they’re NUTS!

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Meu marido acabou de voltar dos testes que ele faz anualmente com uma maquinaria durante a colheita dos pistachos. Ele faz esses testes na maior fazenda produtora do estado. A indústria está crescendo e outro dia acompanhei pelo Twitter o governador Schwarzenegger vendendo o pistacho californiano para o Japão e Coréia. Tudo o que eles inventam de produzir por aqui, fazem com um exato primor. É dessa fazenda que saem também as maravilhosas romãs que viram o suco mundialmente conhecido como Pom Wonderful. Então, no final de novembro é a melhor hora pra comprar qualquer tipo de noz produzida na Califórnia—nozes, amêndoas, avelãs, pistachos. Logo depois da colheita, elas estão fresquinhas e deliciosas. E os pistachos são da melhor qualidade, grandões, verdinhos, crocantes, docinhos.

Vai daí que o Uriel chegou com pacotes de pistacho fresquinho, que ele sempre traz diretamente da fazenda. Um com pistachos apenas torrados e três com essa INCRÍVEL novidade com a adição de sabores. Cacildinha! Não pude conter a minha indignação. Por que diabos americano gosta tanto de colocar sabor nas coisas? Imagine só, o pistacho que já é ultra delicioso por si, ganhar um sabor artificial de churrasco? Fiz essa piada pro meu pai e rimos até doer o maxilar. Mas a dor no maxilar poderia ter vindo de um soco de realidade. Pistachos com sabores SOUTH OF THE BORDER, SALT & PEPPER e EUROPEAN ROAST [seja lá o que for]. Chocante, pra dizer o mínimo. Os pistachos são lindos, carnudos, crocantes, deliciosos, tirando o pequeno detalhe BLEARG de terem sido adulterados por essa mania ridícula que existe por aqui de se colocar sabor nas coisas que não precisam.

rubis & catchup

Na edição de fevereiro de 1981 da revista Food & Wine, uma enquete perguntava à alguns famosos da época qual tinha sido a sua refeição romântica mais memorável. A melhor resposta, na minha opinião foi a do Andy Warholcomendo um hamburguer com fritas num MacDonald’s com a Paulette Goddard, porque ela estava usando seus rubis e eles combinavam com o catchup. Ha ha ha ha! Genial!

cooking with Zelda

Quando a editora Harper & Brothers pediu para a escritora Zelda Fitzgerald contribuir com uma receita para o Favorite Recipes of Famous Women, ela escreveu—”Veja se há bacon e se houver, pergunte à cozinheira qual a melhor panela para fritá-lo. Então pergunte se há alguns ovos, e se houver tente persuadi-la a cozinhar dois deles poché. É melhor não tentar fazer torradas, pois elas queimam facilmente. Também, no caso do bacon, não coloque o fogo muito alto, ou você terá que sair da casa por uma semana. Sirva, preferivelmente, em pratos de porcelana, embora pratos de ouro ou madeira possam ser usados, se estiverem à mão.”

America in color

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Este link de um blog de fotos do jornal Denver Post está sendo repassado alucinadamente pelo twitter desde a semana passada. Quando cliquei nele pela primeira vez, fiquei de boca aberta com o que vi—uma seleção de fotos coloridas tiradas por fotografos contratados pelo governo norte-americano para registrar as áreas rurais e pequenas cidades do país durante a depressão, entre 1939 e 1943. Num país da dimensão dos EUA e numa época em que a comunicação não era tão fácil, a população em muitas áreas de pobreza lutava e definhava sem o menor conhecimento do governo. O trabalho desses fotógrafos foi mostrar um pouco desse imenso interior isolado do país. As fotos são maravilhosas, expondo com uma clareza e honestidade cruel a pobreza e o cotidiano de uma grande parcela dos norte-americanos. O blog do jornal fez uma compilação muito bonita com um punhado dessas fotos, que hoje fazem parte do acervo da Biblioteca do Congresso.

a cozinha da Astor House

Astor House - Golden, CO
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Astor House - Golden, CO
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Astor House - Golden, CO
Astor House - Golden, CO

A cozinha da Astor House foi um caso à parte. Ficamos mais tempo lá dentro do que em qualquer outro cômodo da casa. Fiquei absolutamente encantada com a riqueza de detalhes, todos os armários devidamente estocados, utilitários, gadgets, lavadora de roupa, telefone, panelas, formas, até dois cortadores de dedo, ops, mandolines gigantes, que nos fizeram gargalhar—imagine eu usando um desses! O mais legal dessa cozinha, além de poder fotografar, é que pudemos mexer em tudo, abrir gavetas, folhear livros, xeretar em todos os cantinhos, até cheirar as especiarias numa lata grande de metal pintada a mão que acomodava várias latinhas com temperos. Fiquei rodopiando pela cozinha por um tempão, como uma galinha bêbada e depois que visitei o restante da casa, voltei para mais uma rodada de olhadas e bisbilhotadas. Não sei se eu gostaria de cozinhar numa cozinha dessas—bem moderna para a época, mas inviável para os nossos hábitos práticos de século 21. Cozinhar dava muito trabalho! Mas o empenho de preservação da história é algo fascinante. Imagino que a maioria das pessoas que visita esse tipo de museu se concentra mais em outras partes da casa, como as salas, os quartos, a biblioteca. Mas eu, se não vejo a cozinha e a despensa, fico realmente frustrada. Nesse passeio que fiz ao Colorado, pude visitar duas cozinhas de duas casas do século 19—a chiquerrima da ricaça Molly Brown em Denver e essa pensão simples, porém incrivelmente equipada, em Golden.

The Astor House
[Golden, Colorado]

Astor House - Golden, CO
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Astor House - Golden, CO

Foi o nosso último dia no Colorado e apesar do Uriel estar chumbado pela gripe chinesa e eu no limite de um ataque de nervos por causa de uma dor de cabeça monumental, provavelmente o prólogo da gripe que também iria me atacar, saimos de carro em direção às montanhas. Uma das partes do percurso, entre as cidades de Golden e Idaho Springs, foi uma verdadeira visão do paraíso. A estrada sinuosa entre penhascos de pedra salpicados de pinheiros com um rio acompanhando, ora no lado esquerdo, ora no direito, me deixou abismada. Paisagem linda de doer os olhos e de embasbacar. Pena que a dor de cabeça naquela altura me deixou catatônica e simplesmente não consegui fotografar nada. As imagens ficaram apenas na memória.

Voltamos para Golden com o intuito de almoçar e eu resolvi que iriamos ficar por ali mesmo, sem pegar mais estrada e sem se aventurar muito, pois ainda tínhamos que achar o caminho do aeroporto antes do final da tarde. Foi a melhor coisa que fiz. Tinha visto umas placas—Museu dos Pioneiros. Depois do almoço fomos investigar.

Golden é a cidade do legendário Buffalo Bill. Ele está enterrado lá e pode-se visitar o túmulo. Mas esse não é o meu tipo de passeio. Pelo nome da cidade já dá pra inferir que ali teve muita mineração. E ainda tem. Há tours para as minas também. E lá também está instalada uma fábrica gigantesca da cerveja Coors. Agora imaginem uma pequena cidade no interior do oeste, com um punhado de museus, tudo muito bem organizado e catalogado, a história completamente preservada e registrada, com a ajuda da população local com muito orgulho do seu passado. Fiquei muito impressionada com o trabalho de preservação, com a qualidade dos museus, embora todos fossem bem pequenos.

Escolhemos visitar primeiro a Astor House, uma pequena pensão no centro da cidade que serviu aos mineradores, estudantes e famílias. Quando pisei na casa, despiroquei! Está tudo preservado como era no século 19, com móveis, objetos, dá até pra sentir o clima da época, como a vida era naqueles tempos. Visitamos a casa inteira, dois andares—em baixo sala de estar e jantar e a cozinha [que terá um post à parte] e no andar de cima, os quartos e a varanda. Havia painéis com audios espalhados pelos cômodos pra se apertar os botões e ouvir as histórias sobre a casa, as pessoas que viveram lá, os hábitos da época e da cidade. Além de todos os mil micro detalhes, ainda podia tocar em tudo e fotografar dentro da casa e eu me esbaldei. Muitas fotos ficaram escuras, mas com essas já dá pra ter uma idéia. Curti tanto esse passeio, que até melhorou minha dor de cabeça!

food trucks [in Denver]

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No dia que fui ao Museu de Arte de Denver, resolvi deixar minha câmera no hotel pra não ficar carregando peso inútil. Quando cheguei numa praça com cara de anfiteatro romano, que era caminho do museu, dei de cara com uma feira de comida. E a maioria dos vendedores usavam os food trucks, que eu acho o maior charme. Eles tinham todo tipo de comida, dos hamburgures e hot-dogs, até crepe franceses, comida chinesa, mexicana, tailandesa, barbecue tradicional do sul, sanduiches leves, bolinhos, eteceterá, eteceterá. Caminhei pela feira e não comi nada, porque ainda era cedo e meu objetivo era chegar logo ao museu. Mas não pude deixar de fotografar, com o iPhone mesmo, alguns dos caminhões. Trés charmant, oui?

the pig truck

maximus or minimum
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Estávamos rumando em direção à área do mercado para tomar nosso brunch de domingo e esperando o semáforo abrir para atravessar a rua, quando um porco metálico gigante passou por nós. Ficamos com aquelas caras de patzos, um olhando pro outro—você viu o que eu vi? era isso mesmo? um caminhão porco metálico? Rimos bastante, atravessamos a rua, fomos comer e esquecemos da lúdica visão.
Depois do brunch nos encontramos com a Bridget, irmã da Victoria, que mora em Seattle e que se ofereceu para nos levar para passear pela cidade. Ela nos levou ao Fremont market, uma feira de rua bem divertida e interessante, com muitas antiguidades, alguns artesanatos e alguma comida. Quando chegamos no final do mercado—SURPRISE! Reconhecemos o porcão de armadura estacionado e já servindo ao seu propósito. Ali vendia-se sanduiches de carne de porco e vegetarianos [irônico?] com um molho especial, que poderia vir nas opções maximus ou minimus. Não tive a idéia de perguntar se essa designação era para quantidade ou para apimentamento do molho. Não provamos os sandubas, pois tínhamos acabado de comer. Mas achamos a idéia toda muitíssimo divertida.

a primeira loja da Starbucks

First Starbucks First Starbucks
First Starbucks
First Starbucks
First Starbucks First Starbucks

A primeira loja da Starbucks, fundada em 1971, está no centro do buxixo do Pike Place Market. Impossível ignorá-la e não dar uma entradinha pra ver o que é que há por lá. Na verdade não tem absolutamente nada de especial, é só mesmo um marco. Claro que você divaga no fato de uma micro lojinha que vendia café ter se tornado uma super mega marca e ter se espalhado pelo mundo, causando tanta histeria cafeinada. A loja original está instalada num prédio de 1911, que por fora tem cara de ter sido uma mercearia. Por dentro é aquela cara massificada de qualquer outro Starbucks, só que num espaço bem restrito, sem lugar pra mesas, cadeiras, sofás, lareiras. E uma fila ridiculamente longa para comprar um café. Só passamos os olhos por tudo, eu fotografei como pude, na muvuca de outros turistas também dando seus cliques, e fomos embora. Uma coisa interessante que notamos é que no logo original da loja, a sereia está de torso nu, mostrando os seios. No logo atual ela ficou estilizada, com o cabelo cobrindo as partes nuas. Meio melancólico.