A cozinha da Astor House foi um caso à parte. Ficamos mais tempo lá dentro do que em qualquer outro cômodo da casa. Fiquei absolutamente encantada com a riqueza de detalhes, todos os armários devidamente estocados, utilitários, gadgets, lavadora de roupa, telefone, panelas, formas, até dois cortadores de dedo, ops, mandolines gigantes, que nos fizeram gargalhar—imagine eu usando um desses! O mais legal dessa cozinha, além de poder fotografar, é que pudemos mexer em tudo, abrir gavetas, folhear livros, xeretar em todos os cantinhos, até cheirar as especiarias numa lata grande de metal pintada a mão que acomodava várias latinhas com temperos. Fiquei rodopiando pela cozinha por um tempão, como uma galinha bêbada e depois que visitei o restante da casa, voltei para mais uma rodada de olhadas e bisbilhotadas. Não sei se eu gostaria de cozinhar numa cozinha dessas—bem moderna para a época, mas inviável para os nossos hábitos práticos de século 21. Cozinhar dava muito trabalho! Mas o empenho de preservação da história é algo fascinante. Imagino que a maioria das pessoas que visita esse tipo de museu se concentra mais em outras partes da casa, como as salas, os quartos, a biblioteca. Mas eu, se não vejo a cozinha e a despensa, fico realmente frustrada. Nesse passeio que fiz ao Colorado, pude visitar duas cozinhas de duas casas do século 19—a chiquerrima da ricaça Molly Brown em Denver e essa pensão simples, porém incrivelmente equipada, em Golden.
Categoria: viagens
The Astor House
[Golden, Colorado]
Foi o nosso último dia no Colorado e apesar do Uriel estar chumbado pela gripe chinesa e eu no limite de um ataque de nervos por causa de uma dor de cabeça monumental, provavelmente o prólogo da gripe que também iria me atacar, saimos de carro em direção às montanhas. Uma das partes do percurso, entre as cidades de Golden e Idaho Springs, foi uma verdadeira visão do paraíso. A estrada sinuosa entre penhascos de pedra salpicados de pinheiros com um rio acompanhando, ora no lado esquerdo, ora no direito, me deixou abismada. Paisagem linda de doer os olhos e de embasbacar. Pena que a dor de cabeça naquela altura me deixou catatônica e simplesmente não consegui fotografar nada. As imagens ficaram apenas na memória.
Voltamos para Golden com o intuito de almoçar e eu resolvi que iriamos ficar por ali mesmo, sem pegar mais estrada e sem se aventurar muito, pois ainda tínhamos que achar o caminho do aeroporto antes do final da tarde. Foi a melhor coisa que fiz. Tinha visto umas placas—Museu dos Pioneiros. Depois do almoço fomos investigar.
Golden é a cidade do legendário Buffalo Bill. Ele está enterrado lá e pode-se visitar o túmulo. Mas esse não é o meu tipo de passeio. Pelo nome da cidade já dá pra inferir que ali teve muita mineração. E ainda tem. Há tours para as minas também. E lá também está instalada uma fábrica gigantesca da cerveja Coors. Agora imaginem uma pequena cidade no interior do oeste, com um punhado de museus, tudo muito bem organizado e catalogado, a história completamente preservada e registrada, com a ajuda da população local com muito orgulho do seu passado. Fiquei muito impressionada com o trabalho de preservação, com a qualidade dos museus, embora todos fossem bem pequenos.
Escolhemos visitar primeiro a Astor House, uma pequena pensão no centro da cidade que serviu aos mineradores, estudantes e famílias. Quando pisei na casa, despiroquei! Está tudo preservado como era no século 19, com móveis, objetos, dá até pra sentir o clima da época, como a vida era naqueles tempos. Visitamos a casa inteira, dois andares—em baixo sala de estar e jantar e a cozinha [que terá um post à parte] e no andar de cima, os quartos e a varanda. Havia painéis com audios espalhados pelos cômodos pra se apertar os botões e ouvir as histórias sobre a casa, as pessoas que viveram lá, os hábitos da época e da cidade. Além de todos os mil micro detalhes, ainda podia tocar em tudo e fotografar dentro da casa e eu me esbaldei. Muitas fotos ficaram escuras, mas com essas já dá pra ter uma idéia. Curti tanto esse passeio, que até melhorou minha dor de cabeça!
food trucks [in Denver]
No dia que fui ao Museu de Arte de Denver, resolvi deixar minha câmera no hotel pra não ficar carregando peso inútil. Quando cheguei numa praça com cara de anfiteatro romano, que era caminho do museu, dei de cara com uma feira de comida. E a maioria dos vendedores usavam os food trucks, que eu acho o maior charme. Eles tinham todo tipo de comida, dos hamburgures e hot-dogs, até crepe franceses, comida chinesa, mexicana, tailandesa, barbecue tradicional do sul, sanduiches leves, bolinhos, eteceterá, eteceterá. Caminhei pela feira e não comi nada, porque ainda era cedo e meu objetivo era chegar logo ao museu. Mas não pude deixar de fotografar, com o iPhone mesmo, alguns dos caminhões. Trés charmant, oui?
Denver, Colorado
Tirei uns dias de férias e fui encontrar com o Uriel em Denver, no Colorado, onde ele foi atender a um congresso. Foi uma oportunidade de conhecer um outro estado deste enorme país. Meu marido tinha ido pra China e, no esquemão que pra ele é super normal, chegou do outro lado do mundo direto para outra maratona de trabalho. Segundo ele, as 15 horas de diferença de fuso horário não foram problema. O jet lag também nem fez cosquinhas. Mas ele trouxe um vírus chinês na bagagem, que nos pegou de jeito. Eu ainda estou me recuperando. Such is life.
Quanto a Denver, fiquei um pouco decepcionada, pois não vi muito o que fazer por lá. O hotel em que ficamos, num centro tecnológico, ficava bem longe de downtown. Peguei o trem e no primeiro dia sofri muitíssimo com os 37ºC que assolaram a cidade. Estou acostumada com verões tórridos, mas eu não fico andando pelas ruas quando está super quente. E lá eu andei. Primeiro explorei a rua que é um mall—quilometros de lojas e restaurantes, que pra mim não foi a grande pedida. A rua tem um serviço de ônibus grátis bem eficiente, pra você se locomover mais rapidamente por ela. Também gostei dos pianos coloridos instalados em toda a extensão da rua e onde as pessoas que passam podem parar e exercitar os dedos musicais. Vi muita gente tocando e achei bacanérrimo. No primeiro dia camelei absurdamente e fui visitar a casa da Molly Brown, a ricaça da cidade que foi sobrevivente do Titanic e que se tornou uma ativista política. Adorei a casa, totalmente preservada, onde podemos visitar todos os cômodos restaurados exatamente como era quando ela e a família moraram lá, inclusive a cozinha! Uma pena que não podia fotografar.
No dia seguinte o calor aplacou consideravelmente e pude passear mais tranquila. Fui ao Museu de Arte de Denver, que achei muito bom. Vi a exposição do Tutankamon. No dia seguinte, o Uriel se desvencilhou do congresso, alugamos um carro e fizemos um rolê pelas lindas montanhas do Colorado. Foi uma viagem curta, mas deu pra sair um pouco da rotina.
Cache Creek lavender fields
Visitamos outra região que não conhecíamos, aqui no norte da Califórnia, ainda no nosso condado deo Yolo. São tantos lugares legais, cidadezinhas, mercados, vinhedos, vinícolas. O Capay Valley é bem conhecido pela sua riqueza agrícola. No caminho vimos muitos campos de arroz, alguns de tomates alternados com trigo e os indefectíveis pomares de amêndoas e nozes. Nosso destino era a pequeníssima cidade de Rumsay, com 95 habitantes, onde ficava os campos de lavanda orgânica do Cache Creek. O lugar é bem pequeno, pelo menos a parte que nós visitamos. O Uriel insistiu na tese de que aquile sítio era uma ex-comuna hippie. O ambiente era todo zen. Os pequenos campos de lavanda, uma casinha simpática, uma green house, um pomar de frutas salpicado com mesinhas e bancos para picnic. No dia do festival vendia-se perfumes, produtos de beleza e culinário feitos com lavanda. E por quatro patacas você podia colher o seu próprio bouquet. Também vendia-se um pacote com pão, queijo e morangos para picnicar e havia a opção de comprar a caixa de vinhos produzidos no Capay Valley. Nos compramos o ranguinho, nos servimos da limonada e dos brownies com lavanda que eram gentileza da casa e nos sentamos numa mesa decorada com vaso de flores embaixo de uma macieira. Coloquei atenção especial nos detalhes zen que enfeitavam o pomar e nos ramos de lavanda secando na beira do riacho. Enquanto comíamos nosso lanchinho, escutamos a banda que tocava, uma mistura de new age com ritmos indianos. O rapaz que tocava a cítara parecia importado da India. E assim passamos umas horas muito agradáveis do sábado, visitando um perfumado campo de lavandas.
Calaveras Big Trees State Park
Passear por este parque foi uma experiência fenomenal. O lugar é lindo, populado por pinheiros, sequoias, cedars, as famosas árvores vermelhas do norte. Muitas são imensas, largas e altíssimas. Muitas são antiquissimas. Algumas cairam sozinhas—uma delas provocou tamanho estrondo que muitos pensaram ser um terremoto acontecendo. Caminhar por essas árvores é uma experiência sensorial. As cores, as texturas, os cheiros. Me senti um pouco estranha por lá, pois de repente comecei a ter um bocado de raiva do ser humano que se mete em tudo e me vi como uma intrusa ali. Aquele não era o meu lugar, nem o de muitos outros campistas ou picniqueiros do feriado. Apesar do lugar estar muito bem cuidado, não se ver um lixo em nenhum canto, aquela floresta não era nossa, mas sim dos esquilos, das raposas, dos ursos, dos pica-paus, dos coiotes, dos veados, dos porco-espinhos.
Murphys – Calaveras county
Fazia um tempão que estávamos querendo visitar uma cidadezinha do tempo da corrida do ouro no pé da serra chamada Murphys. Esperamos o inverno terminar, pois tempo de chuva aqui, significa neve por lá e queríamos aproveitar a visita, caminhar, visitar as vinícolas. A primavera foi uma ótima escolha. Aproveitamos o feriado do Memorial Day e zarpamos. O lugar é muito charmoso, como todas as cidades da corrida do ouro, com a rua histórica, os bares, restaurantes, hotel antigo, lojinhas de antiguidades e modernidades e as vinícolas. Comemos em três restaurantes diferentes e achei tudo normal, nada excepcional. Já os vinhos que bebi, da região de Calaveras, foram todos ótimos. Posso dizer que gostei muito de tudo o que bebi e até trouxe uma garrafa de uma variedade que não conhecia—pinotage, uma mistura das uvas pinot noir e cinsaut. Murphys está localizada na parte central da Sierra Nevada, entre Lake Tahoe e o Yosemite National Park. Uma região linda com florestas, muitos rios e lagos. Subimos até o topo da montanha para ver o lago Alpine, que ainda estava congelado. Valeu a pena a viagem na estradinha cheia de curvas ladeada por pinheiros. E no dia seguinte fomos conhecer as Big Trees no Vale dos Ursos, que foi uma experiência fascinante. No caminho entre o parque das árvores e Murphys paramos numa casinha que vendia produtos feitos com maçã. Adoramos tanto, que paramos de novo na volta. Compramos cidra, geléias, tortinhas e donuts, tudo feito ali na hora pela família. Adoro fazer esses passeios bucólicos por essas cidadezinhas californianas, olhar lojinhas de antiguidades, beber vinho, descobrir lindezas da natureza, ziguezaguear por estradinhas e passar horas olhando para paisagens singelas. Mas o mais gostoso é poder fazer tudo isso com a melhor, a mais querida e a mais divertida das companhias—vocês sabem quem!
Theo chocolate — factory
A primeira surpresa aconteceu dentro do avião, quando abri um tablete daquele chocolate com erva-doce, figo e amêndoa que levei para comer durante a viagem. Já tinha visto o endereço da fábrica dos chocolates Theo, que eles imprimem em letras grandes na frente da embalagem—3400 Phinney, mas foi somente quando fui ler a lista de ingredientes na parte de trás que vi o endereço completo, que incluia a cidade—Seattle, WA.
—good lord, a fábrica dos chocolates Theo fica em Seattle!!!
Não foi um momento absolutamente auspicioso descobrir esse detalhe de localização, justamente quando eu estava voando de Sacramento para Seattle? Então coloquei uma visita à Theo imediatamente na minha lista de coisas para fazer e lugares para visitar na cidade. Ainda no light rail que nos levou do aeroporto para o hotel, já coloquei o endereço no google maps, pra ver a distância do hotel até a fábrica. Teríamos que pegar taxi ou ônibus. Ficou registrado.
A segunda surpresa aconteceu no domingo, quando combinamos de nos encontrar com a Bridget, irmã da Victoria. Ela nos levou primeiramente ao Fremont market, que ficava bem distante do nosso hotel. Andamos pelo mercado e ela perguntou o que gostaríamos de fazer a seguir. Eu disse, bem, você que mora aqui que decide, mas eu tinha na minha lista visitar uma fábrica de chocolate, você conhece o chocolate Theo? Ela respondeu, claro que conheço, vamos lá então! E atravessou a rua. Eu achei que estávamos voltando para o carro, mas a fábrica da Theo ficava exatamente do outro lado da rua onde estávamos!
—good lord, a fábrica dos chocolates Theo é aqui!!!
Num pequeno prédio de tijolinho, quase não dava pra identificar que aquilo era uma fábrica de chocolate. Entramos e colocamos nossos nomes numa lista de espera para o próximo tour, onde milagrosamente conseguimos entrar. Esses tours são muito populares e lotam rapidinho, por isso é recomendado que se faça reserva. Tivemos muita sorte. Enquanto aguardávamos nossa vez na sala de espera e loja, ficamos experimentando pedacinhos de chocolate, de todos os tipos, sabores, misturas, até que chegou a hora do tour.
A fábrica é bem pequena e emprega apenas setenta funcionários. Tudo é feito manualmente, desde a torrefação do cacau, a confecção dos bombons e caramelos, até a finalização com empacotamento e embalagens. Tivemos uma guia super simpática, cheia de energia, paixão e entusiasmo. Ela nos deu uma extensa aula de biologia, botânica, história, geografia e política. Eu já tinha tido uma aula parecida quando fiz o chocolate tasting na Ginger Elizabeth em Sacramento. Mas na Theo a aula é bem mais complexa, porque eles precisam esmiuçar e enfatizar a importância de se comprar o cacau orgânico e fair trade. A guia explicou que há muito trabalho escravo na produção do cacau, principalmente nos países da costa oeste da África. O chocolate da Theo não é mais gostoso por causa disso. Eles são deliciosos porque são muito bem feitos, com ingredientes de altíssima qualidade. Mas saber que ninguém foi explorado no processo até você poder se deliciar com uma barra de chocolate faz a diferença para mim e para muitos outros como eu.
A fábrica estava parada no domingo, mesmo assim fomos envolvidos por uma nuvem calorosa e cheirosa de chocolate quando entramos nas instalações. Os visitantes durante a semana podem ver a fábrica em pleno funcionamento. Adorei visitar a cozinha, onde os deliciosos bombons e caramelos são preparados. É incrível que todo aquele chocolate é feito artesanalmente, até as embalagens decoradas por uma artista local.
Theo é a única empresa que faz chocolate com cacau orgânico e fair trade aqui nos EUA. A fábrica tem apenas 4 anos de existência e já coletou muitos prêmios. Chocolate puro, de alta qualidade, com um sério compromisso com a sustentabilidade ambiental e políticas sociais. Não tem como não ficar fã!
* A Megan Gordon do blog Bay Area Bites também fez a tour na Theo e escreveu um relato muito legal.
Tilth — Seattle
Quando entramos no taxi e demos o endereço do restaurante para o motorista, ele imediatamente exclamou—ah, o lugar orgânico? Não tinha como errar depois dessa. Jantamos no sábado à noite no restaurante Tilth, que foi uma das excelentes dicas da minha nora Victoria. Ela disse que esse era o restaurante favorito dela em Seattle e por gostar de lá e ter me indicado o lugar, cheguei a duas conclusões: essa guria é da minha tribo e com menos de um ano de convivência ela já me conhece muitíssimo bem.
O Tilth tem uma proposta muito simples, que é bem comum aqui na Califórnia e portanto familiar para mim—cozinha orgânica com ingredientes sazonais e locais. Está instalado numa casinha bem pequena e antiga na região de Wallingford, uma área bem para o norte de downtown, onde estávamos hospedados. A Victoria nos aconselhou a fazer reserva, pois o lugar é pequeno, popular e está sempre lotado. Segui à risca os conselhos dela e não me arrependi. Chegamos uns minutos adiantados e ficamos esperando um pouco. Nesse meio tempo deu pra observar bem o lugar, uma casinha toda de madeira construída talvez dos anos 20 ou 30 e mantida na estrutura original.
No cardápio, só produtos de Washington com certificação orgânica do Oregon Tilth, uma organização que promove sustentabilidade e que segundo a Victoria é muito rigorosa, muito mais que a certificação fornecida pelo USDA [o departamento de agricultura dos EUA]. O restaurante estava lotado e tinha uma atmosfera muito aconchegante. O rapaz que nos serviu foi muito paciente e gentil, porque eu fiquei fazendo mil perguntinhas. Primeiro quis saber o que era um poussin, que se revelou ser apenas o nome francês do galeto. Perguntamos sobre outros ingredientes e sobre os vinhos. Para iniciar o jantar, recebemos uma entrada feita com um tipo de aspargo selvagem que cresce nas florestas de Washington. Eu pedi uma sopa especial feita com um matinho chamado nettle e decorada com alho verde, creme fraiche e pimenta cayenne. A cor da sopa era de um verde musgo indescritível. O Uriel pediu uma salada de alface, avelã, erva-doce e um deviled egg. Nós pedimos o mesmo prato principal, de carne [sirloin] grelhada com salada frisée, vinagrete com lardon [um tipo de bacon] e um ovo cozido em sous vide [que eu não comi, vocês sabem por que, né?]. Bebi uma taça de vinho Va Piano Vineyards, ‘Bruno’s Blend V’, Columbia Valley, Washington 2006, feito com uvas orgânicas numa fazenda sustentável. A sobremesa demorou um pouco pra chegar, mas foi o encerramento triunfal, simplesmente perfeito. Eu pedi um bolo de semolina com citrus acompanhado de um streusel de figo, grapefruit cristalizado e gremolata. E a do Uriel foi a campeã, um mousse de abacate com xarope de coentro e limão e um tipo de tuile de gengibre.
Uma coisa muito comum nesses restaurantes que servem produtos locais é colocar o nome do produtor ou da fazenda na descrição do prato no cardápio. Eu adoro saber que a avelã veio do produtor Holmquist e que a carne veio da fazenda Eel River, mas às vezes tudo isso causa um pouco de confusão e poluí o menu. Mas é tudo por uma boa causa, né?
Não há fotos, porque percebi que perdi o ânimo de carregar minha câmera comigo nos restaurantes e pagar mico tirando o trambolho de dentro da bolsa durante o jantar. Tentei tirar fotos com o iPhone, mas a luz era péssima, não deu. Decidi que vou comprar uma câmera point-and-shoot nova, discreta e compacta para levar comigo nessas ocasiões. A comida merece ser fotografada, mas eu também mereço jantar tranquila e aproveitar minha noite com o meu marido, sem ficar somente pensando em registrar tudo. Foi um jantar delicado e memorável, onde eu conheci ingredientes especiais de um outro estado norte-americano e por isso agradeci muito à Victoria pela recomendação desse restaurante tri-bacana.
the pig truck
Estávamos rumando em direção à área do mercado para tomar nosso brunch de domingo e esperando o semáforo abrir para atravessar a rua, quando um porco metálico gigante passou por nós. Ficamos com aquelas caras de patzos, um olhando pro outro—você viu o que eu vi? era isso mesmo? um caminhão porco metálico? Rimos bastante, atravessamos a rua, fomos comer e esquecemos da lúdica visão.
Depois do brunch nos encontramos com a Bridget, irmã da Victoria, que mora em Seattle e que se ofereceu para nos levar para passear pela cidade. Ela nos levou ao Fremont market, uma feira de rua bem divertida e interessante, com muitas antiguidades, alguns artesanatos e alguma comida. Quando chegamos no final do mercado—SURPRISE! Reconhecemos o porcão de armadura estacionado e já servindo ao seu propósito. Ali vendia-se sanduiches de carne de porco e vegetarianos [irônico?] com um molho especial, que poderia vir nas opções maximus ou minimus. Não tive a idéia de perguntar se essa designação era para quantidade ou para apimentamento do molho. Não provamos os sandubas, pois tínhamos acabado de comer. Mas achamos a idéia toda muitíssimo divertida.