sopa fria de abobrinha & pistachios

sopa_abobrinhapist_S.jpg
Contínuo na minha maratona de sopas frias, estou realmente entusiasmada com as inúmeras possíbilidades. Fico pensando quantos verões desperdicei, focalizando somente em saladas. Neste dia decidi fazer uma sopa de pepino, baseada numa receita do How To Cook Everything Vegetarian do Mark Bittman. Estou carregando esse livrão pra cima e pra baixo já há algumas semanas. Logo escreverei sobre ele. Bom, quando peguei o pepino que estava na geladeira, gruni de raiva, pois o tal estava inusável. Tinha amolecido, nem todo legume tem vida longa, nem quando refrigerado. Como já tinha colhido o hortelã e o limão, resolvi ir em frente e fiz a sopa usando uma abobrinha, ao invés do pepino. Mudei um pouco os procedimentos e usei kefir no lugar do iogurte.
1/4 xicara de pistachios torrados sem casca
[*pode usar semente de abóbora torrada]
2 xícaras de iogurte [*usei kefir]
1/4 de xícara de leite [*omiti]
1 xícara de folhas frescas de hortelã
1 pepino grande [*usei abobrinha]
2 colheres de sopa de suco de limão
1 pitada de pimenta cayenne
Sal a gosto
Coloque todos os ingredientes no liquidificador e bata bem. Adicione os pistachios e apenas pulse, para que eles fiquem em pedaços, não totalmente moídos. Coloque para gelar ou sirva imediatamente, decorado com folhas de hortelã—eu usei raspinhas da casca do limão.

salada de vagem e bacon

salada_vagem_2S.jpg

Colecionei um montão de vagens roxas—purple string beans, que vieram por duas semanas consecutivas na cesta orgânica. O que fazer com elas? O pessoal da fazenda mandou um recado na cartinha dizendo: experimente cozinhar essas vagens pra ver o que acontece. Cozinhei então no vapor e o que acontece é que elas perdem a cor roxa e ficam totalmente verdes! Cozinhei tudo o que tinha, o que resultou em vagem pra três dias, que comi tudo sozinha. Pra acompanhar esse legume, que não acho um dos mais excitantes, preparei um molho com buttermilk, suco de limão, mostarda escura, sal, pimenta e azeite. E fiz umas tirinhas crocantes de bacon daquela maneira secreta e esmigalhei por cima. Ficou muito bom.

frogurt de melão

frogurt_melao_1S.jpg

Sonhei que estava na casa dos meus pais em Campinas, levantei tarde e quando fui pegar o frogurt de melão que tinha preparado na noite anterior, já não tinha mais. Fiquei imensamente desolada e reclamei—fiz o sorvete mais delicioso de todos e não pude nem provar?

Quando acordei, corri abrir o congelador e checar. Ufa, o frogurt de melão ainda estava lá!

Tive a idéia para fazer esse frogurt depois de assistir a uma parte de um Iron Chef America, a batalha do abacaxi. Um dos chefs preparava um sorvete de abacaxi com sour cream. Plin!

Usei as medidas de sempre, uma parte de iogurte natural e meia parte de sour cream. Neste caso, 1 xícara de iogurte integral orgânico e 1/2 xícara de sour cream. Usei um melãozinho super maduro e perfumado. Adicionei apenas mel a gosto e uma colherzinha da vodka invisível. Bati tudo no liquidificador e coloquei na sorveteira. Como fiz esse sorvete tarde da noite, comi apenas algumas colheradas e fui dormir. Tive o sonho que tive porque fiquei com o sabor desse sorvete na memória e com a expectativa de devorá-lo no dia seguinte. Ficou uma delícia! O melão tem que estar bem maduro, só isso basta. O sour cream no sorvete é algo especial. Vou repetir usando outras frutas.

salada de berinjela grelhada

berinjelaassada1_1S.jpg

Chegou a primeira berinjela do ano e eu fiz o que sempre faço com elas: grelho na churrasqueira. O Uriel adora esse legume. Não é a primeira vez que esse prato figura por aqui, mas sempre invento uma variação. Corte a berinjela em fatias grossas e tempere com ervas [usei ciboulettes], sal marinho, pimenta do reino moída na hora e azeite. Coloque na churrasqueira e grelhe dos dois lados. Remova as fatias grelhadas e tempere com mais azeite se quiser, junte mais ervas [neste caso foi a ciboulette e um pouco de manjericão fresco], junte suco de limão, pedacinhos de queijo feta e um punhadinho de pinoles torrados. Me pergunte se sobrou uma lasca dessa salada?

salada cremosa de couve rábano

kolrabi_salad_2S.jpg

No dia em que recebi uma couve rábano—kohlrabi gigante na cesta orgânica, cortei ela ao meio, uma parte a Marianne levou embora e com o resto eu fiz essa salada. Sou suspeita para falar bem do kohlrabi, porque simpatizo demais com esse legume, adoro o sabor, a textura, como ele vai bem cru ou cozido. Essa salada foi pura invencionice, mas ficou incrivelmente boa, cremosa, sedosa e super saborosa.

Descasquei e ralei a metade do kohlrabi gigante, juntei uma maçã verde também ralada, um punhado de currants secas, um punhado de azeitonas verdes picadas, bastante ciboulette picadinha e temperei com suco e a casca ralada de um limão, flor de sal, pimenta do reino moída na hora, um fio de azeite e duas colheres de sopa cheias de creme fraiche [pode substituir por sour cream, mas o creme fraiche é muito melhor]. Misturar tudo muito bem e servir. Essa salada sobrevive muito bem até o dia seguinte guardada na geladeira.

Depois fiz a mesma receita, substituindo a couve rábano—kohlrabi por um repolho roxo pequeno raladinho. Essa salada ficou tão boa quanto a outra.

sopa marroquina de tomate

sopamarroc_tomato_2S.jpg

A receita de moroccan tomato soup foi publicada num artigo de 1991 na coluna da Barbara Kafka no NY Times. Para quem nunca ouviu falar dessa autora, ela era a guru do microondas e publicou uma biblia no assunto, que eu recebi de presente [de grego] na última primavera. Mas essa receita não envolve o uso do microondas, muito pelo contrario. Kafka usa o food mill para moer os tomates. Eu achei a receita interessantissima e quis testar. O NYT publicou a versão antiga da Kafka e uma versão renovada pela Tessa Kiros, que também testarei em breve. Vou adiantar que ADOREI essa sopa, que me surpreendeu mais do que eu imaginava que faria. Não é uma sopa purê, pois ela usa o moedor grosso do food mill, então entram as sementes e a textura fica bem legal. Eu usei uma mistura de tomates orgânicos super maduros vermelhos e amarelos. Os tomates amarelos são um pouco menos ácidos que os vermelhos.

Serve quatro pessoas
2 dentes de alhos picadinhos [*ela usa 5 mas eu diminui, se quiser aumente]
2 1/2 colheres de chá de páprica doce
1 1/2 colheres de chá de cominho em pó
1 pitada generosa de pimenta cayenne
4 colheres de chá de azeite de oliva
1 quilo de tomates orgânicos e maduros cortados em pedaços
1/4 xícara de coentro fresco picado, e extra para decorar se quiser
1 colher de sopa de vinagre de vinho branco
2 1/2 colheres de sopa de suco de limão
Sal Kosher [mais grossinho]

Numa panela pequena coloque o azeite, o alho, páprica, cominho e pimenta cayenne e refogue em fogo médio, mexendo constantemente, por 5 minutos. Remova do fogo e reserve.

Passe os tomates pelo food mill [ou pulse no liquidificador ou processador] com o ralo mais grosso. Coloque o tomate numa sopeira e junte o azeite com os condimentos, o coentro fresco picado, o vinagre, o suco de limão e sal a gosto. Junte água gelada se for necessário. Eu fiz isso no food mill.

Deixe a sopa na geladeira por uns 30 minutos e sirva com mais coentro fresco, se quiser. Eu não quis.

gelado de damasco & alecrim

fy-damasco_alecrim_1S.jpg

Pra refrescar a moringa, porque lá fora está um FORRRRNOOOO.

Fiz uma imersão fria com 1 xícara de creme de leite fresco e 1 colher de chá de alecrim seco [que era fresco e eu sequei]. Deixei na geladeira de um dia para o outro. Então coei o creme para remover o alecrim e bati no liquidificador com 5 damascos descaroçados, 1/2 xícara de leite integral e mel a gosto. Sorveteira e pronto. Ficou bem interessante e o alecrim não se impôs como eu achei que iria. O sabor ficou bem suave. Esqueci de colocar a vodka e mesmo assim esse sorvete não empedrou. Acho que a qualidade dos produtos influí bastante. Eu uso o leite e o creme de leite orgânico desta fazenda, que acho os melhores.
Uma coisa que adoro fazer é misturar sorvete com suco de laranja [ou manga], fazer um ice cream float, e esse sorvete de damasco fez uma mistura deliciosa com o suco. Hm!

esse bolinho vai dar história

bolinho_historia1S.jpg

No final de tarde tórrido me plantei em frente da geladeira, determinada a dar cabo das sobras—especialmente uma, de um salmão selvagem que eu tinha assado na churrasqueira. Assei um pedaço maior com o fortuito propósito de ter algumas sobras e por consequência poder fazer alguma coisa com elas. Sobras de salmão sempre resultam em pratos novos interessantes.

Vejam bem, eu não compro salmão sempre. Só compro quando acho o selvagem, pescado no Pacífico, que não come ração com antibiótico nem com adição de tinta. O salmão selvagem não desbota depois de assado, como salmão de fazenda. É lindo de ver, delícia de comer e, esse sim, saudável. Custa maia caro e não aparece sempre, porque ele tem a pesca controlada. Mas vale a pena esperar pela oportunidade de ter um filé para assar e as sobras para inventar.
Por todos os motivos relatados no parágrafo acima, essas sobras de salmão eram preciosas!

Resolvi fazer uns bolinhos e assá-los na churrasqueira. Coloquei as sobras do peixe assado numa vasilha, juntei alcaparras, ciboulettes picadinhas, umas fatias finas de abobrinha picadinhas, um dente de alho micro-picado, colheradas de creme fraiche e farinha de pão [rosca] até dar o ponto de fazer os bolinhos. Coloquei tudo na minha nova frigideira, acendi a churrasqueira e lá ficaram os bolinhos, assando.

Fui fazer uma salada, dar snack pros gatos, ligar pro Uriel, arrumar a mesa, eteceterá e quando voltei pra checar os bolinhos, surpresa: aparentemente o gás da churrasqueira tinha acabado. Liguei pro Uriel por favor vir trocar o botijão e me estiquei no sofá me sentindo exausta, também porque até ele chegar, o troço iria demorar. E a fome já estava incomodando. Fome me dá um baita mau humor e paciência de esperar não é realmente o meu forte, apesar das minhas eventuais práticas zen.

Deitada no sofá fiquei relembrando que enquanto fazia os bolinhos refletindo sobre a qualidade do salmão e dos outros ingredientes, um diabinho sussurrava no meu ouvido—e se essa invencionice der errada? Já tinha começado mal, com a churrasqueira me deixando na mão, mas o que mais poderia acontecer? O que mais poderia dar errado, além do risco natural de usar uma receita inventada, sem medidas e tals? Quando você pensa que algo tem tudo para dar errado, com certeza vai dar.

O Uriel chegou, trocou o botijão, acendeu novamente a churrasqueira no fogo alto e fomos conversar. Não deu nem dez minutos, saí para checar o andamento do cozimento da comida e voltei chorando—não temos mais jantar, esturricou tudo! Lagrimotas de frustração, tristeza, e cansaço quase pingavam na salada de tomate. O Uriel correu para analisar a catástrofe e veio com o prognóstico de que nem tudo estava perdido. Trouxe os bolinhos, meio esturricados apenas de um lado, ajeitados cuidadosamente numa travessa.

Olha—ele mostrou a travessa tentando me animar—não está tão ruim, queimou só um pouco na parte de baixo!
Comemos então somente a parte de cima, carvucando a massa saborosa e removendo a casca preta. Apesar dos maus agouros e dos pequenos tropicões e sustos durante os procedimentos, o salmão virou bolinho, o bolinho virou jantar, e depois tudo virou história.

gazpacho andaluz

gazpacho-andaluz_1S.jpg

gazpacho-andaluz_2S.jpg

gazpacho-andaluz_3S.jpg

Este gazpacho foi o nosso almoço do domingo e brilhou em apresentação solo. Tirei a receita do livrinho Cocina Tradicional Andaluz da Ana Maria Calera, que comprei numa livraria em Córdoba. Lá tem pelo menos dez receitas de gaspacho, além do salmorejo. Essa foi a primeira que escolhi para fazer. Como não entendi se o pão era só pra acompanhar ou era também ingrediente da sopa, decidi colocar umas fatias no liquidificador, junto com os outros ingredientes. Da próxima vez vou testar fazer sem. Também servi um pão de azeitonas de acompanhamento.

1 quilo de tomates
1 pepino
1 dente de alho
1 pimentão verde
250 ml de azeite de oliva
1 “chorrito ” de vinagre * usei o balsâmico de Pedro Ximenez
Pão
Sal

Colocar todos os ingredientes, menos o pepino, no liquidificador. Triturar tudo muito bem e adicionar água gelada necessária para a textura que mais lhe agrade. Servir frio, com pepino picadinho, tomate e pão. Se quiser adicionar ovo picadinho por cima.