gelado de passas ao rum

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Estava olhando umas fotos de uns bolinhos no Mission Beach Cafe, em San Francisco, quando aquela luzinha acendeu—plin—sorvete de passas ao rum!
Foi uma epifania! A lembrança desse sabor que fez parte do menu gelado da minha infância, juntamente com o de flocos, me encheu de entusiasmo. Procurei por algumas receitas e acabei resolvendo improvisar a minha própria. Não tem muito segredo. Fiz tudo com um dia de antecedência.
1 xícara de passas – usei a variedade flame, orgânica
Rum o suficiente para cobrir as passas – usei rum escuro, da Republica Dominicana, resquícito da minha ex-inquilina. Deixe as passas de molho no rum por muitas horas, ou até elas absorverem quase toda a bebida e ficarem inchadas e macias.
Faça um creme com:
1 xícara de leite integral orgânico
1 gema de ovo da Felizberth
1/4 xícara de açúcar
1 colher de chá de extrato puro de baunilha
Bata bem com um batedor de arame e leve ao fogo, até ferver. Retire do fogo, deixe esfriar e leve à geladeira para gelar.
Do dia seguinte misture as passas mergulhadas no rum ao creme de baunilha e adicione 2 xícaras de creme de leite fresco. Misture bem e leve à sorveteira.
Esse sorvete satisfez plenamente o nosso paladar nostálgico!

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E vejam só. Estava compenetrada, tentando tirar fotos do sorvete com rapidez e eficiência, pois afinal de contas está calor e o gelado derrete fácil, quando um cabeção felino entrou no raio de visão da minha câmera. Êta bicho curioso, não pode perder nenhum buxixo, tem que xeretar em absolutamente tuuuuudooooo….

sal defumado

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Fui comprar flor de sal pra minha mãe e encontrei isso—sal marinho defumado sobre a madeira de barris de carvalho que foram usados para guardar vinho Chardonnay. Os barris são usados por um determinado número de anos e quando são descartados, viram combustível pra fogueira que vai secar o sal, que fica com um aroma e sabor muito impressionantes, com a dominância do defumado e um leve toque de vinho. Excelente para carnes, frutos do mar, omeletes, batatas e saladas. Eu já usei na saladona que fiz para a noite calorenta.

uma [bela] saladona

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Já virou praxe fazer uma saladona assim quando está quente e não se pode nem pensar em usar o fogão. Eu faço tantas dessas que já nem é mais novidade. Mas elas sempre saem diferentes, pois nunca uso os mesmos ingredientes. Uso uma travessa bem larga e rasa e vou colocando o que vier na minha telha. Às vezes eu tempero cada coisinha separadamente. Outras vezes coloco tudo na travessa e depois tempero como quero. Dessa vez fiz mais ou menos. Temperei o feijão fava separado e o resto na travessa mesmo, mas variei os azeites e os vinagres. Já fiz essa salada em noites de inverno também. Portanto, nada com respeito dessa saladona é rigidamente delimitado.
Nessa usei—tomates vermelhos e amarelos, feijão fava, figos secos, azeitonas pretas, brócolis levemente cozidos no vapor, ovos cozidos, atum conservado no azeite, abobrinha ralada em tirinhas bem finas, pepino japonês em cubos e bastante folhas de manjericão fresco picadas e salpicadas por cima de tudo. Tempero a gosto.

salada de pepino, menta e feta

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Uma salada ridiculamente fácil e simples, mas que sempre abafa na passarela. Rale pepinos japoneses em fatias finas no mandoline, salpique com fatias fininhas de folhas de menta cortadas com a tesoura, tempere como quiser—eu fiz com óleo de abacate, vinagre de figo português e flor de sal. No final salpique um bom pedaço esfarelado de queijo feta. Misture bem e sirva. Não tempere pepino com muita antecedência, pois ele solta bastante água e a salada pode virar uma sopa.

O Chucrute é uma Brastemp

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A agência Espalhe está lançando uma campanha muito legal para a Brastemp e escolheu o Chucrute com Salsicha, entre outros blogs bacanas, para participar do lançamento do Microonderia. Lá você pode escolher inúmeras opções de adesivos com desenhos interessantes para decorar o seu microondas e pode até escolher o design que eles criaram para o Chucrute. Além de também poder votar no design que mais gostar. Claro que eu recomendo que vocês votem no design do Chucrute com Salsicha, que é simplesmente o fino da bossa, com inspiração no Andy Warhol.

controlando as pestes

Outro dia o Uriel achou uma aranha viúva negra caminhando alegremente pelas cobertas da nossa cama. Logo em seguida os inquilinos avisaram que tinham matado mais duas delas na varanda da casinha. Fechamos rapidamente todas as possíveis entradas de aranha, como ralos de pia, e chamamos imediatamente o serviço de controle de pestes. Já tivemos uma viúva negra no quintal, mas dentro de casa, em cima da cama, é sinal vermelho piscante—pode parar já com isso!
Então quando o Uriel ligou lá no serviço de controle de pestes, perguntando como iria ser feito o aniquilamento das aranhas, se eles iriam espirrar algum tipo de pesticida e se seria algo tóxico, já foi avisando—olha, nós temos uma lebrezinha vivendo no quintal e eu não quero que nada aconteça com ela, hein? não tem perigo dela se intoxicar? porque se a NOSSA lebre morrer, eu cancelo o serviço com vocês no mesmo minuto! Os caras garantiram que o produto que eles vão usar não vai fazer mal nenhum à NOSSA lebrezinha. Ufaaa!

fancy a cup of tea?

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Pelo menos uma vez por semana, lá vou eu para minhas garimpagens. Nem sempre encontro coisas legais e às vezes saio da lojinha de mãos vazias, o que não me deixa feliz pois eu quero muito ajudar os animais. Todo o lucro dessa lojinha de segunda mão vai para o abrigo dos animais que o SPCA mantém em Woodland. Eu estive naquele abrigo uma vez, quando deu um forrobodó com o senhor Misty. Fiquei arrasada e quis ajudar de alguma maneira. Minha contribuição é comprando coisas e doando o troco. Eu gasto bastante lá e muitas vezes saio com preciosidades como estas—bules para chá ingleses da década de cinquenta da Swan Brand, uma empresa que não existe mais. Os bules não devem ter muito valor monetário, mas são uma graça, feitos de alumínio cromado e decorados com desenhos em relevo.

Não foi desta vez, outra vez

Meu marido pode ser considerado um obstinado Sir Lancelot em busca do Santo Graal quando se trata de encontrar a pizza perfeita, ou a melhor pizza de Sacramento. Há anos ele busca por esse tesouro escondido em alguma esquina de algum bairro da capital do estado da Califórnia. Já fomos à muitas pizzarias na cidade, sempre na esperança de que ali iremos comer a melhor pizza, mas nunca realizamos tal façanha. De qualquer maneira, meu darling Lancelot não desiste nunca e no potluck dos blogueiros de Sacramento ele não perdeu a chance de fazer o seu invariável questionamento: onde comer a melhor pizza? Uma das garotas do Sac Foodies indicou uma pizzaria chamada Luigi’s.

No domingo, fui fazer um exame em Sacramento na hora do almoço e quando saimos da clinica, resolvemos ir checar a tal pizzaria. Eu sabia que ele não iria sossegar enquanto não fosse até lá verificar se a pizza estava à altura da recomendação de uma foodie.

O Luigi’s Pizza Parlor fica numa esquina num bairro bem desprivilegiado da cidade. É um lugar pequeno, que serve pizza sem muita frescura desde a década de cinquenta. Pedimos uma meio queijo, meio linguiça portuguesa e sentamos numa das mesas simples do lugar, ansiosos pela experiência. As opções de bebida eram refrigerante ou cerveja. Algumas pessoas estavam lá só bebendo cerveja. O menu incluia também alguns tipos de pasta e sanduiches. O Uriel ficou um pouco decepcionado logo que viu que o forno não era a lenha. Mas eu me animei quando vi dois senhores abrindo a massa e preparando as pizzas com esmero. Eu estava sem poder comer desde manhã e já tinha visões de bolinhas flutuantes quando a pizza finalmente chegou na nossa mesa. Veredito: não é a melhor pizza de Sacramento! A massa estava ótima, fininha, bem seca e crocante. O molho não era dos piores, mas também não se sobressaiu. O problema maior foi a escolha de adicionar linguiça portuguesa, que realmente foi uma mancada nossa—ou melhor, minha, pois fui a autora da idéia, talvez neblinada pela fome. Comemos, mas não tivemos uma epifania na primeira mordida. Foi uma experiência mais uma vez ordinária.
Notamos uma clientela bem eclética na pizzaria. Na mesa ao lado da nossa sentaram-se três meninas negras, vestidas iguais e falando sem parar no celular. Não pude deixar de notar uma delas, que era extremamente bonita e poderia ser uma modelo, se tivesse a chance. Elas riam muito e falavam o tempo todo. Mas o lugar tinha muito barulho, produzido por uma tevê gigantesca onde passava notícias de esportes e por uma jukebox onde tocava sucessos da Motown. Não estava dando pra ouvir o que as meninas falavam, mas uma delas se virava toda hora e dizia pra nós—I apologize! [eu peço desculpas] Eu estava boiando total, fiquei pensando será que estou encarando muito, porque às vezes eu encaro sem perceber, ainda mais que fiquei realmente encantada com a beleza de uma delas. Mas não tinha nada a ver comigo, pois no final uma delas disse—I apologize! Is too much cursing for you? [é muito palavrão pra vocês?] Eu respondi sorrindo que não era problema algum, pois nem estávamos prestando atenção. Embora eu não tenha realmente notado nenhuma linguagem chula que elas provavelmente estavam usando na conversa, não pude deixar de notar uma coisa chocante que uma delas fez. Além de salpicar a fatia de pizza com aquele queijo ralado vagaba que é muito comum nas pizzarias daqui, esbugalhei meus olhos abismada quando vi ela espremer um tantão de maionese no prato e depois molhar a pizza ali e nhack! Foi a minha vez de &%$#@*@$%!!