torta de abóbora & chocolate

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A torta que mais agradou os comensais no jantar de Thanksgiving não ganhou foto apropriada, porque praticamente saiu do forno para o carro e quando chegamos na festa nem pensei em fotografar nada, animada que fiquei bebendo vinho e batendo papo com os meus amigos. No final do jantar, colocamos as tortas na mesa e daí saiu uma clicada pro instagram, mas já era noite e tals, portanto a foto não fez nenhuma justiça à delicadeza e deliciosidade dessa receita saída da revista Everyday Food de outubro de 2008.

20 cookies de chocolate
2 colheres de sopa de açúcar comum
3 colheres de sopa de manteiga sem sal derretida
115 gr [4 ounces] de chocolate meio amargo picado e derretido
1 e 1/2 xícara de purê de abóbora
1 ovo grande
1/2 xícara de creme de leite fresco
1/4 xícara de açúcar mascavo claro
1/4 xícara de maple syrup puro
1/2 colher de chá de pumpkin-pie spice
1/4 colher de chá de sal

Pré-aqueça o forno em 350ºF/ 176ºC. Num processador pulse os cookies e o açúcar comum até ficar bem moído. Junte a manteiga e pulse até a mistura ficar bem úmida. Coloque essa farofa na base de uma forma de fundo removível de 22 cm. Use a base de uma xícara medidora para pressionar bem. Forre só a base, não o lados. Coloque a forma sobre uma assadeira e leve ao forno por 12 minutos.

Remova a forma do forno e espalhe o chocolate derretido sobre a massa assada. Use uma espátula para espalhar bem. Leve a forma ao congelador por 5 minutos até o chocolate endurecer. Unte os lados da forma com um pouquinho de manteiga.

Enquanto isso, coloque o purê de abóbora, o ovo, o creme de leite, o açúcar mascavo, o maple syrup, a pumpkin-pie spice e o sal numa vasilha. Misture tudo muito bem com o batedor de arame. Coloque a mistura de abóbora sobre a massa com a camada de chocolate e leve ao forno novamente, por 50 minutos. Remova do forno, deixe esfriar e leve à geladeira por pelo menos 1 hora. Desenforme e sirva.

bolo de cacau

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Eu tinha UM ovo na geladeira e inventei que queria assar um bolo. Fui procurar uma receita usando polenta ou semolina. Vários livros já tinham sido folheados sem sucesso quando abri o calhamaço vermelho da Amanda Hesser—The Essential New York Times Cookbook e no index de bolos achei o cocoa or amazon cake. Fui checar e fiquei alegremente surpresa quando vi na lista de ingredientes que não pedia ovo! E nem leite e nem manteiga. Fui poupada de ter que fazer uma corrida ao supermercado num domingo à tarde. A autora dizia lá que aquele não era o melhor bolo de chocolate do mundo, mas que era um bolo muito bom e uma receita apropriada caso você quisesse fazer algo rápido e gostoso pra levar à algum evento de amigos. E sem ovos, leite ou manteiga, esse interessante bolinho chocolatudo ainda é vegano. Fiz numa piscada e ficou muito bom—denso e saboroso. Servi pro lanche da tarde acompanhado de pêssegos grelhados e um pingo de creme de leite fresco. Depois ainda comemos as últimas fatias acompanhadas da versão morangos frescos e creme de leite.

1 e 1/2 xícara de farinha de trigo
1/3 xícara de cacau puro em pó, sem açúcar
1 colher de chá de fermento em pó
1 xícara de açúcar
1/2 colher de chá de sal
5 colheres de sopa de óleo vegetal
1 xícara de água gelada
1 e 1/2 colher de chá de extrato puro de baunilha
1 colher de sopa de vinagre de cidra

Pré-aqueça o forno em 350ºF/ 176ºC. Unte uma forma redonda de bolo de 22 cm. Numa vasilha misture a farinha, o cacau, o açúcar, o fermento e o sal usando um batedor de arame. Numa outra vasilha misture o óleo, a baunilha e o vinagre. Junte a 1 xícara de água gelada e bata bem. Acrescente a mistura dos ingredientes secos à dos líquidos e bata bem até ficar uma massa bem lisa. Coloque na forma, alise com uma espátula e leve ao forno por 30-35 minutos. Remova do forno e deixe esfriar. Remova da forma e coloque numa travessa. Salpique com açúcar de confeiteiro se quiser. Eu não quis.

panna cotta de chocolate

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Essa panna cotta ficou realmente surpreendente, pois apesar de ser chamada de panna cotta, não tem creme nenhum nos ingredientes. Pra quem quer se jogar numa sobremesa suntuosa, sem esquentar a moringa. Eu não escolho receitas por porcentagem de calorias, gorduras ou açúcar. Escolho por causa dos ingredientes interessantes ou das misturas inusitadas. E essa sobremesa tem todas essas qualidades. Além de ser levinha. Saiu de uma folha rasgada de uma das minhas revistas Sunset antigas. Fica absurdamente cremosa e chocolatuda. Experimente fazer e depois me conte o que achou. Comemos acompanhados de morangos madurinhos.

2 colheres de chá de gelatina em pó sem sabor
2 xícaras de leite [low-fat/ 1%] dividido
3/4 xícara de açúcar
85 gr de chocolate meio amargo picado
1/4 xícara de cacau em pó puro, sem açúcar
1 e 2/3 xícara de iogurte grego natural
1 colher de chá de extrato puro de baunilha
Raspinhas de chocolate para decorar

Numa vasilha pequena coloque 1/2 xícara de leite e polvilhe a gelatina por cima. Deixe descansar por 1 minuto, daí mexa com uma colher e deixe descansar mais 10 minutos.

Numa panela média coloque o restante 1 1/2 xícara de leite, o açúcar, o chocolate meio amargo e o cacau e leve ao fogo médio até ferver, por uns 3 minutos. Adicione a mistura de gelatina e bata bem até dissolver completamente. Deixe esfriar, por uns 15 minutos.

Numa vasilha grande bata o iogurte com o extrato de baunilha até formar um creme liso. Pode bater com o batedor de arame. Junte a mistura de chocolate, passando o liquido por uma peneira. Misture bem e despeje em 8 ramequins levemente untados com óleo vegetal. Cubra com plástico e gele até ficar bem firme. Para desenformar passe uma espátula de metal nas bordas do ramequin e vire num prato ou travessa. Decore com raspinhas de chocolate e sirva.

bolo de whiskey e chocolate

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Saí do trabalho tão energizada na sexta-feira, que ao invés de ver um filme na tevê, ler um livro ou revista, ou simplesmente não fazer nada, cheguei em casa e limpei a geladeira, fiz jantar [normalmente comemos fora nesse dia da semana] e assei este bolo de chocolate e whiskey. O bolo demorou pra ficar pronto e como tinha que esfriar completamente para desenformar, fomos dormir com a casa cheirando a chocolate e só fomos provar uma fatia no café da manhã do sábado. Eu adoro cozinhar com booze e se você também tem essa preferência, vai gostar muitíssimo deste bolo. Eu já tinha tido uma outra experiência com um bolo batizado no passado. Foi com esta receita de bolo de cacau & vinho que também ficou outstanding.

1 xícara de cacau em pó
[use o puro e sem açúcar–não use o Dutch-process]
1 e 1/2 xícara de café preparado
1/2 xícara de whiskey [pode ser bourbon]
2 tabletes [226 gr ou 1 xícara] de manteiga sem sal
2 xícaras de açúcar
2 xícaras de farinha de trigo
1 e 1/4 colher de chá de fermento em pó
1/2 colher de chá de sal
2 ovos grandes
1 colher de chá de extrato puro de baunilha

Coloque a grade do forno no meio e pré-aqueça em 350°F/ 176ºC. Unte uma forma bundt com manteiga e polvilhe com cacau em pó. Reserve.

Numa panela pequena aqueça o café, o whiskey, a manteiga cortada em cubinhos e o cacau, batendo com um batedor de arame até a manteiga derreter completamente. Remova do fogo e deixe esfriar por 5 minutos.
Enquanto isso coloque na vasilha da batedeira a farinha, o fermento e o sal. Numa vasilha separada bata os ovos com o extrato de baunilha. Junte a mistura de ovos à mistura de chocolate. Com a batedeira em velocidade baixa, misture a farinha e vá acrescentando o liquido de chocolate bem devagar, até que fique bem combinado. A massa vai ficar bem fina e com bolhas. Vá raspando os lados com uma espátula, pra toda farinha se incorporar. Coloque a massa na forma untada e asse por 50 minutos. Remova do forno e deixe o bolo esfriar completamente antes de desenformar. Pode salpicar com açúcar de confeiteiro, para dar um toque decorativo. Este bolo fica bem denso e aromático, com uma leve piscada de whiskey.

brownies de azeite [e coco]

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Esses não são os brownies da Alice B. Toklas, mas nem por isso deixam de causar um certo furor. Fiz a receita para levar num evento com muitas pessoas normais—aquelas que curtem chocolate. E como tem chocolate nesse bolinho! E tem também azeite de oliva extra-virgem e coco ralado salpicado com flor de sal. Verdadeiramente requintado. Foi esse o elogio que ouvi de alguém que provou o brownie. A receita do olive oil and coconut brownies saiu do NYTimes.

3/4 xícara de azeite de oliva
1/3 xícara de cacau puro em pó
1/2 xícara mais 2 colheres de sopa de água fervendo
60 gr de chocolate amargo ralado[*usei 99% cacau da Scharffen Berger]
2 ovos grandes
2 gemas de ovos grandes
1 colher de chá de extrato puro de baunilha
2 e 1/2 xícaras de açúcar [*coloquei somente 2]
1 e 3/4 xícaras de farinha de trigo
3/4 colher de chá de sal [kosher]
80 gr de chocolate meio amargo picado [*usei 60% cacau da Scharffen Berger]
2 xícaras de coco ralado
Flor de sal para salpicar

Pré-aqueça o forno em 350ºF/ 176ºC. Unte uma forma retangular com azeite. Numa vasilha grande bata com o batedor de arame o cacau em pó e 1/2 xícara mais 2 colheres de sopa de água fervendo, até dissolver bem. Adicione o chocolate amargo [usei o 99% cacau] ralado e bata até o chocolate derreter completamente. Adicione o azeite e bata. Depois adicione os ovos, as gemas e a baunilha e continue batendo até ficar bem incorporado. Junte o açúcar e bata até tudo ficar bem incorporado. Usando uma espátula, coloque a farinha e o sal, combinando bem. Coloque os pedaços picados do chocolate meio amargo [usei o 60% cacau] na massa e misture bem com a espátula.

Coloque metade da massa na forma untada com azeite, espalhe por cima 1 xícara do coco ralado. Cubra com o resto da massa. Espalhe por cima a 1 xícara restante de coco ralado, salpique flor de sal por cima e leve ao forno por 30 minutos. Transfira a forma do forno para uma grade e deixe esfriar completamente. Depois de frio corte em quadradinhos. Esse brownie solidifica somente depois de frio.

biscoitos com babaçu

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Aproveitei a saidinha da Neide, que está neste momento percorrendo o circuito Paris-Dakar, pra ir lá no Come-se roubar uma receitinha. Super mintchura, né gentê? Na verdade, estava na busca de uma receita para usar a farinha de babaçu que ganhei da Maria Rê e a primeira opção que o Google me ofereceu foi essa receita de biscoitinhos da Neide. Fiz exatamente como ela fez, só não coloquei as castanhas de baru, porque não tinha e decidi não substituir por nada. Usei um chocolate com 90% de cacau [da Scharffen Berger] e açúcar mascavo. Deixei a massa na geladeira de uma noite para a outra [24 hrs] e ela ficou bem dura. Tem que tirar com antecedência e deixar amolecer um pouco para poder modelar os biscoitinhos.

cookies com babaçu e castanha de baru
[receita de Ana Tomazoni]
250 g de chocolate meio amargo
2 xícaras de açúcar [320 gr]
1/2 xícara de óleo [100 ml]
2 colheres chá de extrato de baunilha
4 ovos inteiros
2 xícaras de farinha de trigo [250 g]
1 xícara de farinha de babaçu [85 g]
1 colher sopa de fermento em pó
1 pitada de sal
1 xícara de açúcar de confeiteiro [130 g]
Para decorar: 1 xícara de chá de castanhas de baru, picadas grosseiramente

Corte e derreta o chocolate meio amargo, em banho maria com o fogo desligado. Em uma tigela grande e funda, coloque o açúcar, o óleo e a baunilha e misture bem. Aos poucos, acrescente o chocolate derretido e os ovos um a um e mexa bem com uma colher após cada adição. Junte a farinha de babaçu e farinha de trigo, o sal e o cookies-babacu_2Sfermento e amasse bem até obter uma massa homogênea. Cubra com filme plástico e leve à geladeira por no mínimo 6 horas. Retire a massa da geladeira e, com a ajuda de 2 colheres de chá, modele pequenas porções, ou faça bolinhas pequenas, passando uma a uma no açúcar de confeiteiro. Coloque-as em uma assadeira retangular grande, untada e enfarinhada, deixando espaços de, aproximadamente, 4 cm entre elas. Em cima de cada bolinha coloque um pedaço de castanha de baru. Leve ao forno médio [355ºF/ 180 ºC], pré-aquecido, por cerca de 10 minutos. Retire do forno e, quando estiverem frios, armazene-os em um recipiente com tampa para que permaneçam crocantes. Rende: 130 biscoitos

pudim inglês
com castanha & chocolate

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Me senti um pouco insegura ao preparar esta receita para a sobremesa de Natal por causa dos passos de cozinhar na água com a forma tampada e eteceterá, mas no final percebi que não era um bicho de sete cabeças. E o pudim cozinha direitinho, fica delicioso. Eu tinha um punhado de castanhas portuguesas locais e fresquinhas que comprei no Farmers Market, por isso optei por testar esse pudim inglês. Foi uma escolha muito auspiciosa.

200 gr de manteiga amolecida
200 gr de açúcar
4 ovos batidos
[certifique-se que os ovos estejam em temperatura ambiente]
200 gr de farinha de trigo self-raising
[se não tiver, adicione 1 colher de sopa de fermento em pó na farinha]
150 gr de chocolate meio amargo picado
[*usei o Scharffen Berger com 90% cacau]
150 gr de castanhas portuguesa cozidas e descascadas
8 colheres de sopa de mel
Manteiga para untar a forma
Custard, creme de leite fresco batido ou crème fraîche para servir

Na batedeira, bata a manteiga e o açúcar até formar um creme fofo. Devagar adicione os ovos batidos. Adicione a farinha gentilmente, misture bem e com uma espátula misture o chocolate picado.

Unte uma forma grande [ou oito forminhas] com manteiga. Cloque as castanhas picadas no fundo da forma, adicione o mel por cima das castanhas. Então adicione a massa com chocolate.

Corte um círculo de papel vegetal do tamanho da forma e cubra bem a superficie do pudim com esse círculo. Cubra toda a forma com papel alumínio—se tiver o heavy duty, melhor. Amarre bem com um barbante em volta da forma. [*eu não fiz isso, porque usei o alumínio grosso e dobrei bem firme nas extremidades].

Coloque a forma [ou forminhas] numa panela grande com tampa e cubra até a metade da panela com água fervendo. Tampe a panela, abaixe o fogo e cozinhe por 1 hora para a forma grande ou 40 minutos para as forminhas pequenas. Se a água abaixar muito, adicione mais durante o processo.

Remova a forma da panela, retire o papel aluminio e o papel vegetal, deixe esfriar um pouco e vire com cuidado numa travessa. Sirva com um custard [que pode ser batizado com rum ou cognac], creme de leite fresco batido ou crème fraîche. Eu servi com o crème fraîche.

gelado de chocolate [amargo]

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Já tinha feito um sorvete de cacau com cereja e outro de menta com chocolate, que nem pode contar como chocolate, pois usei apenas as cacau nibs. Mas nunca tinha feito um sorvete apenas com chocolate. Falha no currrículo, que só pode ser desculpada pela minha preferência pelos gelados de frutas. Desta vez não me escapou. A receita é do jornal NYTimes—bittersweet chocolate ice cream. Minha única modificação na receita foi usar um chocolate com 100% de cacau e aumentar um pouco a quantidade de açúcar.
faz 1 litro
2 xícaras de creme de leite fresco
1 xícara de leite integral
1/2 xícara de açúcar
1/8 colher de chá de sal kosher
250 gr de chocolate amargo [de preferência 72% cacau)
1 colher de sopa de rye, bourbon ou rum [*usei rum]
Numa panela sobre fogo médio aqueça o creme, leite e açúcar, mexendo bem para o açúcar dissolver. No processador pulse o chocolate até ficar bem picado. Adicione uma xícara da mistura de leite quente no chocolate e pulse até ficar um creme liso. Coloque a mistura de chocolate no restante do creme, adicione o rum, mexendo delicadamente. Coloque a mistura na geladeira. Quando estiver bem gelada, coloque na sorveteira. Transfira para um recipiente de vidro co tampa e leve a congelador por 2 horas. Retire do congelador uns minutos antes de servir.

Theo chocolate — factory

Theo chocolate factory Theo chocolate factory
Theo chocolate factory
Theo chocolate factory
Theo chocolate factory
Theo chocolate factory Theo chocolate factory
Theo chocolate factory
Theo chocolate factory
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Theo chocolate factory
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A primeira surpresa aconteceu dentro do avião, quando abri um tablete daquele chocolate com erva-doce, figo e amêndoa que levei para comer durante a viagem. Já tinha visto o endereço da fábrica dos chocolates Theo, que eles imprimem em letras grandes na frente da embalagem—3400 Phinney, mas foi somente quando fui ler a lista de ingredientes na parte de trás que vi o endereço completo, que incluia a cidade—Seattle, WA.

—good lord, a fábrica dos chocolates Theo fica em Seattle!!!

Não foi um momento absolutamente auspicioso descobrir esse detalhe de localização, justamente quando eu estava voando de Sacramento para Seattle? Então coloquei uma visita à Theo imediatamente na minha lista de coisas para fazer e lugares para visitar na cidade. Ainda no light rail que nos levou do aeroporto para o hotel, já coloquei o endereço no google maps, pra ver a distância do hotel até a fábrica. Teríamos que pegar taxi ou ônibus. Ficou registrado.

A segunda surpresa aconteceu no domingo, quando combinamos de nos encontrar com a Bridget, irmã da Victoria. Ela nos levou primeiramente ao Fremont market, que ficava bem distante do nosso hotel. Andamos pelo mercado e ela perguntou o que gostaríamos de fazer a seguir. Eu disse, bem, você que mora aqui que decide, mas eu tinha na minha lista visitar uma fábrica de chocolate, você conhece o chocolate Theo? Ela respondeu, claro que conheço, vamos lá então! E atravessou a rua. Eu achei que estávamos voltando para o carro, mas a fábrica da Theo ficava exatamente do outro lado da rua onde estávamos!

—good lord, a fábrica dos chocolates Theo é aqui!!!

Num pequeno prédio de tijolinho, quase não dava pra identificar que aquilo era uma fábrica de chocolate. Entramos e colocamos nossos nomes numa lista de espera para o próximo tour, onde milagrosamente conseguimos entrar. Esses tours são muito populares e lotam rapidinho, por isso é recomendado que se faça reserva. Tivemos muita sorte. Enquanto aguardávamos nossa vez na sala de espera e loja, ficamos experimentando pedacinhos de chocolate, de todos os tipos, sabores, misturas, até que chegou a hora do tour.

A fábrica é bem pequena e emprega apenas setenta funcionários. Tudo é feito manualmente, desde a torrefação do cacau, a confecção dos bombons e caramelos, até a finalização com empacotamento e embalagens. Tivemos uma guia super simpática, cheia de energia, paixão e entusiasmo. Ela nos deu uma extensa aula de biologia, botânica, história, geografia e política. Eu já tinha tido uma aula parecida quando fiz o chocolate tasting na Ginger Elizabeth em Sacramento. Mas na Theo a aula é bem mais complexa, porque eles precisam esmiuçar e enfatizar a importância de se comprar o cacau orgânico e fair trade. A guia explicou que há muito trabalho escravo na produção do cacau, principalmente nos países da costa oeste da África. O chocolate da Theo não é mais gostoso por causa disso. Eles são deliciosos porque são muito bem feitos, com ingredientes de altíssima qualidade. Mas saber que ninguém foi explorado no processo até você poder se deliciar com uma barra de chocolate faz a diferença para mim e para muitos outros como eu.

A fábrica estava parada no domingo, mesmo assim fomos envolvidos por uma nuvem calorosa e cheirosa de chocolate quando entramos nas instalações. Os visitantes durante a semana podem ver a fábrica em pleno funcionamento. Adorei visitar a cozinha, onde os deliciosos bombons e caramelos são preparados. É incrível que todo aquele chocolate é feito artesanalmente, até as embalagens decoradas por uma artista local.

Theo é a única empresa que faz chocolate com cacau orgânico e fair trade aqui nos EUA. A fábrica tem apenas 4 anos de existência e já coletou muitos prêmios. Chocolate puro, de alta qualidade, com um sério compromisso com a sustentabilidade ambiental e políticas sociais. Não tem como não ficar fã!

* A Megan Gordon do blog Bay Area Bites também fez a tour na Theo e escreveu um relato muito legal.