o rei das novidades

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A loja californiana Trader Joe’s já nasceu com um desejo de oferecer produtos diferentes, inusitados e da melhor qualidade para seus clientes. Na história deles tem alguém que estudava e vivia com a grana curta, mas queria oferecer jantares para os amigos regados a um bom vinho com preço justo. Virou a filosofia da loja, que vende tudo à preços modicos, mas os produtos muitas vezes são de cair o queixo. Não dá pra fazer aquelas compras básicas e gerais da semana, porque o lance deles é mesmo oferecer coisas gostosas e diferentes. E saem pelo mundo buscando essas novidades. Daí que dei uma passadinha pra comprar uns queijnhos e umas crackers que só acho lá e vi a novidade do mês chegada da Africa do Sul. Tinha também um sal marinho defumado e um tempero africano, que eu dispensei. Mas não deixei passar essa pimenta do reino misturada com flores secas—rosas, calendula, lavanda. E a mistura de chocolate, açúcar e grãos de café. Os dois produtos vêm numa embalagem grinder, pra você girar e moer em cima dos pratos e da comida. Prático!

colhemos uns figos

 

capay organic farm
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Estamos rodeados de fazendas e agora estou mais próxima de uma das maiores fazendas orgânicas da região—Capay Organic Farm. Já sabia que eles abrem para o público e escolas, que pode-se fazer tours e visitar. Desta vez eles abriram para a colheita, na parte onde ficam as figueiras para que o público pudesse colher as frutas. “Queremos que as pessoas conheçam e se acostumem com eles”—me disse uma das fazendeiras. Eu respondi que os figos já são meus velhos conhecidos e que eu espero o ano inteiro pela oportunidade de comer os figos californianos frescos. Acredito que a Califórnia seja o único estado do país que produz figos comercialmente. Quando chegamos, estacionamos ao lado das árvores de pistache, que estavam carregadíssimas. Mas eles ainda não estavam prontos para consumo. A colheita do pistache acontece somente pro final de setembro e começo de outubro, quando as casquinhas externas racham avisando que já é hora.

Ficamos pouco tempo na fazenda, porque não tínhamos almoçado e eu tinha nadado, estava bem faminta. E eles nao ofereciam nada, além de legumes e frutas numa feirinha e bebidas geladas. E estava calor, o Uriel esqueceu de levar chapéu e todas as sombras estavam ocupadas por famílias fazendo picnic enquando uma bandinha tocava um animado bluegrass. Fomos colher os figos, que estavam maduríssimos. Eles tinham muitas árvores do maravilhoso candy stripes figs, que infelizmente ainda não estavam no ponto. Saímos da Capay com as botas sujas de lama e paramos para um hamburguer tradicional com batatas fritas na cidade vizinha de Esparto e depois engatamos em toda velocidade em direção à cidade de Napa, onde passamos o resto da tarde.

[mais um ] gazpacho

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Posso até dizer que este está sendo o verão da sopa fria, não pela variedade de receitas testadas, mas pela quantidade de receitas repetidas. Tenho preparado incessantemente esta sopa usando pepinos [de todas as variedades e tonalidades] mais manjericão ou hortelã, ou usando abobrinhas [de todas as variedades e tonalidades] mais manjericão ou hortelã. E também tenho feito muitas sopas frias de tomate, que eu chamo de gazpacho, porque as minhas quase sempre levam tomate fresco e pão não tão fresco. Mas posso colocar pepino e/ou pimentão verde e vermelho, e manjericão. A base é quase sempre a mesma—tomates orgânicos super maduros [e uso tomates de todas as cores], pão amanhecido, azeite de oliva extra-virgem, sal, pimenta do reino e vinagre jerez. Bato tudo no liquidificador e não passo pela peneira, porque não precisa. Posso acrescentar também pimentões verdes ou vermelhos e pepinos e bater tudo junto. Ou picar os pimentões e pepinos em cubinhos e acrescentar depois na sopa, como está na foto acima. Quando preparo a sopa para comer em casa, adiciono um dente pequeno de alho. Mas quando faço para levar de lanche no trabalho, omito o alho, porque acho deveras deselegante ostentar um bafão de alho depois do almoço.

coleção de copos

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A foto saiu da edição de agosto pra iPad da revista Martha Stewart Living. Esses são a versão americana dos copos de requeijão brasileiros. São chamados de sour cream glasses e vinham de brinde entre os anos 50 e 70. Eles foram evoluindo no design e hoje podem ser encontrados em abundância—em vários tamanhos, estampas e cores, em lojas como a eBay.

crumble de tomate

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Eu só como tomates frescos durante a temporada que vai de julho à setembro. Espero o ano todo por essa época, que é quando eu praticamente como tomate todo santo dia, almoço e jantar. Aproveito e me esbaldo. Os tomates locais e sazonais simplesmente não têm concorrente. Como sempre exagero nas compras e não guardo na geladeira [porque eles perdem todo o sabor e doçura], tenho que consumir a tomatada em passos rápidos. O que não vira gazpacho ou outra sopa fria, vira molho de macarrão, ou vira salada em inúmeras formas, ou um prato desses assim simples, pra se poder apreciar a delicadeza e textura dessa maravilhosa fruta. Eu já tinha feito outras receitas parecidas—como a do crisp de tomate ou a do cobbler de tomate. Esse crumble é super gostoso e prático, mas eu recomendo que os tomates estejam maduríssimos. E se forem orgânicos, é vantagem pra todo mundo!

»outras receitas com tomates podem ser acessadas no arquivo.

tomato crumble
1 quilo de tomates orgânicos bem maduros
3 colheres de sopa de manjericão fresco picado
1 colher de sopa de alecrim fresco picado
1 colher de chá de sal
Pimenta do reino moída na hora
3/4 xícara de farinha de pão [*fiz na hora com pão torrado]
3/4 de xícara de queijo Parmigiano- Reggiano ralado
1/2 xícara de pinoles [*usei sementes de girassol]
6 colheres de sopa de manteiga sem sal cortada em cubinhos

Pré-aqueça o forno em 375ºF/ 200ºC e unte um refratário com azeite. Corte os tomates ao meio e remova as sementes. Corte cada metade em 4 e coloque numa peneira, deixe escorrer o suco. Coloque os tomates escorridos no refratário untado. Adicione o sal, pimenta do reino, folhas de manjericão e alecrim e misture bem.
Numa vasilha misture a farinha de pão com o queijo ralado e as sementes. Adicione a manteiga e misture bem apertando com os dedos até formar uma farofa. Espalhe essa mistura sobre os tomates. Leve ao forno e asse por 30 minutos. Remova do forno e sirva, quente ou morno.

chá para seis [e dois bolos]

Meu marido me pediu para preparar um chá da tarde para seis pessoas, nós incluidos. Seria um pequeno get together de despedida para o ex-aluninho dele que defendeu tese e partia para um emprego numa empresa. Escolhemos um chá por ser mais simples. Mas simples só na maneira de dizer, pois pra mim preparar qualquer evento é sempre uma novela mexicana, cheia de close ups e viradas dramáticas de corpo com gestos e caras tensas. Nunca é fácil, nem simples, cozinhar para pessoas estranhas. Eu estresso e muito. Primeiro foi a via crucis de escolher o menu. Quis fazer dois bolos, pra ter variedade. Pois vai que alguém não gosta de uma coisa ou é alérgico a outra coisa. Eu preciso pensar em todos os micro detalhes. Receitas decididas, menu resolvido, me organizei pra cronometrar absolutamente tudo, deixar o chá quentinho, a limonada geladinha, preparar a mesa com antecedência, porque vocês sabem que tudo pode acontecer num evento assim, até os convidados chegarem com uma hora de antecedência, não é? [*pisc!]

Preparei uma mesa simples, porque ainda estou naquela fase pós-mudança quando gasto um tempão rodando como barata tonta tentando lembrar onde guardei as coisas. Preciso de um bule, mas onde estão os bules? Preciso de duas pás de bolo, mas onde estão as pás de bolo? Coisas do tipo. Até usei guardanapos de papel, que não é do meu feitio. Tudo para facilitar. A idéia inicial era montar a mesa do chá no gazebo do quintal, mas como a tarde estaria razoavelmente quente, preparei a mesa na sala de jantar. Na sexta-feira à noite fiz o bolo de chocolate. No sábado pela manhã fiz o bolo de maçã e muitos sanduichinhos de pepino. O Uriel espremeu alguns limões e preparamos uma jarrona de limonada. Lavei três cestinhas de morangos que tinha comprado pela manhã do japonês do Farmers Market de Woodland [aquele mesmo do laboratório imaginário]. Meia hora antes dos convidados chegarem, fiz um bule de chá lady grey e outro de hortelã fresco, que colhi dos vasinhos do meu quintal. Os convidados chegaram no horário, mas eu fiquei naquele convercê receptivo, me atrapalhei e acabei esquecendo de colocar os sanduichinhos na mesa. Oh well, nada pode ser completamente perfeito. Mas pela cara dos meus convidados devorando os bolos durante o nosso chá da tarde percebi que tinha escolhido as receitas certas. Sem falar que hoje em dia é sempre uma surpresa agradável ser recebido na casa de alguém com gostosuras feitas em casa, com todo cuidado e carinho.

Os dois bolos ficaram uma delícia e são bem simples de fazer, sem nenhum ingrediente super inusitado. O aroma do bolo de chocolate, que eu fiz com muita antecedência, me torturou abusivamente até a hora em que me servi de uma fatia e matei as bichas que estavam iradas e já organizadas para um riot brutal. Mas foi o singelo bolo de maçã que fez mais sucesso. Ele sumiu da travessa numa piscada e todos os convidados pediram a receita.
Louisa’s Cake

9 colheres de sopa de manteiga sem sal em temperatura ambiente
1 xícara, mais 2 colheres de sopa de açúcar
3 ovos grandes
1 e 1/4 xícara de farinha de trigo
1 pitada de sal
1 xícara de ricota
Raspas da casca de 1 limão
1 colher de sopa de fermento em pó
1 maçã, descascada e ralada
Pré-aqueça o forno em 400ºF/ 205ºC e unte uma forma de fundo removível de 22 cm com manteiga. Na batedeira bata a manteiga e o açúcar até formar um creme. Na velocidade mais baixa possível acrescente os ovos, um de cada vez. Aos pouquinhos, adicione a farinha, o sal, a ricota, as raspas de limão. o fermento e a maçà ralada. Coloque a massa na forma untada e leve os forno por uns 30 minutos ou até que o bolo esteja bem dourado e firme no centro. Remova do forno e deixe esfriar numa grade. Desenforme e deixe esfriar completamente, só então transfira o bolo para uma travessa. Sirva com sua fruta sazonal favorita—eu servi com morangos.

Chocolate Bundt Cake
2 xícaras de açúcar
1 e 3/4 xícara de farinha de trigo
3/4 xícara de cacau em pó sem açúcar
1/2 colher de chá de sal
1 colher chá de fermento em pó
2 colheres de chá de bicarbonato de sódio
1 xícara de buttermilk
1 xícara de café forte
1/2 xícara de óleo vegetal
1 colher de chá de extrato de baunilha
2 ovos

Pré-aqueça o forno em 350ºF/ 176ºC e unte com forma bundt [com furo no meio] para bolo com manteiga e depois polvilhe com cacau em pó. Numa vasilha peneire a farinha, açúcar, cacau em pó, sal, fermento e bicarbonato. Na batedeira em velocidade baixa, coloque o buttermilk, o café preparado, o óleo os ovos e o extrato de baunilha. Misture bem. Com a batedeira ainda em velocidade baixa, junte bem devagar os ingredientes secos peneirados juntos. Bata a massa por 4 minutos em velocidade média. Despeje a massa na forma untada e polvilhada e asse por 45 minutos. Remova do forno e deixe esfriar por uns minutos. Vire o bolo numa grade e deixe esfriar completamente. Coloque numa travessa e polvilhe com açúcar de confeiteiro antes de servir.