almoço para três [sem gorjeta]

Napa Sonoma Napa Sonoma
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Essas fotos são de uma pequena viagem que fizemos com minha mãe em janeiro [sim, JANEIRO!] por Napa e Sonoma. Coloquei as fotos na lista de publicáveis e quis muito publicar, mas a carroça foi se movendo, o ano foi acontecendo, o tempo passou e nunca que consegui colocar as fotos e a história das fotos aqui. Sim, porque tem uma história, que eu achei que valia a pena contar. Como título eu poderia até sugerir “O Garção Punk” e subtítulo “Nossa Segunda Experiência dando ZERO de Gorjeta”. Quero destacar que realmente não é comum esse tipo de coisa acontecer com a gente por aqui, ainda mais neste país onde “O Consumidor Está SEMPRE Certo”.

Rodamos por Sonoma e paramos para almoçar num restaurante super fotogênico nas cercanias da cidade chamado The Fremont Diner. Tudo parecia perfeito, clima, locação, comida, tivemos que esperar um pouquinho, mas achamos que iria valer muito a pena. Eles servem lá uma comida caipira de raiz, com pratos típicos dos EUA, como frango frito, hamburger, grits, macaroni cheese, eteceterá. Achamos fofo que eles serviram nosso sparkling wine num copo de geléia. Estávamos escolhendo os nossos pratos e o Uriel sempre indeciso chamou o garção—um moço magro e alto vestido com camiseta de banda punk, jeans e jaqueta de couro.

U—quanto de frango vem no prato “meio-frango”?
G—meio-frango é…. MEIO FRANGO.
{risadas amarelas}

Fizemos nossos pedidos, incluindo um “pimento cheese” de entrada. Demorou um pouco e chegou uma sopa e um sanduíche de queijo. Confusa, chamei o garção.

F—desculpa, estou confusa, acho que pedi um pimento cheese…
G—EU TE PERGUNTEI, VOCÊ QUER UM PIMENTO CHEESE OU UM GRILLED CHEESE E VOCÊ DISSE GRILLED CHEESE!!
F—acho que você me confundiu com outra pessoa, eu pedi pimento..
G—VOCÊ DISSE GRILLED E AGORA VOU TER QUE RETORNAR ISSO PRA COZINHA, QUE BOSTA!
{silêncio mortal}

O garção levou o sanduíche de volta, trouxe o pimento, que foi bem decepcionante, trouxe a comida, que achamos mais ou menos, trouxe um outro prato que não pedimos, devolvemos, trouxe a conta errada cobrando ítens que não tínhamos pedido, voltou com a conta final. Até broxamos de pedir sobremesa, mas antes de pagar o Uriel chamou novamente o fulano.

U—o que foi que houve com os pedidos? teve algum mal entendido?
G—o problema é que ELA fala muito baixo, eu ainda perguntei se era grilled ou pimento cheese e ela fala muito baixo e eu ouvi grilled.

Okay, ele teve a chance de se desculpar, de se redimir pela grosseria, mas não aproveitou. Deixamos apenas o dinheiro para o total da conta. Sem gorjeta. No tip for you, asshole! Sonoma e Napa são regiões lindas, adoro passear por lá, mas nunca mais vamos parar nesse diner, que parecia muito legal, mas a experiência foi totalmente arruinada por um garção grosso e desequilibrado.

Napa Sonoma Napa Sonoma
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sopa fria de abobrinha
[com estragão]

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Esta foi uma versão fria desta sopa de abobrinha que fiz no final do inverno. Só que usei um ingrediente diferente. Me inspirei neste artigo do Mark Bittmam sobre caldos, para preparar um caldo de legumes infuso no chá Lapsang souchong. Esse chá é simplesmente o fino da bossa, com um aroma defumado bem intenso. Não é todo mundo que gosta desse sabor, mas eu simplesmente adoro. Já preparei muitos caldos diferentes com ele. Para essa sopa fiz um bem simples, cozinhando asa sobras verdes do alho poró. No final faça um saquinho com umas duas colheres de sopa de chá e deixe de molho no caldo por uns minutos. Não deixe por muito tempo para não correr o risco do caldo ficar muito forte ou amargo. Depois use para fazer a sopa. Neste caso eu usei o caldo gelado. Bata no liquidificador as abobrinhas com o caldo, adicione estragão fresco a gosto, sal, pimenta do reino moída na hora, azeite e um pouquinho de creme de leite. Leve para gelar e sirva. Fica uma sopa perfumada e refrescante, excelente para dias baforentos de verão.

picolé de pera, limão & iogurte

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Mais um picolé [yeah!]. Esses eu fiz com um tanto de peras que ganhei de uma colega de trabalho. Já contei que no meu trabalho acontecem desovas durante todo o ano, né? Por lá aparecem os melhores limões meyer, abacates, tomates, ameixas, figos. Essa minha colega tem uma conexão com alguns produtores de peras. E traz umas bem pequenas e saborosas. Eu cortei algumas delas em cubinhos e cozinhei numa panelinha com um pouco de água, suco de um limão tahiti e açúcar de coco a gosto. Eu comprei um pacote desse açúcar, feito com a seiva da flor do coqueiro, e achei bem interessante. Ele é escuro e tem um sabor mais intenso. Estou usando para fazer algumas receitas. Essa foi uma delas. Depois que cozinhei as peras, coloquei no liquidificador com um pouco de iogurte natural. Bati até formar um creme, despejei nas forminhas de picolé, congelador e Wow! Gostamos muito da combinação desses sabores.

[homemade] cup noodles

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Sou notoriamente conhecida no meu trabalho como a pessoa que leva comida fresca e feita em casa para o almoço. Não sou a única. Mas o grupo dos que cozinham e levam marmitas com comida caseira não é muito grande. Eu me sobressaio por ser praticamente uma neurótica com ingredientes frescos, orgânicos e preparados do zero. Sempre explico—gentê, eu não assisto televisão, quase não leio livros, não faço muitas coisas além de cozinhar. Tenho amigos que esquentam caixinhas de comida congelada no microondas, temperam saladas de pacote com molho pronto, comem gelatina com cores florescentes e frutas de lata, e tem até os adeptos dos cup noodles. Não julgo nem critico ninguém, cada um faz o que quer. Mas meu jogo é outro. Sei que para os padrões dessa sociedade onde vivo, minha comida é ridiculamente esnobe. Isso soa irônico demais, porque na verdade a minha comida é super simples. Como pode um tomate cortado na hora, temperado com azeite e sal [que guardo numa gaveta no meu desk] ser algo tão fascinante? Nem preciso dizer que no dia que fiz meu homemade cup noodles, ele foi o assunto da hora no nosso grupo de almoço.

Marmiteira fanática que sou, fiquei excitadíssima quando vi essa receita. Um cup noodles caseiro! Testei, adorei e vou refazer. As possibilidades são inúmeras. Eu preparei o meu com o que tinha na geladeira. Acho que dá pra improvisar com quase tudo. Só não pode faltar o gengibre, o limão e os noodles, é claro! A receita sugere usar um cubo de caldo de legumes, mas eu não gosto do sabor desses cubos, então usei somente sal de limão [caseiro—hahaha!]. Na hora de comer é só despejar água quente, pode por um pingo de azeite ou de óleo de gergelim. Acho que poderia também acrescentar um pouquinho de frango desfiado se quiser fazer uma sopa mais substanciosa.

1 colher de chá de gengibre fresco
1/2 pimenta vermelha ou a gosto
3 cebolinhas picadas
1 cenoura pequena
1/3 xícara de milho cozido
1 punhado de folhas de manjericão
60 gr de macarrão de arroz ou de feijão vermicelli
1 pitada generosa de sal
1 limão tahiti

Comece preparando o pote para os noodles. Pode fazer com até 48 horas de antecedência. Descasque o gengibre e pique bem fininho. Colocar num recipiente grande com tampa selada. Pique a pimenta e adicione ao pote. Junte a cebolinha, a cenoura, o milho [ou outos ingredientes a gosto]. Adicione o macarrão de arroz junto com a pitada de sal. Corte o limão ao meio e adicione ambas as metades do recipiente. E finalmente adicione o manjericão no topo. Na hora de servir, ferva a água no microondas ou na chaleira. Remova a tampa do frasco, remova as metades do limão e despeje a água fervente sobre a mistura de sopa até cobrir tudo. Misture a sopa com um garfo. Feche a tampa e deixe descansar por um minuto. Esprema o limão por cima e bom apetite!

picolé de pêssego & blueberry

Esse picolé foi uma surpresa, porque decidi fazer essa mistura de sabores só porque precisava usar as sobras de uma latona de pêssegos em calda, que usei só um pouquinho pra rechear um bolo, e um monte de blueberries que ganhei no trabalho. É muito simples—apenas bati no liquidificador os pêssegos, a calda e um pouquinho de água de flor de laranjeira. Coloquei as blueberries inteiras nas forminhas e cobri com o suco de pêssego. Bata bem as formas numa superfície para que o liquido penetre bem até o fundo das formas. Assim o picolé não vai quebrar na hora de desenformar. Levar ao congelador por no mínimo 6 horas, desenformar e SCHLÉPT!

blueberries blueberries blueberries

bolo maltado de chocolate

bolo-Uriel

bolo-Uriel

Meu marido é uma dessas pessoas que não liga para comemorações do próprio aniversário. Eu ligo muito, mas ele não se importa tanto. Mesmo assim eu tento sempre fazer um bolo. Este ano eu perguntei que tipo de bolo ele queria e a resposta foi bem simples e direta—chocolate. Então procurei por uma receita que fosse diferente de tudo que já fiz até hoje com chocolate e achei a desse bolo com leite maltado. Gostei que fez um bolo pequeno, assim não tivemos que ficar comendo sobras por dias e dias. Também gostei da ideia de usar pela primeira vez o malted milk, que faz parte há muitos anos da minha cultura musical através do meu bluesman ídolo, Robert Johnson.

“Baby, fix me one more drink, and hug your daddy one more time. Keep on stirrin’ my malted milk mama, until I change my mind”

para o bolo:
1 e 1/3 de xícaras de farinha de trigo
1/4 xícara de cacau em pó sem açúcar
1/4 xícara de leite em pó maltado [malted milk powder]
1 colher de chá de sal kosher
1 colher de chá de bicarbonato de sódio
1/4 colher de chá de fermento em pó
2 ovos caipiras grandes
1 gema de ovo caipira grande
1 e 1/2 xícara de açúcar
1 xícara de buttermilk
1/3 xícara de óleo vegetal
1/2 colher de chá de extrato de baunilha
3/4 xícara de café esfriado
2 colheres de sopa de açúcar mascavo
para a cobertura
85 gr de chocolate amargo picado
1/2 colher de chá de extrato de baunilha
1/2 xícara de creme de leite
1/4 xícara de leite em pó maltado [malted milk powder]
1/4 colher de chá de sal kosher

Pérolas de chocolate e bolas de malte picadas grosseiramente para decorar
Preaqueça o forno a 350°F/ 176°C. Unte uma forma de pão com óleo e forre com papel vegetal, deixando uma aba extra dos lados. Misture a farinha de trigo, o cacau em pó, o leite em pó maltado, o sal, o bicarbonato de sódio e o fermento em pó em uma tigela grande. Numa outra tigela bata os ovos, a gema de ovo e 1 1/2 xícaras de açúcar apenas para misturar. Adicionar o buttermilk, o óleo, o extrato de baunilha, e 1/2 xícara de café, mexendo apenas para misturar. Aos poucos, adicione a mistura liquida aos ingredientes secos, mexendo delicadamente com uma espátula de borracha ou uma colher de pau. Coloque a massa na forma preparada mas não encha até o topo ou o bolo vai transbordar. Eu enchi e transbordou muito! Se a forma ficar muito cheia, coloque o restante da massa numa outra forma pequena. Leve ao forno e asse por 60-70 minutos ou até que a massa esteja completamente cozida no centro.

Misture o açúcar mascavo, o 1/4 de xícara de café restante, mexendo para dissolver o açúcar. Transfira bolo para uma grade e pincele com a mistura de café e açúcar. Deixe o bolo esfriar completamente na forma antes de desenformar. Prepare a cobertura. Coloque o chocolate e baunilha em uma tigela média. Numa panelinha colocar o creme de leite, o leite em pó maltado e o sal e levar ao fogo. Quando estiver quase fervendo retire do fogo e despeje sobre a mistura de chocolate. Deixe descansar por 5 minutos. Mexa delicadamente com uma espátula de borracha até que o chocolate esteja totalmente derretido e mistura bem lisa. Despeje a cobertura sobre o bolo desenformado e colocado num prato ou travessa. Decore com as bolas de malte e pérolas de chocolate. Eu usei somente as bolas de malte. Deixe o bolo descansar por 30 minutos antes de servir.

bolo-Uriel bolo-Uriel

picolé de cacau

picole-cacau

Ainda no inverno eu comprei um sacão de cacau em pó cru e nibs de cacau pra fazer umas barrinhas de chocolate e coco que acabei nunca publicando por aqui. Depois fiz ma burrada e comprei um outro tanto de nibs de cacao, achando que o outro já tinha acabado. Agora estou colocando nibs de cacau em tudo. E pra usar um pouco mais fiz esse sorvete. Não usei receita, fiz tudo no olho, mas ficou exatamente como eu queria que ficasse—chocolatudo e cremoso, com pedacinhos crocantes de cacau. Esse picolé desapareceu do freezer numa piscada.

Fiz um mingau com uma mistura de leite e creme de leite fresco, bastante cacau cru em pó, acúcar a gosto e uma colher de maisena. Quando o mingau ficou pronto, deixei esfriar, juntei os nibs de cacau e coloquei nas forminhas. Freezer e voalá! Para guardar os picolés eu desenformo e coloco cada um num saquinho pequeno que aqui vende em qualquer lugar para colocar snacks. Eles são perfeitos para embalar e manter os picolés prontos para consumo no freezer.