
sopa de bacalhau

Quando eu fiz o bacalhau com tomates da Alice Waters, salguei três filés enormes de peixe e só usei um. Os outros dois eu congelei para usar em outras receitas. E essa de zuppa di baccalá publicada no livro Jamie’s Italy do Jamie Oliver, foi perfeita. Use bacalhau salgado ou salgue o fresco, como eu fiz. Ele também sugere que se use outros tipos de peixe fresco, salgando previamente e refrigerando. Ele aconselha lavar o peixe fresco salgado antes de usar, mas eu não fiz. Apenas não coloquei sal. Adaptei os legumes para usar o que eu tinha na geladeira, que era cenoura, alho-poró, kholrabi e batata.
Para seis pessoas
350 gr de bacalhau salgado ou 700 gr de bacalhau ou outro peixe fresco, salpicado com sal e deixado descansando na geladeira por uma noite
1 cebola picada
2 cenouras picadas
2 talos de salsão picados
2 dentes de alho picados
Salsinha
Azeite
1 pimenta seca pequena esmagada ou em flocos
1 lata grande de tomate de ótima qualidade
2 xícaras de caldo de legumes
Sal
Suco espremido de 1 limão
Faça um refogado com os legumes [eu usei cenoura, alho-poró, kholrabi e batata], adicione a pimenta e deixe cozinhar no fogo baixo com a panela tampada até os legumes ficarem macios. Adicione os tomates, deixe cozinhar por uns minutos e então jogue o caldo de legumes. Coloque os filés de peixe cortados em pedaços no molho da sopa e deixe cozinhar por uns quinze minutos. Adicione a salsinha, teste o sal e coloque mais se precisar. Esprema o limão na sopa, acrescente mais azeite se quiser e sirva em seguida.
pastured chicken eggs

Adorei encontrar à venda no Co-op e no Corti Brothers os ovos da fazenda Alexandre Kids, de Crescent City, que usa o mesmo método da fazenda Poliface descrita no livro O Dilema do Onívoro do Michael Pollan. Essas fazendas usam o eggmobile ou os galinheiros móveis, que são levados à diversos pontos no pasto das vacas. As galinhas convivem no mesmo espaço que os bovinos, comendo insetos e ajudando a sanitizar o pasto. Como elas mudam de área constantemente, o solo também fica preservado. Os ovos da Alexandre Kids são cem por cento naturais, pois a fazenda não usa pesticidas, fertilizantes, hormônios ou organismos geneticamente modificados. Os ovos têm uma gema cor de laranja bem escura. A dúzia custa um pouco mais de cinco patacas, o que é completamente razoável e perfeitamente acessível, pois ninguém precisa comer ovos todo santo dia.
oh-happy-day!
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vinte e sete
Eu lembro de cada detalhe daquele dia vinte e sete de abril de mil novecentos e oitenta e dois. Lembro do dia anterior também, a partir do momento que tive a primeira contração. Eu estava vendo tevê, um programa triste sobre uma criança que iria morrer. Fui correndo arrumar a minha malinha. Tomei banho, lavei o cabelo, passei perfume, vesti aquele vestido que combinava com as sapatilhas de bailarina beige. As famílias em total alvoroço. Fomos para o hospital: eu, Uriel, minha mãe e minha sogra.
Lembro de todos os micro-detalhes: de como o médico disse ‘nooossaaa, que barriga mais linda!’, de como eu fiquei surpresa com toda aquela dor, da visita do meu cunhado com os amigos, da minha ida pra sala pré-parto e de como a dor me fez esquecer o que eu estava fazendo ali e do alívio que eu senti quando lembrei que estava sofrendo temporáriamente para ter o meu bebê, que eu já não via a hora de ver como ele era!
E quando ele nasceu eu achei que ele era a minha cara e fiquei preocupada porque nem tínhamos escolhido um nome. Eu queria descansar e as famílias não saiam do quarto, todo mundo olhando pra minha cara como se eu fosse a mãe do menino Jesus.
Tantos anos e eu não esqueci nenhum pequeno detalhe. Tá tudo aqui guardado, como se fosse um filme. E todo dia vinte sete de abril eu acordo e relembro. No aniversário do meu filho Gabriel!
e agora, as azeitonas
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O campus da Universidade da Califórnia aqui em Davis é sapecado de oliveiras, assim como a cidade. Ao lado da minha casa tem uma fileira enorme das lindas árvores, que nos fornecem uma sombra agradável nos dias quentes. O problema das oliveiras na cidade e no campus são as azeitonas, que caem no chão e deixam o pavimento oleoso e escorregadio, especialmente para as bicicletas. Anos atrás alguém teve a idéia fabulosa de colher as azeitonas do campus e transformá-las em azeite. O negócio prosperou e o azeite da produzido pela UC Davis virou coqueluche nas cozinhas da cidade e região. Agora alguém teve outra idéia—por que não produzir também azeitonas de mesa? Voilá! Na semana passada fui comprar os primeiros vidros lançados pela universidade. As azeitonas são oferecidas em três sabores—siciliano, alho e limão. Comprei a de limão e me surpreendi bastante com o sabor das azeitonas. Elas não são muito carnudas, nem super tenras, mas são bem saborosas. Para a primeira leva está excelente.
eles chegaram!

Os primeiros morangos da temporada.
Docinhos, fresquinhos, locais & orgânicos.
salada [morna] de abóbora
espaguete

Gastei minha última spaghetti squash fazendo essa salada interessante que saiu na revista Food & Wine do mês de março. Ela é para ser servida morna, o que não impede que você a sirva fria. Eu comi as sobras frias no dia seguinte e não deixou nada a desejar.
Serve 8 pessoas
1 spaghetti squash cozida ou assada [corte ao meio, remova as sementes e cozinhe na água, no vapor ou asse as metades com a casca para cima no forno por 40 minutos]
1 xícara de amêndoas em lascas
1/2 xícara de azeitonas verdes sem caroço e picadas
1/2 xícara de scallion-enchalotas picadas
1/2 colher de chá de raspas de limão
3 colheres de sopa de suco de limão
1/4 xícara mais 2 colheres de sopa de óleo de canola [ * usei azeite]
1/4 xícara de queijo feta
Sal kosher e pimenta branca moída
Raspe a polpa da spaghetti squash cozida com um garfo numa vasilha. Toste as amêndoas na frigideira ou forno. Num mini-processador coloque as azeitonas, a enchalota, raspas e suco de limão, sal, pimenta e óleo [ou azeite] e pulse ate obter um creme. Coloque os fiozinhos da squash numa travessa, tempere com o molho, salpique com o queijo feta, as amêndoas e sirva morno.
[da cor da] laranja

O Uriel já começou as viagens para as fazendas onde ele testa suas máquinas. E sempre que vai, ele volta com alguns presentes comestíveis. De uma delas, na cidade de Orland, ele trouxe um saco de laranjas colhidas no pé, que estavam incrivelmente frescas e doces. Devoramos todas.
pudim de limão

Estou gastando os limões colhidos como posso. O Gabriel ajudou, levando um tanto. Queria muito fazer um doce, mas queria algo diferente—e fácil! Essa receita de meyer lemon budino publicada pela revista Bon Appétit de setembro de 2006 se encaixou nos meus critérios. Substituí o meyer pelo siciliano. Ficou um pudim bem limãozudo, com uma camada fofa e esponjosa por cima e um creme sedoso por baixo.
faz 6 porçoes
1/2 xícara mais 2 colheres de sopa de açúcar
3 ovos grandes, gemas e claras separadas
1/4 xícara de farinha de trigo
1/4 xícara mais 2 colheres de sopa de suco de limão
2 colheres de sopa da casca do limão ralada
3/4 xícara mais 2 colheres de sopa de leite integra
1/4 colher de chá de sal
Pré-aqueça o forno em 350ºF/ 176ºC. Unte seis potinhos com manteiga. Misture 1/2 xícara de açúcar, as gemas, a farinha, o suco e raspas do limão numa vasilha grande e bata bem. Junte o leite e bata novamente. Na batedeira, coloque as claras e o sal e bata bem, junte 2 colheres de sopa de açúcar e termine de bater até formar picos. Adicione delicadamente as claras batidas na mistura de limão em duas partes. Divida a mistura entre os 6 potinhos e coloque sobre uma forma com água até a metade dos potinhos. Leve ao forno por 30 minutos, ou até que os pudins fiquem levemente dourados. Remova da forma com água e deixe esfriar um pouco. Sirva morno ou frio.







