salada de beterraba, erva-doce, laranja & vinagrete de pistacho

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Fiz essa salada bem festiva duas vezes nesses últimos dias. Apesar de ser uma receita bem simples, fica um prato bem sofisticado. Quanto à cor intrigante dessas beterrabas, deixo avisado que a foto não tem filtro de instagram, nem foi descolorida no photoshop e ninguém precisa entrar em pânico achando que está com problema na vista. Essas beterrabas têm mesmo essa cor amarelada, o que é um alivio na hora de descascar e cortar porque não faz aquela sujeirada vermelha. O sabor é também um pouco mais delicado que a beterraba comum. Essas betês douradas estão abundantes no mercado nesta época de festividades natalinas. Tirei a receita da edição de inverno da revista Edible do condado de Marin e Wine country.

10 beterrabas pequenas
1 laranja, casca ralada e suco espremido
1 tangerina pequena
1 bulbo de erva-doce
1/4 xícara de vinagre de cidra
1/8 xícara de açúcar mascavo
Sal e pimenta moída na hora a gosto
1/2 xícara de azeite de oliva
1 xícara de pistacho torrado, moído grosso no processador de alimentos

Pré-aqueça o forno a 400°F/ 205ºC. Lave as beterrabas coloque num pacote de papel alumínio grosso. Coloque por cima as casquinhas raladas e o suco da laranja. Feche bem e leve ao forno até as beterrabas ficarem bem macias, de 30 a 45 minutos. Deixe esfriar, removas as cascas e fatie. Reserve.

Corte o bulbo da erva-doce em fatias bem finas usando um mandoline ou uma faca bem afiada. Descasque a tangerina e separe os gomos. Reserve.

Para fazer o vinagrete misture o vinagre, o açúcar mascavo e uma pitada de sal e pimenta em uma tigela pequena. Lentamente vá colocando o azeite e batendo com um batedor de arame, junte o pistacho moído e bata bem para emulsificar.

Na hora de servir coloque as fatias finas da erva-doce sobre um prato ou travessa, por cima ajeite as fatias de beterraba e sapique com os gomos de tangerina. Jogue o vinagrete de pistacho por cima e sirva imediatamente.

a árvore na montanha

the xmas tree the xmas tree
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Iniciamos no ano passado a nova tradição de ir buscar nossa árvore de Natal direto na fonte—nas fazendas de pinheiros próximas das montanhas da Sierra Nevada. É muito legal ir até lá e escolher a árvore, cortar você mesmo e depois trazê-la amarrada no topo do carro. É uma boa maneira de começar a entrar no espírito natalino, que pra mim só acontece mesmo às vésperas do evento. Gosto de montar a árvore apenas uns dias antes e deixá-la iluminada na janela da casa para os passantes também poderem apreciar.

[estamos todos bem]

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Roux & Misty — circa 2008

Sempre foi difícil pegar uma pose assim dos dois gatos juntos, porque o Misty nunca conseguiu suportar o Roux, apesar do grande esforço que o pobre gatonildinho fazia para conquistar a amizade do gatonildão. Foi assim por quase dez anos de convivência.

Meu gato Misty era o meu companheiro de cozinha. Meus gatos nunca gostaram de ser carregados, nem de ficar em colo, mas o Misty gostava da proximidade. Assistia tevê com o Uriel e ficava comigo na cozinha. Era um gato educado nas melhores escolas inglesas, tinha maneiras aristocratas, estava sempre aprumado, sempre zen, sempre asseadíssimo e gostava de comer. Gostava não, ADORAVA! Comida era tudo pra ele. A vida dele girava em torno da comida. Talvez por isso ele curtisse tanto ficar na cozinha.

Com o passar dos anos ele foi ficando mais isolado e menos ativo. Passava mais horas dormindo e não participava mais dos rituais de esperar o rango da manhã na porta do meu quarto ou de esperar o snack da tarde no cantinho da cozinha. Ficou surdo, rabugento e foi gradualmente perdendo peso—estava ficando velhinho. Em junho deste ano ele desabou. Ficamos cuidando dele com todo o carinho, dando as medicações, comida extra pra ele ganhar peso, escovando e limpando o pelo que ele não conseguia mais cuidar, armando esquemas pra separar ele do Roux, que nunca deu trégua na perseguição. Não foram meses fáceis vendo o meu gato ficar cada vez mais frágil e limitado. Mas por outro lado aprendi uma lição de vida com um animal que não desistia, não jogava a toalha. Magrinho e sem muita força muscular ele caminhava zigzagueando atrás de mim na hora de ganhar comida e continuava me fazendo companhia na cozinha, sempre no tapete, às vezes dormindo em pé no meio do caminho.

A situação não estava perfeita, mas para um gato de dezoito anos o quadro estava razoavelmente estável. Foi muito de repente, em três dias ele já não estava mais andando, nem comendo ou reagindo. Eu sabia que quando o Misty perdesse o interesse pela comida e parasse de comer seria o fim. E assim foi. Ele partiu na manhã de segunda-feira, depois de ser muito abraçado e beijado, cercado pelos humanos que tanto o amaram e que tiveram o privilégio e a sorte de poder conviver com ele por quase treze anos. Me despedi agradecendo, pois ele foi o animalzinho mais companheiro que eu já tive. O gato Roux ainda está confuso, sem saber realmente o que aconteceu. Vamos sentir muito a falta do nosso Misty, mas apesar da grande tristeza estamos todos bem.

fui & voltei

Na ida o tormento é não dormir e ficar rolando na cama até 2am. Na volta o tormento é o cansaço que me deixa pesada e me leva pra cama às 7pm. O jet lag é sempre brutal nessa época, por causa das 6 horas de diferença entre a Califórnia e São Paulo. Mas logo estarei recuperada da minha rápida passagem pelo Brasil, quando fui para o aniversário de 80 anos da minha mãe. Infelizmente desta vez não consegui me organizar para fazer quase nada, não arranjei quase encontros, nem vi muitas pessoas. Mas fiz algumas coisas legais e vi algumas pessoas muito importantes que eu não via há décadas. Não comi churrasco, nem quibe, nem esfirra, nem mandioca, nem bebi caipirinha. Mas comi pastel, farofa, carne seca, torta de bacalhau, pão de queijo, arroz & feijão, me enchi de banana prata e maracujá doce, chupei laranja lima e bebi tubaína. Minha mãe dividiu comigo todas as manhãs um magnifico suco verde que ela faz com legumes, frutas, raízes, castanhas e brotos—um pingo de azeite para ajudar na absorção dos nutrientes. Foi isso que me manteve saudável nos primeiros dias, quando o jet lag me fez perder até o apetite. Sem falar no calorão, que conseguiu me nocautear num dos piores dias. Foi uma visita rápida, mas em breve estarei de volta. Só não garanto que será durante os meses de verão.

Frim Fram Sauce

[Nat King Cole]
♪ ♫ I don’t want French fried potatoes,
red ripe tomatoes,
I’m never satisfied.
I want the frim-fram sauce with the ausen fay
with chafafah on the side.
I don’t want pork chops and bacon,
that won’t awaken
my appetite inside.
I want the frim-fram sauce with the ausen fay
with chafafah on the side.
Now a fella’s really got to eat
and a fella should eat right.
five will get you ten
I’m gonna feed myself right tonight. ♪ ♫
I don’t want fish cakes and rye bread,
you heard what I said.
waiter, please serve mine fried
I want the frim-fram sauce with the ausen fay
with chafafah on the side.
I don’t want fish cakes and rye bread,
you heard what I said.
waiter, please serve mine fried
I want the frim-fram sauce with the ausen fay
with chafafah on the side. ♪ ♫
Now if you don’t have it, just bring me a check for the water.

outro pão de mel

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No dia seguinte à comilança de thanksgiving me deu uma vontade de comer pão de mel. Como essas são chances de testar novas receitas, saí em busca de outra ideia, mas que fosse bem fácil de fazer. Rodei por muitos sites de receitas brasileiros e encontrei inúmeras versões de receitas de pão de mel, muitas levando leite condensado [e nenhum mel] e até uma que levava maionese [argh!]. Finalmente achei essa bem simples e com todos os ingredientes que eu queria no site Tudo Gostoso. Só diminuí o açúcar porque achei que duas xícaras mais o mel iria ser demais para o nosso paladar.

2 xícaras de leite integral
3/4 de xícara de mel puro
2 xícaras de açúcar mascavo [*diminuí para 1 xícara]
2 colheres sopa de margarina
2 ovos caipiras
2 colheres chá de canela em pó
1 colher chá de cravo moído
1 colher chá de gengibre em pó
3 xícaras de farinha de trigo
2 colheres chá de bicarbonato de sódio

Bata todos os ingredientes no liquidificador, menos o bicarbonato. Untecom manteiga e polvilhe com farinha de trigo 30 forminhas [* usei uma assadeira grande retangular]. Junte o bicarbonato na massa e ligue o liquidificador só para misturar. Despejar a massa nas forminhas ou assadeira e levar ao forno pré-aquecido em 356ºF/ 180ºC por 25 minutos. Se quiser recheie com doce de leite e banhe cada um com chocolate derretido. Eu não quis.