O Natal em Columbia

Columbia Columbia
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O vilarejo de Columbia fica num parque histórico estadual e faz parte da rota da corrida do ouro, no condado de Calaveras. Lá todo dezembro, celebra-se o natal dos mineiros. Chegamos um pouco tarde para o segundo dia do evento e perdemos algumas das atrações. Mas mesmo assim deu pra fazer muita coisa. As crianças adoraram a peneiragem para achar ouro e pedras [preço do ingresso variando conforme a ambição de riqueza do pequerrucho] e decoraram velas, que era um dos artesanatos mais populares em 1850. Também andamos de stagecoach, a famosa diligência do velho oeste que nos levou por estradinhas íngremes pelo meio da floresta, com direito a assalto com bandido vestido a caráter. Pra quem se inscreve com antecedência, tem a disputada confeção das candy canes—um dos doces mais tradicionais do Natal. Nós só pudemos olhar pelo vidro. As crianças ganharam moedas de chocolate do Father Christmas e nós bebemos café feito na fogueira, onde os mineiros também assavam castanhas e amendoim e contavam histórias para os passantes. E tinha o ferreiro, os bombeiros, as mercearias, os bares, a livraria, as maravilhosas lojas de doces, a estação da carruagem, o jornal, o hotel, o dentista, a loja chinesa, eteceteráeteceterá. Um lugar super gostoso pra se passar uma tarde, com ou sem crianças.

os ares do natal

perto do Natal perto do Natal
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Parei tudo porque tinha que me preparar para a chegada da minha irmã. Parei tudo novamente porque ficamos no trancetê, fazendo coisas por aqui e por lá. Este ano resolvi que teria uma árvore de Natal de verdade, por causa dos meus sobrinhos. Então fomos numa fazenda de árvores em Placerville escolher a nossa. Foi legal ver como eles cortam e embalam uma arvorezona, que vem bem amarrada no teto do carro. Comprei até uns enfeites novos e as crianças fizeram a decoração. A árvore é gigantesca, tivemos até que cortar um pedaço extra, porque o pessoal da fazenda deixou muito grande. Precisava mesmo de muitos ornamentos. Ainda está faltando colocar as luzinhas, por isso não tirei uma foto legal. Também fomos numa celebração de Natal numa cidadezinha histórica do tempo da corrida do ouro californiana. Fotos virão a seguir. Jantamos numa pequena cidade na serra e na saída paramos numa vinícola que teve a idéia mais genial do mundo—eles disponibilizam sofás em volta de fire pits e aquecedores à gas, além de deixarem cestas com mantas macias e quentinhas por perto. Sentamos lá para beber vinho e comer sobremesa. No outro dia almoçamos no Chez Panisse, as crianças foram patinar no gelo no Embarcadero em San Francisco e depois fizemos um passeio básico no Ferry Building. É claro que estou cozinhando, mas como este não é um blog exclusivo de receitas, elas vão reaparecer somente quando eu regressar à minha rotina. Para quem passa por aqui, quero já ir desejando um Feliz Natal. Porque já estamos quase lá e antescedo do que em tempo algum.

the feast

Thanksgiving feast Thanksgiving feast
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Acho que nunca comi tanto numa ceia de Thanksgiving. Estava tudo delicioso, em especial um prato feito com vagens, cogumelos e um crisp de pão por cima. O segredo deve ter sido a gordura do bacon que foi usada para refogar os legumes. Como de costume, fomos convidados para a ceia preparada pelos nossos amigos de longa data, que consideramos como família. Isso porque eles realmente foram nossa família durante os anos em que nossos filhos estiveram juntos. Eu fiz as sobremesas—o clafoutis de cranberry e nozes que já brilhou neste palco iluminado umas semanas atrás e uma torta de abóbora com chocolate, receita da Martha S. que foi o maior sucesso do jantar e que vou publicar aqui em breve. Fora isso não cozinhei mais nada. Essa pose de cozinheira pimpona foi só pra exibir o avental vintage feito a mão [little house on the prairie] que ganhei da gentilíssima anfitriã—e que também tem a casa mais fotogênica que conheço. Foi uma delícia de thanksgiving e sou muito grata por isso!

muito bem comemorado

tsurprise

Chegamos em casa vindos de Berkeley e quando abri a porta vi todos os meus amigos lá dentro gritando ((( SURPRISE!!!! ))). A casa estava toda decorada, a cozinha cheia com comida do meu restaurante favorito em Davis, bolos da melhor chocolatier de Sacramento, minha familia conectada em grupo pelo skype. Foi uma festa super bacana, magnificamente orquestrada pelo meu marido. Não desconfiei de absolutamente nada e tive a maior surpresa da minha vida. Foi a minha primeira festa surpresa e adorei a experiência. It was absolutely fabulous!

sábado, 1 de outubro de 2011

birthday
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birthday birthday

Para comemorar o meu aniversário, escolhi sem pensar muito almoçar no sempre impecável Chez Panisse. O norte da Califórnia tem uma abundância de restaurantes fantásticos, mas escolhi ir nesse mais uma vez, porque o lugar tem tudo a ver comigo. É sofisticado na qualidade dos ingredientes, mas é informal no ambiente e no serviço. A comida é deliciosa e simples, preparada com extremo capricho e cuidado nos detalhes. Lá me sinto comendo em casa ou na casa de alguém muito legal.

Pedi uma sopa de pimentão vermelho com um creminho de erva-doce, o halibut com milho doce e tomatillo e uma torta de figos perfeita. Adorei o vinho branco californiano que escolhi e dividi com meu filho e minha nora—um blend não filtrado da região da Sierra Foothills. O vinho, que era turvo e tinha um aroma de maçã, harmonizou perfeitamente com o peixe.

almoço para três

Este foi um almoço de domingo em família, o que não é extremamente comum por aqui. Mas quando isso acontece, quero sempre caprichar. Embora nesse dia não tenha dado tempo de fazer nenhuma sobremesa, o rango principal ficou bem sortido e saboroso. Fiz um peixe, um prato com batatas e outro com as estrelas da estação—os aspargos, que só reguei com azeite, salpiquei com salo marinho e raspas da casca da laranja vermelha e levei ao forno [alto] até ficarem bem molinhos, mas não muito.

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As batatas, que cortei em rodelas sem descascar, também foram ao forno [alto]. É só adicionar um limão cortado em fatias bem finas, temperar com sal marinho, pimenta do reino e azeite e assar até as batatas ficarem bem tenras. Dá pra servir quente, morno ou até mesmo frio.

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Para o peixe, usei uns filés de linguado e preparei seguindo esta receita da Amanda Hesser, com manteiga e laranjas vermelhas [blood orange]. Ficou bem gostoso e acho que nem teve sobras.

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3/4 xícaras de caldo de legumes ou de frango [usei de legumes]
1/4 xícara de vinho branco
1/4 xícara de suco de laranja vermelha [ou laranja comum]
1 colher de sopa de suco de limão
1 echalota picada
7-8 grãos inteiros de pimenta preta
1 quilo de filé de pescada
5 colheres de sopa de manteiga sem sal
Sal e pimenta do reino moída na hora a gosto

Numa panela misture o caldo, o vinho, os sucos de laranja e de limão, a echalota picada e os grãos de pimenta. Leve ao fogo médio e quando ferver coloque os filés de peixe nesse liquido, com a ajuda de uma espátula larga. Cozinhe o peixe por uns 3 minutos, remova, coloque numa travessa e mantenha num lugar aquecido.

Aumente o fogo e deixe o liquido reduzir em 1/4 de xícara, por mais ou menos uns 12 minutos. Remova do fogo e vá adicionando as colheres de manteiga, uma de cada vez, e batendo com um batedor de arame. Tempere com sal e pimenta , jogue o molho sobre o peixe na travessa e decore com gomos de laranja vermelha cortados em pedacinhos. Sirva imediatamente.

a casa da tia

Durante a minha infância, o melhor passeio que existia era visitar a casa das minhas tias. Cada qual com seu jeito diferente, todas me encantavam com suas casas e seus estilos de vida diferentes. Numa delas era o lugar da farra, das brincadeiras impensáveis de se fazer na minha casa, na liberdade total, na comida caseira, nos bolinhos da tarde. Na outra era a sofisticação e fartura intelectual, livros, discos, quadros nas paredes, arte espalhada pela casa, mil histórias sendo contadas, discussões inteligentes, comida sofisticada. Noutra era o estilo, a modernidade, as dicas de estética e beleza, as piadas que me faziam chorar de rir. Cada uma das minhas tias tinham certas qualidades que me atraiam.
Agora ouço os meus irmãos dizerem que meus sobrinhos amam a minha casa e adoram vir me visitar. Eu me sinto tão feliz com isso, pois sei o quanto é mesmo gostoso ficar hospedado na casa da tia. Nem que seja pra ficar fazendo nada, só vendo tevê, lendo revista e ouvindo o convercê dos adultos.

o impecável Chez Panisse

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Seguimos por um caminho diferente, um pouco mais longo e tortuoso, mas a estrada estava tranquila e chegamos em Berkeley com tanto tempo sobrando que conseguimos estacionar com calma e ainda passar no The Cheeseboard e comprar uns brioches. Entramos no primeiro piso do prédio onde fica o Chez Panisse e a primeira coisa que se vê é o movimento na cozinha do restaurante, onde os chefs e auxiliares preparavam o jantar que seria servido à noite. Nosso almoço era no café, então prosseguimos pela estreita escada que leva até o andar superior. Estava um dia tipico de inverno, frio, nublado e chuvisquento—basicamente desconfortável. E já estávamos com fome, o que só adicionava mais desconforto ao desconforto. Mas pisar no espaço mistico do Chez Panisse muda tudo. O restaurante tem uma atmosfera tão deliciosa, que é impossível não se sentir a vontade e feliz lá dentro.
Mesmo tendo chegado um pouco adiantados, já fomos levados até a nossa mesa—um booth extremamente confortável localizado bem em frente da cozinha aberta e do forno de pizza. Foi tão bom sentar ali, num ambiente super quentinho, aconchegante e convidativo. Pedimos vinho, um Zin do Alexander Valley, água com gás e azeitonas, que já fomos devorando junto com o pão com manteiga. Depois pedimos nossas entradas, eu uma brandade de bacalhau numa fatia de pão tostada no forno a lenha e acompanhada de uma saladinha de rabanete, erva-doce e chervil. Meu irmão Carlos e o meu filho Gabriel comeram carpaccio que até eu, a chatoronga que não come nenhuma carne crua, experimentei. Depois eu e o Carlos comemos uns pacotinhos de linguiça envolta em repolho, acompanhados de lentilha com chaterelle e fitas finérrimas de batata frita. O Gabriel comeu frango com radicchio e purê de abóbora. Nossa sobremesa foi sherbet de grapefuit e bolo de chocolate. Esses eram alguns dos pratos do dia, daquela terça-feira, onze de janeiro. Tudo preparado com produtos locais e sazonais de excelente qualidade, a marca registrada do Chez Panisse. Tudo absolutamente simples e incrivelmente saboroso. Durante todo o almoço nossas caras demonstravam uma imensa alegria e satisfação. Não sei quantos hmmms pronunciamos, neste almoço memorável que fizemos em família, para celebrar as possibilidades de um ano realmente promissor.

foi tudo bem simples

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Eu cozinhei o dia inteiro, porque não tenho, não tive ajuda. Pela manhã o pessoal da limpeza chegou e me pegou descascando as castanhas portuguesas. A visita deles era imprescindível e foi muito aguardada. Casa limpa para mim é essencial. Mas na cozinha fiquei mesmo sozinha. E fui devagar fazendo as receitinhas—marinei uma costela de cabra num molho de vinho, alho, limão e ervas que depois foi assada coberta com papel alumínio por quatro horas, fiz um pudim inglês de castanhas portuguesas e chocolate e um bolo de gengibre*, depois preparei tâmaras recheadas com queijo de cabra e amêndoa [reprise de outros carnavais], fiz uma bandeja com queijinhos, torradinhas, azeitonas castelvetrano e chips de maça, assei beterrabas vermelhas e amarelas para fazer uma saladona temperada com óleo de nozes, cozinhei com ervas o flageolet, o feijão verde francês que combina muito bem com carnes fortes como a de carneiro ou cabra, preparei um pesto de cranberry e pistachos para fazer com a couve de bruxelas, também preparei cranberry sauce e uma saladona com alface romana, laranja, maça e raiz de salsão. Bebemos cava com os antepastos e um vinho chileno especial que ganhamos de presente de uma amiga com a refeição. Foi tudo bem simples, mas muito gostoso na nossa pequena ceia de natal, cujas sobras viraram almoço no dia seguinte. *receitas das sobremesas virão logo a seguir.

a hora do lanchinho feliz

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Tão fofinho esse menino, fazendo um lanchinho na casa da vovó. A mamãe é meio tchonga e não lembra de muitos detalhes, mas ele deveria ter uns 2 aninhos e a vovó colocou ele sentado na escadinha de alcançar coisas no armário e amarrou um avental como se fosse um babador pra ele não sujar a camisa. Mas ele estava mesmo era interessado no bolinho [ou seria pãozinho?] e em fazer carinhas engraçadas para a câmera do vovô. Gabriel—circa 1984.