risoto de limão [cravo]

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Aproveitei que estou sozinha para fazer uma receita que estava me tentando e cutucando há um tempo—risoto com limão cravo. O Uriel já demonstrou de maneiras implícitas e explícitas que não é nem um pouco fã desse prato, que eu faço pouquíssimo porque pra falar a verdade, também não considero um dos meus favoritos. Mas um arroz quentinho e cremoso com gostinho de limão numa noite outonal de sexta-feira é mais do que um bom motivo para dar mais uma chance para o risoto e botar a mão na massa.
Fiz uma quantidade suficiente para uma pessoa esfomeada:

1/2 xícara de arroz arboreo
1 colher de sopa de manteiga
1 colher de sopa de cebola bem picadinha
1/4 xícara de vinho branco
2 xícaras de caldo de legumes aquecido
Sal a gosto
2 colheres de sopa de queijo asiago ralado
1 limão cravo pequeno—casca ralada e suco espremido.

Numa panela robusta refogar a cebola rapidamente na manteiga, acrescentar o arroz [sem lavar!] e refogar por alguns minutos. Jogar o vinho no arroz e ir mexendo bem, em fogo médio, até o liquido evaporar. Daí vai acrescentando o caldo de legumes quente aos poucos—de meia em meia xícara, e mexendo sempre, até o liquido evaporar. Depois que acrescentar a última parte do caldo, adicione o queijo, mexa bem para incorporar, salgue a gosto, desligue o fogo e adicione o suco e raspas do limão. Mexa para incorporar, tampe a panela por alguns minutos, enquanto põe a mesa, e sirva o arroz fumegante imediatamente.

o cheiro dos brownies

Fui fazer xixi e me deparei com uma comoção de crianças descabeladas e gritonas comandadas por um adulto, que parecia ser a professora tentando com todas as suas palavras disciplinadoras manter a ordem. Entrei no banheiro e de lá ouvia o burburinho no corredor do prédio, que abriga vários departamentos de biologia e ciências das plantas invasivas e até o de agricultura sustentável. O evento fanfarrento era um vernissage, um opening da exposição que eu vejo todo ano, com obras de arte feitas com lápis de cor. As crianças desenham uma certa planta—não tive a chance de chegar perto pra ver qual. A professora enquadra desenho por desenho, pendura todos na parede e promove um evento. Pelo que eu entendi, eles iriam dali visitar um laboratório no segundo andar. E ouvi a professora gritando—no eating at all in the lab, no brownies, no brownies in the lab! Quando saí do banheiro, empurrando a porta com cuidado e movimentando alguns pais que estavam ali encostados com câmeras penduradas no pescoço, vi uma mesa longa repleta de pratinhos com diversos tipos de gostosuras. E a criançada na maior excitação, mastigando e engolindo rapidamente o que quer que fosse e correndo em direção às escadas na expectativa do que as esperava no tal laboratório. O alvoroço era grande e não consegui ver exatamente o que eles estavam comendo, mas percebi pelo cheiro adocicado que infestava o ar do corredor que a gostosura mais popular era brownies de chocolate.
*uma receita ótima de brownie é esta do meu amigo Lau, que colaborou brevemente aqui no Chucrute anos atrás com algumas receitas infalíveis!

eram os verdes astronautas?

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Há algumas semanas que estou me sentindo abduzida pelas folhas verdes. Toda segunda-feira minha cozinha é tomada por maços gigantescos de boc choy, carinata kale, red Russian kale, swiss chard, collard greens, escarola, além das corriqueiras alface, espinafre e rúcula. Elas são saborosas e extremamente nutritivas, mas quanta folha verde um ser humano consegue consumir durante uma semana sem começar a ficar com uma cara musguenta? E é um tal de lava folha, lava folha, escorre folha, escorre folha, centrifuga folha, centrifuga folha, e guarda folha, guarda folha. Depois é pensar como prepará-las. Sopas, tortas, omeletes, ou simplesmente em saladas ou refogadas. As alfaces e rúculas, geralmente acabam na saladeira. As outras se transformam em diversos tipos de refogados.
Eram três pacotes gigantes de folhas de espinafre que viraram um molho de macarrão bem interessante—numa frigideira larga refogue as milhares de folhas num fio de azeite até elas reduzirem e murcharem. Numa panela derreta uma colher de sopa de manteiga e refogue nela uma colher de sopa de farinha de trigo, mexendo bem e rápido em fogo médio. Junte uma xícara de leite integral e pedacinhos de queijo azul ou gorgonzola. Deixe o queijo derreter, mexendo sempre com um batedor de arame até o creme engrossar. Salgue a gosto. Misture esse creme ao espinafre cozido, é daí é só acrescentar qualquer massa cozida ao dente em bastante água salgada. Uma massa integral é uma boa pedida.
O menu desta semana já incluiu escarola refogada com cebola e couve [collard greens] cortada fininha e refogada com fatias de alho. Ainda tenho na geladeira três maços de verduras, dois pacotes com alface [um já indo pras cucuias, infelizmente], outro pacote com espinafre, outro com rúcula e ainda tem brócolis, que apesar de não ser folha, é verde. Para completar o quatro, estarei sozinha por dez dias. E na próxima segunda-feira chegarão mais verdes—verdes pra que te quero—verdes até dizer chega!

No Tucos com Lud & Luis

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Desta vez eu não fui a lugar nenhum, fiquei aqui mesmo e foi eles que vieram até Davis pra me encontrar. A Ludmila e o Luis chegaram ainda pela manhã e sentamos na sala para conversar e bebericar limonada, até que o Uriel apareceu e fomos todos à pé até o Tucos, onde tínhamos combinado de almoçar juntos. O Tucos é o meu lugar favorito aqui em Davis para comida da melhor qualidade, então foi a escolha perfeita para recepcionar dois foodies on the road pela Califórnia! Nosso almoço foi longo, saboroso, com muitos pratos que devoramos com prazer, regado a uma garrafa de um delicioso syrah de Paso Robles. Eu tinha planejado levá-los para um tour pelo campus da UC Davis e depois dar uma passadinha no escritório do Schwarzenegger, o Capitol de Sacramento, e fazer uma caminhada pela sugestiva Old Sacramento, mas sentamos para tomar um chá e o conversê foi avançando animado, que quando vimos já era noite e hora deles pegarem a estrada de volta a Santa Rosa, onde estavam hospedados. Três jornalistas, duas blogueiras, deu pano pra manga pra muito papo divertido. O Uriel só nos acompanhou no almoço, atrapalhado que está na véspera de mais uma viagem. O Misty fez os salamaleques receptivos e o Roux se fingiu de difícil um pouquinho, mas acabou socializando com os donos do Gaston. Gostamos muito de conhecer pessoalmente a Ludmila e o Luis, um casal tão simpático e com tantas coisas em comum, que dá até pena pensar que eles moram tão longe—ou melhor, longe estamos nós, que viemos amarrar o nosso burro neste outro lado do mundo!

salada de feijão e atum

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Neste preciso momento da minha vida, meu mantra tem sido um suspiro seguido da frase—que cansaço! Portanto minhas peripécias na cozinha não têm sido muito ousadas. Um jantar foi somente essa salada de feijão Spana [conhecido também por Butter beans] que tinha sido cozido na noite anterior na panela de terracota [onde eu sempre cozinho meus feijões] e temperados um pouco antes de servir com flor de sal, vinagre de vinho branco, bastante [bastante mesmo!] azeite, um punhado generoso de ciboulettes picadinhas, outro punhado generoso de salsinha picadinha, algumas azeitonas pretas descaroçadas e uma lata do melhor atum preservado em azeite que seu dinheiro puder comprar. Misturar bem e servir com fatias de pão francês.