S.O.S Kitchen

Uma caixa de primeiros socorros fica permanentemente numa das gavetas da cozinha. Não estou querendo me fazer de vitima aqui, mas eu me machuco TODO SANTO DIA e garanto—juro, que muitos desses pequenos acidentes não são minha culpa. Eu me corto na folha do livro de receitas que estou olhando, na borda da forma de metal que estou lavando, ou quando vou pegar uma louça no escorredor fatio o dedo no mandoline que está ali proximo, e queimo os pêlos do braço nem sei como, e quando estou refogando algo no azeite quente uma lasca de comida dá um salto de trapezista e aterrisa dentro do meu olho, me corto na borda da lata vazia de comida dos gatos quando vou colocar outra coisa na lata de lixo, prendo o dedo fechando a gaveta ou tampando a panela de ferro. Manchas roxas, cortes sangrentos ou cascudos, bolhas, esfolamentos e cicatrizes abundam. E pra completar essa minha rotina de cumprimento da pena cármica, ainda tem o animal. Sim, o animal, aquele que sempre me espera passar pelo tapetinho entre a sala de jantar e a cozinha pra dar o bote. Sim, o bote que é de brincadeira, mas às vezes machuca. Ele não tem intencão de machucar, mas quando eu passo ele dá um pulinho e lasca uma patada. O alvo da patada é a minha perna. E as patas têm garras afiadas. Então nesta semana eu já colecionei uma bolha, um corte do mindinho, um dedo roxo esmigalhado e três arranhões gigantes na parte de cima do meu pé esquerdo, perpetrados pelo animal, o ANIMAL!

felicidade é um ramo de flores

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Quando eu chego do Farmers Market nas manhãs de sábado trazendo as flores embrulhadas em folhas de jornal na minha cestinha, é a hora mais feliz para o meu gato Roux. Ele adora as flores—cheirar, morder, comer. Tenho um grande receio de que ele vai se intoxicar um dia, porque não sou entendida em plantas e não sei o que pode ser perigoso. Mas a florista sabe que meu gato come as flores que eu compro dela e nunca me alertou contra nenhuma. Mas já aconteceu dele não dar bola pra algumas, acho que o tal instinto funciona, mesmo num gatonildinho meio pancada como o Roux. Essas ele já cheirou. Estou tentando mantê-lo afastado, para as flores durarem pelo menos um dia, mas logo eu perco o controle e ele ataca. Felicidade para ele se resume à um lindo ramalhete de flores!

potage parmentier

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Realmente, as batatas eram gigantes—gigantes! Não conseguimos comer tudo e eu guardei as sobras para pensar no que fazer com elas no dia seguinte. Era quase certeza que seria uma sopa. Foi só olhar pra geladeira e ver outro gigante, desta vez um imenso alho-poró, pra decidir que eu faria uma potage parmentier, ou em bom francês uma sopa de batata com alho-poró. Fiz tudo muito simples, porque tem dias que simplesmente não dá pra ficar inventando trelelês e rococós.
Refoguei o alho-poró gigante cortado em pedacinhos em três colheres de manteiga. Acrescentei a batata que já tinha sido assada no dia anterior, também picada em pedacinhos. Deu mais ou menos 1 1/2 xícara de alho-poró e 1 xícara de batata. Acrescentei um litro de caldo de legumes, mais uma xícara de água, salguei a gosto e deixei a mistura ferver. Bati tudo muito bem com o mixer de mão para formar um creme. Deixei encorpar e desliguei o fogo. Na hora de servir, polvilhei com salsinha fresca picada.
Adeus batata! Adeus alho-poró! Adeus fome! Até o Roux ficou animado com essa sopa e quando o Uriel levantou da cadeira pra ir pegar uma fatia de pão, questão de segundos, o bichonildo danado deu um super salto de felino ninja e enfiou o nariz na sopa que estava dando sopa. Jogamos aquela porção fora e o Uriel se serviu de outra, sem contaminação de nariz de gato enxerido.