treze de abril

Não nos importamos de dirigir até San Francisco num sábado pela manhã, porque adoramos visitar a cidade e neste dia iríamos reencontrar nossos primos de Atlanta que estavam passando uns dias na Califórnia. Fizemos uma visita à região do Japantown, que naquele final de semana estava em polvorosa por causa do Cherry Blossom Festival. Passeamos pelas ruas movimentadas, encaroçando em lojinhas, assistindo alguns shows e demoramos um pouco para achar um lugarzinho pra comer. Olhamos no Yelp e demos com a cara na porta de um restaurante que parecia muito bom, mas que ao invés de estar servindo comida estava vendendo todas as suas cerâmicas e encerrando suas atividades. Escolhemos então na base do unidunitê, o lugar menos cara de território de turista e entramos. O Juban é um daqueles japoneses-coreanos com uma grelha embutida na mesa pra você mesmo fazer seu ranguinho. Além do mais, assim que chegamos tagarelando em português uma das garçonetes veio se apresentar. Era uma brasileira. Ou melhor, um brasileiro. No restaurante japonês em San Francisco fomos atendidos gentilmente por um travesti paraibano chamado Silva. Eu achei ela muito linda e prestativa, pois ainda nos deu várias dicas valiosas para quem nunca tinha entrado num lugar como aquele. Perguntamos se vinha muita comida e a Silva nos fez gargalhar respondendo com seu sotaque charmoso—aqui tudo é pouco, só o gerente que é muito! [whatever that means, hahaha!] Eu pedi um prato com fatias de carne cortadas super fininhas, que vieram cruas e temperadas com molho, acompanhadas de legumes também crus, arroz branco e vários tipos de pickles e kimchi. Foi divertido cozinhar nossa própria comida na grelha da mesa. E pra completar ainda bebemos uns drinks bem coloridos e refrescantes que vinham num copão torto.

trees of fall trees of fall
trees of fall trees of fall
SF in family trees of fall

Depois do almoço fomos, por escolha da nossa prima, visitar um dos landmarks de San Francisco—o Alamo Square, onde ficam as Painted Ladies, as famosas casinhas vitorianas mundialmente conhecidas e amplamente fotografadas. O parque é pequeno, mas muito gostoso pra fazer caminhadas, embora naquele dia o vento estivesse particularmente inclemente. Tiramos as fotos que todos tiram, enquanto muitos grupos faziam picnic no gramado do lado mais popular do parque.

trees of fall trees of fall
trees of fall trees of fall
trees of fall trees of fall
trees of fall trees of fall

Como os nossos primos combinaram de encontrar amigos que também moram por aqui, acabamos num grupo relativamente grande para jantar e eu tive um pouco de dificuldade para achar um restaurante bom na cidade que fizesse reserva e acomodasse um número grande de pessoas. Depois de muita buscar por algo no Yelp e no Open Table achei um restaurante turco em Potrero Hill, chamado Pera. O lugar é bem agradável, o serviço atencioso e a comida estava muito boa. Como todo mundo queria conversar com todo mundo, facilitamos pedindo várias bandejonas com diferentes appetizers que dividimos entre nós. Não reparei no que os outros pediram, mas todo mundo elogiou a comida. Eu pedi o especial da noite, que era um filé de habilut. Bebemos um chenin blanc da vinícola Dry Creek em Clarksburg que estava tão bom que acabei bebendo mais do que devia, por isso não tem quase nenhuma foto das comidas, só um clique aqui e outro ali. Uma pena, porque os pratos eram lindos. Finalizamos tudo com chá e café turco. Depois fomos para o hotel beber cocktails e conversar mais. Queremos muito que nossos primos venham para cá mais vezes, porque é sempre muito divertido estar na companhia deles.

trees of fall trees of fall
trees of fall trees of fall
trees of fall trees of fall

fui & voltei

Na ida o tormento é não dormir e ficar rolando na cama até 2am. Na volta o tormento é o cansaço que me deixa pesada e me leva pra cama às 7pm. O jet lag é sempre brutal nessa época, por causa das 6 horas de diferença entre a Califórnia e São Paulo. Mas logo estarei recuperada da minha rápida passagem pelo Brasil, quando fui para o aniversário de 80 anos da minha mãe. Infelizmente desta vez não consegui me organizar para fazer quase nada, não arranjei quase encontros, nem vi muitas pessoas. Mas fiz algumas coisas legais e vi algumas pessoas muito importantes que eu não via há décadas. Não comi churrasco, nem quibe, nem esfirra, nem mandioca, nem bebi caipirinha. Mas comi pastel, farofa, carne seca, torta de bacalhau, pão de queijo, arroz & feijão, me enchi de banana prata e maracujá doce, chupei laranja lima e bebi tubaína. Minha mãe dividiu comigo todas as manhãs um magnifico suco verde que ela faz com legumes, frutas, raízes, castanhas e brotos—um pingo de azeite para ajudar na absorção dos nutrientes. Foi isso que me manteve saudável nos primeiros dias, quando o jet lag me fez perder até o apetite. Sem falar no calorão, que conseguiu me nocautear num dos piores dias. Foi uma visita rápida, mas em breve estarei de volta. Só não garanto que será durante os meses de verão.

thankfeast

Thanksgiving Thanksgiving Thanksgiving
Thanksgiving Thanksgiving Thanksgiving
Thanksgiving Thanksgiving Thanksgiving
Thanksgiving Thanksgiving Thanksgiving
Thanksgiving Thanksgiving Thanksgiving
Thanksgiving Thanksgiving Thanksgiving

Este foi o primeiro jantar de Thanksgiving completo que fiz sem substituir o peru por bacalhau e convidando amigos, não só improvisando algo para a minha micro família. É trabalhoso cozinhar um cardápio com tantos ítens, mas com a ajuda do meu atencioso marido que deu duas mãos nas preparações e na limpeza, correu tudo relativamente bem. Aproveitamos muito o dia na companhia do Gabriel e dos nossos amigos Leila, Peter e Christopher. E o jantar ficou muito bom. Fiz cranberry sauce, batata doce caramelizada, batata roxa cozida, farofa de milho, farro com cogumelos e espinafre, purê de batata, salada de folhas verdes com laranja e romã e o imprescindível peru, que foi marinado no vinha d’alho coberto com fatias de bacon e assado coberto por quase quatro horas. Para beber vinho petite sirah local e prosecco. De sobremesa, gelatina de cranberry e maple, cheesecake de abóbora e chocolate e torta de maçã feita pela Leila com as maçãs colhidas pelo Christopher. Estava tudo uma delícia. Many thanks e vamos repetir essa festa no próximo ano.

San Francisco [express]

San Francisco express San Francisco express San Francisco express
San Francisco express San Francisco express San Francisco express
San Francisco express San Francisco express San Francisco express
San Francisco express San Francisco express San Francisco express
San Francisco express San Francisco express San Francisco express
San Francisco express San Francisco express San Francisco express

No segundo dia do passeio com nossos primos, chegamos ainda mais tarde em San Francisco. Estando na minha companhia não é permitido fazer nada na cidade sem antes passar pelo Ferry Building Marketplace. Aproveitamos para fazer nosso almoço tardio ali mesmo, escolhendo comidas entre o il Cane Rosso e o Gott’s Roadside, lugar de hamburguer que sempre agrada aos mais jovens [e outros nem tanto]. Depois da sobremesa no Miette, atravessamos a rua para pegar o cable car na California Street, a linha que percorre o Financial District, Chinatown, Nob Hill até a Van Ness Avenue. Fomos e voltamos descendo em Chinatown, onde basicamente só caminhamos pelas ruas apinhadas de gente, entrando e saindo de lojinhas—atividade divertida que eu chamo desde sempre de “encaroçar”. De carro fizemos o doloroso e congestionado percurso dos piers até a marina e terminamos o passeio no caminho do Crissy Field, embaixo da Golden Gate bridge. O sol já estava se pondo, por isso decidimos achar um restaurante ali por perto. Os visitantes escolheram jantar comida indiana, então o Yelp me recomendou um lugar no Richmond District chamado India Clay Oven. Um indiano como outro qualquer, nada de cair o queixo, mas estava bom. Deixamos nossos primos num hotel perto do aeroporto de San Francisco e voltamos para casa. Apesar de curto e corrido, eles gostaram muito do nosso passeio expresso.

Napa Valley [express]

Napa express Napa express Napa express
Napa express Napa express Napa express
Napa express Napa express Napa express
Napa express Napa express Napa express
Napa express Napa express Napa express

Nossos primos de Atlanta estavam a caminho de férias no Havai e deram uma parada na Califórnia para passar dois dias conosco. Fazia uns três anos que não nos encontrávamos, então gastamos muito tempo conversando. Dividimos o grupo em dois, os adultos na nossa casa em Woodland e os adolescentes na casa do Gabriel em Davis. Na organização do tempo com todo mundo acordando tarde e estendendo a conversa na mesa do café da manhã, mais os banhos e agrupamentos saindo de uma única cidade, acabamos chegando tarde para os nossos dois passeios. O do primeiro dia no Napa Valley, chegamos à uma da tarde e tivemos que condensar a programação ao máximo porque as vinícolas fecham entre 5 e 6 pm. Decidimos visitar apenas duas—a Mondavi, por razões óbvias e a Beringer, porque é uma das mais bonitas e fica bem no centro do vale. Dois clássicos do Napa. Na Mondavi fizemos o tasting dos vinhos vintages e reserve. Na Beringer fizemos o tour com tasting. Para um almoço rápido entre as vinícolas pegamos sanduíches, bebidas e chocolates no Dean & Deluca e depois de visitar a cidadezinha de Calistoga, voltamos para St Helena onde jantamos no Tra Vigne. Fizemos esse passeio com a cachorra Boo que está hospedada neste mês de agosto na casa do meu filho. Na vinícola Mondavi ela teve que ficar no carro, mas na Beringer as moças da recepção ficaram alegremente cuidando dela e no Tra Vigne ela não somente foi bem-vinda como recebeu um pote com água pra se refrescar. Até ela aproveitou muito o nosso passeio expresso.

almoço pro meu filho

almoço almoço almoço
almoço almoço almoço

Fiz um almoço pro meu filho e a namorada no domingo, porque ainda não tínhamos feito um encontro para conversar depois que eles voltaram do Brasil, no inicio do mês. Também foi uma boa oportunidade para ver as fotos que ela tirou lá. Preparei quase tudo com antecedência, para não ficar toda esbaforida na cozinha no dia do almoço. Fiz uma comida bem simples, como meu marido gosta de dizer—tudo muuuuiiitoooo simples! só que ela ficou cinco horas na cozinha! É assim mesmo, pois faço tudo do zero e faço tudo sozinha. Quis fazer outro cuscuz paulista, mas desta vez usei palmito no lugar do camarão. Ficou delicioso, nem vou mentir. Sempre faço carne ou frango quando meu filho vem comer em casa. Desta vez eu tinha uma peça bem grande de chuck steak [grass-fed] e fiz essa receita de carne assada ao molho de vinho. Pra acompanhar e ajudar a sorver o molho, fiz os facílimos yorkshire pudding, que minha nora [uma californiana filha de ingleses] chamou de “yorkies”. Pra acompanhar, duas saladas refrescantes—uma salada de laranja vermelha e erva-doce que fiz desta vez sem as nozes e uma variação da sempre presente salada de batata com iogurte, que fiz somente com sour cream, limão meyer e salsinha fresca. O vinho que acompanhou essa refeição foi um Cabernet Sauvignon da vínicola Beringer. A sobremesa foi algo bem especial e a receita vem a seguir.