torta de figo com mascarpone

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Essa torta era prioridade na minha lista de receitas para fazer. Aproveitei o final de semana, que é quando tenho mais tempo para me atrever em performances mais elaboradas e mandei bala. Fui até a árvore de ninguém buscar os figos, pois queria fazer exatamente como a querida Pipoka fez, com os figos verdes.

Para a massa:
1 e 1/2 xícara de de farinha de trigo
1/2 xícara de cornmeal
1 colher de sopa de açúcar
¼ colher de chá de sal
½ xícara – 113g de manteiga sem sal, cortada em cubos
1 ½ colher de sopa de alecrim fresco [*usei o seco]
4 a 5 colheres de sopa de água gelada
Para o recheio:
Figos frescos a vontade cortados em rodelas
½ xícara de sour cream
1 xícara – 225 gr de queijo mascarpone
¼ xícara de açúcar
1 ½ colher de chá de raspas de limão

No processador pulsar a farinha, o cornmeal, o açúcar, o alecrim e o sal. Juntar a manteiga e pulsar até a mistura ficar granulada. Colocar 4 colheres de sopa de água gelada e continuar pulsando até formar uma massa consistente. Se precisar, colocar mais um pouquinho de água, até a massa dar liga.

Colocar a massa numa forma de torta com fundo removível pressionando com os dedos . Gelar por 30 minutos. Assar em forno pré-aquecido a 400ºF / 200ºC por 20 ou 30 minutos. Remover do forno e deixar esfriar completamente.

Para o recheio misture bem todos os ingredientes numa tigela. Colocar o recheio na forma quando a massa estiver totalmente fria e arranjar os figos por cima.
Nota: esta torta fica bem melhor quando feita com antecedência. Um dia antes faça a massa e o recheio e guarde tudo na geladeira. Monte 1 ou 2 horas antes de servir.  Mantenha a torta na geladeira.

mise dis place

Que atire a primeira pedra quem nunca fez uma pataquada dessas: separar a receita, sair pra comprar os ingredientes, voltar e começar a arranjar tudo, fazer o mise en place e notar que dois dos ingredientes principais, insubstituíveis, estão faltando. Eu faço isso o tempo todo, mesmo escrevendo e carregando listas, mesmo checando e re-checando. É como ler a receita várias vezes e mesmo assim esquecer de acrescentar um ingrediente—e logo aquele que vai fazer diferença, interferir no resultado, provocar o total fracasso.

Ainda bem que era um domingo e eu estava inteiramente à disposição de fazer a tal receita. Primeiro passei no Co-op e comprei coisas, muitas coisas. Depois voei até a árvore de ninguém, empastelei a sola dos meus sapatos com aquele grude de figo podre com grãos de pedra e apesar de usar luvas, fiquei com um braço coçando. Voei novamente para casa, onde a gataiada nem conseguia dormir, tal era o meu entra e sai. Reli a receita, em português e inglês e fui me preparando para transformá-la num estrondoso sucesso quando vi que não tinha um dos ingredientes principais—que eu jurava que tinha, e o outro tinha só metade da quantidade necessária. A frustração que eu senti não teve medida. Voltei ao Co-op tão fula da vida e soltando bufadas pelas ventas, que até esqueci de revestir os sapatos e só fui notar quando cheguei no supermercado que estava vestindo meus chinelos de dedo encardidos. Corri para pegar os ingredientes faltantes sem me permitir olhar mais nada e entrei na fila do caixa que ainda não tinha me atendido naquele dia.

A receita foi realizada, com um errinho aqui, outro ali. Nada grave. O único problema que me aflige agora é—quem vai comer tudo isso? Pior que inventar moda, esquecer ingredientes e ficar num pra lá e pra cá frenético, é inventar moda e não ter ninguém pra dividir a história e os garfos.

quince tarte tatin

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Os quinces—marmelos também são sinal do outono acenando ali na esquina. Eu adoro essa fruta, seu sabor e textura. Já tinha preparado o quince em calda e adorei a idéia de fazer uma tarte tatin com ele. A inspiração veio deste blog, recomendado pela Elise. Para a massa eu usei uma receita de pâte sucrée do livro Chez Panisse Fruit da Alice Waters.
pâte sucrée
1 tablete – 113g de manteiga sem sal em temperatura ambiente
1/3 xícara de açúcar
1/4 colher de chá de sal
1/4 colher de chá de extrato de baunilha
1 gema de ovo caipira
1 1/4 de farinha de trigo
Numa batedeira misture a manteiga e o açúcar e bata bem com a pá até ficar uma mistura bem cremosa. Acrescente o sal, a baunilha e a gema de ovo e continue batendo, até ficar completamente incorporado. Junte a farinha e trigo e bata até formar uma massa uniforme. Faça um bola, enrole em plástico e achate formando um disco. Gele por algumas horas ou de um dia para o outro, até ficar bem firme. Na hora de usar, retire da geladeira e abra com o rolo numa superfície enfarinhada.
Para fazer a cobertura de fruta, descasque e corte 4 quinces—marmelos em fatias grossas [pingue umas gotas de limão]. Numa frigideira que possa ir ao forno coloque 1/4 xícara – 2 colheres de sopa de manteiga e 1/2 xícara de néctar de agave [ou açúcar]. Leve a frigideira ao fogo médio e deixe a manteiga derreter e formar um caramelo com o agave. Coloque as fatias de quince na frigideir e deixe cozinhar bem até o caramelo incorporar na fruta. Retire do fogo, cubra com a massa de pâte sucrée, aberta no tamanho da frigideira. Feche bem as laterais da massa, apertando com os dedos. Leve ao forno pré-aquecido em 375ºF / 190ºC e asse até a massa ficar bem firme e dourada. Deixe esfriar bem e inverta a torta num prato. Sirva morna ou fria.

spiced seckel pears

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Preparei as delicadas pêras Seckel inspirada numa receita da Edna Lewis. Descascar as pêras e cozinhar com um pouco de água, açúcar a gosto e uns cravos da índia até elas ficarem molinhas. Remover as pêras e deixar a calda engrossar em fogo baixo. Doces assim sempre ganham o acompanhamento de um pingo de creme de leite fresco, que combina muito bem com as frutas cozidas.

panna cotta de morango

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Essa receita tirada do site da Epicurious não me deixou completamente satisfeita. Eu queria fazer uma sobremesa com morangos frescos, que fosse gelada, cremosa e refrescante. Essa panna cotta é, de fato, tudo isso. Mas por algum motivo não me conquistou daquela maneira passional que geralmente as sobremesas com frutas fazem. Para quem quiser tentar, segue a receita.
3 xícaras de morangos orgânicos cortados em fatias
1 3/4 xícaras de buttermilk
6 colheres de sopa de açúcar
2 1/2 colheres de chá de gelatina em pó sem sabor
1/4 xícara de leite integral
1/4 xícara de creme de leite fresco
Bata no liquidificador os morangos com o buttermilk e o açúcar. Espalhe a gelatina sobre o leite e deixe amolecer, por cerca de 1 minuto. Coloque o creme de morango numa panela—se quiser pode coar antes, mas eu não fiz—e leve ao fogo até ferver. Desligue o fogo, junte a gelatina dissolvida no leite, mexendo bem até ficar bem dissolvido. Misture o creme de leite e bata bem, com um batedor de arame. Coloque em ramequins e leve à geladeira. Gele por pelo menos 8 horas. Na hora de servir, pode desenformar. Eu não fiz.

salsa de tomatillos

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Desta vez foi! Assim que eles chegaram, removi as casquinhas, cortei em quatro e joguei no liquidificador com coentro fresco, suco de limão, uma pimenta jalapeño sem as sementes, sal e azeite. Fiz a salsa de tomatillos e me senti recompensada moralmente, por não ter jogado nada no lixo. Os tomatillos têm um sabor bem interessante, um pouco parecido com os tomates, talvez mais próximo dos tomates verdes, mas com um gosto mais pungente.
A salsa de tomatillos fez essa simples tortilla de milho, recheada com um refogado de frango, pimentão verde e vermelho e cebola roxa e branca, brilhar.

caprese no pão

Eu nunca iria conseguir achar as palavras certas para agradecer à pessoa que inventou a pizza. O que seria dos meus sábados, durante todos os anos da minha vida, caprese_no_pao sem aquela massa deliciosa lambuzada com molho de tomate, coberta com muito queijo mussarela e assada primorosamente na alternância entre a crocância e o derretimento perfeitos?

Outra invenção memorável e certamente merecedora de agradecimentos efusivos é a salada caprese. Tomate, mussarela, manjericão, azeite. Posso comer esse prato o verão inteiro, enquanto os tomates durarem, sem enjoar. E eu nunca esqueço do pão, que precisa ser usado para sorver e aproveitar todo o caldinho dos tomates, misturado ao azeite. A idéia de juntar tudo numa coisa só e fazer uma caprese no pão me conquistou imediatamente. Melhor que essa salada entre duas fatias de pão, só mesmo uma bela pizza!

  • Uma fatia grossa de um pão bem fresquinho
  • Tomates orgânicos maduríssimos cortados em fatias
  • Muitas folhas de manjericão fresco
  • Fatias da melhor mussarela de búfala que seu dinheiro puder comprar
  • Um bom azeite de oliva
  • Sal a gosto, se quiser

Monte o sanduba com as fatias de tomate salpicadas com sal, se quiser, as fatias de mussarela, as folhas de manjericão e regue tudo com um fio de azeite. Eu devorei dois deles, sozinha. E para beber abri um vinho tinto italiano que estava dando sopa na minha pequena adega.