Um monte de amoras, uma xícara de iogurte integral orgânico, 1/2 xícara de leite integral orgânico, mel a gosto. Bater tudo no liquidificador. Colocar na sorveteira. Eu gosto de manter as sementes no creme, mas quem não gosta pode bater as amoras no leite e passar por uma peneira ou food mill. Achei que a câmera não conseguiu captar cem por cento a magnifica cor natural desse sorvete.
outra flor aparecida
best in season
if you believed they put a man on the moon
Foi um dia de temperatura amena que até nos permitiu um almoço na mesa do quintal. O rango não ficou uma maravilha, mas deu pra comer. Quase deixei torrar a sobremesa e exclamei irritada que devo estar com uma praga rogada, porque não é possível o tanto que eu me atrapalho.
Notícias fresquinhas e felizes do Brasil. A horta está bonita, com alguns tomates verdes pendurados nos pés. O manjericão está radiante. Estou de olhão nos pêssegos e nectarinas. Preciso investir muito tempo e trabalho no meu quintal. Farei.
Fizemos muitas coisas em casa. Tive um papo longo e interessante pelo telefone. Pizza de queijo. Já estava anoitecendo quando fomos dar comida, água e atenção para o Tim e o Sequel, os gatos do Gabriel e da Marianne. Eles não são como os nossos gatos, que se aprochegam de qualquer um e que até incomodam, como o Roux que sobe em cima mesmo das pessoas que não gostam dele. Os gatos do Gabriel são anti-sociais e desconfiados. Um deles parece um lord inglês, comprido, magro e sempre com uma cara de empáfia. Ele nunca chegou perto de mim, mas nesses dias tem tido um comportamento incomum, chegando em nós ronronando alto. Aos poucos conquistaremos a amizade desses dois felinos.
Estávamos voltando pra casa, quando vimos os fogos de artificio pipocando no painel gigante do céu cor de azul marinho. Imaginamos o parque lotado de gente, os ohs e ahs da multidão, esticamos o nosso pescoço para ver as luzes. Já em casa ouvimos o retumbante estouro do encerramento dos fogos. Na tevê, 1776, um musical histórico sobre a declaração da independência. Enfim, era o quatro de julho.
sopa de milho [thai]
![]()
Fiz essa sopa numa porção individual, com sobra para o dia seguinte. Quis replicar mais ou menos a sopa tailandesa que eu adoro. Resolvi usar milho fresco. Fiz uma versão simplificada, que ficou exatamente como eu queria. Uma das coisas que eu gosto na cozinha tailandesa é que eles usam tomate em muitas receitas.
Grãos raspados de uma espiga de milho – mais ou menos 1 xícara
6 tomatinhos orgânicos e maduros
1/4 de uma cebola picada
Um pedacinho de gengibre fresco
Sal a gosto
1 folha de louro
Pimenta vermelha – usei a chipotle em pó e a cayenne em flocos
1/2 xícara de caldo de legumes – usei de cogumelos
1/2 xícara de leite de coco
Suco e raspas de um limão – usei o amarelo
Muitas folhas de manjericão fresco
Refogue a cebola e o gengibre ralado fininho no azeite. Quando a cebola estiver molinha, acrescente o milho. Deixe refogar uns minutos. Junte os tomates cortados em quatro. Coloque o caldo de legume, a folha de louro e deixe ferver. Acrescente a pimenta, o leite de coco, as raspas e suco de limão, salgue a gosto, deixe cozinhar um minuto, desligue o fogo e acrescente então as folhas frescas de manjericão. Sirva.
variados
La Sorpresa de Bertha [18/07/99]
[* relato de uma festa mexicana que fui, num dia de verão no século passado.]
Tive um sábado diferente, porque o Uriel está viajando e fui convidada por uma amiga para uma festa hawaiiana de aniversário mexicano. Fui, porque recebi o convite feito com tanta alegria e entusiasmo que não pude dizer não. Além do mais minha outra opção de lazer era boiar na piscina, de novo, e então optei pela novidade.
Me arrumei rapidinho, sem requintes, com um vestido longo preto nesse meu jeitão minimalista, embora tenha colocado uns brincos antigos que tenho, e esperei pela minha amiga, que chegou toda colorida e sexy de sarongue curto e tamancos de Carmem Miranda.
Ela foi dirigindo até Winters—uma das cidades-gueto dos mexicanos, onde a festa iria acontecer. Lá nos encontramos com três irmãs dela, nos aboletamos numa van bacanosa e fomos, matracando e rindo, para ‘la fiesta’. Eu de preto e as irmãs Rosalba, San Joana, Irene e Mari todas coloridas, de colares, anéis, pulseiras de ouro, maquilagem caprichada e ‘tacones altos’ brancos.
Fomos os arrozes da festa. Chegamos e a anfitriã ainda estava passando aspirador no carpete azul turquesa dos cômodos da casa. Ajudamos um pouquinho, papeamos um pouquinho e ficamos encantadas com a decoração no quintal, com tendas e mesinhas ao lado da piscina, tudo super bonitinho, com enfeites hawaianescos por todos os cantos. Logo apareceu um D.J. de bigodinho, que colocou o som pra rolar na caixa—’suave, suave, besa me suave’—cantava a sensação latina do momento, um rapazola porto-riquenho chamado Elvis Crespo. Devoramos nachos com salsa ‘picantíssima’ e tomamos refrescos e margaritas geladíssimas!
Bem mais tarde chegou a aniversariante, Bertha, que fazia 40 anos. Todos se amarfanharam na garagem pra gritar ‘sorpresa!!’. Foi tudo muito bem planejado. A Bertha ficou chocada, chorou, abraçou todo mundo, emocionou-se. Até eu fiquei com lágrimas nos olhos, de tão comovente que foi a surpresa. E fiquei parada lá, sem saber nem mesmo o que dizer, porque não conhecia a Bertha, nem absolutamente ninguém, além das irmãs Muñoz. Eu era a mais perfeita ‘bicona’, além de ser a única não vestida em trajes hawaiianos.
Com a Bertha recuperada da emoção, fizemos a fila pra comida. Muita comida. Diversas saladas, vários tipos de arroz, uns frangões e carnonas assada. Pão pra acompanhar. E mais salsa picante. Comemos, comemos, bebemos, bebemos, conversamos muito e até recebi elogios ao meu portunhol. Eita gente simpática!
Os mexicanos são todos uma grande família. É meio assim como a gente. Todos se conhecem, são comadres, cunhados, primos, amigos de infância. Eles imigram e trazem o avoilo e a avoila, as tias e tios, os vizinhos, daí se agrupam e vivem felizes no estrangeiro sem sentirem-se estrangeiros. Uma façanha cultural.
Depois de muito comer e ‘chismear’, rimos com a farra da piñata, aplaudimos a Bertha abrir os ‘regalos’, cantamos ‘feliz cumpleaños’, comemos ‘pastel’ com flan, nos despedimos de todos com muitos abraços e dizeres de ‘muchas gracias!’ e fomos embora, comentando de tudo e todos. Eu ri muito, prestei muita atenção nas conversas e tive um dia muito bom, riquíssimo e suavissimo, gracias, gracias, besos, besos!
as frutas da semana
Essa é a cornucópia de verão. Porém as cerejas já estão se despedindo, assim como os damascos. Mas os pêssegos e as nectarinas—e os figos, os FIGOS—já estão na roda. Dessas frutas, duas viraram sorvete. É uma boa maneira de usá-las rapidamente, já que eu não guardo fruta na geladeira.
sorry for the inconvenience
Foi mais ou menos como decidir alegremente pregar um prego na parede para pendurar um lindo quadro e de repente ver que a parede tinha furos e precisava de massa pra remendar aqui e ali, e depois perceber que precisava de pintura e logo em seguida sacar que a situação estava muito pior do que se imaginava, que seria necessário realmente derrubar paredes, trocar os canos, o teto, e os fios elétricos, e no final das contas ver que a situação era realmente dramática e que iria precisar mesmo derrubar a casa toda e construir tudo novo, do zero.
Desde 2001 que eu uso nos meus blogs o publicador Movable Type, do qual sempre gostei muito e como sou fiel, nunca nem cogitei trocá-lo pelo programa mais usado do momento, o WordPress. Só que a minha versão do MT estava completamente obsoleta. Eu realmente precisava fazer uma atualização, mas nem pensava muito no assunto, pois afinal de contas estava tudo funcionando muito bem. A única questão que me importunava era a da segurança. As versões atualizadas de qualquer programa lidam melhor com problemas e ninguém quer arriscar ter um furacão destruindo a casa. Melhor construir uma boa estrutura e de quebra ainda fazer um bom seguro, né?
Com a ajuda do meu filho, que é um excelente programador, finalmente atualizei minha versão do MT. Só que a mudança foi profunda e mexeu com toda a estrutura de todos os meus blogs. De repente, oito anos de escrevinhações ficaram ilegíveis. Gabriel colocou suas habilidades em ação, e eu e ele ficamos todos esses dias tentando consertar os mil furos, até eu sacar que vou ter mesmo é que reajustar e refazer aos poucos todos os códigos de todos os blogs. Os comentários ficaram inacessíveis e agora já funcionam, mas não abrem mais na caixinha. Não entendi ainda se é o esquema dessa versão do MT [como é no WordPress], ou se eu ainda não pesquei como é que a caixinha funciona. Nesse meio tempo o Uriel viajou, naquele esquema descabelado, correndo com a roupa amarfanhada e com papéis voando pra fora da pasta, uma visão de desenho animado que descreve exatamente como tudo acontece com ele. O Gabriel também viajou. E amigos viajaram, mas antes ficaram hospedados comigo. Além daquelas coisas da vida normal que urgem, reclamam e correm—trabalhar, dormir, comer. Comer comida? Mas que comida? Tenho devorado toneladas de frutas e feito alguns rangos improvisados. Receitas seguirão.
