salada caprese
[com vinagre de mel]

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O supermercado que eu frequento aqui em Woodland [o Nugget Market] não é perfeito, nem tem todas as coisaradas orgânicas que o Co-op de Davis oferece. Mas ele tem muita coisa diferente, produtos locais e inúmeras sofisticações. Pelo que tenho encontrado nas prateleiras. posso imaginar que deve ter uma população de foodies na cidade, porque muitos ingredientes oferecidos ali não são pra qualquer um. Como esse vinagre feito de mel de castanha, que coloquei no carrinho assim que vi. Eu não sabia que era possível fazer vinagre de mel, mas é! No mesmo dia que adquiri essa novidade, já testei temperando uma salada caprese feita com dois tipos de tomates orgânicos ultra maduros, mussarela fresca e folhas de manjericão. O sabor do vinagre de mel é bem delicado. Gostei muitíssimo!

del rio

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um pepino heirlooom

Como se já não bastasse a pepinada que tem chegado na cesta orgânica semanalmente, eu ainda vou no Farmers Market e compro mais pepinos. Mas como resistir às diferentes variedades, formatos, cores e possibilidades de sabores? E quando a moça fala que o pepino é HEIRLOOM? Daí não tenho como me controlar! Comprei, comprei mesmo e compraria mil vezes de novo. Esse pepino é de uma delicadeza ímpar, virou salada sem nem precisar descascar.

salada de pepino, salsão & atum

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Fiz essa salada e comi ela inteirinha, não tenho nem um pingo de vergonha de admitir. Eu janto sozinha três noites por semana, então se calhar de aparecer uma salada gostosa como essa, sinto muito mas eu devoro tudo mesmo, sem nem pestanejar ou sentir culpa. E ela ficou gostosa, refrescante, substanciosa além de me dar a oportunidade de gastar alguns pepinos, que no momento abundam na minha geladeira.

da revistinha Everyday Food
serve 4 porções [ooopss!]
2 colheres de sopa de sementes de papoula [*não tinha e omiti]
3 colheres de sopa de vinagre de arroz
1 colher de sopa de açúcar
2 colheres de sopa de azeite de oliva extra-virgem
2 pepinos cortados de comprido e depois enviezado
3 talos de salsão [aipo] cortados em partes grandes
[*reserve as folhas do salsão para decorar]
1 lata de atum drenada [*usei a conservada no azeite]
Sal marinho e pimenta do reino moída na hora

Numa saladeira misture as sementes de papoula [eu não usei], o vinagre, o açúcar e o azeite. Adicione o pepino, o salsão e o atum. Misture bem. Tempere com sal e pimenta do reino moída na hora e decore com as folhas separadas do salsão. Sirva imediatamente ou guarde na geladeira em recipiente coberto por um dia.

pudim de morango

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Eu fiz essa sobremesa num outro dia e até tuitei e bloguei, dizendo que era uma gelatina de morango, mais elderflower, mais iogurte, mais agar-agar. E alguns pediram fotos, outros pediram detalhes e muitos não deram a mínima. Mas eu voltei ao assunto, não por causa da popularidade do meu tuite ou blogue, mas porque não consigo parar de comprar morangos do japonês que injeta cada um deles com adoçante no seu laboratório secreto atrás da plantação [ainda não desencanei dessa desconfiança]. E daí que eu até olhei umas receitas e até me animei com uma que levava gelatina. Mas no meio do caminho decidi entrar num atalho, me perdi e acabei fazendo essa receita mesmo, que recebeu apenas uma pequena mudança no modo de fazer—na primeira bati os morangos no liquidificador com o iogurte e nessa mantive os morangos inteiros.

Então lave e corte muitos morangos e encha uma forma [com capacidade para umas 3 xícaras] com eles. Numa xícara prepare a bebida de elderflowers colocando um dedo de xarope [usei esse da Ikea] e completando com água. Coloque numa panelinha, adoce com mel e salpique por cima um envelope de agar-agar [2/3 colher de sopa]. Leve ao fogo e deixe ferver. Desligue o fogo e junte 1 xicara de iogurte natural integral e uma dose de licor de elderflowers [St-Germain]. Misture bem com um batedor de arame e despeje sobre os morangos. Leve à geladeira até esfriar bem e firmar. Desenforme numa travessa e sirva.

Se não tiver a dupla de xarope/licor de elderflower tente outras variações como suco de laranja/licor Grand Marnier ou Cointreau, ou suco de limão/Limoncello.

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bolo de cacau

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Eu tinha UM ovo na geladeira e inventei que queria assar um bolo. Fui procurar uma receita usando polenta ou semolina. Vários livros já tinham sido folheados sem sucesso quando abri o calhamaço vermelho da Amanda Hesser—The Essential New York Times Cookbook e no index de bolos achei o cocoa or amazon cake. Fui checar e fiquei alegremente surpresa quando vi na lista de ingredientes que não pedia ovo! E nem leite e nem manteiga. Fui poupada de ter que fazer uma corrida ao supermercado num domingo à tarde. A autora dizia lá que aquele não era o melhor bolo de chocolate do mundo, mas que era um bolo muito bom e uma receita apropriada caso você quisesse fazer algo rápido e gostoso pra levar à algum evento de amigos. E sem ovos, leite ou manteiga, esse interessante bolinho chocolatudo ainda é vegano. Fiz numa piscada e ficou muito bom—denso e saboroso. Servi pro lanche da tarde acompanhado de pêssegos grelhados e um pingo de creme de leite fresco. Depois ainda comemos as últimas fatias acompanhadas da versão morangos frescos e creme de leite.

1 e 1/2 xícara de farinha de trigo
1/3 xícara de cacau puro em pó, sem açúcar
1 colher de chá de fermento em pó
1 xícara de açúcar
1/2 colher de chá de sal
5 colheres de sopa de óleo vegetal
1 xícara de água gelada
1 e 1/2 colher de chá de extrato puro de baunilha
1 colher de sopa de vinagre de cidra

Pré-aqueça o forno em 350ºF/ 176ºC. Unte uma forma redonda de bolo de 22 cm. Numa vasilha misture a farinha, o cacau, o açúcar, o fermento e o sal usando um batedor de arame. Numa outra vasilha misture o óleo, a baunilha e o vinagre. Junte a 1 xícara de água gelada e bata bem. Acrescente a mistura dos ingredientes secos à dos líquidos e bata bem até ficar uma massa bem lisa. Coloque na forma, alise com uma espátula e leve ao forno por 30-35 minutos. Remova do forno e deixe esfriar. Remova da forma e coloque numa travessa. Salpique com açúcar de confeiteiro se quiser. Eu não quis.

o〔♥〕da casa

A cozinha, é claro! Ela foi um dos motivos que nos fez decidir comprar uma casa de sessenta e três anos com muitos probleminhas e estranhezas arquitetônicas, em detrimento de outras ultra modernas e funcionais que estavam disponível no mercado pela mesma faixa de preço.

Foi enquanto conversava com o nosso corretor e o Gabriel em pé no meio da cozinha, que tive certeza de que era ali mesmo o meu lugar. Uma cozinha perfeita para uma Julia Child wannabe como eu!

A cozinha foi modernizada, mas apenas em termos. Os armários são originais, feitos com madeira de verdade, coisas dos tempos antigos construidos para durar pra sempre. Os espaços são menores—o do fogão e da máquina de lavar louça, por exemplo e não há conexão pra água atrás da geladeira [e portanto adeus água filtrada e gelinho]. Os armários não são tão grandes como os da outra casa, em Davis. E tudo é bem mais baixo, incluindo a bancada e a altura dos armários. Por isso a batedeira teve que ficar sobre outro móvel. Mas todos esses detalhes foram completamente contornáveis.

O que eu mais gostei nessa cozinha foi a parede toda de janelas e a ausência de espaço pra colocar cacareco. Minha coleção de galinhas se aposentou pra dentro de um armário e não tenho mais jarras e sopeiras à vista. Não há parede pra pendurar enfeites e minha coleção de pratos antigos ainda está encaixotada. De uma certa maneira isso deixou o ambiente muito mais clean e agradável. E eu gostei. O lustre de mosaico que veio com a casa ia ser trocado, mas acabou ficando. A ilha de trabalho em frente da pia tem sido um salva-vidas, já que a bancada é um pouco baixa pra minha altura. Quis tirar o lixo do armário embaixo da pia e estou gostando de ter uma lata com tampa ao lado da bancada. E o tapete é de plástico!

Mudei algumas coisas no visual da minha cozinha e estou realmente contente. Ainda falta instalar a conexão de gás e trocar o fogão. Mas vamos aos pouquinhos. Umas coisas engraçadas nessa cozinha são um pequeno armário para colocar condimentos, que eu achei completamente estranho, pois fica do outro lado bem longe do fogão. E a despensa, que foi improvisada num espaço onde passa os encanamentos do aquecedor e ar condicionado da casa. E também tem o basement, que não é uma coisa muito comum nas casas aqui da Califórnia. Mas eu tenho um, onde está uma geladeira extra e muitas prateleiras lotadas com todas as coisas que não acharam espaço disponível dentro da cozinha.

No dia em que resolvi tirar as fotos da cozinha pra publicar aqui, não arrumei nada, nem fiz preparativos especiais. Depois fiquei com muita raiva de mim mesma e da minha displicência, pois pude ver que tinha louça suja na pia, um monte de coisas fora do lugar, incluindo a escadinha vermelha que o Uriel tinha acabado de usar pra trocar uma das lâmpadas do teto que estava piscando. Mas depois pensei, é isso mesmo! Minha cozinha é assim na vida real. Não é cenário, nem material pra revista de decoração, mas é o lugar onde eu passo um bocado de tempo e é certamente o coração da casa.

[*super obrigada a todos que deixaram comentários nas fotos da minha cozinha-caverna!]