quiche de abobrinha

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indo para o forno

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indo para a mesa

Fica assim bonito, mas é apenas um quiche. E feito com abobrinhas. Exagerada que sou, comprei no Farmers Market três pattypan squash que juntaram-se com mais duas pequenas abobrinhas verdes que vieram na cesta orgânica da semana. As naves espaciais foram fatiadas bem finas e viraram a base do quiche. As longuetes igualmente fatiadas finérrimas fizeram a parte decorativa. Esse quiche não fica apenas bonito, mas também muito gostoso. E é super levinho, porque não tem massa. Como a receita original recomenda, servi com tomates cerejas assados.

2 ou 3 abobrinhas cortadas em fatias finas
3 colheres de sopa de azeite de oliva
1 cebola pequena picada
1/2 colher de chá de folhas de tomilho fresco
4 ovos caipiras batidos
2 xícaras de leite integral
1 colher de sopa de farinha de trigo
1 e 1/2 xícara de ricota bem firme [drene se precisar]
Casca ralada de 1/2 limão
2 colheres de sopa de folhas de manjericão picadas
3 colheres de sopa de queijo parmesão ralado
2 xícaras de tomates cerejas
1 colher de sopa de azeite
Sal e pimenta do reino moída na hora a gosto

Pré-aqueça o forno em 350ºF/ 176ºC. Corte as abobrinhas em fatias finas no comprimento. Use o mandoline se tiver um, ou o descascador de legumes. Unte uma forma redonda ou quadrada de mais o menos 20 cm com azeite, Cubra com fatias de abobrinha, o fundo e os lados, como se fosse uma massa. Reserve.
Numa panela, aqueça 3 colheres de sopa de azeite e refogue a cebola com o tomilho e duas pitadas de sal. Quando a cebola estiver translúcida e quase dourada, retire a panela do fogo e reserve, deixando esfriar.

Numa vasilha misture os ovos, o leite, 1 colher de chá de sal e a farinha de trigo. Adicione a cebola refogada já fria e reserve.

Numa outra vasilha misture a ricota, o queijo parmesão ralado, as folhas de manjericão, as raspas de limão e sal e pimenta do reino moída a gosto.

Despeje a mistura de ovo sobre a forma forrada com fatias de abobrinhas. Coloque colheradas da ricota temperada sobre a mistura de ovos. Use o resto das fatias de abobrinha para decorar, como se fossem fitas, afundando na mistura de ovos, em volta das colheradas de ricota. Pode polvilhar um pouco de queijo parmesão ralado por cima, mas eu não fiz, pois esqueci.

Leve ao forno por uns 40 minutos, ou até o quiche estar firme no centro. Remova do forno e deixe esfriar por uns 10 minutos. Sirva com os tomates assados.
Para fazer os tomates assados, coloque os tomates num refratário e tempere com 1 colher de sopa de azeite e sal a gosto. Leve para assar junto com o quiche, quando este estiver nos últimos 10 minutos de forno. Asse até os tomates ficarem bem cozidos.

gherkin cucumbers

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Outra banquinha do Farmers Market que eu prestigio é pilotada por uma mocinha ultra singela. Tudo o que ela vende é delicado, como os tomates cerejas de várias cores, os tomates jelly beans que parecem balinhas, e os tomates peras ótimos para saladas de picnics diários [a.k.a meu almoço]. Ela oferece também um leque de pepinos—os armênios, os limão, os del rio e esses gherkins, que segundo a mocinha não são apenas bons para fazer pickles, como ficam ótimos descascados e servidos crus em salada. Ainda não usei esses intrigantes legumes, porque a palavra pickles me dá um pouco de preguiça e porque vou precisar de óculos e mãos firmes para descascar esses pepininhos um por um.

salsa [assada]

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Não sei quanto a vocês, mas eu tenho o péssimo hábito de muitas vezes não ver ou perceber o óbvio, como se uma tontice crônica tomasse conta do meu ser. Nem cogito ou penso em certas coisas, opções ou ideias até *plin* ver alguém fazendo.
Foi o caso dos tomatillos e da salsa de tomatillos. Há anos recebo esses tomatinhos esdruxúlos na cesta orgânica todo santo verão e todo ano eu sofro porque não sei bem o que fazer com eles. Já servi em saladas e já fiz salsa, mas sempre usando eles crus, que eu achava ser o mais comum. Até que vi uma moça fazendo salsa com eles cozidos no evento do Chez Panisse em Berkeley. Ela cozinhava os tomatillos junto com cebolas e pimentas jalapeño numa frigideira elétrica e depois batia tudo no liquificador com temperos.
Esse foi o meu *plin* pros tomatillos. Fiz uma salsa então, primeiro cozinhando alguns deles, mais uma cebola cortada ao meio, duas bullhorn peppers [que são umas pimentas vermelhas alongadas e doces] e uma pimenta jalapeño. Fiz tudo na churrasqueira para aproveitar o fogo num dia em que grelhei outras coisas, mas pode-se fazer numa frigideira ou mesmo no forno. Depois que estava tudo cozido, coloquei no liquidificador. Só removi os cabinhos das pimentas, nada mais. Juntei o suco espremido de um limão verde [que aqui chamamos de lime], mais sal e azeite. Ficou uma salsa meio picante e meio adocicada, bem cremosa e vermelha, por causa das pimentas. Comi com chips de multi grãos da minha marca natureba favorita—Food Should Taste Good.

del rio

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um pepino heirlooom

Como se já não bastasse a pepinada que tem chegado na cesta orgânica semanalmente, eu ainda vou no Farmers Market e compro mais pepinos. Mas como resistir às diferentes variedades, formatos, cores e possibilidades de sabores? E quando a moça fala que o pepino é HEIRLOOM? Daí não tenho como me controlar! Comprei, comprei mesmo e compraria mil vezes de novo. Esse pepino é de uma delicadeza ímpar, virou salada sem nem precisar descascar.

aspargos com ovos

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Minha casa ainda não está arrumada. Porque temos que trabalhar nos nossos respectivos empregos e portanto estamos fazendo o que podemos, um pouquinho de cada vez. Já dei uma arrumada geral no quintal, arranquei montes da horrorenda e invasiva hera que tomava conta de muitas partes do jardim e plantei muita lavanda e gerânio. Arrumei o gazebo com uma mesa e cadeiras de ferro, onde já tomamos um café da noite de domingo. Também organizei os armários—estranhos walk-in closets da década de 40, e tivemos o carpete cor de vinho removido das salas de estar e jantar e chão de madeira instalado. Assim finalmente posicionamos os últimos móveis que ainda faltavam irem pro seu devido lugar. Mas ainda há muitas caixas com coisaradas dentro e muitas dessas coisas eu realmente não sei onde vou guardar nem como vou rearranjar. Preciso de mais móveis! Nem digo isso em voz alta pra não espantar os gatos e o marido, que acha que já temos muitos cacarecos.

Nos ínterins da arrumação eu dirijo até Davis olhando os campos de tomate, trigo, milho e girassol ladeando a estrada. Tenho feito o meu almoço em estilo picnic, sentada num banco atrás do meu prédio, onde tenho tido a companhia constante de esquilos e passarinhos. Descobri uma piscina bem perto da minha casa e tenho ido nadar quase todos os dias depois do trabalho. Essas braçadas e pernadas dentro da água fresquinha tem me salvado, pois se não fosse isso eu já teria tido um colapso de tanto cansaço. Por isso não tem dando tempo de cozinhar nada mais do que uma receita de macarrão com legumes ou uma saladona ou qualquer sanduíche usando os ingredientes frescos da cesta orgânica, que continua chegando semanalmente. Não tenho comido mal, muito pelo contrário, só não estou conseguindo fazer nada inédito e blogável.

Nossos vizinhos estão nos recepcionando com singeleza ímpar. Outro dia um casal trouxe um vaso com orquídeas brancas. E outra vizinha me trouxe cerejas frescas. Fruta não tem faltado, pois tenho feito compras no Farmers Market da cidade. Preparei uma gelatina que ficou muito boa, usando uns morangos locais dulcíssimos, batidos com xarope de elderflowers [aquele da Ikea], creme de leite fresco e misturados com agar-agar. Comi tudo e não fotografei nada. Numa outra noite fiz, rápidamente antes de ir nadar, esse prato frio com aspargos usando uma receita da revista do Jamie Oliver. A versão dele era feita com ovo de pata, mas eu fiz com os de galinha mesmo. Foi só dar uma leve cozinhada nos aspargos, colocar num prato e regar com um fio de azeite. Daí cozinhar os ovos, picar em pedacinhos e salpicar sobre os aspargos. Colocar algumas alcaparras escorridas, uns filézinhos de aliche picadinhos, folhinhas rasgadas de manjericão fresco. Temperar tudo com sal e pimenta do reino moída e servir—se quiser, acompanhado de um pão fresquinho.

risoto de cenoura [assada]

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No momento temos três geladeiras—uma novinha na cozinha que já veio com a casa, outra novinha que trouxemos da guest house da casa de Davis e colocamos no basement da casa nova, e a nossa antigona que veio cheia de coisas e está agora na garagem esperando para ser vendida ou doada. Não faz sentido uma casa com duas pessoas ter três geladeiras. Mas quando a geladeira velha aportou e eu comecei a esvaziá-la, me toquei que estava com um estoque ridiculamente absurdo de cenouras guardado em duas gavetas. Cenouras orgânicas que foram chegando semanalmente na cesta e que eu não consegui gastar no mesmo ritmo.

O que fazer? O que fazer?

Com a casa toda desarrumada, cozinha abarrotada de caixas e com muito trabalho de organização pela frente, a melhor alternativa que encontrei foi cortar todas as cenouras, temperar com azeite e sal e assar. Então assei vários sacos de cenoura e depois guardei em potes de vidro com tampa na geladeira e fui usando aos pouquinhos. Coloquei na salada, misturei com lentilha cozida, bati uma porção no liquidificador e fiz sopa e usei numa receita de risoto.

A receita de risoto é sempre a mesma—1 xícara de arroz, 1 xícara de vinho branco, 3 ou 4 xícaras de caldo de legumes. Refogue um pouquinho de cebola picada num fiozinho de azeite, junte o arroz arbório, depois mais ou menos 3/4 xícara de cenouras assadas picadinhas, depois o vinho, depois o caldo, uma xícara de cada vez, e no final coloque um pedaço de queijo de cabra e tempere com sal. Pra servir bem quente e imediatamente. Mas não me incomodo de requentar [e comer] as sobras no dia seguinte.

alcachofras recheadas

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Não foi difícil decidir o que fazer com essas duas alcachofras GIGANTES com caules longuíssimos que comprei no meu supermercado local. Que elas seriam recheadas, não havia nenhuma dúvida. Mas restava saber como. Minha mãe costumava fazer as alcachofras recheadas com miolo de pão e aliche e cozidas num molho de tomate. Ficavam deliciosas! Para fazer as minhas, os caules altamente aproveitáveis foram os primeiros ingredientes. Cortei os dois, descasquei e piquei em pedaços. Daí improvisei. Coloquei no processador os caules picados, um punhado de azeitonas pretas, uns dois dentões de alho, sal, pimenta do reino moída e azeite de oliva extra-virgem. Triturei tudo e coloquei numa vasilha. Separadamente triturei um pouquinho de bolachas integrais e fiz uma farofa. Misturei bem com a massa feita com o caule das alcachofras e usei para rechear entre as folhas. Abra bem a alcachofra e lave com bastante água corrente. Seque com um pano de prato e corte as pontas pinicantes das folhas com uma tesoura. Coloque as alcachofras recheadas numa panela bem grande e funda. Regue com mais azeite, suco de limão e vinho branco. Salpique com sal e pimenta do reino moída. Coloque um pouco de água, tampe e leve ao fogo médio. Deixe cozinhar bastante, até as alcachofras ficarem bem tenras e as folhas sairem fácil quando puxadas [teste uma raspando a parte inferior com os dentes, a parte carnuda e comestível deve estar bem macia]. Se precisar acrescente um pouco mais de água durante o processo de cozimento. Essas duas «über» alcachofras renderam acompanhamento e entrada para várias refeições. E podem ser saboreadas quentes, mornas ou frias.

torta [rápida] de aspargos

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Embarquei na missão de usar todos os produtos que tenho nos meus dois congeladores antes do dia da mudança. Não são muitos, pois não curto muito congelar coisas, nem fazer estoque no freezer. Porque sei que mesmo os congelados têm data de validade e se esquecer de usar eles ficam ruim e acabam indo pro lixo. Tenho sempre fatias de bacon, ervilhas e edamames, alguma fruta, meus molhos de tomate [que já estão acabando], uma base de torta ou pizza, massa folhada Dufour e uma ou outra coisinha. E foi para gastar um par de massa de pizza feita com farinha de milho, que resolvi preparar essa torta. Foi também porque eu tinha três maços de aspargos na geladeira—um que veio na cesta orgânica e os outros dois que não resisti e comprei no Farmers Market. A torta foi super simples de fazer e como fiz duas, rendeu um jantar e dois almoços. Dá pra comer fria ou quente. Use qualquer massa que tiver disponível ou prepare alguma da sua preferência.

Lave os aspargos, remova a parte mais dura da extremidade e cozinha rapidamente com um pouquinho de água numa panela. Não deixe amolecer, é somente para dar uma cozida rápida. Salpique queijo feta quebrado com as mãos sobre a superfície da massa. Cubra com os aspargos, colocando um ao lado do outro alternando a direção das pontas. Tempere os aspargos com sal e pimenta do reino moída, regue com um fio de azeite extra-virgem. Salpique mais queijo feta por cima dos aspargos e leve ao forno até a massa assar. No caso da minha massa foram 20 minutos em forno 400ºF/ 205ºC.