Williams Selyem / Della Fattoria

Williams Selyem Williams Selyem
Williams Selyem Williams Selyem
Williams Selyem Williams Selyem
Williams Selyem Williams Selyem
Williams Selyem Williams Selyem
Williams Selyem Williams Selyem
Williams Selyem Williams Selyem
Williams Selyem Williams Selyem
Williams Selyem Williams Selyem

Convite dos amigos Heg & Steven para visitar vinícolas é sempre certeza de que beberei bons vinhos e passarei horas gostosas papeando em ótima companhia. Quando visitamos a Williams Selyem no mês passado, foi exatamente o que aconteceu. A vinícola, que fica em Healdsburg no condado de Sonoma, produz as variedades Pinot Noir, Chardonnay [e provamos o unoaked que eu achei muito mais fresco que os envelhecidos no carvalho] e Zinfandel. Eu gostei de tudo o que bebi e olha que eu provei todos os vinhos duas vezes [hihihi!]. A vinícola estava bem movimentada com um evento, que também oferecia pães, queijos, salames e azeites de produtores locais. Terminando a extensa degustação decidimos dirigir até Petaluma e fazer um lanchinho bem tardio no Della Fattoria, um lugar super gostoso que eu não ia desde nossa primeira visita lá em 2007. A cozinha já estava fechando, mas fomos atendidos com a maior gentileza. Pedimos sanduiches, sopa de cenoura, queijo local, o pão servido é feito na padaria deles. Encaroçamos por algumas lojinhas de antiguidades na cidade antes de seguirmos para casa, nós pra Woodland e eles para San Francisco.

treze de abril

Não nos importamos de dirigir até San Francisco num sábado pela manhã, porque adoramos visitar a cidade e neste dia iríamos reencontrar nossos primos de Atlanta que estavam passando uns dias na Califórnia. Fizemos uma visita à região do Japantown, que naquele final de semana estava em polvorosa por causa do Cherry Blossom Festival. Passeamos pelas ruas movimentadas, encaroçando em lojinhas, assistindo alguns shows e demoramos um pouco para achar um lugarzinho pra comer. Olhamos no Yelp e demos com a cara na porta de um restaurante que parecia muito bom, mas que ao invés de estar servindo comida estava vendendo todas as suas cerâmicas e encerrando suas atividades. Escolhemos então na base do unidunitê, o lugar menos cara de território de turista e entramos. O Juban é um daqueles japoneses-coreanos com uma grelha embutida na mesa pra você mesmo fazer seu ranguinho. Além do mais, assim que chegamos tagarelando em português uma das garçonetes veio se apresentar. Era uma brasileira. Ou melhor, um brasileiro. No restaurante japonês em San Francisco fomos atendidos gentilmente por um travesti paraibano chamado Silva. Eu achei ela muito linda e prestativa, pois ainda nos deu várias dicas valiosas para quem nunca tinha entrado num lugar como aquele. Perguntamos se vinha muita comida e a Silva nos fez gargalhar respondendo com seu sotaque charmoso—aqui tudo é pouco, só o gerente que é muito! [whatever that means, hahaha!] Eu pedi um prato com fatias de carne cortadas super fininhas, que vieram cruas e temperadas com molho, acompanhadas de legumes também crus, arroz branco e vários tipos de pickles e kimchi. Foi divertido cozinhar nossa própria comida na grelha da mesa. E pra completar ainda bebemos uns drinks bem coloridos e refrescantes que vinham num copão torto.

trees of fall trees of fall
trees of fall trees of fall
SF in family trees of fall

Depois do almoço fomos, por escolha da nossa prima, visitar um dos landmarks de San Francisco—o Alamo Square, onde ficam as Painted Ladies, as famosas casinhas vitorianas mundialmente conhecidas e amplamente fotografadas. O parque é pequeno, mas muito gostoso pra fazer caminhadas, embora naquele dia o vento estivesse particularmente inclemente. Tiramos as fotos que todos tiram, enquanto muitos grupos faziam picnic no gramado do lado mais popular do parque.

trees of fall trees of fall
trees of fall trees of fall
trees of fall trees of fall
trees of fall trees of fall

Como os nossos primos combinaram de encontrar amigos que também moram por aqui, acabamos num grupo relativamente grande para jantar e eu tive um pouco de dificuldade para achar um restaurante bom na cidade que fizesse reserva e acomodasse um número grande de pessoas. Depois de muita buscar por algo no Yelp e no Open Table achei um restaurante turco em Potrero Hill, chamado Pera. O lugar é bem agradável, o serviço atencioso e a comida estava muito boa. Como todo mundo queria conversar com todo mundo, facilitamos pedindo várias bandejonas com diferentes appetizers que dividimos entre nós. Não reparei no que os outros pediram, mas todo mundo elogiou a comida. Eu pedi o especial da noite, que era um filé de habilut. Bebemos um chenin blanc da vinícola Dry Creek em Clarksburg que estava tão bom que acabei bebendo mais do que devia, por isso não tem quase nenhuma foto das comidas, só um clique aqui e outro ali. Uma pena, porque os pratos eram lindos. Finalizamos tudo com chá e café turco. Depois fomos para o hotel beber cocktails e conversar mais. Queremos muito que nossos primos venham para cá mais vezes, porque é sempre muito divertido estar na companhia deles.

trees of fall trees of fall
trees of fall trees of fall
trees of fall trees of fall

vinte e sete de dezembro

Uriel precisou renovar o passaporte brasileiro e como estávamos em férias, fomos até San Francisco num dia de semana. Aproveitei para dar um rolê pelas lojinhas e fazer umas comprinhas, o que nos dias seguintes ao Natal traduz por pegar muita fila e lojas cheias por causa das liquidações. A cidade é sempre linda, mesmo com hordas de turistas lotando ruas, restaurantes e lojas. E depois de muitos dias de chuva, pegamos um dia maravilhoso de céu azul, até um pouco menos frio do que o de costume.

november november november
november november november

Como fiquei duzentas horas pra decidir minhas compras [incluído horas na fila pra entrar no provador mais horas na fila para pagar—argh!] fizemos um amoço bem tardio. Caminhamos pela região do Financial District procurando por restaurantes que o Yelp tinha nos indicado, mas que estavam fechados. Acabamos na fronteira de Chinatown e eu imediatamente tomei a oportunidade, pois sempre quis comer num restaurante chinês nessa região mas nunca tive coragem de me aventurar, porque tudo lá parece tão perigosamente imundo. O Yelp nos indicou o House of Nanking que é um restaurante ícone no local, sempre lotado de turistas que chegam para provar as delicias que eles preparam lá. E eu agora entendi porque. O lugar tem um menu um pouco diferente dos restaurantes chineses de praxe, embora tenha um ambiente caótico com serviço rude e confuso. Gostei de tudo que comi lá, o pastel de camarão com um molho, a salada de broto de ervilha, o frango com gergelim e batata doce [que é o prato chefe da casa e para o qual abri uma exceção, porque não como carne nunca em restaurante asiático] e a berinjela que foi pedido do Uriel. Até o canecão de chá de flor com goji berry estava diferente. A conta também se distingue dos outros restaurantes chineses, porque é um pouquinho mais salgada.

november november november
november november november
november november november
november november november

Batemos um pouco de perna em Chinatown, que é sempre uma experiência interessante, depois pegamos o carro e fomos dar uma volta para matar hora e não pegar aquele tráfego miseráver na I80 nos dias de semana. Fomos para a região da Union Street que é uma fofura, cheia de lojinhas, restaurantes e cafés. Paramos no La Boulange para beber algo e comer umas gostosuras da padaria francesa. No nosso trajeto de encaroçação entramos numa lojinha cheia de coisas legais e imediatamente a vendedora nos ofereceu uma taça de vinho rosé. O negócio é que ela também estava bebendo [mais do que os clientes] e falava mais que a boca, me explicou mil detalhes de tudo na loja, perguntou de onde estavamos visitando, disse que conhecia Woodland e ainda lascou um—está nevando lá pros lados de Sacramento? —está quase, eu respondi.

november november november
november november november

Littorai — Forchetta Bastoni

Qualquer convite dos amigos Hegui & Stevie é sempre certeza que vamos nos divertir na companhia deles e descobrir lugares super bacanas, beber bons vinhos e conversar muitos assuntos. Desta vez fomos à um wine tasting na vinícola Littorai, perto de Sebastopol no Sonoma County. Foi a nossa primeira vez, mas o Hegui e o Stevie já estiveram lá outras vezes— para um outro tasting pos-colheita como fizemos no sábado e antes disso para um tour primaveril pela pequena e belíssima vinícola. A Littorai é uma produtora de pinot noirs e chardonnays e usa técnicas de biodinâmica no cultivo das uvas. Enquanto provavamos os nove diferentes tipos de pinots, acompanhados de uns deliciosos acepipes que até incluia um queijo português St. George de Santa Rosa, ouvimos muitas explicações sobre terreno, solo, clima, névoa, sol, variações de temperatura, uvas, eteceterá. Eu consegui provar os nove tipos de vinho, comer um pouquinho e conversar à beça, sem tropeçar, nem derrubar o queijo dentro do copo alheio, nem falar nenhuma gafe. Quando o tasting terminou saimos para dar uma volta pela vinícola, ver os jardins onde eles plantam as flores e ervas que usam no controle das pestes e as casinhas das abelhas que fazem a polinização das videiras.

november november november
november november november
november november november
november november november

Os tastings e tours na Littorai são feitos apenas com reservas. Mesmo para eventos como este que fomos é preciso ser convidado. A vinícola é bem escondida entre muitas curvas tortuosas e não tem placa anunciando no portão de entrada, que aliás só abre com o código que os convidados recebem.
Da vinícola seguimos para o centro da cidade de Sebastopol porque naquela altura precisavamos comer. O Stevie sugeriu um restaurante que acabou nos surpreendendo. No andar de cima o Forchetta Bastoni [Fork Sticks] é um tailandês e no de baixo é um italiano. Nunca tinha visto esse tipo de combinação, que nem pode ser chamada de fusion já que os menus, cozinha e ambientes eram separados.

november november november
november november november
november november november

No andar tailandês fizemos uma happy hour com drinks e petiscos para acompanhar. O lugar é bem informal, com sofás feitos de caixotes e almofadas, mas nós ficamos nas mesas e cadeiras. Depois descemos para o andar italiano, que é maior e mais bem decorado, com um bar, uma cozinha aberta e um forno a lenha pilotado pelo pizzaiolo mais simpático, fotogênico e charmoso que já conheci. Pedimos vinho, antepasto e prato principal—nós optamos pela pizza que não estava nota dez, mas estava boa. Dividimos algumas garrafas de vinhos locais, dois tintos e um branco. Mas eu bebi somente um sauvignon blanc da vinícola Quivira, outra biodinâmica que faz vinhos deliciosos que eu adoro e que será a próxima que iremos visitar. Pisc!

november november november
november november november
november november november

primeiro de setembro

Não sei se vocês sabem, mas eu leio todas as revistas que assino com meses de atraso. A única exceção é a Martha Stewart Living e a Sunset, que adoro e devoro assim que sou avisada que elas estão disponíveis no iPad. Já as outras vou lendo quando posso. Foi por isso que li essa matéria de julho sobre o dogpatch em San Francisco somente noutro dia. É uma área mezzo industrial/mezzo residencial que tem se desenvolvido e se modernizado desde a década de 90.

what a week what a week what a week
what a week what a week what a week
what a week what a week what a week

A reportagem da revista Bon Appetit deu algumas opções de lugares para comer e eu quis conhecer o restaurante Piccino, instalado numa casa vitoriana amarela numa esquina bem charmosa do bairro. Chegamos sem reserva, o que não é uma coisa que eu arrisco fazer sempre, mas não houve problema. O lugar estava bem cheio, mas nada comparado com as áreas mais turisticas da cidade. Dividimos uma salada de figos, queijo gorgonzola local, rúcula e avelãs. O Uriel pediu um panini de tomate com ragout de cogumelos e eu um gnocco de semolina com vagens francesas e um caldo com pesto saborosissimo. Eu bebi um vermentino de Alta Mesa, California. Não pedimos sobremesa porque eu queria tomar o sorvete da Mr. and Mrs. Miscellaneous, uma lojinha de gostosuras que fica na outra esquina. Escolhi gulosamente dois sabores—azeite e chá preto inglês, que acabou sendo o meu favorito. Meu marido, mais comedido, escolheu somente uma bola de gengibre cristalizado. Os sorvetes deles são muito bons.

what a week what a week what a week
what a week what a week what a week
what a week what a week what a week

Depois fomos dar uma volta pelas ruas do Mission district, que fazia uma parte coadjuvante na reportagem da Bon Appetit, mas não seguimos nenhuma das dicas. Eu queria mesmo era passar na Tartine Bakery para comprar os famosos pães, que dizem ser uns dos melhores dos EUA. Andamos pela 18th street que estava apinhada de gente. Entrei na fila da Tartine—que me pareceu nunca tem fim, e quando chegou a minha vez fui avisada de que eles só teriam pão depois das 4:30pm. Naquele momento só estavam servindo bolos, tortas, sanduiches. Resolvemos andar pelo bairro, olhar lojinhas de antiguidade, comprei um picolé na esquina, entramos na abarrotada Bi-Rite que vendia tomates, figos [esses um tanto amassados] e outras delicias frescas daqui da nossa região. Demos risada. Voltamos para a Tartine onde finalmente comprei dois pães, que são enormes e estavam quentinhos, crocante por fora, macio por dentro. Atravessamos o Dolores park e voltamos para o carro mastigando nacos de pão pela rua. Não conseguimos evitar!

what a week what a week what a week
what a week what a week what a week

Sou daquelas habitante da roça pra quem ir até a beirinha do continente e olhar para o oceano é algo altamente especial. Por isso neste dia aproveitamos para dirigir até a Ocean beach, que não é a praia mais linda da região, mas tem o charme de ter a Cliff House no seu extremo direito. A história dessa casa, que agora hospeda um restaurante e um bar e a do Sutro Baths, a incrível piscina pública que hoje só se pode visitar suas ruínas é absolutamente fascinante. Nessa altura já estava ficando tarde e decidimos jantar em algum lugar por perto. Como sábado pra nós é dia de comer pizza, o Yelp nos indicou a pequena Pizzetta 211 no Richmond district. O lugar é bem pequeno, no estilo da pizzaria Delfina, mas é ambientada como um bistrô francês. Os vinhos são também na maioria franceses, o que eu achei que destoava um pouco de um lugar que servia pizza. Mas deixando de lado os dogmas gastronômicos, bebi um vinho francês, branco e seco, muito gostoso, dividimos uma salada de farro com vagens e tomates e pedimos uma pizza para cada um—uma de berinjela assada, outra com mussarella e anchovas brancas. Voltamos pra casa já estava noite. Foi um dia muito bom.

o restaurante

o restaurante o restaurante
o restaurante o restaurante
o restaurante o restaurante
o restaurante o restaurante

Foram várias idas ao Café, mas ainda não tínhamos experimentado o Restaurante Chez Panisse, que fica no andar de baixo da casa da Shattuck Avenue, em Berkeley. O Uriel tinha tentado fazer uma reserva pro meu aniversário e não conseguiu, acabou reservando no Café mesmo. Para comemorar os nossos 30 anos de casados ele tentou novamente e desta vez conseguiu. Fiquei temerosamente de olho no menu, que é fixo e que eles publicam online semanalmente, para ver se não iria ter que encarar coisas que normalmente não encaro, como ostras, mariscos, polvo, patê de fígado, carnes exóticas e tals. Felizmente o ingrediente menos simpatico do menu daquele dia seria peito de pato. Respirei aliviada.

Gostamos imensamente da nossa experiência no restaurante, que tem um serviço ultra atencioso e delicado. Eles ligaram antecipadamente pro Uriel pra confirmar nossa reserva e perguntaram se era alguma ocasião especial. Por isso me surpreendi quando chegou a sobremesa com um delicado cartão nos desejando “happy anniversary”. Estava tudo impecável e delicioso, mesmo o pato—que é uma carne muito forte pro meu paladar, eu consegui comer metade da porção. Saimos imensamente felizes do nosso jantar de 30 anos de casados. E no restaurante do Chez Panisse eu quero voltar mais vezes.

O menu da noite incluiu um aperitivo de prosecco ariomatizado com marmelo e laranja e uma torradinha com um patê de bacalhau negro. A seguir veio uma tortinha super leve e delicada com massa folhada recheada com carangueijo Dungénes, erva-doce, alho poró e uma salada de chicória. O primeiro prato foi um risoto de camarões do Golfo com cogumelos chanterelle, alho verde e olio nuovo. O segundo prato foi o peito de pato de Sonoma com um molho de laranja e mandarin, blinis de raiz de salsão e salada de agrião. A sobremesa foi fondant de chocolate com sorvete de gengibre. As sobremesas do Chez Panisse sempre são o ponto alto da refeição pra mim, porque elas são incríveis. Pra finalizar vieram dois biscoitinhos e café pro meu marido. Eu bebi duas taças de sauvignon blanc da vinícola californiana Quivira que estava perfeito e combinou com tudo o que comi.

sábado, 1 de outubro de 2011

birthday
birthday birthday
birthday birthday
birthday birthday
birthday birthday
birthday birthday

Para comemorar o meu aniversário, escolhi sem pensar muito almoçar no sempre impecável Chez Panisse. O norte da Califórnia tem uma abundância de restaurantes fantásticos, mas escolhi ir nesse mais uma vez, porque o lugar tem tudo a ver comigo. É sofisticado na qualidade dos ingredientes, mas é informal no ambiente e no serviço. A comida é deliciosa e simples, preparada com extremo capricho e cuidado nos detalhes. Lá me sinto comendo em casa ou na casa de alguém muito legal.

Pedi uma sopa de pimentão vermelho com um creminho de erva-doce, o halibut com milho doce e tomatillo e uma torta de figos perfeita. Adorei o vinho branco californiano que escolhi e dividi com meu filho e minha nora—um blend não filtrado da região da Sierra Foothills. O vinho, que era turvo e tinha um aroma de maçã, harmonizou perfeitamente com o peixe.

The Automat

automat_1.jpg

automat_2.jpg

automat_3.jpg

automat_4.jpg

automat_5.jpg

Um dos meus passatempos favoritos no iPad é ficar navegando pelo app da revista LIFE, que tem um arquivo imenso de imagens atuais e antigas. Numa dessas viagens achei essa galeria de fotos de automats. Adoro os automats, que só conheci em fotos e filmes. Esses restaurantes/cafeterias foram muito populares entre os anos 20 e 50 e alguns ficaram imortalizados em cenas de alguns filmes clássicos. Nos automats os comensais entravam e colocavam moedinhas nas janelinhas escolhidas, de onde tiravam sanduíches, sopas, fatias de torta e bolos, frutas e sorvetes, além das torneirinhas que serviam café, chá e leite dia e noite. Os automats desapareceram do mapa, mas ficaram registrados na cultura popular através de fotos e filmes. Eles também deixaram descendentes—as maquinetas de bebidas, comidas e até de gadgets, que hoje pipocam por todos os cantos do mundo. Tenho guardado no meu diretório de memória de filmes inúmeras cenas passadas dentro de um automat, mas a mais divertida pertence ao fofíssimo filme Easy Living de 1937, protagonizado pela minha atriz favorita de todos os tempos, Jean Arthur e por um jovenzinho Ray Milland. Esse filme é absolutamente delightful e eu recomendo para qualquer um que goste de cinema e filmes clássicos. Mas a cena no automat é impagável, quando a Arthur entra lá faminta e desempregada [usando um casaco carésimo, que é o pivô de toda a trama] e só consegue comprar um café. Milland é um moço rico experimentando a vida de um trabalhador comum, fazendo serviço de busboy dentro do restaurante. Ele tenta ajudar a charmosa e engraçada Arthur, abrindo umas janelinhas pra ela poder comer sem pagar. O que acontece depois você só vai acreditar assistindo toda a cena. E depois de ver essa cena, vai com certeza querer ver o filme inteiro!

the high tea

high-tea_1.jpg

Numa quinta-feira recebi o convite via sms para me juntar à um cházinho no sábado com Victoria e Bridget num lugarzinho super gostoso aqui em Davis. Eu já tinha ido ao Tea List beber chá, primeiro com o Uriel e depois com meu irmão Carlos e o Gabriel. Adorei o tea cake que eles servem lá e pirei numa infusão de gengibre com limão, que até já reproduzi em casa. O lugar é super pequeno e aconchegante e quem recebe e serve os clientes é a proprietária, que fala inglês com um sotaque estrangeiro que ainda não consegui identificar a origem.

high-tea_2.jpg

high-tea_4.jpg

No sábado, segui caminhando para o Tea List achando que iríamos apenas beber um chá e papear. A grande surpresa foi encontrar a mesa preparada para um high tea—o chá da tarde típico inglês, com a mesa toda arrumada, xícaras e pratos de porcelana, várias rodadas de bules de chá e travessas de três andares recheadas de sanduichinhos, bolinhos, scones, madeleines, frutas frescas, mais creme e geléia para acompanhar.

high-tea_3.jpg

high-tea_5.jpg

Na companhia de duas pessoas super queridas e fofas, o papo se alongou por horas, E apesar de eu ter ido ao encontro exatamente após ter almoçado, não resisti e gulosamente comi muitas coisinhas. Tudo lá é caprichadíssimo, delicado, delicioso. A atmosfera do high tea é a melhor parte. O charme do chá inglês, quem não curte?