frogurt de damasco e sálvia

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Exagerei um pouco na compra de frutas no sábado, porque tudo estava tão reluzente e colorido, realmente chamativo. E como nunca guardo frutas na geladeira, temos que ser rápidos no gatilho quando há muita fruta e alguns dias quentes. Por causa disso decidi que uma parte dos damascos iriam virar sorvete. Já sabendo que damascos combinam muito bem com sálvia, fiz a mistura da fruta com a erva. A receita é a mesma do frogurt de manga com menta—parte de iogurte natural, outra parte de kefir, mel a gosto, os damascos frescos descaroçados e picados e folhas de sálvia fresca picadas, tudo batido no liquidificador e jogado na sorveteira. Só não abuse da sálvia, pois o sabor dessa erva pode ficar dominante. Esse frozen iogurte fica refrescante, azedinho e aromático. Muito bom acompanhado de bolachinhas fininhas de manteiga.

gelado de cereja

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Cereja combina com creme. Por isso arrisquei numa invencionice sem receita e chutei o balde usando 1/3 de creme fraiche, 2/3 de half-and-half [o creme de leite diluído] que bati no liquidificador com muitas, muitas cerejas frescas descaroçadas e mel a gosto. Não deixei bater muito, pra fruta ficar pedaçuda. Depois disso sorveteira por vinte minutos e grawngrawngrawn…

frogurt de manga e menta

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Esse bafão descabelante fora de época tem me dado ganas descontroladas de ingerir sorvete. Por isso tirei a poeira da minha sorveteira e fiz esse frozen yogurt [frogurt] de manga e menta. Usei metade de iogurte natural, outra metade de kefir natural, um saquinho de manga congelada, mel a gosto e folhinhas de menta chocolate fresca, que já abunda na minha horta. Bater, jogar na sorveteira e devorar muitos copinhos. Sem brincadeira, nos devoramos mesmo, como dois trogloditas esbaforentados…

sorvete de manga
[ com cardamomo ]

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Manga e banana são frutas que não têm produção local, então tenho que me contentar com as que vêm de longe. Sempre que vejo as mangas mexicanas expostas nos supermercados, lembro de uma amiga suiça imigrada para o Canadá que rolava os olhos quando eu reclamava daquelas mangas sem gosto, que tinham viajado milhares de quilômetros até chegar nas nossas mesas. Mas tudo mudou depois que ela e o marido fizeram a viagem da vida deles ao México. Passaram meses planejando. fizeram jantares para nos mostrar os mapas, o etinerário, os planos. Depois fizeram outros jantares para mostrar as fotos, contar as histórias e aventuras. Eles voaram até Los Angeles e depois dirigiram pelo México, fazendo visitas à lugares não turísticos, tudo planejado e estudado, com engrenagem e desempenho de um relógio suiço. Num dos jantares depois da viagem ela virou-se pra mim e disse—agora eu entendo o que você queria dizer quando reclamava das mangas sem gosto. pela primeira vez na vida eu provei uma manga de verdade lá no México e realmente, aquelas de lá não tem comparacão com as que compramos aqui! Minha amiga teve uma epifania gastrônomica comendo uma manga no México.
Por isso nunca espero muito das frutas que vêm de outros países, seja porque estão fora de estação ou porque não há producão. Mas quem resiste à uma receita de sorvete de manga, como essa, perpetrada pela Neide? Não quis nem saber se a manga era a mais perfeita ou não. Fui em frente! Modifiquei um pouquinho a receita, só para não perder o hábito.
Bati no liquidficador a polpa de duas mangas, algumas sementes de cardamomo [que esmaguei no pilão primeiro], mais ou menos uma xícara de kefir e adocei com nectar de agave. Coloquei na sorveteira e voilá! Tá dificil parar de comer esse sorvete, tive até uma série de dolorosos brain freezes, tal a minha esganação.

romeo & giulietta
[ice-cream romance]

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Tava lá um pedaço de goiabada cascão dando sopa e aquele mascarpone que sobrou de outra receita, o que imediamente propiciou que me cutucassem as lombrigas cheias de determinação: sorvete, sorvete, sorvete! Fiz então o sorvete de goiabada com queijo, que ficou puro deleite.
Meio bloco de goiabada cascão cortada em cubos e derretida com um pouco de água, 1 xícara de mascarpone, que pode ser substituido por qualquer queijo cremoso, 1 xícara de creme de leite fresco, 1 xícara de leite. Misturar os ingredientes até eles ficarem bem incorporados. O creme de goiabada deve estar frio. Deixe essa mistura gelar por algumas horas, se quiser. Coloque na sorveteira ou faça manualmente, congelar, bater, congelar, bater, congelar, bater. Minha goiabada não derreteu cem por cento e o sorvete ficou salpicado de micro-pedacinhos do doce. Hmmm!

exatamente o que eu queria
[sorvete de banana]

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Dia quente e cansativo, cheguei em casa decidida: nada de jantar, vou fazer sorvete de banana! Estava com essa idéia fixa de fazer um sorvete com bananas há tempos. Adoro essa fruta e sua cremosidade. Pra mim, banana é comfort food. Dizem que banana é a fruta da alegria, pois ela estimula a produção da seratonina, que ajuda a combater a depressão.

Meu sorvete de banana é a coisa mais simples de fazer. Aliás, preciso testar uma receita mais sofisticada, dessas com base de ovos e tal. Mas por enquanto, essa receita básica está funcionando muito bem.

3 bananas
mel a gosto
1 xícara de leite integral
2 xícaras de creme de leite fresco

Bater tudo no liquidificador e colocar na sorveteira.

one-track mind

Acontece frequentemente comigo, porque eu estou sempre obcecada por algum assunto. Ninguém precisa realmente ficar sabendo qualé o babado. Mas essa é outra característica do tipo bitolado: não conseguir ficar calado quando se trata do seu assunto favorito. Anos atrás eu falava sobre blogs para uma platéia paralisada com aquele sorriso amarelo na cara e um ponto de interrogação na testa. Dava pra perceber que estavam todos pensando sériamente, já em estado de pânico, em fugir correndo pra bem longe daquela pessoa que com certeza falava sobre alguma doença infecciosa e contagiosa—blog? coisa boa que não pode ser.

Me dediquei com afinco à fazer um sorvete de baunilha. Não qualquer baunilha, mas a baunilha fresquinha do Taiti, que eu cortei ao meio e raspei, esquentei por uns minutos no melhor creme de leite fresco e orgânico que pude encontrar e deixei em infusão na geladeira até o dia seguinte. Preparei o melhor sorvete de baunilha que pude preparar para levar ao chá de bebê de uma pessoa muito fofa, que vai ter sua filhinha no meio de setembro. Todo mundo levou uma coisinha, comprada ou feita em casa, nem tudo from scratch, mas tudo preparado com amor e carinho. Eu cheguei carregando um cooler com duas variedades de sorvete de baunilha. Não qualquer baunilha, mas aquela baunilha fresquinha do Taiti. Fiz um mais doce, outro menos doce e com a adição de uma colherzinha de chá de pasta de baunilha.

O problema não é o que eu preparo, mas a minha total obsessão por tudo o que eu faço, o que inclui o tal blog de culinária. Estou ficando seriamente tapada. Vejam só, eu só falo sobre COMIDA. Em qualquer encontro ou evento social, lá estou eu falando sobre comida. Eu falo sobre comida até com o meu marido, que não sabe fritar um ovo, mas sorri gentilmente e até dá palpites. Com ele tudo bem, estou em casa. Mas em outros lugares, preciso ir com cuidado, porque eu acabo entediando as pessoas, especialmente as que não cozinham e não estão nem aí pro assunto de comida.

Fui ao chá de bebê e já cheguei explicando que tinha feito um sorvete de baunilha, mas que não era com qualquer baunilha, mas sim a baunilha fresquinha do Taiti. E pra quem fez cara que não entendeu, eu entrei em detalhes: não tinha usado o extrato liquido, mas sim a fava, fresquinha, do Taiti. Depois tive obviamente que frisar que era tudo orgânico e que a receita era do David Lebovitz. As caras que me olhavam enquanto eu descrevia os detalhes sorriam educadamente, mas demostravam sinais visíveis de que o meu assunto não estava fazendo muito sucesso.

Se eu tiver a oportunidade, vou falar abusivamente sobre comida, com detalhes dos ingredientes, dizer que é tudo orgânico—essa parte é imprescindível, e se sobrar tempo vou dizer que a receita está no meu BLOG, um blog de culinária, preciso sempre sublinhar. Se alguém morde a isca e pergunta onde, eu já disparo rapidinha a frase apoteótica—DÁBLIU-DÁBLIU-DÁBLIU CHUCRUTE COM SALSICHA [TUDO JUNTO] PONTO COM.

sorvete de damasco seco
[ com pistacho ]

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Para estrear o The Perfect Scoop do David Lebovitz que ganhei da querida Bri, decidi fazer a receita do sorvete de damasco seco com pistacho. Adoro esses dois ingredientes e acho que eles casam muito bem. Como o Lebovitz relata, os damascos secos da Califórnia são imbatíveis e foi o que usei. Também os pistachos são californianos. Aliás, o assunto aqui em casa agora é pistacho, já que o Uriel já está passando dias lá na fazenda dos dito cujos, preparando a maquinaria que vai ser testada durante a colheita. O sorvete ficou divino pro meu gosto, com a acidez adocicada da fruta misturada com a crocância dos verdinhos. Mas não foi sucesso absoluto de público e crítica, pois alguém não gostou e não comeu. Azar o dele, sobrou mais pra mim!
Dried Apricot-Pistachio Ice Cream
140 g/ 5 ounces de damascos secos cortados em quatro
[use os da California, se for possível]
3/4 xícara / 180 ml de vinho branco, seco ou doce
1/2 xícara / 70 g de pistacho sem a casca
2/3 xícara / 130 g de açúcar
2 xícaras / 500 ml de half-and-half *creme de leite diluído
Algumas gotas de suco de limão fresco, espremido na hora
Numa panela coloque os damascos picados e o vinho. Deixe cozinhar por 5 minutos, desligue o fogo, tampe a panela e deixe descansar por mais ou menos uma hora. Pique os pistachos com uma faca.
Bata os damascos no liquidificador com o açúcar, half-and-half e suco de limão. Deixe a mistura gelar um pouco e então coloque na sorveteira. Quando o sorvete já estiver cremoso, adicione os pistachos picados.

roxo, da cor da violeta

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Foi um montão de blueberries, raspas de limão, Limoncello, o licor de limão italiano, açúcar demerara e creme de leite diluído, o half-and-half. Mesmo assim não empolgou. Por quê? Não sei. Pra mim pode ter sido as blueberries, porque não acho que elas são o fino da bossa, muito pelo contrário. Acho essas frutinhas muito das sem graça. Também pode ter sido o half-and-half, que não ajudou a dar corpo ao sorvete. Deu pra comer—como diz o meu marido, mas não nos arrebatou em entusiasmo, não nos fez murmurar hmmms e owhhhs. Houve um momento de silênco, mas foi de constrangimento: devo confessar que não gostei? Mas a cor ficou linda, uma coisa toda violeta, bem ornamental.

slap me out of it!

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Inspirada por um dos meus sabores favoritos do Aisu Pop—abacate com limão, meti as caras em mais uma aventura na terra da fruta congelada. Pois primeiro preciso dizer que tive um momento Alton Ego quando dei a primeira mordida naquele sorvete verde, naquele sábado ensolarado, enquanto caminhava pelo Farmers Market. O creme de abacate com leite ou limão é um dos sabores da minha infância. Virava e mexia, tínhamos o creminho de sobremesa. Eu gostava mais da versão com limão e mais tarde descobri que eu poderia misturar os dois. A cremosidade do leite com o azedinho do limão. E foi isso que fiz, bati um creme bem grosso com dos abatates da variedade Hass, leite integral, açúcar demerara e suco de um limão. Depois foi só colocar na sorveteira. Ficou ri-di-cu-la-men-te BOM. Desta vez ninguém reclamou nem botou defeito em nada. Apreciamos a sobremesa em total silêncio. Colheradas e mais colheradas de sorvete de abacate, até as lambidas finais. The End.
Assumo o fato de que estou ficando monótona e daqui a pouco vai ter gente rindo de mim lá no Rio de Janeiro. Mas tudo bem, estou mesmo aficionada por essa geringonça de fazer gelados. Tenham paciência, daqui a pouco começa a esfriar, eu compro outro badulaque, desvio a minha atenção e mudo finalmente de assunto. Por hora, firme na prancha, que tem mais ondas de sabores chegando!