agar agar
[primeira tentativa]

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Vez ou outra eu dou um pulinho na única lojinha asiática que temos aqui em Davis e faço uma compra bem substanciosa de coisinhas interessantes. Quando estou lá gosto investigar os trocentos produtinhos enigmáticos e sempre trago coisas diferentes para casa. O único problema dessa lojinha é que ela serve primariamente a população coreana, chinesa, japonesa e tailandesa da cidade. A lei americana exige que os produtinhos importados tenham um rótulo com a tradução dos ingredientes e a lista de calorias, gorduras, proteinas, etc. Mas pelo jeito a lei não obriga que se traduza o modo de usar. Então muitas vezes me vejo com um ingrediente diferente e não sei exatamente como usá-lo.

Esse foi o caso da agar agar, a gelatina de algas que eu nunca tinha usado antes e queria imensamente experimentar. As explicações no pacote—que me pareceram bem detalhadas—estavam todas em japonês. Eram quatro barras de alga, que eu não tinha a menor idéia de como medir para usar numa receita. Procurei informações online, que não foram muito exatas ou suficientes.

O pacote de agar agar ficou no armário por um tempo razoável, até que fui ler a estréia da Dri do fofésimo blog Kanten, como convidada especial em outro blog bacanudo, o Superziper da Claúdia e Andrea. Pois a Dri dá um monte de receitinhas fantásticas usando o agar agar. Pirei! No dia seguinte resolvi enfrentar as minhas barrinhas de gelatina, sem tradução, sem medidas. Que sera, sera, whaterver will be, will be!

Quis imitar a Dri fazendo estrelinhas e coraçõezinhos em forminhas de silicone para gelo. Usei 1 xícara de água com açúcar baunilhado, onde fervi 1 barra do agar agar por 10 minutos, até ele dissolver totalmente. Juntei 1 xícara de suco de limão e coloquei nas forminhas. O agar agar solidifica super rápido, o que é muito apreciado por uma pessoa impaciente como eu. Mas na hora de desenformar foi uma tragédia. Das estrelinhas não se salvou nenhuma. Os coraçõeszinhos, alguns. A gelatina ficou muito mole para esse tipo de forma. Precisava ter usado um pouco mais de agar agar. Mas tudo bem, comemos mesmo assim e o Gabriel devorou as estrelinhas detonadas. Disse que adorou o sabor do limão, que ficou realmente forte. Outras tentativas de usar o agar agar no próximo capítulo.

portobellos com alho-poró & queijo de cabra

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Eu tenho um problema grave de comportamento—toda vez que vou ao Farmers Market, não resisto parar na banquinha dos cogumelos e comprar um saquinho com alguma das variedades oferecidas. Eles são tão bonitos, tão fresquinhos! Outro dia esqueci o saquinho de papel com muitos shitakes no fundo da geladeira e eles secaram! Não mofaram, não apodreceram, apenas secaram. Ficaram igualzinho os cogumelos secos que se compra por ai. Perguntei pro moço da banquinha do Farmers Market se dava pra usar os shitakes esquecidos. Ele disse que sim, era só reidratar. E foi isso que eu fiz.

Da última vez trouxe pra casa três lindos portobellos, que preparei no forno. Retirei o caule e piquei em cubinhos. Numa panela refoguei o caule em cubinhos em azeite, juntei um alho-poró picadinho e um macinho de espinafre selvagem, também chamado de lamb’s quarters, que recebi na cesta orgânica. Um salzinho, uma pimentinha. Essa mistura virou um recheio para os portobellos, que ainda levou uma camada de queijo de cabra temperado com ciboulettes—chives e azeite. Forno médio por uns 20 minutos e está feito um jantarzinho muito simpático.

salada de salmão & ovo

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Estava procurando desesperadamente por uma receita para usar uma parte do salmão selvagem defumado que tinha sobrado do último picnic. Encontrei alguns quiches e tortas que não me conquistaram. Finalmente aportei nesta receita de salada que fez a minha cabeça. Servi com fatias de pão preto de centeio levemente tostadas.

5 ovos cozidos
Mais ou menos 1 xícara de salmão defumado cortado em pedacinhos
6 colheres de sopa de azeite de oliva extra-virgem
1 cebola roxa pequena cortada em cubinhos
1/3 xícara de alcaparras
4 batatas pequenas cozidas [*adição minha à receita]
2 colheres de sopa de dill fresco ou seco [*usei seco]
1 colher de sopa de suco de limão
1 colher de chá de raspinhas da casca do limão
Sal kosher ou marinho e pimenta do reino moída a gosto

Misture todos os ingredientes delicadamente e sirva, sobre folhas de alface ou com torradas.

The Natural

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Esse assunto já é recorrente por aqui, mas eu não poderia deixar passar mais essa bufonice sem comentar. Vimos pra vender a nova Pepsi-Cola chamada de Pepsi Natural. Ela vem na garrafinhas de vidro, como era feito nos tempos longínguos e é adoçada com uma mistura de açúcar de cana e de beterraba.
Sim, vocês leram corretamente: essa Pepsi ganhou o adjetivo de NATURAL porque não é adoçada com o vilão da hora—o high fructose corn syrup [HFCS], mas sim com o ex-vilão regenerado, o nosso velho conhecido AÇÚCAR. É claro que a Pepsi Natural custa mais caro, pois afinal ela lhe dá aquela sensação de tranquilidade, que só os produtos naturais podem oferecer.
Ufa, não tem HFCS! Que alivio, hein? Voltamos para o ponto em que estavamos trinta anos atrás, só que agora com um atestado de confiança, pois essa Pepsi é Natural.
»o Uriel não aguentou a curiosidade e provou a nova bebida, que ele disse ter gosto de—Pepsi. eu passei, porque na minha cabeça essa troca de ingredientes simplesmente não faz diferença.

frogurt de damasco & gengibre

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Foi uma invencionice arriscada. Primeiro perguntei pro Uriel—o que você acha, damasco combina com gengibre? Ele respondeu que sim e eu também estava com uma firme impressão positiva sobre essa mistura. Fiz uma quantidade pequena, caso nossos palpites estivessem equivocados. Felizmente estavamos certos! O frogurt ficou delicioso, um sucesso absoluto, com uma interessante mistura do docinho do damasco com o picante do gengibre.
6 damascos frescos sem os caroços e cortados ao meio
Um pedaço de uns 3 cm de gengibre fresco descascado e ralado num purê
1 xícara de iogurte natural
Nectar de agave [ou mel] a gosto
1/2 colher de chá daquela vodka que não deixa rastro no sabor, mas ajuda a deixar o sorvete cremoso
Bata tudo no liquidificador e coloque na sorveteira.
»tenho estado numa fase de encanto com o gengibre, bebendo no trabalho e em casa uma infusão que eu simplesmente adoro, feita com pedaços de gengibre e fatias de limão. é refrescante e ajuda a espantar aquelas nuvens acinzentadas que às vezes se instalam no alto da nossa cabeça. gengibre é uma raiz do bem. se você quiser saber mais sobre essa delícia benéfica, passa lá no blog da Pat, que ela pode gentilmente te explicar tudinho.

the smiling lieutenant

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The Smiling Lieutenant é um daqueles filmes que você assiste, do começo ao fim, com um sorriso apatetado na cara. Tudo nele é fofo e adorável. Dirigido pelo alemão Ernst Lubitsch em 1931, ele faz parte dos maravilhosos filmes pre-code, isto é, da fase liberal de Hollywood, antes da imposição do código careta nos roteiros dos filmes. Isso quer dizer que The Smiling Lieutenant é recheado de sexo, drogas & all that jazz! Muitas insinuações sexuais picantes, tramas ousadas e vestidos decotados, vaporosos, transparentes e acetinados—nem sombra da presença dos horripilentos sutiãs de bojo. Como sempre faço, já vi e revi o filme inúmeras vezes e me encanto ou dou gargalhadas sonoras sempre com as mesmas cenas. A história é muito divertida. Maurice Chevalier é um tenente do exército austríaco, mulherengo e fanfarrão que começa a namorar a Claudette Colbert, uma garota liberada que comanda e toca violino numa banda só de mulheres. Quando o rei e a princesa do reino de Flausenthurm chegam em Viena, o tenente está na parada de recepção. No momento em que ele vê a namorada do outro lado da calçada e dá um sorrisinho e uma piscada para ela, a carruagem real passa e a princesa Miriam Hopkins pensa que a piscada é para ela. Dali em diante cenas divertidas abundam.
Ernst Lubitsch ficou famoso em Hollywood pela elegância dos seus filmes, sempre cheios de detalhes delicados e com um humor muito inteligente e sofisticado. Muitos dizem que seus filmes tinham um toque especial, o “toque de Lubitsch”. Eu concordo totalmente. Ainda não vi um filme dele que eu não tenha adorado. Apesar de não gostar muito do Maurice Chevalier, relevei por causa da presença da foférrima Claudette Colbert—que está a cara da Betty Boop—e da Miriam Hopkins—que era a inimiga number one da Betty Davis e portanto completamente odiada pelo Moa—que eu considero uma grande comediante, além de linda e charmosa.
Eu tinha que destacar uma cena do filme que tem comida envolvida. Desta vez, comida e sexo. Nessa sequência Chevalier e Colbert tomam café da manhã juntos e cantam um pro outro, com insinuações de que passaram a noite juntos, não exatamente tocando violino e piano. Pode até ser que seja apenas uma canção romântica, sem nenhuma insinuação sexual, mas se for o caso, peloamordededeus alguém me explica o que significa quando ela diz que se esvaece quando ele invade a marmalade?

he: a dinner, a supper for two believe me I know what to do, but breakfast is colder, love seems much older, yet the exception is you. you put kisses in the coffee, such temptation in the tea
she: i get a trill that sends a chill right through me, when you pass the toast to me
he: there’s paradise in every slice of bacon
she: and you awaken such yearning when you beg for scrambled eggs
he: and you put “it” in every omelet
together: breakfast time, this must be love!
he: you put glamour in the grapefruit, you put passion in the prunes
she: i find romance each sweet entrancing moment, every time you touch the spoon
he: i must admit with every bit of liver I start to quiver
she: i’m gone… when you invade the marmalade
he: and you put magic in the muffins
together: breakfast time, this must be love!

Scones de damasco seco com sálvia – take II

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Há muito tempo que eu queria refazer esta receita publicada nos primórdios deste blog. Não sei por que razão ela não foi fotografada, porque lembro do resultado ter ficado delicioso. Pois fiz de novo. Esses scones não ficam esfarelentos como é caracteristica deles ficarem. Talvez pelo uso do creme de leite, não sei. Mas ficam interessantíssimos, com essa mistura de fruta e erva, que também já virou um saboroso sorvete feito com iogurte.