o caso do espinafre

Vou responder a pergunta da Dani em público, pois a questão do espinafre infectado pela bactéria E.coli já virou notícia mundial, né? Sabe-se que o espinafre infectado veio do Salinas Valley, no sul da Califórnia, que é a região responsável por setenta por cento da produção das folhas verdes do país. Mais de cem pessoas ficaram doentes, uma idosa morreu. O E.coli não é brincadeira. Mas ainda não se descobriu todas as marcas de espinafre contaminadas, nem como essa verdura foi contaminada. Por precaução houve um recall de todos os pacotes fechados da verdura e o aviso para não se consumir espinafre cru, nem do embalado, nem do solto. Pode ser que a contaminação tenha acontecido na irrigação, mas ninguém ainda sabe certamente o que ocorreu. E com E.coli não adianta lavar, tem que cozinhar. Parece que o Salinas Valley já teve outros casos de contaminação de verduras, devido às suas técnicas de produção em massa. Por isso eu advogo em favor dos pequenos produtores orgânicos locais, que com certeza tomam mais cuidado. Mas como não sou fanzoca de espinafre não estou sofrendo com a sua ausência nos mercados.

Dois convites

Fui convidada pelo Garret do Vanilla Garlic para participar do primeiro encontro de food bloggers da área de Sacramento. Já respondi que vou, mas fico naquele dilema, pois sou extremamente tímida e não conheço ninguém. Além disso tem o difícil quesito do que levar. Queria que fosse um prato brasileiro. Ajudem essa libriana indecisa com idéias, por favoire!
O encontro dos blogueiros californianos será no início de novembro. Daí me veio a idéia de um encontro brasileiro, pois vou estar em Campinas entre 1 e 15 de dezembro, e no interim dos meus compromissos famíliares, poderíamos tentar fazer um encontro blogueiro. Não garanto minha ida à São Paulo, já que não me arrisco mais dirigir no Brasil e vou estar monopolizada pela família. Mas um encontro gastronômico em Campinas eu topo. Que tal?

antes nunca do que tarde

A falta de pontualidade dominante na convivência entre as pessoas virou praticamente um pet peeve pra mim. Minha sina de ser deixada esperando é inexorável. Tenho muitos episódios nos arquivos da minha vida social. Mas o pior foi sem dúvida um que aconteceu quando eu habitava as planícies canadenses. Minha sogra estava nos visitando e para entreter a donzela eu organizei mil cházinhos, jantares, encontros, pequenos regabofes. Foi quando eu convidei esse casal mezzo brasileiro/mezzo canadense para jantar. Preparei o rango, a mesa, e sentamos na sala, eu e a minha sogreta, esperando pelos convivas. Meu marido não participou dessa, olha a sorte do gajo, porque naqueles anos ele era um enlouquecido estudante de PhD. Meu filho também cascou fora, foi fazer algo com os amigos. Ficamos lá, nora e sogra, esperando a tal família. Meia hora, uma hora, uma hora e meia, começei a pensar que o carro da turminha deveria ter rodopiado no gelo e caído no rio, matando a família inteira. Só uma coisa dessas pra desculpar um atraso de uma hora e meia. Liguei pra casa deles tremendo, pensando que também podiam estar todos mortos devido à um vazamento de gás na casa. Outra boa desculpa para o atraso de uma hora e meia. O marido canadense atende o telefone todo esbaforido. O que vocês estão fazendo, não vem jantar com a gente, a comida já está fria e seca? Ah, respondeu o husband, decidimos mudar uns móveis de lugar e fazer uma arrumação geral na casa, esquecemos do jantar! Bom, depois disso tudo perdeu a graça, Eles não estavam mortos, mas morreram pra mim. Vieram jantar a comida fria e ressecada, chegaram tão tarde que tiveram que ir embora rápido. Não deu nem pra falar o jargão, é cedo ainda, porque não era. Minha sogra ficou bravíssima. Eu fiquei putíssima. Nunca mais convidei essa gente pra nada. Se tivesse, mereceria receber um espancamento de chicote em praça pública, por ostentar tanta falta de noção e vergonha na cara.

guardanapos

Respondendo a pergunta da Lys: SIM, eu uso guardanapo de pano todos os dias em todas as refeições. Aboli o guardanapo de papel já faz alguns anos. Fiz isso naturalmente, porque acho os de pano mais bonitos, mais confortáveis e mais ecológicos. Uso no dia-a-dia, mesmo se estou sozinha. Tenho uma coleção enorme deles e dos aros – os napkin rings, que eu também adoro. Um porta-guardanapo de papel que eu tinha, tranformei em porta cartas, que fica na bancada da cozinha. Guardanapos de papel agora só para picnics no parque!