torta de figo fresco com creme de flor de laranjeira

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Eu sou desorganizada, atrapalhada e distraída. Mas não sou uma pessoa que desiste fácil. Isso pode ser uma coisa boa, pois nem pensem que eu joguei a toalha com relação à aquela torta de figos esturricada. Vi novamente figos frescos pra vender no Farmers Market e pensei—desta vez vai ou racha! Decidi tentar de novo. E por que não?

Na minha opinião de palpiteira, a receita original tem algo errado nas medidas. A massa quase que não dá pra cobrir a forma de 9 inch/22 cm. E o recheio simplesmente não cobre a forma desse tamanho. Então eu dobrei o recheio. E cuidado com a massa, não faça antecipadamente e deixe na geladeira como uma típica paté brisée. Se deixar na geladeira muito tempo antes de abrir, ela vira uma pedra. Faça e use imediatamente.

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Fresh Fig Tart with Orange Flower Custard
Massa:
1-1/4 xícara de farinha de trigo
1/4 colher de chá de sal
1 colher de chá de açúcar
4 oz/ 1 xícara/ 8 colheres de sopa de manteiga gelada em cubinhos
1 colher de chá de água gelada — ou o quanto baste para dar formato na massa
Misture todos os ingredientes com dos dedos ou no processador até ficar uma farofa. Acrescente a água para formar uma massa uniforme. Forme uma bola, cubra com plástico e deixe na geladeira por 15 minutos ou use imediatamente. Abra e forre uma forma de 9 inch/22cm com ela. Ponha a forma no congelador por 20 minutos. Asse em forno pré-aquecido em 400ºF/205ºC até a massa ficar levemente dourada.
Recheio:
2 gemas de ovos
1 xícara de creme fraiche ou sour cream – usei o creme fraiche
3 colheres de sopa de açúcar mascavo
4 colheres de chá de água de flor de laranjeira

Misture todos os ingredientes com um batedor de arame. Coloque os figos frescos cortados ao meio na forma com a massa assada. Despeje o creme entre os figos. Salpique com lâminas de amendôa torradas [minha idéia, não estava na receita] e asse por uns 20 minutos no forno em 400ºF/205ºC, até o creme ficar dourado e meio firme. Retire do forno, deixe esfriar e desenforme, se usou uma forma de fundo removível. Sirva morna ou fria. Não fica uma torta muito doce.

baked spiced butternut squash with apples and maple syrup

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A Marianne não é uma cozinheira trivial. Ela gosta de assar bolos, de fazer fudges no Natal e é a responsável pelo peru do Thanksgiving, que ela prepara metodicamente e sempre fica muito bom. Mas ela nunca foi de trocar receitas comigo, pois na verdade quem faz os ranguinhos diários é o Gabriel. Naquele dia porém ela me contou que tinha feito uma butternut squash que tinha ficado divina. Pela descrição que ela fez do prato, eu exigi—quero a receita. Ela me enviou o link para a baked spiced butternut squash with apples and maple syrup. Esperei pela chegada de mais uma abóbora na cesta e fui até o Farmers Market comprar o melhor suco de maçã. Fiz a receita e comi como sobremesa, mas tenho certeza que seria um bom acompanhamento para o peru que a Marianne vai fazer no Thanksgiving.
1/2 xícara (1 tablete) de manteiga
3/4 xícara de maple syrup puro
1/4 xícara de suco de maçã – usei o estilo cidra, bem grosso
1 colher de chá de canela em pó
1/2 colher de chá de allspice
1/2 colher chá de sal
3 butternut squashes pequenas e 4 maçãs Granny Smith, descascadas, sem sementes e cortadas em fatias
Pré-aqueça o forno em 400°F/ 205ºC. Unte um refratário com manteiga. Numa panela, misture a manteiga, o maple syrup e o suco de maçã. Leve ao fogo médio e aqueça, até a manteiga derreter. Aumente o fogo e deixe ferver até o liquido reduzir um pouco. Remova do fogo e acrescente a canela, o allspice e o sal. Bata bem com um batedor de arame.
No refratário arrume uma camada de fatias de abóbora, outra de maçãs e assim sucessivamente até acabar a abóbora e a macà. Regue com a mistura de suco, xarope e manteiga. Cubra com papel aluminio e asse por uns 50, 60 minutos. Pode ser feito um dia antes e guardado na geladeir. Na hora de servir reaqueça no forno ou microondas. Acompanha bem carnes, ou pode servir de sobremesa.

torta de pêssego, polenta e tomilho

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Adorei a idéia dessa torta, que me conquistou por causa dessa mistura bem interessante de ingredientes—polenta, tomilho, limão e pessêgo. Resolvi fazer para um almoço que tivemos em casa no domingo. Ficou bem diferente e não decepcionou. Foi a primeira vez que usei tomilho numa receita doce e agora fiquei realmente entusiasmada.

Peach and Thyme Polenta Tart
massa:
1 xícara de farinha de trigo
1/2 xícara de polenta/cornmeal
1/4 xícara de açúcar
1/4 colher chá de sal
2/3 xícara de manteiga (11 colheres de sopa), gelada e cortada em cubinhos
1 ovo batido
recheio:
1 xícara de creme de leite fresco
10 raminhos de tomilho fresco [usei o tomilho limão]
1 limão amarelo
3 gemas de ovos
1/4 xícara de açúcar
Uma pitada de sal
5 pêssegos bem firmes cortados em fatias bem finas
farofa:
5 framos de tomilho fresco
2 colheres de sopa de polenta/cornmeal
1 colher de sopa de açúcar

Misture a farinha, polenta, sal e açúcar. Usando os dedos ou um processador, vá acrescentando a manteiga à mistura, até conseguir uma mistura grossa. Misture o ovo e forme uma bola. Embrulhe em plástico e deixe na geladeira por pelo menos 45 minutos.
Com um descascador de legumes, remova a casca amarela do limão, tomando cuidado para não descascar a parte branca. Coloque o creme de leite numa panela e leve ao fogo. Deixe chegar ao ponto de fervura e desligue o fogo. Acrescente as cascas do limão e os dez ramos de tomilho. Tampe e deixe em infusão por pelo menos 30 minutos.

Pré-aqueça o forno em 400ºF/205ºC. Quando a massa estiver bem gelada, abra e forre uma forma redonda de fundo removível com ela. Deixe descansar por uns minutos e então leve ao forno por uns 8 minutos, até que ela fique levemente dourada. Retire do forno e deixe esfriar. Abaixe a temperatura do forno para 325ºF/162ºC.

Passe o creme de leite por uma peneira para remover as cascas do limão e os ramos de tomilho. Numa vasilha bata bem as gemas, o açúcar e a pitada de sal. Acrescente o creme de leite e bata bem.

Prepare a farofa, misturando as folhinhas de tomilho [remova dos galhos delicadamente com os dedos], a polenta e o açúcar. Misture bem e acrescente pingos de água com cuidado, vá mexendo com os dedos ou um garfo, até formar uma farofa.

Arrange os pêssegos na forma sobre a massa, começando pelo centro e formando uma flor, as fatias se sobrepondo. Coloque o molho por cima dos pêssegos, salpique com a farofa e leve ao forno por mais ou menos 40 minutos, até os pêssegos ficarem macios e o creme ficar firme. Retire do forno, deixe esfriar e desenforme. Espere mais ou menos uma hora para servir. Eu servi no dia seguinte.

Mousse de chocolate

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Peguei essa receita de mousse de chocolate no jornal Folha de São Paulo. Gostei dessa versão, que eles chamam de “light”, por não conter as gemas, mas sim as claras de ovos. Resolvi experimentar. É um doce que vai agradar muito aos chocólatras e que de light só tem o nome. Achei bem forte e não consegui comer nem um potinho inteiro. Tem que ser servido com frutas frescas, pra contrabalançar a robustês do chocolate. Usei uma barra de Lindt 85% cacau e não coloquei as raspas de laranja, pois elas estavam na lista de ingredientes, mas não apareceram no modo de fazer, portanto eu deixei passar. Mas acho que as raspas adicionariam um toque elegante extra. Como fiquei com medo de misturar o chocolate nas claras muito vigorosamente, o mousse ficou com brancos do suspiro visíveis. Mas não comprometeu em nada o sabor, só o visual que ficou funky.
Mousse de chocolate
Tempo de preparo: 20 minutos, mais 2 horas para resfriar
Rendimento: 4 porções
100 g de chocolate escuro [com, pelo menos, 70% de cacau] quebrado em pedaços
3 claras de ovos
1/2 colher de chá de vinagre de framboesa ou de maçã
100 g de açúcar de confeiteiro
raspa da casca de 1 laranja
morangos ou framboesas, para decorar
Ponha o chocolate em uma vasilha refratária, sobre uma panela de água fervente. Aqueça-o até que derreta, mexendo de vez em quando.* pode derreter no microondas também.
Misture as claras de ovos, o vinagre e o açúcar em uma vasilha refratária, colocada sobre uma panela com água começando a ferver. Bata a mistura com uma batedeira elétrica de mão, por 5-8 minutos, até que fique firme. * não deixe a água ferver, nem a vasilha encostar na água—esse processo vai cozinhar as claras, o que é muito importante [lembrem-se da odiosa salmonela!]
Tire as claras em neve do fogo, depois misture com cuidado o chocolate derretido, até que fique homogêneo. Coloque em 4 forminhas. Deixe esfriar, depois refrigere por, pelo menos, 2 horas. Decore com os morangos e sirva.

panna cotta de baunilha e amora

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Para não sair do meu habitual “modus operandi” de preparar uma receita, pesquisei incansávelmente e encontrei muitas variações para a feitura da panna cotta. Escolhi essa bem simples, que adaptei aos meus ingredientes. Queria usar uma berry, que inicialmente seria a framboesa, mas sei lá por que acabei optando por amoras. Não foi uma boa escolha, pois elas estavam muito maduras e algumas tinham uns carocinhos mais duros. Mas o creme ficou muito saboroso e mesmo a molenguice das frutinhas não comprometeu o sabor. O Gabriel comeu duas porções, e isso é um ótimo sinal. Usei as baunilhas do Tahiti que ganhei do Garrett.

1 litro de creme de leite fresco
14 gramas de gelatina em pó sem sabor
1/2 xícara de leite
1 xícara de açúcar de confeiteiro
1 colher de chá de extrato de baunilha ou favas de baunilha

Raspei duas favas de baunilha e coloquei, favas picadas e sementes, em 1 litro de creme de leite fresco. Deixei descansar por um tempo e acrescentei 1 xícara de açúcar de confeiteiro. Polvilhei dois envelopinhos de 7 gr cada um de gelatina em pó sem sabor em 1/2 xícara de leite integral e deixei a gelatina dissolver. Esquentei a mistura de creme de leite com baunilha e cozinhei em fogo baixo por uns minutos. Não deixei ferver. Retirei do fogo e coei, para retirar as favas da baunilha. Voltei ao fogo baixo e acrescentei a gelatina dissolvida no leite, misturei bem com um batedor de arame. Retirei do fogo. Preparei os ramequins com um punhado de amoras em cada um. Coloquei a mistura de creme de leite sobre as amoras e levei à geladeira por mais ou menos três horas, quando a panna cotta ficou firme.

creme de lavanda
[para comer com frutas]

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No ano passado eu peguei uma dessas revistinhas que são oferecidas de grátis na porta de certos supermercados. Aqui é normalmente no Co-op. Nela tinha uma receitinha de figos com um creme de lavanda. Despiroquei com a idéia, mas infelizmente os figos já tinham desaparecido dos mercados e das árvores de ninguém, onde às vezes vou me esbaldar de colhê-los. Acho que nem guardei a revista, tal a facilidade da receita. Era basicamente um creme com mel e flores de lavanda. Pois sábado no Farmers Market avistei rapidamente os adorados figos e comprei duas cestinhas, que foram devoradas ferozmente, sem modos e sem culpa, por mim e pelo Uriel. Acompanhando, o creme de lavanda. Usei creme fraiche, mas pode-se usar creme de leite fresco, iogurte, ou algum queijo cremosinho. Misturei com mel a gosto—não muito pro nosso gosto, e um pouquinho de flores de lavanda. Como não sobrou nenhum figo, repetimos a dose usando pequenos damascos e framboesas frescos.

Creme de coco ligeirinho da Fer

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A sobremesa do sábado à noite foi o creme de coco ligeirinho, receita da Fer, a nossa querida Dadivosa! Eu não tinha água de laranjeira, então coloquei um pouco de leite de coco. Vou procurar a água pra comprar, pois com certeza vou repetir essa receita e quero fazer da maneira correta.

500 ml de iogurte natural
2 colheres de sopa de mel (ou mais, se quiser)
1 colher de sopa de água de flor de laranjeira [*usei 3 colheres de leite de coco]
100 g de flocos de coco
frutas frescas para acompanhar

Misture o iogurte com o mel e a água de flor de laranjeira. Se o mel estiver cristalizado ou mais durinho (isso pode acontecer no frio), aqueça uma panelinha com água, desligue o fogo e deixe o vidro de mel ali dentro até amolecer. Incorpore o coco ralado e leve à geladeira enquanto prepara o almoço ou jantar. Sirva com frutas frescas e, se quiser, com mais mel para adoçar.

Pudim de pão com banana

Um monte de banana ficando passada e um monte de resto de pão viraram um belo pudim, inspirado numa receita da Dona Marthinha Stewart. Minha irmã apontou a diferença desse tipo de pudim de pão, onde o pão fica em pedaços, e aqueles nossos tradicionais, onde o pão é moído e o pudim fica uma massa uniforme. Os dois tipos são gostosos, e esse é mais fácil de fazer.

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2 colheres de sopa de manteiga cortada em cubinhos
1 1/4 de creme de leite fresco ou half-and-half [creme de leite diluído no leite]
3 ovos
3/4 xícara, mais 2 colheres de sopa de açúcar mascavo
1/2 colher chá de sal
2 colheres de chá de extrato de baunilha
2 colheres de sopa de rum escuro – eu usei brandy
3 bananas cortadas de rodelinhas
Meia bengala de pão tipo rústico cortado em cubinhos

Pré-aqueça o forno em 350ºF/180ºC. Coloque uma forma de assar com uns dois cm de água fervendo no forno. Espalhe a manteiga no fundo de um refratário. Espalhe as 2 colheres do açúcar por cima da manteiga. Coloque as bananas por cima das camadas de manteiga e açúcar. Numa vasilha misture bem o creme de leite, ovos, sal, baunilha e rum [brandy]. Coloque os cubinhos de pão espalhados sobre a banana e cubra com a mistura de creme e ovos. Deixe incorporar por uns 5 minutos. Coloque o refratário na forma com água no forno e asse por uns 50 minutos. Sirva morno ou frio.