Gourmet – 1941

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A técnica precisava fazer alguma coisa no meu computador e me mandou passear por quinze minutos. Eu corri pra biblioteca da universidade, pra aquelas prateleiras da seção TX, no terceiro andar. Fui olhar os livros de culinária. Parei numas encadernações cor de laranja e ali fiquei – exemplares da revista Gourmet da década de 40 até hoje. Peguei o volume de 1941, que fui ler em casa, à noite. Comparada com a revista de hoje, aquelas eram realmente simples, pra não dizer simplérrimas. Pouquíssimas fotos, muitas ilustrações e as receitas inseridas no meio dos textos, o que dificulta muito a seleção e mesmo a execução. Uma revista bem textual, o que hoje seria completamente irreal, já que as revistas de gastronomia pecam pelo exagero visual. Mas pra compensar, a Gourmet de 1941 tinha textos da M.F.K. Fisher – e seu livro anunciado por $2! Manual para domésticas, presentes para gourmets, muita propaganda de bebida e muitas páginas com texto, texto, texto. Interessante comparar como muita coisa mudou – melhorou ou piorou. Agora quero pegar os volumes de 1943, 44 e 45, quando os EUA já estavam na guerra, pra ver como as restrições impostas pelo conflito refletiu nas páginas da revista.

manja, xuxu?

Estou escrevendo para encher linguiça, pois tenho uma batata quente nas mãos. Mas que belo abacaxi esse aparelho, hein? Não tem jeito, vou ter que descascar esse pepino…Mas é porque aquele fulano só fala abobrinha, embora seja um doce de coco. Mas tudo bem, isso vai ser sopa no mel, pois o Zé Mané é político café pequeno, o que já virou carne de vaca, não é mesmo? O cara se vende a a preço de banana. E o pior é que isso dá como xuxu em cerca. E ele se acha o rei da cocada preta, enquanto que ela pensa que é a rainha da carne seca. Mas é tudo farinha do mesmo saco e um osso duro de roer. Me deram um bolo, por isso ando pisando em ovos. Sei que nesse angú tem caroço… Eu estava com a faca e o queijo na mão, mas pisaram no tomate comigo! Não tem problema, sou café com leite e estou ralando o coco pelo pão de cada dia. Falei isso e ele ficou vermelho como um pimentão. Só não quero ficar enrugada como um maracujá de gaveta ou uva passa. Por isso que eu digo que enquanto você vem com o fubá, eu já estou voltando com o bolo. Embora eu seja sempre a primeira a chegar, o arroz de festa!

as panelas da Julia

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Um pedacinho da cozinha de Julia Child está na exposição permanente do Copia. É um painel, onde ela pendurava algumas de suas panelas e formas. Seu marido, Paul, projetou a cozinha na casa de Cambridge, Massachusetts em 1961. Ele teve que adaptar a pia e bancada à altura de Julia, que tinha meros 6’2″ – 1,89m. Nesse painel que está hoje no Copia, Paul delineou o formato de cada panela com caneta, assim Julia poderia achar mais fácil o lugar de cada uma.
A cozinha de Julia Child foi doada para o Smithsonian National Museum of American History em Washington, D.C., e pode ser explorada online no website do Julia Child’s Kitchen at the Smithsonian. Vejam nas fotos da cozinha completa, tirada ainda na casa de Julia e Paul, o painel com as panelas que hoje pode ser visto no Copia.

seis

Outro convite, feito desta vez pela Elvira, que quer saber seis regras de etiqueta que eu sigo. Estou bem combinada com a lista dela:

  1. comer em família ou com amigos sempre à mesa, sem televisão ligada por perto, no máximo uma música ao fundo, nada muito alto, para não interferir na conversa.
  2. as panelas ficam no fogão. à mesa vão somente as travessas.
  3. fico bem irritada quando marco um jantar e as pessoas chegam atrasadas. pontualidade pra mim é sinônimo de boa educação.
  4. quando num jantar ou festa alguém traz um vinho ou outra bebida, eu abro e sirvo. acho deselegante guardar o regalo e servir outra coisa, especialmente se esta for de qualidade inferior. a não ser que o presente seja um vinho Sanguê De Bóa comprado por $1,99 na mercearia, caso que já aconteceu comigo. daí eu guardo pra temperar carne no dia-a-dia.
  5. sou uma libriana com vênus em virgem, então sou bem exigente com a arrumação da mesa, que deve estar sempre harmoniosa. cores harmoniosas, formas harmoniosas, equilíbrio.
  6. detesto ver garrafa de refrigerante, caixa ou galão de suco em cima da mesa. refrigerante tem que ficar na geladeira, e o suco, assim como a água, vai na jarra. só garrafas de vinho têm permissão para ficarem na mesa.

cinco

Fui convocada pelo João Pedro Diniz do Ardeu a Padaria para citar cinco coisas que eu gostaria de provar pela primeira vez ou voltar a comer antes de morrer.
Pois eu quero:
Comer e beber em Portugal – porque sou uma Guimarães
Comer e beber na Espanha – porque sou uma Rosa
Comer doces na Turquia – porque meu irmão me disse que lá comeu os melhores
Comer pizza na Itália – porque eu preciso saber
Comer pitanga, jaboticaba e fruta do conde no Brasil – porque só assim posso voltar à infância

Full of baloney

Baloney poderia ser comparado com uma mortadela muito da vagaba. É cortado em fatias grossas, tem uma cor estranha, uma textura estranha, um cheiro e um gosto, hmm, estranhos. Mas é um frio muito popular, especialmente entre os membros da classe trabalhadora. E as crianças também gostam. Eu comi uma vez de curiosa que sou. Eca, bleargh! Deve ter tanto corante, anabolizante, preservativos… nem quero saber!

Mas a palavra Baloney é também parte de uma expressão que eu ouvia muito mais no Canadá, do que ouço aqui. “Full of Baloney”, quer dizer cheio de porcaria, cheio de coisa que não presta, ou não vale nada, não acrescenta nada, que não diz nada, como deve ser o valor nutritivo desse frio usado como recheio de sanduíche.

me gusta…

arroz basmati
rúcula com tomate seco
pizza de queijo
sanpellegrino limonata
shrimp stir fried rice
tequiza beer
hot and sour shrimp soup
macarronada com porpeta
todo e qualquer tipo de pão
todo e qualquer tipo de queijo
ginger ale
pickles
alface com laranja
peixe frito
tomate com manjericão
milho cozido
hot tamales
french fries
earl grey tea
pasta de aliche
salada de batata
água gelada
foundue
veggie burguers
vietnamese egg rolls
falafel com tabuli
panqueca de ricota
sushi
chá mate gelado
hot dogs
[* dos arquivos do The Chatterbox – janeiro/2003]