o mundialmente famoso

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Depois de quatro longos anos, a receita já espalhada pelo mundo afora, adaptada por um restaurante, testada e repassada até dizer chega, finalmente encarei o desafio de prepará-la também. Levei todo esse tempo para criar coragem, porque sempre achei que fazer pão de queijo do modo tradicional era muito trabalhoso, coisa para experts. Por a mão na massa é uma tarefa que me intimida, todos já sabem. E a dona da receita, minha cunhada Patricia, é uma cozinheira de mão cheia e essa receita é da mãe dela, que provavelmente aprendeu com outras gerações da família. Nunca esqueci da delicia que foi comer aquele pão de queijo quentinho na casa do meu irmão, mas será que iria ficar tão bom se eu mesma fizesse? Na dúvida, optei por não arriscar.

Minha vida toda só fiz apenas um tipo de pão de queijo, aqueles de liquidificador. E com esta receita absolutamente perfeita e infalível da Neide Rigo nas mãos, passei esses anos todos fingindo muito bem fingido que a receita da Patricia não era para o meu bico. Quando a Elise me disse que iria publicar a receita do famoso pão de quejo brasileiro e me pediu algumas dicas, passei a receita de liquidificador da Neide e também a tradicional da Patricia, explicando que a segunda eu nunca tinha preparado, porque tinha receio de me dar mal e me alonguei naquele interminável tralalá esfarrapado de gente enroladora. Com o meu atestado de covardia passado e assinado, fiquei muitos dias pensando naquilo—por que nunca fiz essa receita? por quê? por quê?

Nada como uma boa argumentação daquele grilo falante pra te colocar frente a frente com suas fraquezas e te dar um bom empurrãozinho em direção à ação. Num pisque comprei todos os ingredientes e numa tarde de domingo respirei fundo, fiz o mise en place e me pinchei de corpo, alma e coragem na receita do tradicional pão de queijo mineiro—o mundialmente famoso pão de queijo da Pat.

Fui juntando os ingredientes com o maior cuidado e quando coloquei os ovos achei que aquilo iria tudo pro lixo. Mas que surpresa, a massa liga perfeitinha, não precisei adicionar nada, ficou super moldável, fiz dezenas de pãezinhos. O único porém é justamente esse: a receita dá muito pãozinho, A dica seria diminuir a receita pela metade [ou até um quarto] ou congelar parte dos pãezinhos. Eu congelei uma parte e dei para o Gabriel assar quando ele quiser. Mesmo assim fiquei com muitas sobras. Como não queria jogar fora nem um cisco da minha obra prima mineira, preparada com ingredientes orgânicos da melhor qualidade, no dia seguinte cortei os pãezinhos ao meio e tostei na frigideira de ferro, Ficaram ótimos para comer com queijo cremoso e acompanhar saladas.

1 quilo de polvilho azedo [*usei a tapioca starch]
1 quilo de batata cozida e espremida
1 xícara de leite em temperatura ambiente
1 xícara de óleo vegetal
1 colher de sopa de sal
1/2 queijo de Minas curado ralado [*usei 500 gr de queso fresco mexicano]
6 ovos caipiras grandes
1 colher de sopa de erva-doce [*opcional]

Coloque o polvilho numa vasilha, esprema a batata cozida ainda quente em cima do polvilho. Coloque o sal. Misture bem com as mãos. Coloque o leite e continue misturando com as mãos. Coloque o óleo e misture, sempre com as mãos. Coloque o queijo ralado e por último os ovos. Mexer bem com as mãos até formar uma massa bem moldável. Para dar um toque especial, pode acrescentar uma colher de sopa de sementes de erva-doce.
A massa deve ficar macia como uma massa de modelar. Se estiver quebradiça, precisa acrescentar mais um ovo. Modelar os pãezinhos e assar no forno pré-aquecido em 400ºF/ 205ºC por 20 a 30 minutos. Essa massa pode ser congelada.

pão de farinha de arroz

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Fui dar uma geral na minha prateleira de farinhas e dei de cara com dois pacotes de farinha de arroz. Por mais eclética que eu seja na cozinha, tenho certeza que receita nenhuma que eu tenha feito ou pretendesse fazer necessitaria de dois pacotes de farinha de arroz. Mas vá lá, os pacotes estavam com a data de expiração se aproximando e precisavam ser usados asap.

Me falta tempo, destreza e paciência pra fazer receitas elaboradas. Por isso escolho sempre as coisas fáceis. E rápidas. Rodei a web atrás de algo vapt-vupt pra usar a farinha de arroz e caí nesta receita de pão feito com amêndoas e farinha de arroz.

Vou dizer, essa farinha tem uma textura diferente. Quando misturei os ingredientes, pensei que aquilo não iria vingar. Mas parece que vingou. Não ficou realmente um pão comum—ele não cresceu e ficou bem denso. Mas ficou ótimo até depois de muitos dias. Tostei o último pedaço em fatias na frigideira de ferro. Não ficaram mal. Troquei as amêndoas pela macadâmia, porque era o que eu tinha disponível no dia.

O resto da farinha usei pra refazer esses muffins que ficam tão estranhos quanto o pão, mas são bem saborosos. Não refiz esta receita bem interessante de creme de arroz persa, mas se alguém quiser tentar, fica a dica!

almond and rice flour bread with poppy seeds
1/2 xícara de amêndoas sem a pele [*usei macadâmias]
1 1/2 xícara de farinha de arroz
4 colheres de chá de fermento em pó
1/4 colher de chá de sal
3 colheres de sopa de sementes de papoula
1/2 xícara de iogurte
1/2 xícara de água
1 ovo grande
1 clara extra de um ovo grande
2 colheres de sopa de óleo vegetal

Pré-aqueça o forno em 350ºF/ 176ºC. Unte uma forma de pão com manteiga. Coloque as amêndoas com 1/2 xícara da farinha de arroz no processador e moa bem até obter uma farinha. Adicione o restante da farinha, o fermento, sal e 2 colheres de chá de sementes de papoula e misture rapidamente.
Numa vasilha separada misture o iogurte, a água, o ovo e a clara extra.

Com o processador ligado, vá adicionando a mistura liquida pelo tubo, até formar uma massa compacta. Coloque na forma untada, polvilhe com o resto das sementes de papoula e asse por 55 minutos. Remova do forno e deixe o pão esfriar numa grade. O pão corta melhor depois de algumas horas descansando ou no dia seguinte.

pão com limão e macadâmia

3 colheres de sopa de manteiga
5 xícaras de farinha de trigo
3/4 de colher de chá de sal
1 1/2 colher de chá de fermento de pão seco
1/4 xícara de açúcar
1/2 xícara de leite morno
1 ovo
3/4 xícara de iogurte de limão [ou iogurte natural ou kefir]
1/4 xícara de macadâmias grosseiramente picadas
1 colher de sopa de raspas de limão

Numa vasilha peneire a farinha e o sal e faça um buraco no meio. Numa outra vasilha misture o leite morno, 1 colher de chá do açúcar e o fermento de pão. Despeje essa mistura no buraco feito no meio da farinha e junte só um pouquinho da farinha dos lados no liquido, até formar uma massa mole, polvilhe delicadamente um pouquinho mais de farinha por cima da massa de fermento no meio da farinha, cubra com um pano e coloque num lugar escuro e morno por 30 minutos—assim vai formar a “esponja” no centro, que deve estar com bolhas visíveis.

Junte o ovo, a manteiga, o iogurte e o restante do açúcar e misture com a farinha e a esponja até formar uma massa. Amasse por 10 minutos, até a massa ficar macia e elástica [*eu usei o acessório de bater massa da minha batedeira]. Coloque a massa numa vasilha, cubra com um pano e coloque num local escuro e morno por 1 1/2 hora ou até a massa dobrar de tamanho.

Soque a massa numa superfície enfarinhada até sair todo o ar, junte as macadâmias e as raspas de limão e incorpore delicadamente. Coloque a massa numa forma de pão forrada com papel vegetal e untada com manteiga. Cubra com um pano, coloque novamente num local escuro e morno e deixe crescer por mais 30 ou 60 minutos.
Pré-aqueça o forno em 375ºF/ 190ºC. Pincele o pão com manteiga derretida [*eu não fiz] e asse por 50 minutos. Remova da forma e deixe esfriar numa grade.

biscuits de manjericão roxo e queijo parmesão

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Os biscuits são pãezinhos muito fáceis e rápidos de fazer, bom pra um lanche de domingo à noite. Esses, publicados na edição de julho de 2009 da revista Cooking Light, me chamaram a atenção por causa do manjericão roxo. Por coincidência naquela semana eu tinha um mação dessa variedade super aromática. Como eu não tenho muita experiência fazendo esse tipo de receita, pequei somente por abrir a massa muito fina. A receita pede para deixar a massa com uma altura de três centímetros e eu deixei com muito menos, então os meus biscuits ficaram mais fininhos, mas com certeza não menos gostosos. Se você não tiver acesso ao manjericão roxo, faça com o verde mesmo.
faz 12 biscuits
2 xícara de farinha de trigo
2 colheres de sopa de açúcar
4 colheres de chá de fermento em pó
1 colher de chá de sal
1/4 xícara de manteiga gelada cortada em cubinhos
2/3 de xícara de manjericão roxo picadinho
1/2 xícara de queijo parmigiano-reggiano ralado fininho
2/3 xícara de leite
1 ovo grande
Pré-aqueça o forno em 425ºF/ 220ºC. Meça a farinha, nivelando com uma faca. Misture a farinha com o açúcar, fermento e sal numa vasilha média, misturando bem com um batedor de arame. Adicione a manteiga e vá misturando com um cortador de massa ou com duas facas [*que foi o que eu fiz] até ficar uma farofa grossa. Junte o manjericão e o queijo ralado. Numa vasilha pequena misture o ovo e o leite, batendo bem com o batedor de arame. Adicione a mistura de leite e ovo à de farinha e misture até ficar úmida. Jogue a massa numa superfície enfarinhada e abra com o rolo numa expessura de 3 cm. Corte com cortador de biscoitos de 5 cm de diâmetro ou com a boca de uma xícara ou tijelinha bem pequena. Coloque os biscuits numa forma untada com óleo ou azeite ou forrada com papel alumínio [*ou forrada e untada, que foi o que eu fiz]. Asse por 15 minutos. Remova do forno e deixe esfriar.

Scones de damasco seco com sálvia – take II

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Há muito tempo que eu queria refazer esta receita publicada nos primórdios deste blog. Não sei por que razão ela não foi fotografada, porque lembro do resultado ter ficado delicioso. Pois fiz de novo. Esses scones não ficam esfarelentos como é caracteristica deles ficarem. Talvez pelo uso do creme de leite, não sei. Mas ficam interessantíssimos, com essa mistura de fruta e erva, que também já virou um saboroso sorvete feito com iogurte.

popovers de alho & alecrim

popover de queijo & alho
popover de queijo & alho
Essa receita veio impressa em alguma embalagem, que eu recortei e deixei na altura dos meus olhos, encaixada na fresta da porta de um dos armários, para poder lembrar de fazer em breve. Os popover são pãezinhos bem leves, que até lembram um pouco aquele pão de queijo de liquidificador, só que eles ficam mais sequinhos e com uma consistência mais firme. Mas crescem e abrem em formato de flor e ficam ocos por dentro, portanto ótimos para comer com algum tipo de recheio. Eles foram o acompanhamento para uma sopa de lentilha verde temperada com alho e ervas e uma salada simples de tomate, servidos numa noite de ventania descabelante e barulhenta.

1 1/2 xícara de leite integral
Três dentes de alho
1 colher de sopa de alecrim fresco picadinho [*usei o seco]
3 ovos da galinha feliz
1 1/2 xícara de farinha de trigo
1 colher de manteiga derretida
1/4 colher de chá de sal
3 colheres de sopa de queijo parmesão ralado

Aqueça o leite numa panela até ele ficar bem quente. Desligue o fogo e coloque os dentes de alho cortados ao meio e o alecrim de molho no leite quente por pelo menos vinte minutos.

Pré-aqueça o forno em 450ºF / 232ºC. Unte seis formas grandes ou doze pequenas para popover com manteiga. Se não tiver as formas próprias para popover, use as para muffins.

No liquidificador coloque todos os ingredientes, mais o leite coado [descarte o alho e o alecrim]. Bata bem até obter uma massa lisa e coloque nas formas até 2/3 de altura, porque eles crescem e abrem.

Salpique cada popover com um pouquinho de queijo parmesão e leve para assar em forno alto pré-aquecido por 15 minutos. Baixe a temperatura do forno para 325ºF / 162ºC e asse por mais 15 minutos. Não abra a porta do forno durante o processo. Desenforme e sirva, quentinho.

popovers de queijo parmesão

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Queria servir um pãozinho com a sopa, mas tinha que ser coisa simples e rápida, porque não sei o que acontece comigo, mas sempre no final do dia estou exausta, fisica e mentalmente. Tive essa idéia de fazer popovers, que são bolinhos macios que crescem e geralmente explodem pra fora da forminha. Usei a conveniente caixinha do Food Blog Search e cai nesta receita deste blog, que achei perfeita. Meus popovers não cresceram muito, nem ficaram com a aparência típica dos popovers, mas tudo bem, beleza não é tudo nesta vida, né?

Parmesan Popovers
Pré-aqueça o forno em 400ºF/205ºC. Unte uma forma com 12 muffins com azeite. No liquidificador, coloque:
3 ovos
3/4 xícara de farinha de trigo
1/4 colher de chá de sal
1/2 colher de chá de pimenta do reino moída na hora
1/2 colher de chá de ervas de Provence
4 colheres de sopa de salsinha fresca picadinha * eu usei orégano fresco
1 xícara de leite integral
3/4 xícara de queijo parmesão ralado

Bata bem. Encha as forminhas com 3/4 da mistura e asse por 25 minutos, até que eles cresçam e fiquem dourados. Remova da forma e deixe esfriar numa grade. Esses bolinhos são ótimos para serem levados, fechados num container, para picnics.

pão é o meu chocolate

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A atual secretária do nosso programa é uma gracinha de pessoa. Antes dela nós tivemos uma secretária que fugiu com o namorado bandido e nunca mais deu as caras, depois um secretário que fumava, usava as calças caídas e ostentava uma cara de quem não parecia muito contente com o emprego. Mas essa nova foi um achado. Ela é simpática, conversadeira, educadíssima. Uma coisa fofa que ela faz é decorar o front desk. Eu raramente passo por lá, só vou quando preciso de alguma coisa e outro dia fui pedir umas pilhas recarregáveis e notei a decoração de valentine’s day, cheia de coraçõeszinhos, cupidos, eteceterá. Ela mantém também um vidro com treats, que variam conforme a celebração. Desta vez são chocolates em formato de coração, que a nossa técnica estava atacando e no entusiasmo me ofereceu um:

[E]— esses são os melhores chocolates que eu já comi, prova um…
[F]— ahn, eu não sou muito chegada em chocolate.
[E]— você não come chocolate? que tipo de pessoa é você?
[F]— sou normal. mas não morro por um chocolate.
[E]— mas você gosta do que então?
[F]— gosto de outras coisas…

Sim, gosto de outras coisas. O que por exemplo? Gosto de PÃO. Adoro PÃO. Troco qualquer chocolate por uma fatia de pão, como esse da foto com cranberries e nozes da Acme Bread Company de Berkeley. Eu posso ser considerada normal, apesar de não ser a maior fanzoca de chocolate. Porque eu tenho uma paixão, que é o PÃO. PÃO é o meu chocolate.

pão

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Posso viver de pão. Uma das minhas comidas favoritas. Gosto de qualquer tipo, feito com qualquer farinha, branca ou integral, com grãos, com passas, com sementes. Gosto de comer uma fatia com manteiga, ou mel, ou queijo. Às vezes como o pão puro, rasgo pedacinhos pequenos e deixo derreter na língua. Passo muito bem sem muita coisa, mas não consigo ficar sem pão.