é sempre bom agradecer

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Em exatamente uma semana teremos as celebrações do Thanksgiving por aqui. Esse é, sem a menor dúvida, o meu feriado favorito no ano. Troco dez Natais por um Thanksgiving. E vou dizer porque. É que me sinto uma privilegiada por tudo o que tenho, nem preciso listar aqui, mas garanto que é muito. E por isso acho super importante esse negócio de agradecer. Nem precisa ser nada formal, um pensamento apenas basta—putzgrila, muito obrigada por tudo!

Neste ano não vai ter nada de especial. Nem mesmo o infalível peru. Decidi que não quero lidar com sobras, portanto vou assar um frango caipira, que abocanhei outro dia no Co-op e que guardei no congelador para esperar uma ocasião especial. Nosso esquema de Thanksgiving mudou um pouco, depois de quase dez anos de celebrações realizadas na casa da ex-sogra do Gabriel. Com ela aprendi muitas maneiras de apreciar essa festividade.

O Thanksgiving pra mim tem a cara do outono, que aqui é demorado, lindo e está no seu ápice no final de novembro. Nessa época estamos inundados pelas mais lindas cores de amarelo, vermelho e dourado. E apesar de já estar frio, ainda não está aquele cinza úmido miserável do inverno. É um momento realmente especial e muito auspicioso, que junta uma tradição culinária, com uma reunião de família. Comidas gostosas, calor humano. O dia de dizer obrigado está chegando e apesar de ainda não ter muitos planos esquematizados, eu já estou entrando no clima de antecipação e animação.

5 anos fechados
[com chave de ouro]

Festanças não são muito a minha praia. Mas eu gosto de marcar e relembrar as datas, principalmente as comemorativas. E este ano juntaram-se várias numa curta sequência. Quando me toquei que o aniversário de cinco anos do Chucrute com Salsicha estava se aproximando, nem esquentei a cachola pensando no que iria fazer para celebrar. Eu iria estar no Brasil, mais precisamente em São Paulo e com amigas blogueiras, exatamente no primeiro de novembro—o dia auspicioso em que iniciei este promitente blog.

Chucrute no Brasil Chucrute no Brasil
Chucrute no Brasil
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Chucrute no Brasil

As outras datas celebrativas que precederam brevemente o aniversário do Chucrute e que determinaram que eu entrasse num avião e mudasse de hemisfério, foram o aniversário de 80 anos do meu pai e o de 50 anos de casamento dele com a minha mãe. Toda família compareceu, tivemos festa, festão e festinha na comemoração de duas datas importantíssimas para nós. Passei uma semana e meia aproveitando a companhia de todos da família e revendo e conhecendo novos amigos. Conheci a querida blogueira Luciana Betenson que veio encontrar-se comigo em Campinas, ri muito com minha irmã e o amigão dela, o Calil, revi a Sandra, minha alma gêmea ativista dos orgânicos, bebi cházinho com bolo de azeite e alecrim feito para mim pela minha irmã, comi feijoada, galinha caipira com quirera, goiaba, pitanga, todas as bananas que pude engolfar, laranja lima, manga, pizza do Bráz, pão de queijo assado na folha de bananeira e linguiça feita em casa pela minha prendada cunhada Patrícia, comi requeijão, goiabada, doce de figo, bebi drinks sem alcool com minha mãe, ouvi meu pai falar de política, visitei a fazenda orgânica Yamaguishi com minha mãe e meu irmão, curti todos os meus sobrinhos, desde os que sobem em árvore, fazem tricô, curtem futebol, tocam música, dançam balé, me preparam deliciosos bolos, até os que adoram salada e plantam hortinha na varanda. Também convivi com todos os cachorros da família e dos amigos. Fui aos supermercados convencionais e orgânicos, hortifruti, mercearia, vendinha, padaria, açougue, peixaria.

Chucrute no Brasil
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Me despedi da minha família um pouco mais cedo, para poder passar três dias em São Paulo, revendo e conhecendo amigos, experienciando um pouco da diversidade da cultura gastronômica da cidade. Fui recepcionada pela minha querida amiga Roberta, que me tratou como uma rainha—nunca vou conseguir agradecer o suficiente tanto carinho e cuidado! Com ela e o Antônio, mais minha irmã, meu cunhado e sobrinhos, comi comida mineira levinha, pastelzinho recheado com carne seca, bolinho de mandioquinha com queijo, couve refogada, caldinho de feijão e uma farofa de maracujá que nunca vou esquecer. Também com a Roberta fui encontrar com o queridíssimo Gui Bracco no restaurante Moinho de Pedra, onde também conheci a chef Tatiana Cardoso [e ganhei o livro dela autografado]. Depois passamos na chocolateria Valrhona, onde papeamos muito mais e também encontramos a Beth V. À noite brindamos os cinco anos do Chucrute informalmente num jantar encantadoramente Dadivoso na casa da Fernanda Zacchi e na companhia da Mariana Newlands, Roberta, Mr. Dadivoso e a linda cachorra Frida. No dia seguinte passamos no Lá da Venda, onde conheci a simpatica chef Heloisa Barcelar, bebi Turbaína e almoçei pastelzinho de massa de milho e picanha com purê de banana da terra na companhia da Roberta e da fofíssima Maria Rê. Passamos a tarde num papo tão bom, que nem vimos as horas passarem. À noite jantei no sofisticado restaurante Maní com as amigas Lena Gasparetto, Faby Zanelati e Daniela Fonseca. E meu último dia em São Paulo passei com a querida Neide Rigo, que me serviu suco de bacuri da Ilha do Marajó, me levou de trem para o Mercado da Lapa, onde comi açaí com banana e creme de cupuaçú, depois fomos de ônibus até o centro da cidade, onde almoçamos no restaurante Tordesilhas. Esse lugar foi para mim no mínimo, o máximo, pelo ambiente, decoração e comida especialíssima, mas também por causa da chef Mara Salles, que juntou-se à nós, na companhia da sua mãe e me ensinou sobre a abobrinha brasileira, falou um bocado de coisas legais sobre sustentabilidade e ainda nos serviu um delicioso licor de Baru. Saí do Tordesilhas encantada com o que vi, ouvi e comi e de lá segui tristemente para o aeroporto, acompanhada e guiada mais uma vez pelas queridas Roberta, Maria Rê e Neide Rigo que ficaram comigo até quase a hora do embarque.

Chucrute no Brasil Chucrute no Brasil
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Os cinco anos do Chucrute com Salsicha não teve [nem vai ter] comemoração formal, com bolo, fogos de artificio, relatos nostálgicos. Este blog é o que é, porque eu sou quem eu sou. E tudo o que fiz até hoje resultou numa rede de amizades inestimáveis, que me faz sentir privilegiada por ter tido a oportunidade de manter e estreitar esses laços. Não consegui ver e rever muitas outras gentes queridas, mas sei que não irão faltar oportunidades num futuro breve. Mais visitas virão com certeza, mas por enquando vou ficando por aqui, dando continuidade à este convercê que iniciei há cinco anos e que parece estar bem longe de se encerrar.

[»todas as fotos tiradas com meu companheiro de viagem iPhone4; a foto com a Mara Salles e a abobrinha é de autoria da Neide Rigo.]

Thanks Feast

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Nosso almoço ajantarado de Thanksgiving aconteceu no final na casa da Melissa e Bill, que são grandes amigos do Gabriel e Marianne—a Melissa é amiga de infância da Marianne. Como eles moram na mesma vizinhança, foi fácil carregar o peru e os outros rangos, incluindo a minha sobremesa que ficou enorme. A Melissa preparou uns hors d’oeuvres com queijos diversos, bolachinhas, frutas e trufas. O menu incluiu o peru assado, cranberry sauce, gravy, o stuffing servido separado, purê de batata, ervilhas cozidas, cenouras caramelizadas, rodelas de batata-doce assadas na manteiga, salada de folhas verdes com pêra e nozes e um gratinado de abóbora com queijo de cabra. A minha sobremesa foi um trifle de chocolate com laranja, e tinha uma torta de abóbora e sorvete de baunilha feito em casa. Eu levei um Merlot excelente da vinícola Pine Ridge. A Reidun levou outros vinhos e bebidas espumantes e a Melissa comprou um vinho de romã armênio para servir com a sobremesa que ninguém gostou muito…

the family get together

Foi um almoço de família, organizado pela Reidun e Marianne—mãe e filha. Foi muito legal rever pessoas que não víamos há alguns anos. Estava tudo muito bem organizado e a comida, apesar de não ter nenhum prato super especial, estava bem saborosa. Fez um dia bem calorento no Marin county, o que pode ser considerado excepcional, pois aquela região, que se incluí na Bay Area, é sempre muito mais fresca que o Central Valley onde fica Davis. Passamos a tarde toda no convercê e eu fotografei algumas coisas nos intervalos. Não me concentrei na comida, pois não tinha nada diferente do frango assado, salmão, salada de batata, salada verde. Gosto mesmo é da maneira como a Reidun recebe. Eram trinta convidados e ela usou pratos de cerâmica, talheres de metal e copos de vidro. Nada de descartáveis. Adoro os utensílios viking que ela tem, além das maravilhosas peças de antiguidades e das cerâmicas escandinavas, que são as mais lindas que eu já vi.

tireless fezoca

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Meu pai tem um arquivo enorme de fotografias em slides, que deve ter sido uma versão muito popular na década de 60 e 70. Mas aqueles slides não resistiram muito bem ao tempo, por isso no ano 2000 meu pai teve o trabalhão de digitalizar toda a coleção de fotos, limpando as imagens e assim salvando as preciosas cenas famíliares do ostracismo das caixinhas esquecidas no fundo do armário. Quando eu recebi os cds com as fotografias restauradas passei dias em estado de total arrebatamento emocional, me divertindo imensamente com tudo o que estava podendo rever. Na maioria das fotos eu estou exibindo a minha famosa personalidade exuberante e super ativa, fazendo todas as caretas possíveis e preenchendo todos os espaços fotografáveis com a minha presença charmosa e divertida.
Nessa sequência com meus irmãos na piscina do clube, tirada no início da década de 70, eu não deixei por menos e apareci em TODAS as fotos, fazendo todas as poses e algumas piruetas e caretas, é claro. Consegui ofuscar até a pose singela da minha fofíssima irmã, com minha fantástica pose de sereia insistente e aparecida. Eu era realmente incansável.
Se alguém por algum acaso não conseguiu me identificar, eu sou a criatura onipresente de maiozão azul.