bolo de morango
[com azeite & balsâmico]

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Minha obsessão do momento é o vinagre. Não é novidade que eu coleciono esse ingrediente, mas acho que nunca usei tanto e de tantas maneiras inéditas e diferentes. O que mais me atraiu nesta receita foi o vinagre entrar também na massa. A realização deste bolo teve duas grandes revelações—a harmonia perfeita da massa com os morangos glaceados e o vinagre de anjou pear que decidi usar porque não achei um balsâmico branco simples pra comprar no meu supermercado. Esse bolo vai pra categoria dos finos da bossa e altamente recomendados.

para os morangos:
1/2 quilo de morangos frescos
1/2 xícara de açúcar mascavo
1/2 xícara de vinagre balsâmico branco
2 colheres de sopa de azeite de oliva
1 colher de sopa de mel

para o bolo:
1 xícara de açúcar
1/4 xícara de vinagre balsâmico branco
1/2 xícara de manteiga
3 ovos caipiras
1 e 3/4 bolo de xícara de farinha
1 e 1/2 colher de chá de fermento em pó
1/2 colher de chá de sal
2/3 xícara de azeite

Pré-aqueça o forno a 350ºF/176ºC. Unte uma forma redonda de bolo com azeite de oliva. Forre o fundo da forma com um círculo de papel vegetal ou manteiga—este é um passo importante que vai ajudar o bolo desenformar sem destruir a camada de morangos. Untar novamente com o azeite de oliva por cima do papel. Reservar.

Fatie os morangos, já lavados e sem os cabinhos. Coloque-os no fundo da forma untada, sobre o papel, formando um espiral, a partir da camada exterior e ligeiramente sobrepostos. Numa panela pequena coloque o açúcar mascavo, o vinagre balsâmico branco, o azeite e o mel. Leve para ferver e mexa constantemente até engrossar e ficar como um xarope. Retire do fogo e despeje cuidadosamente sobre os morangos arranjados na forma de bolo.

Para fazer a massa do bolo, comece batendo juntos em uma tigela o açúcar, a manteiga, o vinagre e ovos. Em outra tigela misture os ingredientes secos, a farinha, o fermento e o sal. Adicione os ingredientes molhados aos ingredientes secos em três etapas, mexendo bem para incorporar. Adicione o azeite em três etapas, mexendo bem para incorporar. Devagar e com cuidado despeje a massa sobre os morangos já dispostos na forma e cobertos com o xarope. Leve ao forno por aproximadamente uma hora até o bolo ficar dourado e cozido no centro. Remova do forno e deixe esfriar por 10 minutos. Passe uma faca ao redor do bolo e vire rapidamente sobre um prato. Inverta novamente para uma outra bandeja ou prato, remova o papel de cima dos morangos, deixe esfriar completamente e sirva.

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bolo de azeite & nectarina

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Vou mudar um pouco o assunto das saladas, para contar desse outro bolo com azeite que fiz de último minuto e que arrasou Péris em Chammas. Quando um bolo desaparece numa piscada é porque fez sucesso, né? A receita é da Martha Helena. Eu adicionei a nectarina por minha própria conta, numa manobra bem auspiciosa que deixou o bolo mais bonito e mais gostoso.

1/2 xícara de azeite extra-virgem
2 ovos caipiras grandes
1 xícara de açúcar
1/2 xícara de vinho branco seco
1 e 1/4 xícaras de farinha de trigo
1/2 xícara de farinha de cornmeal
2 colheres de chá de fermento em pó
2 nectarinas grandes cortadas em fatias diagonais

Pré-aqueça o forno a 375ºF/ 200ºC. Unte com azeite uma forma redonda e forre o fundo com papel vegetal ou papel manteiga, pincele o papel com azeite. Reserve.

Em uma tigela grande, misture o óleo, os ovos, 1 xícara de açúcar e o vinho até ficar uma massa homogênea. Adicione a farinha, o cornmeal, o fermento em pó, e o sal e misture delicadamente para combinar.

Despeje a massa na assadeira e coloque as fatias de nectarina por cima afundando levemente com o dedo. Asse até que o bolo fique levemente dourado e cozido no meio, de 35 a 40 minutos.

Deixe esfriar na forma por uns 20 minutos. Passe uma faca ao redor da borda do bolo, inverta com cuidado sobre um prato e retire o papel manteiga. Reinverta bolo sobre uma grade para esfriar completamente. Coloque novamente num prato ou travessa e sirva.

salada de milho [Yucatecan]

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A receita de número 39 da lista do Bittman é a versão em salada de comida de rua de Yucatán—milho assado com pimenta. As espigas podem ser assadas no forno, com um pouco de azeite, ou na grelha ou churrasqueira como eu fiz. Daí é só remover todos os grãos com a ajuda de uma faca afiada, colocar numa travessa ou saladeira e temperar com pimenta cayenne em pó ou outra pimenta fresca picadinha, uma pitada de sal, suco de limão tahiti, um fio de azeite, queijo fresco esmigalhado e alguns tomates cerejas. Eu usei uns laranjas, bem minusculos e firmes. Acrescentei também umas folhas de coentro fresco por minha própria conta e risco. hm!

alto verão

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Essa é a época do ano em que eu fico super animada com a avalanche de tomates, melões, pêssegos, figos, com os dias longos, quando dá pra fazer tantas coisas até ser finalmente derrotada pelo cansaço e pela luz rosada do cair da noite. Mas por outro lado já vou ficando um pouco exausta com os dias calorentos, desejando uma brisa mais refrescante, uma mudança de direção. Vou aproveitando o que o verão tem de bom e olhando para o horizonte, na expectativa do que vamos ter pela frente.

Ando trabalhando muito, muito mesmo e quase não tenho mais tempo pra nada. Pra adicionar mais trabalho em cima do trabalho, temos hospedes na casa. Além do gato Roux, que passou uns meses andarilho pelas ruas de Woodland e retornou ileso para a nossa imensa alegria, agora temos os gatos Tim e Sequel, que ficarão aqui em casa até fevereiro. Eles são os gatos do Gabriel, o meu filho que está passando alguns meses vivenciando a rotina brasileira. A adaptação foi mediana—ninguém ficou amigo, mas também ninguém ficou inimigo, o que já é um grande alivio. Roux mudou, de gato espevitado virou um gato zen, quase reservado, alheio ao bafáfa. Tim é o gato velcro, que cola nas pessoas de uma maneira até engraçada. É o pomponzão que agora senta no meu colo quando estou tomando meu café da manhã. Sequel é o gatinho bully, o menorzinho de todos e o mais audacioso. Tem uma micro vozinha e fala comigo pedindo sei lá o que mas não gosta de muita aproximação. Tim e Sequel cresceram juntos e são super amigos, então a situação é de dois contra um—um pouco injusto, eu sei. Como não bastava a casa estar cheia de gatos se estranhando, aportou também por aqui uma cachorra, que vai ficar hospedada em casa por três semanas. Ela é velhinha, gigante e dominadora, tem ciúmes dos gatos e fica colada em mim o tempo todo. E são duas caminhadas por dia, que até que consegui encaixar bem no meu esquema apertado.

Este verão está um pouco diferente, então não vou ficar escrevendo sobre os tomates, os campos de tomate, a colheita do tomate, o festival do tomate, eteceterá. Neste verão eu estou botando mesmo os bofes pra fora com cachorra e com gatos, mas compenso bebendo cocktails, devorando saladas e toneladas de frutas, e me fartando daquele vinagre que tenho oferecido pra todas as minhas visitas. É muito engraçado ver a reação quando eu digo—quer beber um vinagre? E depois ver a cara de surpresa e prazer que todos fazem ao sorver o liquido borbulhante e refrescante. Saúde!

salada de tomate e curry
[com rúcula & hortelã]

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E a saladinha de número 10 naquela lista do Bittman também surpreendeu, com a mistura de rúcula com hortelã. Numa panela pequena coloque um fio de azeite e frite tomatinhos cerejas salpicados com um pouco de curry [usei o thai curry] em fogo bem alto, até os tomates ficarem um pouco dourados. Desligar o fogo e deixar os tomates esfriarem. Misture folhas de rúcula com bastante folhinhas de hortelã. Jogue por cima os tomates fritos no azeite, tempere com uma pitada de sal e suco de limão [usei o tahiti].

salada de tomate e ovo

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Essa é a saladinha de número 51 na lista do Mark Bittman e apesar de extremamente simples, fica muito gostosa. Foi uma das minhas favoritas até agora. Numa travessa coloque fatias de tomates super maduros [usei um heirloom] e por cima fatias de ovos caipira cozidos. Salpique um punhado de azeitona verde picadinha por cima e tempere com um molho feito com azeite extra-virgem, vinagre sherry [Jerez], uma pitada de sal e uma colherzinha de chá de páprica defumada picante [pimentón de la vera]. Sirva.

salada de tomate & pêssego

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Reorganizei minha estante e tirei de lá um livro que eu não abria há muitos anos. Quando abri achei dentro dele umas páginas, impressas da coluna do Mark Bittman no New York Times—The Minimalist. Era apenas uma lista maravilhosa com 101 saladas para o verão publicada no jornal em 2009. Eu tenho certeza que fiz algumas das saladas dessa lista, mas não fiz o suficiente. Comecei a olhar as receitas, que são explicadas com pouquíssimas palavras, e me deu um siricotico. Passei alguns dias fazendo uma salada atrás da outra e vou publicar as que mais gostei, começando por essa que ficou absolutamente divina-maravilhosa. Use os melhores tomates, os mais maduros possíveis, naquele momento crucial de madurice quase explodindo, mas ainda firme. Os pêssegos também devem estar bem maduros, mas não muito moles.

Numa travessa ou saladeira coloque alguns tomates bem maduros e cortados em fatias diagonais, adicione uns pêssegos cortados da mesma maneira, fatias finérrimas de cebola roxa, umas folhinhas de coentro fresco, salpique com pimenta vermelha em flocos, uma pitada de sal marinho [uso sempre o Maldon], um fio de azeite extra virgem, e suco de limão [usei o tahiti]. Sirva e repita.

o doce é o figo

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Esses lindos figos já aparecerem algumas vezes por aqui. Não sei que variedade é essa, mas posso afirmar que é a mais doce, suculenta e deliciosa. Eu compro de um pequeno produtor que tem uma banquinha bem pequena no Farmers Market de Woodland. No ano passado era a filha que vinha vender os produtos aos sábados [e guardava figos pra mim]. Este ano é o pai, que mal fala inglês, mas está sempre sorridente. Eles são uma familia mexicana da cidade de Esparto, a uma meia hora daqui. Quando eu vejo esses figos, que normalmente aparecem na segunda rodada da estação, em agosto, eu compro todos! E devoro assim puro, porque eles não precisam de nada. O doce já é o próprio figo.