55º – Sacramento

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Ficamos sabendo desse evento que acontece em cidades como San Francisco, New York e também em Sacramento—Dine Downtown, quando os restaurantes finos da cidade fazem uma semana de prix fixe menu. Com trinta dólares por cabeça, pode-se jantar um menu de três courses num dos restaurantes high-end de downtown Sacramento. Combinamos com um casal de amigos de irmos juntos e ela escolheu o 55º.
O restaurante fica na Capitol Mall, uma avenidona que desemboca no Capitol, a imponente sede do governo da Califórnia, onde o simpático Arnaldão trabalha. É o cartão postal da cidade. O 55º é pequeno e tem um estilo moderno. Pedimos nossas opçõoes do cardápio de preço fixo—dungeness crab cake, saffron mussel soup, steak of certified angus beef with lemon parsley butter and frites, wild mushroom risotto with mascarpone, parmesan reggiano e black truffles oil, créme brulée e sorbet de frutas.
A nota que demos para a comida foi sete. Isso porque nosso amigo realmente gostou da carne, para a qual eu torci o nariz. Achei que o angus beef estava com um sabor um pouco forte pro meu paladar não muito carnívoro. E as fritas estavam um pouquinho oleosas, talvez por causa da manteiga de limão. O bolinho de carangueijo estava muito bom e quem pediu a sopa de mariscos também gostou. O risotto foi uma decepcão e o créme brulée não entusiasmou. Nós levamos o nosso próprio vinho escolhido pelos nossos amigos, um cabernet savignon da vinícola J. Lohr e pagamos a corkage fee. Não foi um jantar memorável, mas também não foi um jantar ruim. Talvez a qualidade da comida tenha decaido um pouco por causa do menu fixo. Só assim estaria desculpado um restaurante tão caro servir uma comida tão mediana.

26 no Tucos

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Não me lembro exatamente porque casamos no dia dois de janeiro. Acredito que era o único dia vago, pudera. E não queríamos esperar porque eu já estava no quinto mês de gravidez. Então até hoje, enquanto o povo em geral sossega o facho das comemorações no segundo dia do ano, nós ainda temos mais um regabofe pela frente. E a cada ano que passa, a necessidade de comemorar se intensifica, afinal tantos anos juntos não é pra qualquer um.
Escolhi o Tucos Cafe para celebramos o nosso ano vinte e seis. Foi uma escolha inteligente. Já estivemos lá outras vezes, para almoçar ou apenas beber sucos de frutas brasileiras. O proprietário Pru Mendez* é casado com uma portuguesa e já morou no Brasil. Além dos sucos naturais, o Tucos também oferece feijoada e uma deliciosa adaptação da receita de pão de queijo da minha cunhada Pat, que segundo o Pru é um sucesso entre os americanos. Ele conseguiu transformar um salgadinho super simples e popular numa verdadeira delicacy, fezendo uma adaptação dos queijos, adicionando pasta de trufas, com um resultado extremamente delicado. Feito na hora, o pão de queijo chega quentíssimo à mesa, derretendo na boca.
Desta vez pegamos o cardápio do jantar e tudo o que pedimos estava perfeito. O Tucos oferece uma carta de vinhos bem incomum, com opções de vinhos de vários cantos do mundo, todos exclusivos. Eu pedi um Sousao feito aqui na Califórnia, com um sabor bem apimentado. Provamos um prato de queijo da serra português, que veio com pães, amêndoas torradas, passas brancas e um azeite bem denso e perfumado. Depois eu pedi uma salada simples, com fatias de maçã e uma torrada com queijo de cabra temperado e morno. O prato do Uriel, de carpaccio de prosciutto com alcaparras e queijo grana, estava sublime. Eu acabei comendo umas boas fatias, pois a quantidade era suficiente para duas pessoas. De prato principal o Uriel foi de ravioli com molho de lagosta e eu comi um steak com purê de raizes e legumes refogados. A sobremesa nos frustou um pouco, mas deu pra perceber que era tudo feito a mão, até o sorvete, que a garçonete nos comunicou era feito por eles.
O Tucos está instalado numa casinha pequena e aconchegante em downtown, atrás da estação de trem. A comida é de excelente qualidade, orgânica, local, e o atendimento é um primor de atenção e delicadeza. Enquanto o Uriel pagava a conta, fui conversar com o Pru, quando ele me contou do sucesso do pão de queijo e da feijoada e me falou que procura sempre pelos melhores ingredientes. Apesar de fazer parte do movimento Slow Food e de apoiar ao máximo os produtores e negócios locais, ele disse não ser um radical nem um fanático, e não se importa de trazer um produto de outro lugar, se concluir que aquele é o melhor. A carne que eu comi, por exemplo, é grass fed importada do Uruguai. Ele disse que o Uruguai tem a melhor carne de gado alimentado da maneira tradicional, com grama. Não tive como discordar, pois o meu prato estava uma delícia.
* posando descontraídamente na última foto em companhia da notável e altamente colunável dona do chucrute.

Foreign Cinema – San Francisco

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Uriel me convenceu a sair da toca na noite de Ano Novo. Fomos para San Francisco, onde nos contaram que a festa é sempre bonita. A cidade tem milhares de opções para todos os bolsos e gostos. Escolhi um restaurante que eu já estava querendo conhecer há tempos—o Foreign Cinema. Fiz reservas e fomos para a cidade mais linda do mundo na noite do dia trinta e um de dezembro.
O restaurante é bem bacana, tem duas áreas internas e uma externa, com um muro alto onde eles passam filmes estrangeiros. Na noite do reveillon havia também filmes nas paredes da parte interna do restaurante. Enquanto lá fora o filme projetado era o italiano cabeça O Jardim dos Finzi-Continis, lá dentro, onde ficamos, a diversão foi garantida com o over the top Beyond The Valley of The Dolls, um cult soft porn exageradérrimo e cafonérrimo dos anos 70. Nós jantamos um menu de quatro pratos, que podíamos escolher de uma lista interessante, com um preço fixo. Estava tudo muito saboroso, mas devo confessar que fiquei um pouco irritada com a quantidade minúscula das porções, comparadas com o preço nada pequeno da conta. A sopa de entrada, um creme de lagosta, veio num potinho um pouco maior que um dedal, na quantidade equivalente a talvez uma colher de sobremesa. Mas tudo bem, isso foi o de menos. O lugar era legal, a comida estava deliciosa e nós nos divertimos.
Saímos do restaurante às 11:38pm e com a ajuda inestimável do GPS conseguimos chegar ao Embarcadero uns minutos antes da meia-noite. Trocamos de sapato e nos agasalhamos melhor no carro e corremos para ver os fogos, embaixo da Bay Bridge. Foi um espetáculo muito bonito. Depois caminhamos pela orla, que estava apinhada de gente. Eu sou desacostumada com multidões, então fiquei um pouco atordoada. Todo mundo festejando sob a vigilância e ostensiva patrulha da gentil polícia de San Francisco. Havia muitos bêbados, drogados e a cidade estava uma muvuca total, mas tudo acontecendo naquela incrível civilidade e jeitão nonchalant típico da cidade. Voltamos logo em seguida para Davis, afinal eu queria dormir a primeira noite do ano na minha caminha!

breakfast no Café Bernardo

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No dia 25 eu tinha preparado um breakfast robusto, com omelete e salmão defumado. Na manhã do dia 26, eu, Marianne, Reidun e Idar fomos tomar nosso café da manhã fora. Escolhemos o Café Bernardo, que é um lugar bem gostosinho em downtown. O Uriel e o Gabriel não nos acompanharam, pois foram trabalhar. Eu gostei de não precisar fazer nada e tivemos um breakfast típico norte-americano, com ovos, bacon, salsicha feita em casa, refogado de batatas, pão, geléia, café.

Giusti’s

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Mas uma vez decidimos seguir as indicações da reportagem restaurants worth the drive da Sacramento Magazine. Na primeira vez adoramos a experiência da alta qualidade e simplicidade do Putah Creek Café. Desta vez, nossa visita ao Giusti’s foi um pouco diferente. O restaurante instalado no meio de fazendas de uva e ao lado do Sacramento River, parece mesmo o paraíso dos caçadores e pescadores. Como a reportagem da revista descreve, o lugar é rústico por dentro e por fora. Pertence à uma família de descendentes de italianos que gerencia o restaurante há mais de cem anos. Logo na entrada tem um bar, com o teto totalmente forrado de bonés de baseball. O restaurante fica ao lado do bar e faz um estilo cantina, mesmo na hora do almoço de um dia ensolarado as persianas estava fechadas e as luzes acesas. O menu do dia fica afixado em lousas brancas nas paredes. Nós decidimos pedir o catch of the day, que era o grilled red snapper. O prato vinha com sopa ou salada, pão rústico e vinho. Comida à beça! Pedimos sopa, que veio numa vasilha enorme, deveria servir umas quatro pessoas. O vinho—um Chianti sangue de boi, veio numa jarra, dava também pra quatro pessoas. O peixe veio com um arroz, tipo parabolizado e temperado com o que parecia ser cogumelos. Cara de arroz de caixinha. O peixe parecia ter sido temperado com aqueles pózinhos de alho e não consegui imaginar aquilo sendo grelhado. Parecia ter sido apenas frito numa frigideira. A sopa também não era feita from scratch. Se era, meu paladar está me passando a perna, porque aquela sopa tinha o gosto típico das sopas em lata. Comemos, mas não ficamos impressionados. Eu pedi uma porção de batata frita, e foi a única coisa que realmente gostei. Elas vieram super quentes e crocantes. A reportagem da revista dizer que as porções no Giusti’s são enormes foi correto, mas dizer que a comida é fresca, eu não coloco minha mão no fogo pra confirmar isso. Muito pelo contrário. Achei que eles usam muita coisa processada e pré-preparada, como o arroz, a sopa e os temperos.

Talvez tenhamos ido lá no dia errado. No final de dezembro eles terão um sábado de Cioppino e toda quarta-feira no jantar o especial é lagosta. Bom, tem lagosta no Red Lobster também, mas isso não significa que valha a pena jantar lá.

Chez Panisse Café

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As confusões acontecem por algum motivo esotérico, não por falta de planejamento, pois algumas vezes tudo falha calhordamente por nenhum motivo aparente. Desta vez eu me preparei. Escrevi pra Maryanne, que lê este blog, mora em Berkeley e conhece os bons restaurantes da cidade. Ela sugeriu três lugares, eu escolhi um, liguei e fiz reserva. Tudo certo, não iriamos dar com os burros n’água em qualquer birosca desconhecida. Chegamos em Berkeley cedo, pois eu queria antes passar no The Cheese Board Collective, que fica em frente ao Chez Panisse e faz parte da história do restaurante. O lugar estava fechado, então seguimos para o Farmers Market em downtown, onde passamos um tempo e depois seguimos para o restaurante onde eu tinha feito reserva. Chegando lá, o grande choque—o lugar estava FECHADO*! Fiquei louca da vida, gruni, chutei lata, aquilo não era possíverrrrr….
Resolvemos voltar para a rua do Chez Panisse, onde ficava um outro lugar que a Maryanne tinha recomendado. Mas quando chegamos lá e eu olhei novamente para o charmoso restaurante da Alice Waters, me deu um ziriguidum:
fruck reservations! eu vou checar se rola a gente almoçar no café do Chez Panisse!
E fui. A hostess, extremamente delicada e gentil, me disse que seria trinta minutos de espera. Topei sem piscar. Enquanto o Uriel foi estacionar o carro, eu fiquei olhando os cozinheiros trabalharem na preparação do jantar do dia, no restaurante que fica na parte de baixo da casa. Dei uma espiada através da cortina e depois fiquei embasbacada, olhando o movimento na cozinha de um dos restaurantes mais famosos do mundo. Um dos cozinheiros escolhia talos de uma verdura, outros picavam coisas, a cozinha tinha um cheiro maravilhoso de coisas deliciosas. De repente entrou o chef Jean-Pierre Moullé, que comanda a cozinha do restaurante há anos. Ele inspecionou algumas coisas e foi sentar-se em uma das mesas com outras pessoas, certamente planejando a noite.
Subimos para o café, onde tivemos o nosso almoço. Infelizmente eu sou tímida demais pra sacar a minha camerazona dentro do lugar e tirar fotos indiscriminadamente. Simplesmente não rolou. E eu estava feliz da vida, curtindo a minha primeira visita ao Chez Panisse. Durante o almoço eu fiquei contando coisas sobre a história do restaurante pro Uriel. Percebi que nessa altura do campeonato, depois de ler tanto e tanto, eu sei absolutamente TUDO sobre tudo do lugar, só faltava mesmo estar lá fisicamente.
O café é maior que o restaurante, isto é acomoda mais gente. E tem um cardápio a la carte, que o restaurante não tem—lá o menu é fixo. Eu pedi o Zinfandel da casa, que tem toda uma história, que eu contei pro Uriel, e quis provar. Eu pedi uma ricota assada com folhas de alface da horta e um frango grelhado com brócolis ao vapor, molho de tomatillos e batata frita palha, que na realidade eram lascas finérrimas da batata, como papel de seda. O Uriel pediu uma sopa de couve-flor com iogurte e menta e depois um ravioli com espinafre e cogumelos, uma das massas mais delicadas que eu já vi. De sobremesa acertamos na mosca, o Uriel com uma bavaroise de baunilha com molho de fruta silvestre e eu com um sorvete de laranja cristalizada, que devoramos entre murmuros de puro prazer.
O Chez Panisse é a epítome de absolutamente tudo que eu sempre acreditei e pratiquei na minha cozinha. Come-se tão bem quanto em outros mil lugares, mas pra mim é a filosofia que envolve o restaurante que faz a diferença. Como eles põe em pratica a sustentabilidade, como insistem na qualidade dos produtos e como apoiam os produtores locais.
*quando chegamos em casa à noite, tinha uma mensagem do restaurante furão na secretária, se desculpando pelo inconveniente de termos dado com a cara na porta. aparentemente eles decidiram não abrir por causa de um problema de família.

Tower Cafe

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Quando Davis ainda não tinha o Varsity, o seu cinema independente, nós íamos muito à um dos cinemas independentes de Sacramente. Éramos fãs do Tower Theater, que frequentávamos muito, quase sempre parando no café ao lado do teatro, o Tower Cafe. Fazia muito tempo que não íamos lá e pra mim foi um pouquinho decepcionante. Eu tinha essa idéia do Tower Cafe ser um lugar super cool—e ainda é, sem dúvida. Mas o caso é que eu mudei, tenho outros interesses, tenho outras ambições e o Tower Cafe parece ter parado no tempo. O menu deles é bem legal, pois eles têm essa proposta étnica de global village, com rangos inspirados em outras culturas. O resturante é todo decorado com knick knacks de todos os cantos exóticos do mundo. Parece a coleção de um mochileiro que andou pelo Tibete, pela Africa, pela India. E o staff é todo moderninho, garotas e garotos alternativos. A comida nunca foi ruim, mas infelizmente não me impressiona mais. Talvez tenha impressionado no passado. Fiquei um pouco chocada em encontrar no menu o mesmo Brazilian Chicken Salad que eu comi uma vez há uns seis anos pra ver o que ela tinha de Brazilian, que na minha conclusão foi absolutmente NADA. Nós chegamos durante a transição do menu do brunch para o menu do jantar, então não tivemos um leque muito grande de opções. Eu pedi um frango desfiado e temperado com um pesto de coentro e jalapeños ajeitado numa focaccia, com rúcula, cebola roxa e uma maionese de pimentão vermelho. Veio acompanhado de batatas fritas. O Uriel pediu um hamburguer vegetariano, que quando chegou pensamos que a garçonete tinha se enganado com o pedido dele, pois parecia um hamburgão de carne. Não era! As batatas fritas estavam pateticamente tristes. Depois da minha experiencia das batatas do Putah Creek Cafe, vai ser dificil engolir qualquer outra. O Tower Cafe sempre teve e ainda tem uma variedade enorme de sobremesas super criativas, além dos acompanhamentos para chá e café—muffins, cookies, bolos, scones, biscuits, etc. Mas eu pedi uns profiteroles recheados com creme de café e com cobertura de chocolate com jalapeño, que eu achei que tinham sido preparados na semana anterior. Estava bom, mas não estava fresco, se isso pode ser possível. Estava apenas comível. O Uriel pediu um creme brulée de amaretto, que não estava ruim, mas também não arrasou Paris em chamas. Acho que o meu problema com essa visita ao Tower Cafe foi tentar sentir o mesmo frisson que sentíamos lá na década de 90. São outros tempos e eu estou em outro caminho.

Putah Creek Cafe

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Desde que chegamos em Davis que o café da manhã do Putah* Creek Cafe na cidade de Winters** nos tinha sido recomendado. Mas em todos esses anos nós nunca fomos lá. Frequentamos muitas vezes o restaurante em frente, uma steak house chamada Buckhorn, de onde víamos o pequeno café da esquina com fachada cor-de-rosa. Na semana passada eu estava folheando um número da Sacramento Magazine quando vi uma reportagem intitulada restaurants worth the drive—um deles, o Putah Creek Cafe. Decidi que tinha finalmente chegado a hora de irmos checar se o lugar era bom mesmo.

O que eu tinha ouvido falar é que o café era um lugar bem simples, com comida também simples, tipo cardápio de diner, só que feito pela família, com ingredientes fresquinhos e locais. A descrição bateu perfeitamente com a realidade. O restaurante é bem simples, serve café da manhã e almoço. Tem também um cardápio de tortas e biscoitos. Eu poderia descrevê-lo como a versão caseira e ultra-melhorada de um Denny’s ou um Baker’s Square. Chegamos um pouco depois da uma da tarde e eles não estavam mais servindo o café da manhã. Pedimos o almoço. Para beber, limonadas feitas de limão fresco espremido—coisa rara em diners de hoje em dia. O Gabriel pediu chá e veio uma variedade enorme do Tazo, realmente bem diferente do menu de chás de um diner comum. Pedimos nosso rango, que chegou prontamente. De onde estávamos podíamos ver o cozinheiro, muito compenetrado. Pedimos sanduíches, que vieram com sopa ou salada. O Uriel elogiou a sopa, onde se via os legumes e pedaços de carne. Nada a ver com as sopas enlatadas que são servidas abundantemente por aí. Eu pedi uma torta de milho feito com roasted chiles, milho fresco e cornmeal, servido com sour cream que estava simplesmente perfeita—úmida, macia e ultra-saborosa. Pedimos batatas fritas e eu mal pude acreditar naquilo: elas vieram super pelando, do jeito que eu adoro, crocantes por fora, macias por dentro e sequinhas! Batatas fritas simplesmente perfeitas. Tudo que saia da janela da pequena cozinha tinha uma cara simples, mas parecia delicioso. Quando chegou a hora da sobremesa estávamos tão cheios, mas eu quis pedir uma torta pra experimentar. Elas são todas feitas com frutas da estação, dos pomares da região. O Uriel escolheu a torta de damasco, que estava muito interessante, diferente e deliciosa. Vou querer voltar lá outras vezes para provar as outras tortas. E pra compensar todos esses anos que deixei de ir—vale mesmo a pena pegar a estrada!

*Putah pronuncia-se pheutá, caso alguém tenha ficado confuso.
** Winters fica a dez minutos de Davis é uma cidadezinha rodeada por todos os lados de pomares de amêndoas e pêssegos.

outra noite na Bodega Española

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Mais uma visita à Aioli Bodega Española, desta vez guiados pelos nossos amigos através do menu dos tapas. Da última vez que fomos lá, pedimos tapas, mas depois fizemos a tolice de pedir uma paella vegetariana. Pra quem nunca visitou a Califórnia pode ficar difícil de entender que tranca de paella vegetariana é essa! Mas aqui, meus amigos, tem versão vegetariana de absolutamente tudo, até de bacon. E como eu não como animais com mais de quatro pernas e que vivem em conchas, a maioria dos frutos do mar está fora do meu cardápio. Uma paella seria um desperdício, portanto optamos pela vegetariana, o que foi obviamente um erro de estratégia.
Desta vez, porém, nossos amigos nos recomendaram ficarmos somente nos tapas. Foi bem interessante, pois provamos muitas coisas diferentes—eu pulando os pratos com mariscos, lulas, polvos, eteceterá. Estava tudo ótimo, e eu gostei particularmente de um carneiro com um molho de tomate picante e os cogumelos com molho de jerez. No final decidi pedir uma sopa de tomate com trigo que foi a única decepção. Não consegui comer.
A nossa noite de tapas foi muito boa por causa da comida, mas muito mais por causa da companhia. Com amigos, bom papo e bom vinho, até pão com manteiga vira um manjar, não é mesmo?

domingo no Ciocolat

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Fizemos muitas coisas no domingo e no meio do tempo paramos para um almocinho rápido no Ciocolat, que é um café aqui em Davis, o favorito da minha amiga Leila. O café é uma gracinha, instalado numa casa de esquina em downtown, com mesas sempre decoradas com vasos e jarras de flores, pratos e xícaras de porcelana e talheres de metal. No Ciocolat não tem nada de papel nem de plástico e o lugar vive cheio, desde manhã para o breakfast, até o final da noite para sobremesa e vinho. Eles têm os melhores doces, bolos, pastries, sucos, chás e também têm um cardápio simples para um lanchinho light. Eu adoro a salada que acompanha todos os pratos, de folhas verdes com cranberries secas e com um tempero vinagrete bem simples, que deixa você sentir o gosto das folhas e da fruta. Nesse domingo corrido eu pedi um croque monsieur californiano, feito com salmão defumado e o Uriel pediu um muffuletta. Depois pedimos sobremesa, uma pastry com pêra e um mousse de abacaxi. Sentamos da varanda observando o movimento em downtown e nem frio e o vento atrapalhou nosso delicado almoço.
*já mencionei o Ciocolat inúmeras vezes nos meus blogs nesses últimos sete anos, uma delas foi AQUI.