Bolo de amêndoas norueguês

Talvez eu faça esse bolo pro Natal, junto com a Torta Brownie de Avelã, receita da Gisa. Essa receitinha já foi testada e aprovada. Fez o maior sucesso no jantar na casa de uma amiga. A receita eu peguei na internet, mas depois achei uma bem semelhante num número da Everyday Food da Marthinha Malandra Stewart, então fiquei mais tranquila com a certeza que daria certo. É um bolo sem farinha e tem as amêndoas, que são ótimas pro coração. Mas o molhinho que vai em cima é uma perfeita bomba de colesterol. Então é bom fazer este bolo apenas em ocasiões especiais.

A receita:
Para a massa:
6 claras de ovos
1 xícara de amêndoas moídas
1 xícara de açucar de confeiteiro
1 colher de chá de fermento em pó
Para a cobertura cremosa:
1/2 xícara de creme de leite [creme para chantily – whipping cream]
5 gemas de ovos
1/2 xícara de açúcar
1/2 xícara de manteiga

Bata as claras até elas ficarem bem firmes. Acrescente as amêndoas às claras em neve. Adicione o açúcar e o fermento. Ponha numa forma redonda untada e asse por 30 min em forno pre-aquecido no médio [350F]. Deixe esfriar e desenforme.

Numa panela, coloque o creme, as gemas e o açucar e vai batendo com um batedor de claras em fogo baixo até engrossar. Tire do fogo e acrescente a manteiga, batendo até que o creme fique liso. Deixe esfriar e derrame sobre o bolo.

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the food market

Eu adoro comprar em dois mercadinhos internacionais aqui em Davis. Um deles é o Kim’s Market e o outro é o International Food Market.

No Kim’s você encontra todo tipo de ingrediente e produtos asiáticos – do japão, coréia, china, tailândia…. Lá eu compro arroz e alga para sushi, todo tipo de soba japonês pra fazer frio, salgadinhos de arroz, banchá, tofu frito, missô. Eu adoro uns cubinhos feitos de pipoca de arroz e snacks de algas. Eles também têm os maravilhosos pickles de gengibre, raiz de bardana e os lactobacilos vivos do yakult! É um lugar pequeno, com três corredores, uns cinco freezers e uma senhora atendendo no balcão, rodeada de tranqueiras e muitos doces interessantes, que eu sempre fico na tentação de comprar.

O International Food Market consegue ser mais caótico e mais diversificado. Ele é um mercadinho indiano, mas vende de tudo, em dois corredores compridos incrivelmente bagunçados! Lá eu compro azeite espanhol, bolachas holandesas, belgas, francesas e turcas, temperos indianos, chás ingleses, pita bread fresquinho, quentinho e cheiroso, trigo de quibe, pistachio, feta cheese, iogurte grego, halaw, ervilhas de todas as cores e tamanhos. E me divirto olhando produtos que nem sei como usar. Eles têm até uma parte de produtos mexicanos, onde eu achei farinha Láctea Nestlê! O dono indiano ou as filhas dele, atendem no balcão também bagunçado, perto da porta, rodeados de revistas, cds e outros badulaques escritos numa língua indecifrável.

Uma visita a esses mercados é sempre uma aventura de descobertas. Eu gosto de olhar tudo, ler os pacotes, sentir os cheiros e comprar coisas diferentes. Me dá uma sensação boa de que o mundo é uma aldeia, onde podemos pelo menos comer igual e assim diminuir nossas diferenças de língua e cultura.

Comfort food

Peguei na Wikipedia uma explicação para um termo muito usado em inglês: comfort food.

“The term comfort food refers to any food or drink to which one habitually turns for temporary respite, security, or special reward. The reasons that something becomes a comfort food are diverse but include the food’s familiarity, simplicity, and/or pleasant associations. Small children often seem to latch on to a specific food or drink (in a way similar to a security blanket) and will repeatedly request it in high stress situations. But adults are certainly not exempt. A substantial majority of comfort foods are composed largely of simple or complex carbohydrate, such as sugar, rice, refined wheat, and so on. It has been postulated that such foods induce an opiate-like effect in the brain, which may account for their soothing nature”.

Pra mim, comfort food é uma comida que me faz lembrar da minha infância, de bons momentos, que tem um cheiro aconchegante, que faz você se sentir em casa, como o cheiro das roupas de cama e banho ou do cobertor. Fazendo uma pequena lista, essas são as minhas comfort foods:
Mingau de aveia
Feijão com arroz
Sopa de feijão com macarrãozinho
Canjica
Arroz doce
Pudim de pão
Bala de mel
Café com leite
Pão com manteiga
Pão francês com queijo e presunto
Leite com açúcar queimado
Vaca Preta [sorvete com Coca-Cola]

Basmati

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Meu arroz favorito: Basmati indiano. Fica sempre soltinho e tem um aroma muito especial. Minha receita é de arroz de preguiçoso: colocar na panela 1 xícara de arroz lavado e escorrido, 1 1/2 xícara de água, sal à gosto, alho em pó à gosto e uma colher de sobremesa de óleo de canola. Pôr no fogo alto, quando ferver abaixar o fogo e cozinhar até a água secar. Desligar o fogo, tampar a panela e deixar o arroz descansar por uns minutos antes de servir. Essa é uma das comfort foods do meu filho, que adora o meu arroz!

O Arroz do Carreteiro

“Não tem mistério o feitio
dessa iguaria bagual:
É xarque – arroz – graxa – sal
É água pura em quantidade
Na panela cascorenta
Alho – cebola ou pimenta,
Isso é conforme a vontade.”
“Hoje te matam à míngua
Em palácio e restaurante,
Mas não há quem te suplante,
Nem que o mundo se derreta,
Se és feito em panela preta,
Servido em prato de lata
Bombeando a lua de prata
Sob a quincha da carreta!”
[* cantiga popular gaúcha, que ensina a receita do prato tradicional dos pampas – in Cozinha Brazileira (com recheio de história) – Ivan Alves Filho & Roberto Di Giovanni]

potluck

Eu gosto dessa palavra—potluck—cada um leva um prato e todos dividem. Às vezes a divisão não traz muita sorte pra uns ou outros, pois nunca se sabe que tipo de comida vai aparecer na mesa. Ainda mais quando o potluck envolve uma turma internacional. Eu já fui num potluck onde não consegui comer quase nada, pois tudo era estranho demais pra mim. Era uma confraternização entre os estudantes chineses do meu professor de inglês canadense. Eu sempre metida em tudo, me danei. Não lembro o que levei, mas tenho certeza que não fez o menor sucesso. Nosso gosto ocidental nem sempre agrada aos orientais. Mas eu lembro vivamente de um peixe com molho de feijão preto que me assustou pacas. E os ovos de pato esverdeados. Eu não como ovo nem normal, quem dera um que ficou “estragando” envolto em ervas e folhas. Bom, eu também já tive minha comida rejeitada em potlucks, como nos banquetes internacionais da U of S, no Canadá, quando eu preparava a minha maravilhosa feijoada brasileira e muita gente torcia o nariz e dizia no thanks! enquanto eu oferecia sorridente os brazilian black beans. Uma vez eu levei refresco de guaraná num potluck, desses de pacotinho da TANG, que misturei com água gasosa e acrescentei gelo e rodelas de limão. Quando eu falei que era guaraná, alguém me perguntou se a bebida era apropriada pra crianças. Nem todo mundo tem a obrigação de saber desses detalhes culturais, né? Mas essas situações são ótimas pra gente contar no blog e dar bastante risada. Pode ser que a minha cara de nojo e susto olhando pro peixe no molho de feijão tenha virado uma história divertidíssima, contada em cantonês ou em mandarin, entre gargalhadas de desprezo pelas babaconas ocidentais cheias de nojinho.

Cookie básico

Para a , que me pediu receitas de cookies. Eu não sou exatamente uma “cookie person” e posso passar meses sem colocar um na boca. Para um cookie me fazer esticar a mão e apanhá-lo , ele precisa ser muito especial e eu não me impressiono fácil.
E o que mais se vê pelo hemisfério norte nessa época do ano são cookies. Eu vou à uma reunião de trabalho e tem uma bandeja de cookies em cima da mesa. Eu nem olho, mas sinto o cheiro. Recuso comê-los, pois não quero ficar com os dentes cheios de farofa enquanto falo de coisas importantes. No Canadá eu conheci uma suiça que tinha como tradição todo Natal fazer uns cookies realmente deliciosos – esses eu comia – colocar em caixinhas enfeitadas e dar de presente para os amigos. Todo ano eu recebia a minha com um sorrisão na cara. Mas nunca pedi as receitas. Cookie não é a minha praia – ou melhor, it’s not my cup of tea!
Mas fui olhar umas receitas de cookies da Martha Stewart, pois tudo que ela ensina é exaustivamente testado e quando a receita é publicada nas revistas dela, é certeza que vai dar certo. Na Everyday Food de dezembro tem uma receita de massa básica para cookies, que depois você pode cortar com moldes, enrolar e cortar, decorar e até congelar. Boa para fazer enfeites comestíveis para a árvore – isto é, se você faz árvore e gosta de assar cookies.
A receita:
Massa básica para biscoitos amanteigados
* Faz 30 cookies
3 xícaras de farinha de trigo
1 xícara de açúcar de confeiteiro
1 xícara [ou 2 tabletes] de manteiga sem sal e gelada cortada em pedacinhos pequenos
1/2 colher de chá de sal
1 colher de chá de extrato de baunilha
4 gemas grandes
mistura de ovo para pincelar – opcional – 1 clara de um ovo grande batida com 2 colheres de chá de água
Coloque a farinha, o açúcar, a manteiga e o sal no food processor e misture até ficar com uma textura grossa. Numa vasilha separada misture as gemas levemente batidas com a baunilha. Com o motor do food processor ligado, adicione essa mistura de gema à massa. Misture bem até formar uma massa uniforme. Prepare os cookies com a massa, que é melhor trabalhada se descansar enrolada em filme plástico na geladeira por pelo menos uma hora.