Categoria: cozinhas
[ t h a n k f u l ]
kitchen—1949
Gosto de tudo nessa foto. Além da geladeira e da cozinha minúscula tipo corredor, gosto também da sandália, da saia estampada, do cabelo. ♥
thankfeast
Este foi o primeiro jantar de Thanksgiving completo que fiz sem substituir o peru por bacalhau e convidando amigos, não só improvisando algo para a minha micro família. É trabalhoso cozinhar um cardápio com tantos ítens, mas com a ajuda do meu atencioso marido que deu duas mãos nas preparações e na limpeza, correu tudo relativamente bem. Aproveitamos muito o dia na companhia do Gabriel e dos nossos amigos Leila, Peter e Christopher. E o jantar ficou muito bom. Fiz cranberry sauce, batata doce caramelizada, batata roxa cozida, farofa de milho, farro com cogumelos e espinafre, purê de batata, salada de folhas verdes com laranja e romã e o imprescindível peru, que foi marinado no vinha d’alho coberto com fatias de bacon e assado coberto por quase quatro horas. Para beber vinho petite sirah local e prosecco. De sobremesa, gelatina de cranberry e maple, cheesecake de abóbora e chocolate e torta de maçã feita pela Leila com as maçãs colhidas pelo Christopher. Estava tudo uma delícia. Many thanks e vamos repetir essa festa no próximo ano.
many many many thanks!
Hoje minha cozinha vai funcionar à todo vapor. Todo ano eu gosto de fotografá-la para marcar essa celebração que eu adoro e que considero a melhor de todas. Happy Thanksgiving! * O gato que sempre aparece nas fotos desse dia, está dormindo numa caminha embaixo da ilha.
a cozinha moderna — 1942
in the old [old] houses
Quando tomamos a decisão de mudar para Woodland, eu fiquei um pouco receosa de vir morar numa cidade mais tradicional, contrastando com a atmosfera liberal que sempre vivenciei em Davis. Eu sabia que aqui iria ser diferente—sem as hordas de estudantes jovens e moderninhos, sem a população internacional itinerante, sem o farmers market bacanão e ultra famoso, sem as festas da universidade, eteceterá, eteceterá. Na época duas pessoas me falaram coisas que na hora não fizeram tanto sentido, mas que agora estão fazendo. Primeiro foi o mocinho que fez a inspeção da venda da nossa casa em Davis que me disse—vá para Woodland com a cabeça aberta, que tenho certeza que lá você vai encontrar a sua tranquilidade. E depois foi o meu marido que me disse—você vai fazer com Woodland o que fez com Davis, vai descobrir mil coisas legais e escrever sobre elas no blog, vai até deixar gente com vontade de vir conhecer a cidade. Não sei se Woodland entraria no badalado circuito turistico internacional, mas eu com certeza encontrei aqui muita coisa que nem estava procurando.
Essas fotos logo abaixo são de um passeio que fizemos em setembro de 2011 pela nossa vizinhança. É um evento já bem estabelecido e que acontece todos os anos, chamado de Stroll Through History. Durante um dia as pessoas fazem excursões pelo centro e vizinhanças históricas da cidade. Os visitantes andam pelas ruas acompanhados de arquitetos e historiadores, que vão contando histórias sobre a cidade e sobre as casas e as diferenças de estilo e de época. Temos muitas casas vitorianas aqui em Woodland e muitas são extremamente bem preservadas. E outras tantas casas de muitos outros estilos. Uma delas é a minha, construída em 1948 em estilo inglês colonial. Mas o mais legal desse evento é que muitas casas abrem para o público pagante e podemos entrar nelas e xeretar por dentro. Elas são super bem decoradas, algumas com mistura de coisas antigas e novas, outras bem tradicionais, com a proprietária velhinha te recebendo na sala e contando histórias de família. Em muitas das casas somos recepcionados pelos donos e voluntários do evento vestidos de acordo com a moda da época. No quintal tem bandas tocando música, você pode até dançar. Visitamos todas as casas do circuito, mais as que estavam abertas para venda e duas extras, que o guia arquiteto descolou para o nosso grupo conhecer. As pessoas realmente vivem nelas, e podemos ver a cozinha com os utensílios diários, a mesa de jantar arrumada, a sala com piano onde a família se reune. Todas as casas são realmente magnificas. Passamos o dia nesse trancetê e no final da empreitada olhamos um para o outro sorrindo e tivemos a mais absoluta certeza de que nos mudamos para o lugar certo.
»tirei umas 98765 mil fotos com o meu iphone durantre o evento, que foi das 8 am às 5 pm e tive que escolher apenas alguns pares delas. mas consegui fazer um pequeno patchwork com as que mais gostei—casas vitorianas com coleção de xícaras clássicas, outra com a cozinha toda decorada com uma coleção infindável de alcachofras, a parede coberta de utensílios culinários antigos, uma varanda com rede, a salinha de estar da casinha da década de 20 que tinha uma adega com bar no basement, o fogão vintage recondicionado, o quarto minimalista da casinha moderna de 1912, e algumas fachadas das lindas casas dessa vizinhança super arborizada.
um banquete na era Tudor
Na sequência do documentário sobre a história da cozinha com a Lucy Worsley, assisti a essa outra realização de um grupo de arqueologistas e historiadores ingleses, que decidiram recriar um banquete da era Tudor. Eles fazem tudo numa cozinha da época, com ingredientes similares e usando as mesmas técnicas—desde trazer a água do corrego, até acender o fogo usando pedras, moer o açúcar, pescar, caçar, eteceterá. Cozinhar naquela época não era tarefa para os fracos. Na cozinha dos aristocratas abundava mão-de-obra, queimava-se muita madeira e algumas das mais simples tarefas poderiam levar muitos dias para serem concluídas. No final servia-se um banquete inigualável. Assista os quatro segmentos de 15 minutos cada para participar dessa excursão virtual pela cozinha laboriosa do século XV.
a história da cozinha [inglesa]
a historiadora Lucy Worsley não é apenas a chefe curadora da organização Historic Royal Palaces, que cuida da Torre de Londres, do palácio de Hampton Court, dos apartamentos do Kensington Palace State, a casa de banquetes em Whitehall e do palácio Kew em Kew Gardens. Ela também escreve livros e protagoniza séries para a BBC. Worsley tem apenas 37 anos e está causando um furor nos meios acadêmicos britânicos pela casualidade com que ela aborda temas delicados como a história da intimidade da humanidade. Ela fala de camas, fogões, banheiras e privadas com a mesma naturalidade com que fala da arquitetura e arte. Fiquei absolutamente encantada com a figura dessa historiadora depois que ouvi uma entrevista com ela na rádio pública americana, a NPR. Fui procurar o livro dela—If Walls Could Talk, an Intimate History of the Home, e achei as séries que ela fez para a rede de televisão britânica BBC4. Escolhi colocar aqui o episódio sobre a evolução da cozinha, que é o mais interessante. Mas ela também examina a evolução do banheiro, do quarto e da sala de estar. Vale a pena ver todos os episódios, que estão disponibilizados no YouTube em sequências de mais ou menos 15 minutos cada.