salada de tangerina & abacate
[com molho de jalapeño]

salada de tangerina & abacate com molho de jalapeño

Repetecos estão virando rotina na minha cozinha. Acho que nunca usei tanto os arquivos deste blog como nos últimos meses. Tem muita receita boa que vale a pena ser repetida e a dessa salada cítrica é uma delas. Dei uma adaptada, excluindo alguns ingredientes e trocando a laranja pela tangerina. E desta vez a foto ficou mais bonita. Êeeeeee!!!

1/2 xícara de suco de tangerina fresco
1 pimenta jalapeño
2 colheres de sopa de vinagre de vinho branco
Sal Kosher e pimenta do reino moída na hora
1/4 xícara de azeite de oliva extra- virgem
1 abacate descascado e cortado em fatias
4 tangerinas descascadas e cortadas em fatias
1/2 xícara de folhas de hortelã frescas

Cozinhe suco das tangerinas em uma panela pequena até o liquido reduzir a cerca de 2 colheres de sopa—uns 5 a 8 minutos. Deixe esfriar. Aqueça uma frigideira pequena em fogo médio-alto. Coloque a jalapeño, virando ocasionalmente, até que a casca fique toda carbonizada, cerca de 8 minutos [ou faça diretamente sobre a chama do gás]. Deixe esfriar, remova a pele e sementes e pique em pequenos pedacinhos.

Misture o vinagre, o suco de tangerina reduzido e o jalapeño em uma tigela média, tempere com sal e pimenta. Misture o azeite. Bata bem com um batedor de arame até ficar completamente emulsificado.

Numa travessa coloque as fatias de tangerina, as fatias de abacates, decore com as folhas de hortelã, coloque o vinagrete por cima e sirva.

no que ando pensando [muito]

Entrei numa farmácia pra comprar pastilha de tosse e a cena que vi na minha frente me pareceu naquele momento a pura imagem do inferno—uma variedade absurda de doces e chocolates, centenas de pacotes de salgadinhos, um infinito de bebidas artificiais, bebidas alcóolicas, enlatados, comida de caixa, em pó e congelada. E lá no fundão, os remédios. Claro que as farmácias não são novidades pra mim e sempre entro nelas por um motivo ou outro, mas naquele eu dia fiquei chocada. Fui tomada por um sentimento de profunda tristeza quando vi a tonelada de doces de natal serem substituídos por uma tonelada de doces de valentines numa estalada de dedos. Vi naquele cenário colorido uma armadilha atrativa e cruel de açúcar e corantes. As farmácias se transformaram em imensas lojas de conveniência [ou inconveniência], que te vende o problema e depois te vende a solução. São um retrato do que tem de mais paradoxal neste país. desculpa o clichê, mas são.

Passei os feriados de final de ano cozinhando e falando sobre comida com a minha mãe. Falei sobre a minha surpresa por ter virado uma celebridade no meu trabalho pelo simples fato de que eu como comida. E como comida no prato, usando garfo e faca, guardanapo, copo. Sou um assombro! Porque desde a década de 50 do século 20 que os americanos foram desaprendendo a cozinhar, deixando os velhos e laboriosos hábitos por outros mais simples e práticos. E hoje estamos a beira de um colapso na área de saúde, epidemia de obesidade, muitas doenças estranhas, muitas mortes. Isso que estou dizendo não é nenhuma novidade, os fatos estão escancarados. Eu vejo, você vê, mas não é todo mundo que percebe. Ainda há muita falta de informação, muita gente simplesmente não sabe que todo esse lixo se se ingere está nos transformando, nos adoecendo e nos matando. Agora não é mais somente a opção pela praticidade, mas é pela falta de instrução e de conhecimento. Quem vem de uma família onde não se cozinha há pelo menos quatro gerações faz o quê? Faz o que cresceu fazendo e o que acha normal fazer.

Ando muito pesarosa e desanimada, achando tudo uma aberração, uma caminhada cega em direção ao precipício. No trabalho, toda vez que vejo um colega colocando uma caixa de comida processada congelada no microondas, meu coração afunda. Nunca falo nada, mas mesmo de boca fechada, sem julgar ou criticar, posso mostrar delicadamente que há outro lado. Sento na mesa, onde outros colegas se juntam para almoçar e conversar, às vezes dividimos comida. Eu monto meu prato com salada fresca, minha comida simples e no final de sobremesa descasco uma laranja, o que muitas vezes gera olhares de genuíno espanto—olha, alguém que descasca laranja! Todo dia escuto um—oh, você se alimenta tão saudavelmente! ou um—uau, seu jeito de comer é tão legal, tão caprichado! Sempre comi assim, é a minha resposta. Não posso mudar o mundo, mas depois de dois anos dividindo a cozinha na hora do almoço com outros colegas, posso dizer que consigo pelo menos passar uma mensagem positiva e talvez ter uma pequena influência com relação à futuras possíveis mudanças de hábitos.

galette de acelga

galette-acelga.JPG

A primeira receita do ano tinha que ser um prato leve, feito com verdura e grãos integrais, só pra dar aquela ilusão de que comeremos assim o ano todo. No meu caso até que é verdade, só que essa torta foi feita em dezembro, quando chegou uma acelga gigantesca na minha cesta orgânica. Usei a receita dessa massa e para o recheio fiz um que aprendi há pelo menos uns trinta anos e que repito sempre. Fica uma torta bem leve, boa para comer quentinha na hora, mas dá até pra ser devorada fria no dia seguinte.

para a massa
2 xícaras de farinha de trigo integral
1 colher de chá de sal
12 colheres de sopa de manteiga sem sal gelada cortada em cubinhos
2 ovos caipiras batidos
Coloque a farinha e o sal no processador de alimentos. Junte a manteiga e pulse até formar uma farofa. Junte os ovos e pulse até forme uma massa. Amasse num disco, cubra co m plástico e leve para gelar por pelo menos 1 hora.
para o recheio
1 acelga grande
4 colheres de manteiga
Sal e pimenta do reino a gosto
Raspas da casca e suco de 1 limão

Pique a acelga e refogue na manteiga. Cozinhe bem, não deixe ficar com água. Tempere com sal e pimenta do reino a gosto. Antes de rechear a massa, tempere com as raspas e suco do limão. Abra a massa, coloque sobre uma forma forrada com papel vegetal, coloque o recheio no centro da massa, feche os lados. Pode pincelar com gema, mas eu geralmente pincelo com um pouco de mostarda diluída em água. Salpique com queijo parmesão ralado e ele ao forno pré-aquecido em 375°F / 200°C. Asse até a massa ficar dourada e completamente cozida.

filé de peixe escabeche

peixe-escabeche.jpg

Fiz esse peixe com vários dias de antecedência para servir no almoço da chegada da minha mãe, que foi num dia se semana quando eu ainda estava trabalhando. Servi com pão fresquinho e uma sopa. Fiquei meio atrapalhada e nem lembrei de tirar foto do prato, que ficou bem bonito. Depois de devorarmos quase tudo, pequei o iphone e cliquei essa última bocada. Minha mãe adorou esse escabeche e essa receita vai ficar aqui pra ela vir buscar quando voltar das férias.

2 cenouras médias cortadas em comprimento
1/4 xícara de azeite de oliva extra-virgem
1 cebola cortada em fatias finas
4 raminhos de tomilho
4 folhas de louro
1 dente de alho grande cortado em fatias finas
1/4 xícara mais 2 colheres de sopa de vinagre de vinho tinto [*usei o jerez espanhol]
Sal e pimenta do reino moída na hora
4 ou 6 filés de peixe branco

Usando um mandoline corte as cenouras em tiras finas. Em uma frigideira aqueça 1/4 xícara de azeite de oliva. Adicione as cenouras, as cebolas, raminhos de tomilho, louro e o alho e cozinhe em fogo moderado até que os legumes amoleçam, por cerca de 6 minutos. Retire do fogo. Acrescente o vinagre e tempere com sal e pimenta. Deixe descansar por 10 minutos.

Numa frigideira grande antiaderente aqueça 1/2 cm de azeite. Tempere os filés de peixe com sal e pimenta e coloque no azeite quente na frigideira. Frite os filés dos dois lados. Transfira os filés para um refratário com tampa [se for guardar] ou para uma travessa [se for servir em seguida]. Cubra com os legumes e o molho. Eu adicionei também o restinho de azeite que sobrou da fritura do peixe. Deixe descansar em temperatura ambiente durante 3 horas antes de servir. Ou leve à geladeira e remova e deixe voltar à temperatura ambiente antes de servir.

peras assadas com caramelo

peras no caramelo

Fiz essa receita para o lanche da noite de um domingo. Usei umas peras que estavam bem maduras e precisavam ser consumidas com urgência. Que receita maravilhosa, super fácil e rápida de fazer, usando poucos ingredientes que se transformam numa iguaria ultra delicada. Faria muito bonito também se fosse servida como sobremesa.

3 peras grandes peras bem maduras
3 colheres de sopa de manteiga sem sal
3 colheres de sopa de açúcar
1/2 xícara de creme de leite fresco
1 pitada de sal

1 a 2 colheres de sopa nozes ou amêndoas picadas e levemente tostadas. Aqueça o forno a 375°F/200°C. Remova o miolo com caroço das peras. Se quiser descasque, mas eu não fiz. Colocar as peras numa frigideira. Corte a manteiga em pedacinhos e distribua sobre as metades das frutas. Polvilhe com o açúcar e leve a frigideira ao forno. Asse por 20 a 30 minutos, regando ocasionalmente com os sucos. Retire as peras da frigideira, deixando o caldo. Leve a frigideira ao fogo alto e cozinhe, mexendo sempre, até a mistura fica com uma cor de caramelo. Despeje o creme de leite e deixe ferver, acrescentando uma pitada de sal. Cozinhe mexendo com uma batedor de arame. Regue as peras com esse molho, salpique nozes ou amêndoas tostadas por cima e sirva, ainda quente.

risoto de abóbora
[feito no forno]

risoto de forno risoto de forno

Escolhi esse risoto de forno do David Tanis para ser o prato principal, acompanhando dois peitos de frango assado, para o nosso jantar singelo de Thanksgiving. Achei interessante o modo de fazer, com o arroz pré-cozido. Mas arroz com abóbora não é exatamente um prato sofisticado. Confiei no talento do chefe Tanis e na escolha do NTY, que listou a receita no seu especial de Thanksgiving. O risoto se revelou uma deliciosa surpresa. Como fez uma quantidade enorme, comemos a sobras por muitos e muitos dias. Nem tirei uma foto decente, porque eu estava faminta quando servi o jantar. Mas achei que a receita deveria ser, de qualquer maneira, publicada aqui.

200 gr de abóbora de pescoço [butternut squash]
450 gr de arroz Carnaroli ou Arborio
4 colheres de sopa de manteiga
1 cebola média cortada em cubos [mais ou menos 1 xícara]
1 alho-poró médio, parte branca e parte verde macia, picado [mais ou menos 1 xícara]
Pitada de açafrão
Sal e pimenta do reino moída na hora
3 xícaras de caldo de abóbora ou de galinha quente
2 xícaras de queijo Gruyère ou Fontina ralado
1 xícara de ricota fresca
3/4 xícara de queijo parmesão ralado
2 colheres de chá raspas de limão
1 xícara de farinha de pão
3 colheres de sopa de salsa picada

Descasque a abóbora e corte em cubinhos bem pequenos. Com a casca e sementes, faça um caldo—junte 1/2 cebola pequena cortada, 2 dentes de alho em fatias, meia folha de louro e um raminho de tomilho. Cubra com 6 xícaras de água, deixe ferver por 20 minutos e coe. Leve uma panela grande com bastante água salgada ao fogo para ferver. Adicione o arroz e deixe ferver por 8 minutos, apenas para pré-cozer, os grãos devem permanecer duro no centro. Escorra o arroz em uma peneira, lave com água fria e espalhou sobre uma assadeira para esfriar. Pré-queça o forno a 375ºF/200ºC.

Numa panela de ferro ou bem robusta derreta 4 colheres de sopa de manteiga em fogo médio. Adicione a cebola e cozinhe, mexendo, até ficar macia, por cerca de 5 minutos. Adicione o alho-porro e o açafrão e mexa bem. Quando o alho-porro estiver macio, depois de uns 2 minutos, adicione os cubinhos de abóbora, mexa bem e desligue o fogo. Tempere com sal e pimenta do reino a gosto. Adicione o arroz pré-cozido, o caldo de abóbora quente, o queijo fontina ou gruyère, a ricota, o parmesão e raspas de limão, misturando delicadamente com uma colher de pau. Despeje a mistura de arroz em uma assadeira bem untada com manteiga. Polvilhe com farinha de pão, leve ao forno pré-aquecido e asse por 20 a 25 minutos. Cubra com papel alumínio, se necessário. Decore com salsinha picada antes de servir.

risoto de forno risoto de forno