e num é que virou um banquete?

Chega aquele dia em que você não pode mais fingir que não está vendo aquele pacote de quiabo lá no fundo da gaveta, ou aquele milho cozido sobra de sábado enrolado no papel alúminio e empilhado na prateleira. É dia de limpeza da geladeira, pois o que não usar vai acabar indo pro lixo.
O quiabo que não iria demorar pra ir pras cucuías foi refogado no azeite com limão e sal. A espiga de milho foi ralada e virou um creme docinho, engrossado no leite e temperado com sal e chives. Uma batata doce que já estava cozida esperando uma receita foi regada com azeite e assada. A sobra de arroz basmati de domingo foi misturada com ervilhas frescas e muito queijo manchego ralado, que antes teve que se despir de uma tenra casquinha verde, e esquentado rapidamente. A última tortilla bread no saco foi cortada em quatro com a tesoura e torrada na frigideira de ferro. Pra beber, água gelada. Ops, acabei esquecendo de fazer uma salada, mas realmente nem fez falta.

a boa massa

Quando uma receita é testada e dá certo, vai pro patamar das receitas boas. Ontem uma conseguiu esse mérito. Eu precisava de uma receita de massa de torta para fazer uma torta de frango com uma sobra de um frango assado que comprei no Farmers Market. O recheio é fácil, os pedacinhos de frango picados e refogados com o que quiser. Eu usei salsão, pimentão vermelho, tomate, azeitona verde, salsinha. A massa é onde a porca torce o rabo – pra mim, eu sei!

Então peguei essa receita em um dos livros do Moosewood Restaurant. Fiz na batedeira elétrica, mas dá pra fazer no food processor ou mesmo na mão.

6 colheres de sopa de manteiga geladíssima
1 xícara e meia de farinha de trigo
4 colheres de sopa de água ou leite gelado [usei leite]

Coloque a farinha na batedeira. Bata com a pá achatada em velocidade de misturar por 10 segundos. Acrescente a manteiga cortada em cubinhos e misture por um minuto até os pedacinhos de manteiga ficarem do tamanho de uma ervilha. Vai acrescentando o leite e batendo, ate a massa ficar consistente. Embrulhar numa folha de plástico e deixar na geladeira por 15 minutos. Esticar com o rolo e usar. Forra uma forma de 20 cm.

manja, xuxu?

Estou escrevendo para encher linguiça, pois tenho uma batata quente nas mãos. Mas que belo abacaxi esse aparelho, hein? Não tem jeito, vou ter que descascar esse pepino…Mas é porque aquele fulano só fala abobrinha, embora seja um doce de coco. Mas tudo bem, isso vai ser sopa no mel, pois o Zé Mané é político café pequeno, o que já virou carne de vaca, não é mesmo? O cara se vende a a preço de banana. E o pior é que isso dá como xuxu em cerca. E ele se acha o rei da cocada preta, enquanto que ela pensa que é a rainha da carne seca. Mas é tudo farinha do mesmo saco e um osso duro de roer. Me deram um bolo, por isso ando pisando em ovos. Sei que nesse angú tem caroço… Eu estava com a faca e o queijo na mão, mas pisaram no tomate comigo! Não tem problema, sou café com leite e estou ralando o coco pelo pão de cada dia. Falei isso e ele ficou vermelho como um pimentão. Só não quero ficar enrugada como um maracujá de gaveta ou uva passa. Por isso que eu digo que enquanto você vem com o fubá, eu já estou voltando com o bolo. Embora eu seja sempre a primeira a chegar, o arroz de festa!

o caso do espinafre

Vou responder a pergunta da Dani em público, pois a questão do espinafre infectado pela bactéria E.coli já virou notícia mundial, né? Sabe-se que o espinafre infectado veio do Salinas Valley, no sul da Califórnia, que é a região responsável por setenta por cento da produção das folhas verdes do país. Mais de cem pessoas ficaram doentes, uma idosa morreu. O E.coli não é brincadeira. Mas ainda não se descobriu todas as marcas de espinafre contaminadas, nem como essa verdura foi contaminada. Por precaução houve um recall de todos os pacotes fechados da verdura e o aviso para não se consumir espinafre cru, nem do embalado, nem do solto. Pode ser que a contaminação tenha acontecido na irrigação, mas ninguém ainda sabe certamente o que ocorreu. E com E.coli não adianta lavar, tem que cozinhar. Parece que o Salinas Valley já teve outros casos de contaminação de verduras, devido às suas técnicas de produção em massa. Por isso eu advogo em favor dos pequenos produtores orgânicos locais, que com certeza tomam mais cuidado. Mas como não sou fanzoca de espinafre não estou sofrendo com a sua ausência nos mercados.

Dois convites

Fui convidada pelo Garret do Vanilla Garlic para participar do primeiro encontro de food bloggers da área de Sacramento. Já respondi que vou, mas fico naquele dilema, pois sou extremamente tímida e não conheço ninguém. Além disso tem o difícil quesito do que levar. Queria que fosse um prato brasileiro. Ajudem essa libriana indecisa com idéias, por favoire!
O encontro dos blogueiros californianos será no início de novembro. Daí me veio a idéia de um encontro brasileiro, pois vou estar em Campinas entre 1 e 15 de dezembro, e no interim dos meus compromissos famíliares, poderíamos tentar fazer um encontro blogueiro. Não garanto minha ida à São Paulo, já que não me arrisco mais dirigir no Brasil e vou estar monopolizada pela família. Mas um encontro gastronômico em Campinas eu topo. Que tal?