cranberry sauce – versão crua

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Esse foi o cranberry sauce mais diferente que já provei em anos—ele não é cozido e tem na mistura abacaxi. Foi aprovado!

Bata no liquidificador um punhado de cranberries frescas, uma maçã descascada, fatias de abacaxi fresco. Tempere com raspas da casca de laranja e limão, suco de limão e laranja e açúcar à gosto. Sirva com o peru.

lemon and almond tart

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Fazer essa torta de limão com amêndoa, que acabou na nossa mesa de Thanksgiving, foi uma saga. Queria muito usar esse livro chamado The Citrus Cookbook que comprei no ano passado. Um livro bonito, desses cheios de fotos glamourosas e explicações passo-a-passo. Canseira de entrar nos micro-detalhes vergonhosos, mas o caso é que eu fiz a torta e achei que iria ter que jogar tudo no lixo, pois nada parecia estar certo, até o final apoteótico quando queimei a palma da mão e toda a borda da massa, que ficou preta-pretinha. Escolhi outra receita pra fazer, desta vez uma à prova de idiotices, da mestra Martha Stewart e fui até o supermercado comprar mais ovos. Quando voltei resolvi experimentar a torta fracasso e para a minha surpresa, tirando a parte esturricada, ela estava ótima. Então fiz a receita novamente, dessa vez tomando cuidado pra não errar onde errei na primeira vez.
torta de limão e amêndoa
Massa:
2 xícaras de farinha de trigo
3/4 xícaras de açúcar de confeiteiro
9 colheres de sopa de manteiga cortada em cubinhos
1 ovo batido
1 pitada de sal
Numa vasilha peneire a farinha e o açúcar juntos. Misture a manteiga em pedacinhos e misture com os dedos até formar uma farofa fina. Misture a gema de ovo e o sal e sove até formar uma massa uniforme. Modele como uma panqueca grossa, enrole numa folha plástica e coloque na geladeira por 15 minutos.
Abra a massa o mais fino que puder e forre uma forma de fundo removível. Coloque a forma no congelador por 15 minutos. Asse em forno pré-aquecido em 350ºF/176ºC por 10 minutos. Remova, coloque o recheio e asse por mais 25 minutos, até o recheio ficar firme. Retire do forno e ligue o broiler no máximo. Salpique a torta com açúcar de confeiteiro e coloque no broiler até o açúcar caramelizar—cuidado aqui, eu cobri as bordas de massa com papel alumínio e vigiei constante. Se você tiver o maçarico, o problema estará resolvido.
Recheio:
2 ovos
1/4 xícara de açucar super fino
Suco e raspas de 4 limões amarelos
1/2 colher de chá de extrato de baunilha
1/2 xícara de amêndoas moídas
1/2 xícara de creme de leite fresco
Na batedeira, misture os ovos e o açúcar e bata até ficar bem grosso e cremoso. Acrescente delicadamente as raspas e o suco dos limões, a baunilha, a amêndoa moída e o creme de leite. Misture bem e recheie a massa previamente assada.

I’m thankful for …

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Meus ursos arcanjos — que me amam incondicionalmente e aturam meu mau humor;
Minha família — que me acha uma estrela;
Meus amigos — que não me deixam derrubar a peteca;
Meus gatos — que me fazem rir sempre;
Computador — meu contato com o mundo;
Telefone — que me traz o som de tantas vozes familiares e amigas;
Água quente — que me ajuda a meditar;
Minha casa — com muita luz e espaço para meus livros, filmes, discos e nada mais……

1080 recipes

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A editora Phaidon já tinha traduzido a biblia da cozinha italiana—The Silver Spoon que me deixou um pouco decepcionada, já que as duas primeiras receitas que fiz do livro falharam. Mas tudo bem, não estou aqui só por causa das receitas. Gosto das histórias, fotos e ilustrações, que são sempre uma inspiração. Por isso comprei a tradução que a Phaidon fez da biblia espanhola—1080 Recipes, toda decorada por esses desenhos maravilhosos do designer Javier Mariscal, de Barcelona. Se essa biblia também me desapontar não vou ficar chateada. Só o prazer de folhear as receitas decoradas por essas ilustrações fofíssimas já valeu o investimento.

Thanksgiving is just around the corner

E eu num suplício porque ainda não decidi que sobremesa vou fazer para o nosso almoço de família. Pelo menos já decidi que será algo com limão, por causa do meu surplus de frutas citricas. É de conhecimento geral que meu nome do meio é desastre quando se trata de fazer sobremesa. Mas eu estou me esforçando pra mudar isso.

Todo ano comemoramos o Thanksgiving na casa da sogra do Gabriel, que geralmente também convida amigos e é sempre uma reunião muito agradável, com comida simples e boa. A Marianne é a encarregada do peru. Eu sempre levo vinho e sobremesa. Antes eu costumava passar o feriado inteiro lá, fazendo compras no Marin county, mas agora eu prefiro voltar pra casa. O Thanksgiving é um dos meus feriados favoritos, deixando o Natal bem lá pra trás. Pra mim o Thanksgiving faz muito mais sentido, pois é uma festa de agradecer o que temos, comer, beber, passar o dia com a família. Nada de dar presentes, que é o que—na minha opinião, faz o Natal uma festa cansativa e irritante.

Quixote

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Mais uma vez a Elise organizou um evento fantástico para os food bloggers de Sacramento, turma batuta na qual eu me incluo. Passamos o domingo na vinícola Quixote, recebidos com todos os salamaleques pelos simpáticos proprietários Pam Hunter e Carl Doumani. A vinícola fica um pouco afastada do circuitão do Napa Valley e só recebe visitantes que ligam e fazem reserva ou que são convidados, como nós fomos.
O que primeiro impressiona na Quixote é a sua arquitetura. Carl Doumani explicou em minúcias como ele e Pam contactaram o artista austriaco Frederick Hundertwasser para fazer o design da vinícola. Carl nos contou que foram anos de negociações, pois Hundertwasser tinha horror à cidade de San Francisco e não queria vir para os EUA. No final, o carismático Carl Doumani venceu e trouxe o artista para o Napa Valley, onde ele colocou suas idéias mais uma vez em prática. Tudo na Quixote parece ser encantado. O casal Carl e Pam é amante das artes e pra onde quer que se olhe, vê-se pinturas, esculturas, desenhos, fotografias, objetos de arte de todos os estilos. A Quixote é um lugar realmente especial, escolhido para ser a casa de Pam e Carl, e que ainda produz um vinho orgânico delicioso e de altíssima qualidade.

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Fomos recebidos com um tour pela vinícola, com explicações detalhadas sobre a cultura das vinhas orgânicas e depois fizemos uma experimentação de vinho e queijos, organizada pela chef Janet Fletcher, que foi treinada no Culinary Institute of America e no Chez Panisse. Ela escreve uma coluna sobre queijos no jornal San Francisco Chronicle e publicou vários livros. Um deles nós recebemos de presente. Nosso grupo era formado dos blogueiros e de três colunistas de revistas em Sacramento. Fizemos o tasting na casa de Pam e Carl, que é simplesmente uma formosura. Pam é apaixonada pela cultura japonesa, então a casa toda tem inúmeros elementos asiáticos na arquitetura e no decoração. Nosso tasting incluiu a variedade Cabernet Savignon e Petit Syrah combinados com queijos Zamorano, Pecorino di Grotta e Erhaki. O Pecorino foi o meu favorito. Também gostei muito do Petit Syrah, que era um vinho que eu nunca tinha experimentado

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Depois do wine tasting tivemos um almoço, preparado pelo chef Raul Steven Salinas III, que estava simples, porém magnífico. Uma salada de folhas verdes com caqui Otow e nozes foi servida. Todos os ingredientes usados pelo chef eram locais e orgânicos. Depois nos servimos de Short Ribs assadas—que o chef nos contou ter assado por muitas horas no molho de vinho Petit Syrah e caldo de galinha. A carne estava desmanchando, delicada e e saborozissima. Acompanhou um refogado de cevada com legumes de outono assados—abóbora e nabo. A sobremesa foi um Apple Cobbler morninho, com chantily de baunilha.

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Depois do almoço nos despedimos de Pam e Carl na Quixote e rumamos para uma visita à outra vinícola espetacular, a Quintessa que eu já tinha visitado no verão. No outono a paisagem é estupendamente linda! Na Quintessa fizemos mais um tasting da produção deles de 1993 e 2004—a Quintessa só produz um tipo de vinho, que é um blend. Mais queijos deliciosos, pasta de marmelo e bolachas integrais. Foi um dia cheio de delicias, excelente vinho, comida maravilhosa, companhia de pessoas incríveis com o melhor papo do mundo—comida! Pra mim, que nem me considero uma boa cozinheira, é um grande privilégio poder fazer parte desse grupo.

Gourmet – 1971

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Depois de um ano, voltei na biblioteca para pegar mais uns volumes da revista Gourmet. Desta vez quis folhear os anos de 1971 e 1972. Foi uma diferença brutal com as singelas edições de 1941, cheias de ilustrações e textos. Inaugurando a década de 70, a Gourmet estava totalmente funkadelic—muitas fotos, a maioria muito feia, escuras e não muito apetitosas, algumas propagandas de carro, outras poucas diversificadas e uma imensidão de anuncios de bebida alcoólica. Não apenas bebida alcoólica, mas destilados. Fiquei realmente impressionada. Noventa por cento das propagandas das edições de 1971 e 1972 era de bebida destilada. E algumas com teor incrívelmente machista. Eram outros tempos. Fiquei tão impressionada que mostrei as revistas para a jornalista que trabalha comigo no IPM. Nós duas comentamos o quanto essa situação das drogas legais mudou aqui nos EUA. Além de outras coisas, como a etnicidade das propagandas. Hoje não se vê esse tipo de pose machista com um casal branco, tudo tem que ser multicultural e indiscriminado, o que eu acho maravilhoso. Fui folheando a revista pra jornalista ver e era UM anúncio de bebida POR página. Eu folheava e ela exclamava—holy shit! Realmente, a revista mudou, o país mudou, o mundo mudou.
*alguns shots mequetrefes das páginas da Gourmet 71 estão AQUI.

bolinho de atum

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Um bolinho que se originou de um inicio de noite com muita fome, muita fome. Tive a idéia de fazer um tipo de cupcake salgado, mas não tive tempo nem paciência de ir atrás de uma receita infalível. Tive que confiar nos meus instintos culinários e arriscar, sabendo da minha susceptibilidade para o desastre. Cheguei em casa já decidida que o bolinho seria de atum. Daí lembrei que tinha uma sobra da quinoa com limão do outro dia. Tava tudo na mão:

1 lata do melhor atum que seu $$ puder comprar, dos conservados no azeite
1 1/2 xícara de quinoa cozida [arrisco dizer que couscous também daria certo]
1/2 xícara de leite integral
1 xícara de farinha de trigo
2 ovos
1 colher chá de fermento em pó
sal a gosto
Azeite
Uma pontinha de uma pimenta vermelha super picante picadinha
Bastante chives-ciboulettes picadinha
Bastante coentro fresco picado

Numa vasilha tempere o atum escorrido e esmigalhado com as ervas frescas, a pimenta picada [cuidado, hein!], sal e azeite. Numa outra vasilha bata os ovos, acrescente a quinoa cozida, misture bem, acrescente o leite, a farinha de trigo e o fermento em pó. Mexa bem e junte o atum temperado. Misture até ficar bem incorporado e coloque a colheradas numa forma de muffins untada. Asse em forno pré-aquecido em 385ºF/196ºC por uns 20 minutos ou até que os bolinhos fiquem firmes e assados por dentro. Deu 9 bolinhos, que eu servi com uma salada simples de alface.