquei encaroçando nas outras coisinhas e tchanran, foi quando achei essas balas de goma de chá.
Eu não sou muito chegada em coisas açúcaradas, doces, chocolates, balas, etc. Mas duas coisas que me fazem salivar na hora são balas azedas e balas de goma. Deve ser algum resquício emocional da minha infância. E essas balas de goma vendidas no Peet’s estavam perfeitas—não muito doces, macias, super saborosas e mastigáveis, com sabores de jasmine green tea, hibiscus tea e black currant tea.
Na frente da porta de entrada para a minha sala no meu trabalho tem um arbusto que se enche de pequenas flores no verão e que no outono viram frutos ovalados com uma cor verde bem escura. Esse arbusto é um pé de feijoa, uma fruta deliciosa também conhecida como goiaba mexicana. Eu levei muito tempo para me tocar que aquelas frutinhas eram feijoas, já que elas desaparecem rapidamente por serem vilmente atacadas e devoradas ainda verdes pelos esquilos.
Voltando da minha caminhada estica-pernas das três da tarde observei uma comoção esquilanesca nas proximidades do pé de feijoa. Foi quando peguei no flagra três esquilos, que já roiam covardemente as tais frutinhas. Minha presença e cara nada amigáveis fizeram com que dois dos esquilos se pirulitassem e fossem procurar por coisinhas comestíveis na grama de outra árvore mais próxima. Mas um deles não se moveu, ficou ali plantado e me encarou. O esquilo me encarou sem piscar, nem disfarçar, não abaixou a cabeça, não vacilou. Ele simplesmente me encarou. E eu encarei de volta, enquando ele subia pelos galhos da árvore, sem nunca virar a cabeça, sempre firme me encarando. O duelo de olhares durou alguns minutos. Foi emocionante. Não sei por que, mas eu tive quase certeza de que aquele esquilo era uma esquila.
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Uma sopa muito simples e muito boa, feita com feijões brancos do tipo Great Northern que ficaram de molho durante uma noite e depois foram cozidos na panela terracota junto com dentes de alho e folhas de sálvia em fogo baixo, até ficarem bem macios. Depois é só bater tudo no liquidificador, passar por uma peneira, adicionar mais água se necessário e salgar a gosto. Na hora de servir, temperar com bastante azeite bacanudo, do melhor que você tiver na sua despensa.
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A cesta orgânica já engatou segunda e acelerou, entrando graciosamente no modo outono. Além dos vários tipos de abóbora, agora temos também as folhas verdes. Nesta semana chegaram um mação de espinafre, outro mação de rúcula, três tipos de verduras de cozinhar e um pé número 49 de alface crespa. Essa é a época do ano em que as noites de segunda-feira são desalentadoras, pois eu passo muito tempo em frente da pia lavando, lavando, lavando, lavando…
Para fazer valer todo o trabalho, nada mais natural que tívessemos uma saladona com folhas verdes para o jantar. Sobre uma cama de espinafre salpiquei cubinhos de abóbora [a butternut squash] que foi cozida no vapor. Azeitonas verdes temperadas com laranja vermelha, mais nozes colhidas outro dia na fazenda e pedacinhos de um excelente queijo azul feito em Point Reyes. O tempero foi vinagre de laranja, azeite com laranja vermelha e flor de sal. Ficou uma refeição completa.
Depois do almoço no Granzella’s em Williams, dirigimos mais umas trinta milhas em direção ao norte, com destino à cidade de Corning no condado de Tehama, conhecida como the olive city—a cidade das azeitonas. Corning fica no meio de campos imensos de oliveiras e tem uma loja famosa que vende azeitonas e azeites de todos os tipos. Fiquei impressionada com a quantidade de maneiras diferentes de preparar as azeitonas, e com as inúmeras variedades que a loja oferecia. Comprei um azeite não filtrado feito com a variedade Arbequina e um outro feito com a variedade Mission prensada junto com laranjas vermelhas.
Um professor, colega do Uriel, nasceu em Corning e contou que a cidade não mudou nada desde o tempo em que ele era criança. Pudemos constatar o fato in loco. Achei fofo que muitas ruas tinham nomes de frutas. Mas a cidade é outra daquelas sem muitos atrativos, com uma rua principal bem larga, com cara de downtown dos anos 50. Pude até visualizar o Bill rebolando a pélvis num bailinho da escola pública de Corning ao som da sensação musical do momento—Elvis Presley.