salada de cogumelos
[com erva-doce & parmesão]

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Sou daquelas que nunca passa indiferente diante de uma cestinha de cogumelos frescos. Pra mim, eles são irresistíveis. Compro sempre e muitos, se forem selvagem ou orgânico melhor ainda. Não desprezo, não ignoro, não evito. Mas só compro os não venenosos—que isso fique bem claro [*pisc!]. Desta vez acumulei um pacotão dos pequenos creminis e dos saborosos shiitakes, que foi o que usei para fazer uma adaptação dessa receita. Troquei o salsão e a salsinha da receita original pela erva-doce e ciboulette. Ficou muito bom, mas ainda vou refazer usando os ingredientes indicados. Duas notas super importantes sobre cogumelos frescos: guarde sempre os cogumelos em sacos ou embalagens de papel, nunca em nada de plástico. Embalados em papel eles duram por tempo indeterminado na geladeira—vão secar, mas continuam bons e podem ser re-hidratados e usados. Em embalagens de plástico eles murcham e mofam. E cogumelos frescos não devem ser lavados, no máximo escovados delicadamente ou limpos com um paninho ou folha de papel, apenas para remover qualquer eventual resíduo de terra.

7 colheres de sopa de azeite de oliva extra-virgem
1/2 quilo de cogumelos frescos [cremini & shiitake]
2 colheres de sopa de suco de limão
2 bulbos de erva-doce fatiados bem fininho
[use um mandoline, se tiver um]
1 xícara de queijo parmigiano reggiano em fatias finíssimas
Sal marinho e pimenta do reino moída na hora
1/4 xícara de ciboulette picadinha

Refogue os cogumelos e, 3 colheres de sopa de azeite sobre fogo médio por 5 minutos ou até eles ficarem dourados. Tempere com sal e pimenta e deixe esfriar.
Numa saladeira coloque as 4 colheres de sopa restantes de azeite e o suco de limão. Tempere com sal e pimenta. Misture bem e adicione a erva-doce fatiada, os cogumelos refogados e frios, o queijo e as cibouletes. Misture bem e sirva.

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sopa de cenoura
[com harissa & coentro]

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Quando fui preparar aquela salada de cenoura com harissa e limão, me distraí e cozinhei as cenouras um pouco além do requisitado e acabei com uma boa porção delas super molinhas esperando uma ideia criativa se manifestar para eu poder usá-las. A solução não foi essencialmente brilhante nem absolutamente inédita, pois eu já tinha feito esse truque de transformar salada em sopa e vice-versa outras vezes. O desfecho resultou numa sopa feita exatamente com os mesmos ingredientes da salada—menos o limão em conserva, que tinha acabado. As cenouras foram reaproveitadas e consumidas no formato de uma sopa muito gostosa e auspiciosa.
Bater no liquidificador mais ou menos 2 xícaras de cenouras cozidas, juntar caldo de legumes ou a água do cozimento das cenouras [que foi o que eu fiz], um punhado de coentro fresco, uma colher de chá de pasta de harissa [um pouco mais, que quiser mais picância], azeite e sal a gosto. Bater tudo até formar um purê, colocar numa panela e levar ao fogo. Cozinhar por uns minutinhos e servir.

salada de cenoura [com harissa & limão]

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O pessoal da cesta orgânica avisou que as cenouras já se retiraram de cena nesta temporada. Recebi as últimas há duas semanas e quis me despedir delas com um prato interessante. Escolhi essa salada marroquina com limões preservados no sal e harissa, a pasta de pimenta tradicional do norte da Africa. Você pode deixar a salada um pouco mais ou um pouco menos apimentada, aumentando ou diminuindo a quantidade de harissa.

faz de 8 a 10 porções
10 cenouras
2 colheres de sopa de harissa
4 colheres de sopa de preserved lemon [mais ou menos 1 limão]
5 dentes de alho picados [*omiti]
1/4 xícara de azeite extra-virgem
2 colheres de sopa de vinagre de vinho branco
1/4 de maço de coentro fresco
Sal e pimenta do reino moída na hora a gosto

Corte as cenouras em rodelas. Numa panela ferva 4 xícaras de água com sal. Jogue as cenouras e cozinhe por uns 10 minutos ou até as cenouras ficarem macias, mas ainda firmes. Coe e deixe esfriar. Misture as cenouras com os ingredientes restantes e leve a geladeira, deixando macerar de um dia para o outro. Sirva em temperatura ambiente.

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sopa de abóbora da A. Waters

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Estou quase alcançando meu objetivo de des-papelizar um pouco a minha vida e transferir todas as minhas assinaturas de revista para o iPad. De todas as revistas de gastronomia, a Food & Wine é a que tem na minha opinião o melhor design e interface. Ela não é apenas uma réplica da revista impressa, como muitas outras versões pra iPad são, mas é bem interativa e adaptada para essa mídia. Posso até dizer que estou gostando muito mais de ler essa revista na sua versão eletrônica. Na edição de fevereiro topei com essa sopa preparada pela genial Alice Waters. Tenho o hábito inconsciente de começar qualquer sopa refogando ingredientes e temperos. Mas com essa receita nada disso acontece. Podemos até ficar desconfiados—como que pode fazer um caldo saboroso sem um bom refogado? A Alice prova que é possível. O aroma da abóbora cozinhando na água com cebolas e uma folha de louro é o indício incontestável. Essa sopa foi muito simples de fazer e ficou deliciosa. Eu usei a intrigante variedade red kuri recomendada na receita, mas pode-se usar também a butternut squash ou qualquer outro tipo de abóbora.

700 gr [3 xícaras] de abóbora cortada em cubos
[red kuri, butternut squash ou outra variedade disponível]
1/2 cebola média cortada em partes
1 folha de louro
1 bulbo médio de erva-doce cortado em fatias
1 colher de sopa de azeite extra-virgem
Sal e pimenta do reino moída na hora a gosto
1 colher de sopa de manteiga sem sal
Nozes ou pecans tostadas
Folhas de manjerona fresco [*usei de orégano] para decorar

Pré-aqueça o forno em 375°F/ 200ºC. Numa panela grande coloque a abóbora cortada em cubos, a cebola, a folha de louro e 3 xícaras de água. Leve ao fogo alto e deixe ferver. Abaixe o fogo, cubra a panela e cozinhe em fogo baixo por 20 minutos.

Enquanto isso, forre uma assadeira com papel alumínio. Numa vasilha coloque as fatias de erva-doce e tempere com 1 colher de sopa de azeite, sal e pimenta do reino moída na hora. Espalhe as fatias de erva-doce na assadeira e leve ao forno por 25 minutos.

Remova a folha de louro da panela, bata o cozido de abóbora e cebola no liquidificador [com cuidado!] ou use o mixer de mão [como eu faço]. Coloque o purê de volta na panela e requente em fogo baixo. Tempere com sal, pimenta do reino moída e 1 colher de sopa de manteiga. Distribua a sopa nos pratos e coloque em cada um punhadinho de nozes [ou pecans], um pouquinho da erva-doce assada, folhinhas de orégano fresco [ou manjerona] e regue com um fio de azeite. Sirva imediatamente.

Essa sopa pode ser preparada antecipadamente, guardada na geladeira e requentada momentos antes de servir.

laranja vermelha & erva-doce

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Sabe quando você gasta um tempão preparando o almoço ou jantar e no último segundo percebe que esqueceu de fazer uma salada e não tem nenhum tipo de folha verde na geladeira? Foi o que aconteceu nesse dia. E eu tenho essa mania de comer salada todo dia, faça sol ou chuva, calor ou frio. Sem salada parece que algo ficou faltando. Por isso improvisei essa salada de laranja, usando as duas derradeiras laranjas vermelhas que tinham sobrado das compras da semana anterior no Farmers Market e um bulbo de erva-doce bem pequeno, conteúdo da cesta orgânica. Descasca as laranjas com cuidado pra remover toda a parte branca, rala a erva-doce no mandoline, arranja num prato ou travessa linda e tempera com floquinhos de sal Maldon, pimenta do reino moída na hora, vinagre balsâmico de pêssego [tô viciadona nesse troço!] e azeite extra-virgem. Serve-se em seguida.

aspargos frescos
[com farofinha de panko]

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Esfriou, choveu, choveu, choveu, baixou até neblina e hoje pela manhã tive que limpar uma camada de gelinho do vidro do meu carro e vi telhados e gramas das casas cobertos de geada. Mesmo assim os já presentes e evidentes sinais da primavera não permite tolos enganos—o inverno já virou a esquina, pelo menos oficialmente. E os sinais da nova estação estão por todos os lados. Um deles é a chegada dos aspargos. Uma chegada mundialmente celebrada, vamos concordar, pois esse legume é super versátil, além de delicioso. Dá pra fazer tanta coisa com eles, cozidos ou crus. Desta vez usei um maço para fazê-los da maneira mais simples possível, cozendo no vapor, temperando com azeite e limão e servindo com uma farofinha. Vi uma idéia mais ou menos como essa em algum lugar, mas esqueci onde. Por isso nem pude ter um guia e tive que inventar.
Numa frigideira coloque um pouquinho de azeite e refogue um ou dois dentes de alho picadinho. Junte panko [farinha de pão japonesa] o suficiente e refogue até ficar levemente dourado. Tempere com sal e com raspinhas da casca de limão [usei o Meyer] e polvilhe sobre os aspargos já temperados com azeite e suco de limão [usei o Meyer]. Sirva a seguir. Só isso.

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curry de couve-flor

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E lá se foi mais uma leva de couve-flor, porque ela tá na temporada e tá abundante. Escolhi essa receita para fazer como prato principal e acabei decidindo servir com arroz basmati, mas acho que nem era o caso. Sozinho esse curry oferece uma refeição bem distinta e plena. Diferente de como eu faria, a Heidi não refoga nada, muito pelo contrario, coloca os ingredientes com delicadeza para serem cozidos diretamente no molho. A principio me pareceu estranho e até fui atacada por uma vontade de mudar os procedimentos. Felizmente me contive e não mudei nada, só simplifiquei uns passos que pra mim funcionou melhor. O resto fiz exatamente como manda a receita e não me arrependi.

1 xícara de leite de coco
2 colheres de sopa de curry em pó
1/2 colher de chá de sal marinho
1/2 cebola roxa cortada em fatias
1 dente de alho [*omiti]
1/3 xícara de água
100 gr de tofu firme cortado em cubos [*opcional]
1 xícara de vagens cortadas ao meio
1 e1/2 xícara de floretes de couve-flor
1/3 xícara de castanha de caju tostadas na frigideira
1 punhado de folhas de coentro fresco

Numa panela grande e robusta coloque o leite de coco, o curry e o sal. Misture bem com um batedor de arame para o curry se dissolver completamente. Deixe ferver, abaixe o fogo e coloque a cebola e o alho. Deixe cozinhar por alguns minutos. Adicione a água e o tofu. Deixe cozinhar por alguns minutos e adicione a couve-flor e a vagem. Cubra a panela e deixe cozinhar brevemente, somente até os legumes ficarem macios, mas não exageradamente macios. Remova do forno, junte as castanhas, ajuste o sal se precisar, sirva com folhinhas de coentro por cima.

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couve-flor picante

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Ainda estou usando aqueeeelaaaa couve-florzona que recebi duas semanas atrás na cesta orgânica. Ela já rendeu três receitas e ainda tem floretezinhos suficientes pra mais uma. Isso é que é abundância. Essa receita estava num recorte de alguma revista, que não sei qual era. É super simples de preparar e fica imensamente saborosa. Comemos tudo, i.e., não teve sobras.

Pré-aqueça o forno a 425ºF/ 220ºC. Numa vasilha misture 2 dentes de alho picadinhos, 1 colher de sopa de azeite de oliva, 1 colher de chá de suco de limão, 1/2 colher de chá de pimenta cayenne em pó, 1/4 colher de chá de páprica e sal a gosto. Misture bem e junte 4 xícaras de floretes de couve-flor. Mexa bem para todos os condimentos cobrirem os floretes. Espalhe as flores temperadas numa assadeira coberta com papel alumínio e asse por uns 20/ 25 minutos ou até a couve-flor ficar macie e levemente dourada nas beiradas. Remova do forno, coloque numa travessa, tempere com 2 colheres de chá de suco de limão e 1/4 xícara de folhas de salsinha fresca picadinha e sirva.

sopa de couve-flor

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Tenho uma coleção de manias na cozinha, uma delas é não gostar de misturar muitos temperos e muitos ingredientes. Tenho essa ideia fixa de que para certas comidas é fundamental poder sentir o gosto do ingrediente principal. Os temperos são acessórios importantes, mas não se deve exagerar. Por exemplo, raramente uso alho e cebola na mesma receita. E sou partidária de usar apenas uma ou duas ervas no máximo. Vivo lendo sobre a importância do caldo, o fundo, para se fazer sopas e risotos. Concordo que um bom caldo é um elemento importante na construção do sabor de um prato, mas discordo que ele seja essencial. Já fiz muita sopa e risoto só com água. Nunca me abalei com esse detalhe. Portanto olhei com muita simpatia para essa receita do Paul Bertolli—que foi chef no Chez Panisse por alguns anos e também co-autor de um dos livros do restaurante junto com a Alice Waters. Ele faz uma sopa com um ingrediente principal, mais cebola, azeite, sal e água. Solicito a sua total confiança nessa receita, pois ela pode gerar um certo preconceito ou um prudente receio, principalmente se você for daqueles cozinheiros que gostam de usar 87654 ingredientes e que acham que só assim vão conseguir um prato com sabor. Essa sopa é uma lição em minimalismo e ela fica absolutamente deliciosa. Pra quem duvidar, é só fazer e provar!

3 colheres de sopa de azeite de oliva
1 cebola pequena picada
1 couve-flor grande
Sal a gosto
5 e 1/2 xícaras de água
Azeite extra-virgem e pimenta do reino moída na hora para servir

Numa panela grande e robusta aqueça o azeite e refogue a cebola, em fogo baixo, por 15 minutos. Não deixe a cebola escurecer. Adicione a couve flor, cortada em floretes, sal a gosto e 1/2 xícara de água. Aumente o fogo para médio, tampe a panela e deixe cozinhar por uns 10 minutos, até a couve-flor ficar bem macia. Junte 4 e 1/2 xícaras de água e cozinhe em fogo baixo por 20 minutos com a panela destampada. Bata a sopa no liquidificador em partes [com muito CUIDADO!] ou use o mixer de mão—que é como eu faço, até formar um creme grosso. Deixe a sopa descansar por 20 minutos. Ela vai engrossar nesse tempo. Antes de servir, junte a última 1/2 xícara de água quente e se precisar reaqueça a sopa. Regue com um fio de azeite e polvilhe com pimenta do reino moída. Sirva imediatamente. Eu usei um mix de pimenta do reino verde, rosa e preta moídas todas juntas.

couve-flor assada
[com gremolata de panko]

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Quem ainda tem aquela idéia equivocada de que produtos orgânicos são feios e mirrados, precisa dar uma olhada nas belezuras imensas que chegam semanalmente na minha cesta. Desta vez foi uma couve-flor gigante, que rendeu essa receita e ainda vai render outras tantas. Couve-flor assada não é nenhuma novidade pra mim, mas achei super legal a idéia de adicionar essa farofinha de panko por cima das florzinhas.

2 couve-flores grandes
1/4 xícara, mais 2 colheres de sopa de azeite [divididos]
1/2 colher de chá de sal marinho
1/4 colher chá de pimenta do reino moída na hora
1/2 xícara de panko [farinha de pão japonesa]
Raspa da casca de 1 limão
2 dentes de alho picadinhos
2 colheres de sopa de folhas de salsinha picada

Pré-aqueça o forno em 425°F/ 220ºC. Corte a couve-flor, destacando as florzinhas. Coloque numa vasilha, acrescente 1/4 xícara de azeite, 1/4 colher de chá de sal marinho e pimenta do reino moída na hora. Misture bem, coloque numa assadeira forrada com papel alumínio e leve ao forno por uns 20 minutos, mexendo de vez em quando, até que as couve-flores fiquem macias e douradas.
Enquanto isso coloque as 2 colheres de sopa restantes de azeite numa frigideira sobre fogo médio, adicione o alho e refogue sem deixar queimar, depois junte o panko e o o restante 1/4 colher de chá de sal. Cozinhe ate o panko ficar tostado. Remova do fogo, junte as raspas de limão e a salsinha picada. Remova a couve-flor do forno, coloque numa travessa, salpique a gremolata de panko por cima e sirva imediatamente.