A desova de inverno

Não sei por que nunca coloquei essa histórinha no Chucrute. É uma prática muito comum por aqui, a desova dos legumes, verduras e frutas. Acontece muito mais frequentemente no verão, mas por incrível que pareça, a turma do dedo verde é tão prolifica que temos a desova de inverno também. Hoje tivemos uma de limões—a variedade meyer de casca amarela, que é uma preciosidade! Quem trouxe foi um dos programadores com quem eu trabalho, e uma das escritoras do programa já passou por e-mail uma receita da tia dela, que vou tentar fazer amanhã e pedir permissão pra colocar aqui, caso dê certo. Mas hoje, já tinha engatilhada uma receita pra fazer com limão. Então fiz.

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Pescada com limão
da revista Real Simple de maio/2006
1/4 xícara de farinha de trigo [usei integral]
4 filés de peixe [Pescada/Sole]
1/2 colher de chá de sal kosher
4 1/2 colheres de sopa de manteiga sem sal
2 limões amarelos
2 colheres de sopa de alcaparras

Tempere os filés de peixe com o sal. Num prato coloque a farinha e passe os filés por el,a cobrindo os dois lados. Reserve. Numa frigideira grande derreta 1 colher da manteiga e frite o limão cortado em rodelas. Separe. Frite o peixe, vá acrescentando mais manteiga. Retire. No final coloque o que sobrou de manteiga na frigideira, mais os limões e a alcaparra. Retorne os peixes e sirva quente.

três pequenas considerações

Finalmente fiz uma coisa que este blog realmente necessitava. Arrumei os links em ordem alfabética, porque estava tudo ridiculamente desorganizado, parecia a casa da sogra, dava até vergonha. Então resolvi também explicar algumas coisinhas aqui.
Sobre links: Eu linko quem eu gosto, quem comenta e quem me linka. Por isso nem todos os blogs são culinários. Agora que está tudo mais organizado, se notarem algo faltando ou sobrando, por favor me avisem!
Sobre comentários: Desde os primórdios, aqui e nos meus outros blogs, que eu sempre respondi comentários que precisavam ser respondidos ou agradecidos em particular. Eu tentei inúmeras vezes responder no próprio blog, pra fazer aquele chitchat, mas nunca foi pra frente. Isso não dá certo comigo, por vários motivos e tenho que aceitar o fato que sou assim, diferente. Respondo em particular, às vezes mais rápido, noutras mais devagar, mas procuro não falhar. Só quando acho que todos devem ler, respondo no blog.
Sobre os arquivos: Desde que este blog completou um ano, que tem um link na coluna da direita mostrando um post arquivado: menu de outros anos. É um script chamado “same day”, que linka o post escrito no mesmo dia, em diferentes anos. No The Chatterbox o script linka posts de seis anos. Aqui só um ano, pois este blog é criança. É divertido de ler, e até eu me surpreendo com as coisas que já escrevi.

risoto de couve-flor com pangrattato picante

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Quando eu vi esta receita de cauliflower risotto with spicy pangrattato no blog da Melissa e Manuel, pirei na little potato. Tudo nessa receita me fascinou: a farofa de aliche, o uso da couve flor, a história, as cores, a mistura de texturas. Comprei duas pequenas couve-flores no Farmers Market no sábado e hoje got my mojo working!

A receita completa pode e deve ser lida no original, mas vou colocar aqui a minha versão ligeiramente adaptada.

Para o pangrattato:
Ponha no food processor 2 fatias de pão amanhecido, uma lata de aliche com o óleo e uma pitada de pimenta – usei a chipotle em pó. Moa tudo numa farofa. Numa frigideira coloque um fio de azeite e toste essa farofa em fogo médio até ela ficar bem seca e crocante.

Para o risoto:
Coloque um litro de caldo de legumes numa panela e deixe ferver, acrescente os floretes de uma couve-flor picadinhos, abaixe o fogo. Numa outra panela robusta refogue meia cebola e dois dentes de alho numa mistura de 1 colher de manteiga e uma de azeite. Acrescente 1 xícara de arroz carnaroli [or arborio] e refogue até ele ficar translúcido. Acrescente 1/2 xícara de dry vermouth e refogue até a bebida secar. Daí vá acrescentando o caldo de legumes com a couve-flor, até o arroz cozinhar e o caldo acabar. Vá amassando a couve-flor durante o processo, mexendo sempre com uma colher de pau. Retire o arroz do fogo, acrescente 1/2 xícara de queijo parmesão ralado, sal e pimenta do reino a gosto e sirva quentíssimo com a farofinha de aliche por cima.

Fogem agora me os adjetivos apropriados e necessários para descrever o quanto esse risotto ficou delicioso!

abóbora com gorgonzola

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Comprei uma abóbora rústica linda no Co-op outro dia. Marquei touca de não tê-la fotografado. Cortei ao meio e coloquei no forno. A polpa super laranja, cremosa e doce me impressionou. Quando isso acontece, fico sem saber o que fazer. Deveria ter simplesmente comido com a colher. Mas resolvi inventar e temperei a polpa com sal, pimenta e um micro tantinho de cebolinha verde super picadinha. Coloquei metade da polpa no refratário, cobri com gorgonzola, coloquei a outra metade e coloquei no forno por uns minutos. Ficou bom, mas o queijo dominou tudo e escondeu o sabor magnífico da abóbora. Fiquei um pouco frustrada e cada vez mais convencida de que less is more.

o prato ambulante

Eu não conheço muitos países e os que eu conheço só fui visitar, então não posso afirmar nada com relação aos outros, mas aqui no norte da América – EUA e Canadá, essa visão dos pratos ambulantes é muito comum. Digo pratos ambulantes para o pessoal que caminha em público carregando um prato e comendo com um garfo, como se estivesse numa festa, mas em movimento. Todo santo dia eu vejo muitos pratos ambulantes caminhando pelo campus da Universidade da Califórnia, onde eu trabalho. Vou ao banheiro, lá vem um prato. Vou ao correio, lá vejo outro prato. Vou esticar as pernas, mais outro prato no horizonte. Claro que esse fenômeno acontece mais próximo da hora do almoço, quando os enlouquecidos estudantes e professores mal têm tempo para bater um rango decente. Muitas vezes se alimentam andando e discutindo assuntos acadêmicos, ou sentados em qualquer cantinho ou janela, outras vezes comem na sala de aula. Pratos ambulantes competem com os estudantes munidos de laptops, livros e cadernos que infestam os cafés das cidades universitárias. Bom, pelo menos nos cafés eles sentam.

pudim de arroz
com chocolate & avelã

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Eu tenho um problema com sobremesas, mas tenho como objetivo melhorar nesse quesito, então eu insisto. Vi essa receita na mesma revista MSL da massa de pizza, que achei no meio de uma das pilhas que ficam nos banheiros e achei interessante. Gosto de tudo que leva álcool e eu tenho um frasco cheio de avelãs que não consigo gastar – então essa receita veio a calhar. Fiz, com apenas um errinho – esqueci de adicionar um ingrediente, que inicialmente achei que não iria fazer falta, mas talvez fizesse. Não sei. Achamos o pudim um pouco pesado e muito chocolatudo pro nosso gosto. Não conseguimos comer um potinho inteiro. Bom, servi a sobremesa depois da pizza, talvez tenha sido isso o problema. Achei que a textura fosse ficar mais cremosa. Portanto façam com todos os ingredientes e me digam o que acharam. Eu esqueci de misturar o iogurte. Essa receita é para ser light.
Chocolate-Hazelnut Rice Pudding
serve 6
2 colheres de sopa de cacau em pó sem açúcar
1/2 xícara, mais 2 colheres de sopa de açúcar
Uma pitada de sal
5 xícaras de leite desnatado [eu não tinha, useo o integral – bye-bye lightness!]
1 colher de sopa de manteiga sem sal
1 xícara de arroz Arborio ou outro tipo de arroz de grão curto
1/4 xícara de licor Frangelico
2 oz/ 60 gr de chocolate meio amargo cortado em pedaços
1/4 xícara, mais 2 colheres de sopa de iogurte natural desnatado, de preferência o grego
Avelãs torradas e moídas para decorar
Misture o leite, cacau, açúcar e sal numa panela e leve ao fogo médio, mexendo com o batedor de arame até levantar fervura. Numa outra panela derreta a manteiga em fogo médio, adicione o arroz mexendo constantemente até ele ficar translucido. Junte a mistura de leite e chocolate e deixe cozinhar, mexendo de vez em quando, por uns 30 minutos ou até o arroz absorver todo o liquido. Retire do fogo, adicione o licor Frangelico e os pedaços de chocolate, mexendo sempre até o chocolate derreter completamente. Deixe esfriar e refrigere. Na hora de servir misture 1/4 xícara de iogurte, coloque o pudim nas cumbucas pequenas, decore com o restante do iogurte e as avelãs torradas.

massa para pizza

Não iria ser uma simples massinha de pizza a me passar a perna, não senhoures! Sábado passado deu tudo errado, mas neste sábado eu retomei a receita e jurei pra mim mesma—desta vez VAI dar certo. E deu!

A receita deu para duas pizzas, a massa bem fininha e crocante. Fiz na batedeira elétrica, que é como a receita ensina. Mas pra quem não tem uma batedeira robusta com acessório para sovar massa, a única solução é arregaçar as mangas e botar as mãos na massa pra sovar—e muito!

Receita tirada da edição de Junho de 2006, da revista Martha Stewart Living

Massa para Pizza
1 xícara de água morna
1/2 colher de chá de açúcar
1 envelope de fermento biológico seco – 2 1/2 colheres de chá]
1 colher de sopa de azeite
1 1/2 xícara de farinha de trigo
1 xícara de semolina
2 colheres de chá de sal grosso

Coloque a água na vasilha da batedeira. Adicione o açúcar e o fermento, mexa bem com uma espátula até o fermento e o açúcar dissolverem. Deixe descansar por 5 minutos, até formar uma espuminha. Adicione então o azeite, o sal e as farinhas. Coloque a pá na batedeira e misture bem os ingredientes. Troque a pá pelo acessório de bater massa e deixe a massa batendo por 5 minutos. A receita pede que se sove na mão depois disso, então eu deixei sovando na batedeira por mais tempo, só pra não precisar suar a camisa. Quando a massa estiver bem elástica e e macia, coloque numa vasilha untada com azeite, cubra com filme plástico e deixe crescer num lugar quentinho por 3 horas. A minha massa não precisou de três horas pra crescer, em 1 e meia ela já estava o dobro. Fico macia, bem fácil de abrir com o rolo. Deu duas pizzas.