Christmas
Christmas
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Os fofíssimos inquilinos da nossa guest house vieram nos desejar Feliz Natal. Trouxeram um pratinho com biscoitinhos feitos em casa. Eram uma imitação caseira os famosos oreos, os cookies de chocolate recheados com um creme de baunilha. Eu não sou fã de cookies, e esses oreos são extremamente doces pro meu gosto. Esses, feitos em casa, estavam bem gostosos. Bem menos doces que os originais.
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Já tornei pública muitas vezes a minha fascinação e adoração pelos filmes dos anos 30. É notório o esforço de Hollywood nessa época para aliviar o povo das preocupações da Grande Depressão com filmes cheios de bobaginhas fantasiosas e deliciosas. Os musicais eram um ótimo veículo para fazer o espectador viajar e desencanar um pouco dos problemas econômicos do país e do mundo. Eu adoro tudo dessa época, incluindo os musicais com Fred Astaire e Ginger Rogers. Tenho todos os filmes que eles fizeram juntos e revejo, revejo, nunca me canso de rever. Me concentro basicamente nos números musicais maravilhosos e nas piruetas de Astaire, que pra mim é simplesmente a epítome da leveza e elegância.
Em Carefree a trama é completamente risível. Ralph Bellamy é rico, bem apanhado e apesar de meio bobão é gente fina e está apaixonado pela noiva, Ginger Rogers, que é uma moça independente e não tem certeza se quer se amarrar nos laços apertados do matrimônio. Bellamy procura a ajuda do psiquiatra Fred Astaire, para este descobrir o que há de errado com a noiva e fazê-la decidir a casar-se o mais rápido possível. Não falei que a trama era absolutamente risível?
Astaire usa então algumas técnicas de psicanálise com a paciente rebelde. Ele decide analisar os sonhos de Rogers, mas como ela afirma que não sonha, ele faz arranjos para que ela tenha uma noite repleta de imagens oníricas. Eles vão jantar no restaurante do Country Club e para espanto do garçon com sotaque francês, pedem uma refeição completamente indigesta, perfeita para causar pesadelos:
Frutos do mar com creme de leite batido
Lagosta com maionese
Carne de coelho com molho de queijo
Pepinos com buttercream
No final do jantar todo mundo está passando mal, mas Ginger Rogers dorme e sonha. Só que é um sonho que ela não vai poder contar para o terapeuta, pois ela sonha com ele. Os dois dançando maravilhosamente juntos, é claro! Nem preciso contar o resto da história. Vão ter muitos dancetês e tudo vai acabar bem. Finais felizes eram imprescindíveis nos musicais dos anos trinta.
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Fiz essa salada para poder usar um salsão magrelo que comprei no Farmers Market do sábado passado por nenhuma razão aparente. Muitas vezes eu compro legumes ou verduras por um impulso inexplicável. Foi assim então que o salsão de pernas longas e finas acabou na gaveta da minha geladeira. Juntou-se às maçãs, que abundam em variedades nesta época do ano é é quase impossível passar por elas—fresquinhas e cheirosas—sem levar algumas. As cenouras também estão aparecendo, lindas e doces. Juntei um punhado de black currant berries que eu tenho guardada na despensa já faz um tempo, e estava pronta a salada.
Preparei um vinagrete direto na saladeira com raspas e suco de um limão cravo bem pequeno, algumas gotas de vinagre jerez, flor de sal, uma colher de chá de honey mustard e bastante azeite de amêndoa. Misturei bem pra emulsificar e juntei uma maçã descascada e cortada em cubinhos. Depois juntei uma cenoura ralada e vários talos magrelos do salsão cortados em fatias finérrimas no mandoline. Juntei as black berries secas e misturei bem. Deixei marinando por uma meia hora e servi. Eu tinha a intenção de juntar um punhado de salsinha picada à essa salada, mas esqueci. Foi assim mesmo sem salsinha, e ficou deliciosa.
*substitua as black currant berries por passas ou outra fruta seca.
**substitua o azeite de amêndoa por azeite de oliva ou qualquer outro azeite aromático.
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Somos uma civilização de bufões irresolutos e equivocados. Primeiro proclamou-se pelos quatro cantos do mundo que o açúcar feito da cana ou da beterraba era um VE-NE-NO. Veneno, ouviram? Foi um desembestar de criaturas desesperadas buscando uma solucão mais saudável, vinda de adoçantes naturais ou artificiais. O lado negro da força foi rápido no gatilho e desenvolveu e implementou um adoçante barato e poderoso feito de milho, batizado de high fructose corn syrup, que depois de estar sendo usado num número infinito de produtos foi proclamado também um VE-NE-NO, causador até de obesidade em crianças. Correria pra lá, gritaria pra cá, histeria geral que causou uma verdadeira explosão no consumo dos adoçantes artificiais, elevando os produtos diets à categoria de salva-vidas—um must mesmo custando o triplo. No final, num espasmo de espanto coletivo, descobre-se que os pózinhos doces seriam causadores do mal de Alzheimer e de câncer. Choque! Comoção! Rodamos feito baratas tontas e voltamos ao ponto em que estávamos quando começou toda essa história. E a maior ironia de tudo isso é ver que a opção saudável do momento são os refrigerantes naturebas adoçados com AÇÚCAR!
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