a pior comida do mundo

Ainda adolescente, visitando os meus tios na Querência Echaporã, perguntei ao meu tio, jornalista e gourmet, qual era a melhor e a pior comida do mundo. Ele respondeu – melhor, chinesa, pior, inglesa.

Eu comi muito bem em Londres, quando visitei o meu irmão. Comi comida francesa, italiana, japonesa e o trivial brasileiro feito pela minha cunhada. Num sábado fomos à um pub de trezentos anos – o Lamb & Flag, o mais antigo de Covent Garden. Realmente, se aquele menu ficar de amostra única da comida deles, os ingleses ganharam mesmo a medalha dos piores. Eu comi com curiosidade, não reclamei, até achei legal. O pub tinha uma atmosfera muito charmosa e os donos foram bem simpáticos nos atendendo meio fora de hora. Mas o Uriel não parou de reclamar um segundo e abominou a tal comida no pub. Até hoje ele fala que a pior comida que ele comeu na vida – blearg – foi aquela no pub inglês. No menu bem restrito, sausages, lamb ou roast beef acompanhados de batata, cenoura e ervilha, gravy e yorkshire pudding, que foi o ítem que eu mais gostei.

A receita do melhor do pior:
Yorkshire Pudding
This dish was originally cooked in a tin under the rotating spit on which roast beef was cooking – the juices from the meat dripped on to it, giving a delicious flavour. In Yorkshire, it is still cooked around the meat tin and is served as a first course before the meat and vegetables. Serves 4-6.
Ingredients: Lard – a little, melted, Plain flour – 110 g (4 oz), Egg – 1, Milk – 300 ml.
1. Pre-heat oven to 220C / 425F / Gas 7.
2. Put a little lard in 12 individual Yorkshire pudding tins (or deep bun tins) or a single large tin and leave in the oven until the fat is very hot.
3. Place the flour in a bowl, then make a well in the centre and break in the egg. Add half the milk and, using a wooden spoon, gradually work in the flour. Beat the mixture until it is smooth then add the remaining milk. Beat until well mixed and the surface is covered with tiny bubbles.
4. Pour the batter into the tins and bake for 10 to 15 minutes for individual puddings; 30 to 40 minutes, if using a large tin, until risen and golden brown.

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Burp…!

Torradas com queijo, pudim de manga, brownie fat-free, pizza de alcachofra, salada de rúcula, Italian soda de melão, french soda de boysberry, sushi, peito de peru com bacon, risoto com ervilhas e queijo gárlico, pudim de pão, torta de blueberry, bolinhas de carne com hortelã, peixe-espada no limão e vinho, apricots frescos, suco de cranberries com água tônica, bagel de frutas com mel, café-com-leite desnatado, tomates com mussarela, água mineral…….

Revista Elle, MTV, Dirty Harry, Fargo, Jerry Lewis e Dean Martin na cadeira de barbeiro, Gary Grant e Audrey Hepburn na Europa, Rising Arizona (Coen’s bro again!), Donna Summer, terremoto em Nevada, Richard Gere em 88, Martha Stewart X Sandra Bernard, mulheres no Rock’n’Roll, efeitos especiais no Star Wars, Ben Stiller patético, mais uma história de Vietnã, the weather in northern california, crimes da máfia, a polemica dos quadrinhos ‘racistas’ do Aaron McGruder, Pernalonga detonando o Patolino, entrevistas em ‘Time Line’ com Nicole Kidman, Larry King com John Kennedy Jr, O Exorcista, Olivia Newton-John em Reno, colar de brilhantes por $19,99, Fried Green Tomatoes, teenagers põem fogo em casas em Stockton, karaokê nas Bahamas……..

Bolo de amêndoas norueguês

Talvez eu faça esse bolo pro Natal, junto com a Torta Brownie de Avelã, receita da Gisa. Essa receitinha já foi testada e aprovada. Fez o maior sucesso no jantar na casa de uma amiga. A receita eu peguei na internet, mas depois achei uma bem semelhante num número da Everyday Food da Marthinha Malandra Stewart, então fiquei mais tranquila com a certeza que daria certo. É um bolo sem farinha e tem as amêndoas, que são ótimas pro coração. Mas o molhinho que vai em cima é uma perfeita bomba de colesterol. Então é bom fazer este bolo apenas em ocasiões especiais.

A receita:
Para a massa:
6 claras de ovos
1 xícara de amêndoas moídas
1 xícara de açucar de confeiteiro
1 colher de chá de fermento em pó
Para a cobertura cremosa:
1/2 xícara de creme de leite [creme para chantily – whipping cream]
5 gemas de ovos
1/2 xícara de açúcar
1/2 xícara de manteiga

Bata as claras até elas ficarem bem firmes. Acrescente as amêndoas às claras em neve. Adicione o açúcar e o fermento. Ponha numa forma redonda untada e asse por 30 min em forno pre-aquecido no médio [350F]. Deixe esfriar e desenforme.

Numa panela, coloque o creme, as gemas e o açucar e vai batendo com um batedor de claras em fogo baixo até engrossar. Tire do fogo e acrescente a manteiga, batendo até que o creme fique liso. Deixe esfriar e derrame sobre o bolo.

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the food market

Eu adoro comprar em dois mercadinhos internacionais aqui em Davis. Um deles é o Kim’s Market e o outro é o International Food Market.

No Kim’s você encontra todo tipo de ingrediente e produtos asiáticos – do japão, coréia, china, tailândia…. Lá eu compro arroz e alga para sushi, todo tipo de soba japonês pra fazer frio, salgadinhos de arroz, banchá, tofu frito, missô. Eu adoro uns cubinhos feitos de pipoca de arroz e snacks de algas. Eles também têm os maravilhosos pickles de gengibre, raiz de bardana e os lactobacilos vivos do yakult! É um lugar pequeno, com três corredores, uns cinco freezers e uma senhora atendendo no balcão, rodeada de tranqueiras e muitos doces interessantes, que eu sempre fico na tentação de comprar.

O International Food Market consegue ser mais caótico e mais diversificado. Ele é um mercadinho indiano, mas vende de tudo, em dois corredores compridos incrivelmente bagunçados! Lá eu compro azeite espanhol, bolachas holandesas, belgas, francesas e turcas, temperos indianos, chás ingleses, pita bread fresquinho, quentinho e cheiroso, trigo de quibe, pistachio, feta cheese, iogurte grego, halaw, ervilhas de todas as cores e tamanhos. E me divirto olhando produtos que nem sei como usar. Eles têm até uma parte de produtos mexicanos, onde eu achei farinha Láctea Nestlê! O dono indiano ou as filhas dele, atendem no balcão também bagunçado, perto da porta, rodeados de revistas, cds e outros badulaques escritos numa língua indecifrável.

Uma visita a esses mercados é sempre uma aventura de descobertas. Eu gosto de olhar tudo, ler os pacotes, sentir os cheiros e comprar coisas diferentes. Me dá uma sensação boa de que o mundo é uma aldeia, onde podemos pelo menos comer igual e assim diminuir nossas diferenças de língua e cultura.

Comfort food

Peguei na Wikipedia uma explicação para um termo muito usado em inglês: comfort food.

“The term comfort food refers to any food or drink to which one habitually turns for temporary respite, security, or special reward. The reasons that something becomes a comfort food are diverse but include the food’s familiarity, simplicity, and/or pleasant associations. Small children often seem to latch on to a specific food or drink (in a way similar to a security blanket) and will repeatedly request it in high stress situations. But adults are certainly not exempt. A substantial majority of comfort foods are composed largely of simple or complex carbohydrate, such as sugar, rice, refined wheat, and so on. It has been postulated that such foods induce an opiate-like effect in the brain, which may account for their soothing nature”.

Pra mim, comfort food é uma comida que me faz lembrar da minha infância, de bons momentos, que tem um cheiro aconchegante, que faz você se sentir em casa, como o cheiro das roupas de cama e banho ou do cobertor. Fazendo uma pequena lista, essas são as minhas comfort foods:
Mingau de aveia
Feijão com arroz
Sopa de feijão com macarrãozinho
Canjica
Arroz doce
Pudim de pão
Bala de mel
Café com leite
Pão com manteiga
Pão francês com queijo e presunto
Leite com açúcar queimado
Vaca Preta [sorvete com Coca-Cola]

Basmati

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Meu arroz favorito: Basmati indiano. Fica sempre soltinho e tem um aroma muito especial. Minha receita é de arroz de preguiçoso: colocar na panela 1 xícara de arroz lavado e escorrido, 1 1/2 xícara de água, sal à gosto, alho em pó à gosto e uma colher de sobremesa de óleo de canola. Pôr no fogo alto, quando ferver abaixar o fogo e cozinhar até a água secar. Desligar o fogo, tampar a panela e deixar o arroz descansar por uns minutos antes de servir. Essa é uma das comfort foods do meu filho, que adora o meu arroz!

O Arroz do Carreteiro

“Não tem mistério o feitio
dessa iguaria bagual:
É xarque – arroz – graxa – sal
É água pura em quantidade
Na panela cascorenta
Alho – cebola ou pimenta,
Isso é conforme a vontade.”
“Hoje te matam à míngua
Em palácio e restaurante,
Mas não há quem te suplante,
Nem que o mundo se derreta,
Se és feito em panela preta,
Servido em prato de lata
Bombeando a lua de prata
Sob a quincha da carreta!”
[* cantiga popular gaúcha, que ensina a receita do prato tradicional dos pampas – in Cozinha Brazileira (com recheio de história) – Ivan Alves Filho & Roberto Di Giovanni]