Puxei da estante o livro What we eat when we eat alone da Deborah Madison para emprestar para uma colega no trabalho. Pra mim é impossível pegar um livro que eu não abria há anos e não dar uma relida rápida ou pelo menos uma folheada. Nesse ínterim avistei uma receita e quis fazê-la imediatamente. Muito fácil, com poucos ingredientes, esse pudim ficou pronto numa piscada. A autora recomenda que ele seja comido morno e foi o que fizemos. Frio ele já não fica tão bom. E pra ser absolutamente sincera, nem morno eu gostei tanto assim. Achei que fica um pouco forte, talvez por causa da mistura de vinho com as gemas. Mas isso é só porque eu sou uma chatoronga e não curto muito sobremesa com ovos. Mas certamente agradará comensais menos fricoteiros.
1 xícara de creme de leite fresco
3 colheres de sopa de açúcar
3 gemas de ovo caipira
1/3 de xícara de vinho marsala
Coloque uma chaleira com água para ferver. Arrange 4 ramequins, potinhos ou xícaras numa forma grande e funda. Reserve. Pré-aqueça o forno em 325ºF/ 162ºC. Numa panela pequena coloque o creme de leite e o açúcar e leve ao fogo médio até quase ferver. Mexa para ajudar a dissolver o açúcar. Numa vasilha média coloque as gemas e bata levemente. Despeje o creme de leite sobre as gemas bem devagar e mexendo delicadamente, com cuidado para não formar muita bolha. Adicione o vinho marsala e passe essa mistura por uma peneira, colocando numa jarra medidora. Divida o liquido entre os quatro ramequins colocados na forma. Encha a forma com água fervendo numa altura até a metade dos ramequins. Cubra tudo com uma folha de papel alumínio e leve ao forno por uns 25 minutos ou até os pudins ficarem firmes. Desligue o forno e deixe os pudins descansarem até ficarem mornos. Remova a forma do forno com cuidado, retire os ramequins da água e sirva.
Categoria: doces & sobremesas
crostata de pêssego
Os pêssegos do Farmers Market estão simplesmente maravilhosos. Com o entusiasmo desembestado comprei tantos que não conseguimos comer todos al natural ou com iogurte e mel como sempre fazemos. Felizmente me lembrei desta receita super simples que eu tinha guardado para quando os pêssegos chegassem. Ficou um lanchinho super especial para a noite de domingo.
3 colheres de sopa de iogurte natural
1/3 xícara de água gelada
I xícara de farinha de trigo
1/4 xícara de cornmeal
1 colher de chá de açúcar
1/2 colher de chá de sal
7 colheres de sopa de manteiga gelada cortada em cubos
1 colher de sopa de sementes de erva-doce
2 colheres de sopa de açúcar
6—7 pêssegos grandes cortados em fatias ou cubos
Para fazer a massa misture o iogurte com a água numa tigelinha e reserve. No processador de alimentos misture a farinha, a cornmeal, o açúcar e o sal. Pulse e vá adicionando a manteiga em cubos até obter uma farofa. Aos poucos vá adicionando colheradas da mistura de iogurte [pra mim 3 colheres foram suficientes] até a massa ficar firme, mas não muito úmida. Coloque a massa sobre uma folha de filme plástico, achate bem, embrulhe e leve à geladeira por duas horas ou de um dia para o outro—essa massa pode ser congelada e descongelada por 20 minutos antes de abri-la.
No mini processador ou no pilão pulse/soque o açúcar com as sementes de erva-doce. Reserve. Pré-aqueça o forno em 400ºF/ 205ºC. Numa superfície enfarinhada abra a massa num círculo de uns 30 cm e coloque sobre uma forma forrada com papel vegetal. Coloque os pêssegos picados bem no centro, dobre as margens da massa sobre as frutas e salpique com o açúcar moído com as sementes de erva-doce. Leve ao forno e asse por uns 40 minutos ou até a massa ficar bem dourada e os pêssegos meio caramelizados no centro. Remova do forno, deixe esfriar e sirva.
rose geranium macaron
sherbet de cereja
Pra mim é sempre uma tristeza quando sou avisada que aquelas frutas são as últimas da temporada. Compro um montão e procuro algo bem legal pra fazer com elas. No caso das cerejas, este ano não tive nenhuma receita brilhante como a do ano passado para colocar em prática. Fiz apenas um sherbet, nada extremamente sofisticado, mas o resultado me deixou bem satisfeita.
3 xicaras de cerejas frescas descaroçadas
1/2 xícara de sour cream
Suco de um limão
Açúcar de maple ou outro adoçante da sua preferência a gosto
Bater tudo no liquidificador e colocar na sorveteira. Deixar rodar até formar um creme firme [uns 20/30 min]. Colocar num recipiente de vidro com tampa e levar ao congelador até a hora de servir. Por ser um sherbet com mais fruta do que leite [sour cream], esse gelado ficou bem fofo e aerado.
gelado de figo & balsâmico
A estação dos figos por aqui tem duas etapas—a primeira no inicio de julho e a segunda no final de agosto. Não sei por que isso acontece, mas acho que é uma coisa boa, já que podemos aproveitar essa fruta deliciosa em dose dupla. A primeira fase já se encerrou e os últimos figos que comprei estavam ultra maduros. Tive que guardá-los na geladeira e achar um uso rápido pra eles, além de comê-los puro, com queijo, com mel ou iogurte, como normalmente fazemos. Não ando muito animada com tortas e bolos, porque meu fogão a gás é super potente e nesses dias quentes não quero transformar a cozinha numa sauna. A opção escolhida neste caso foi fazer um sorvete de figos.
6 a 8 figos bem maduros
1/3 xícara de creme de leite fresco
1 splash generoso de vinagre balsâmico
[* usei esse com frutas—tangerina e figo]
Açúcar de maple a gosto [ou outro adoçante da sua preferência]
Bata tudo no liquidificador, coloque na sorveteira, rode até o creme ficar bem firme, coloque numa vasilha de vidro com tampa e guarde no congelador até a hora de servir.
picolé de melão
[com gengibre & limão]
A temperatura está subindo aqui na roça e a coisa já tá fervendo lá nos tomatais, por isso acho que só vai ter receita de coisas geladas por aqui nos próximos dias. Esse picolé por exemplo ficou um troço refrescante de dar um alivio, sabe como? Aaaah. Tudo porque os melões já estão maduríssimos e dulcíssimos, simplesmente o fino da bossa. Temos comido a maioria puros, vezes e outra respingados com um pouco de suco de limão e polvilhados com lâminas tostadas de amêndoas. Tenho comprado melões de muitas variedades, todos da fazendinha orgânica de Woodland. Com um deles fiz esses picolés. Bati no liquidificador o melão pequeno descascado e sem sementes com uma colher de chá de gengibre ralado [usei o microplane pra ralar] e o suco de um limão. Coloquei um pouquinho de nectar de agave, mas nem precisava. Botei esse purê nas forminhas de picolé, levei ao congelador e no outro dia desenformei e aaahhh!
gelatina de vinho rosé
As fotos dessa sobremesa não fazem justiça a tamanha lindeza e gostosura que ela realmente é. Uma gelatina de vinho rosé borbulhante, com um toque de rosas, misturada com fruta fresca. Eu não tinha as framboesas da receita original, então fiz com as lindas cerejas Rainier que comprei no Farmers Market. Fica uma gelatina festiva e chique––vou querer refazer usando as berries.
3 xícaras de vinho rosé
2/3 xícara de açúcar
1 xícara de água
1 colher de sopa de água de rosas
1 colher de sopa de licor de framboesa opcional]
4 pacotinhos [de 7gr cada] de gelatina em pó sem sabor
350 gr de framboesas frescas [*usei cerejas]
Coloque o vinho rosé e o açúcar numa panela e leve ao fogo médio. Quando ferver abaixe o fogo e cozinhe por 5 minutos. Enquanto isso coloque a água numa vasilha e despeje a gelatina por cima. Remova o vinho do fogo e coloque a água de rosas e o licor. Junte a mistura de gelatina e misture bem com um batedor de arame. Despeje numa forma refratária, cubra com plástico filme e leve à geladeira até firmar. Na hora de servir corte a gelatina com uma faca––faça cortes em todas as direções, até ela ficar toda quebrada em micro pedacinhos. Coloque essa gelatina picada em taças ou copos em camadas intercaladas com a fruta fresca. Sirva a seguir.
mousse de cereja
Eu tinha lido em algum lugar que os produtores de cereja aqui na Califórnia tinham tido perda parcial da colheita por causa da primavera adiantada que tivemos este ano. Fiquei triste de marré, marré, marré… Mas as cerejas chegaram, marcando presença em todos os cantos que frequentamos. E como estão bonitas e faceiras, sem falar no tanto que estão deliciosas. Não tava nem tendo chance de fazer nenhuma receita com elas, porque estávamos comendo todas puras, al naturel. Daí ganhei um saco extra de cerejas orgânicas de uma amiga e decidi separá-las para fazer uma sobremesa. E escolhi fazer essa mousse super levinha, que foi a nossa sobremesa do final de semana. A receita original é feita com morangos, mas com as cerejas também fica muito bom!
2 xícaras de cerejas frescas [descaroçadas]
1/8 colher de chá de sal
1 envelope [7gr] de gelatina em pó sem sabor
1/2 xícara de suco de romã puro [ou outro de fruta vermelha]
200 gr de iogurte grego integral [2%]
1/4 xícara de açúcar
No processador de alimentos coloque as cerejas e o sal e pulse até formar um purê. Numa vasilha pequena coloque 1/4 de xícara do suco de romã e salpique a gelatina sobre o liquido. Deixe descansar por 5 minutos. Enquanto isso coloque o restante 1/4 de xícara do suco de romã numa panelinha, junte o açúcar e leve ao fogo médio até o açúcar dissolver completamente. Jogue a mistura de gelatina na panelinha e cozinhe sobre fogo baixo até que a gelatina dissolva bem, mais ou menos por 1 minuto. Adicione a mistura de gelatina ao purê de cereja e pulse no processador para misturar bem. Adicione o iogurte grego e pulse mais uma vez, rapidamente. Coloque a mistura em taças ou copos e leve à geladeira até firmar. Faz 4 porções.
torta de limão & ruibarbo
[a.k.a. que belo fiasco]
No dia em que comprei uns talos de ruibarbo, recebi um e-mail da Martha Stewart com uma compilação de receitas com ele e me senti a maior pimpona do planeta, já com uma receita escolhida para fazer para o almoço de dia das mães. Tudo parecia tão simples, tão fácil, tão elegante, tão leve e tão saboroso. Pois bem, comecei a fazer a receita no sábado e já fiquei toda irritada quando percebi a quantidade de passos que teria que percorrer até a finalização da torta. Fazer massa, gelar, abrir, assar. Fazer recheio, preparar, gelar. Fazer cobertura de fruta, preparar, macerar, gelar, reduzir. [save-me-baby-jesuis!]. Receitas com muitas etapas não são exatamente o meu forte, porque me atrapalho muito. Mas mesmo assim respirei fundo e fui em frente com atenção e cuidado. Fiz a massa, o recheio e durante o preparo do ruibarbo o Uriel precisou dar um pulo correndo na farmácia pra comprar outra garrafa de brandy, que eu achei que tinha o suficiente, mas não tinha. A torta gelou de um dia pro outro, a fruta macerou de um dia pro outro e no domingo de manhã eu reduzi a calda de açúcar. Minutos antes de servir coloquei os ruibarbos com cuidado por cima do creme de iogurte e limão. A calda para acompanhar passou um pouco do ponto e virou quase uma bala, mas nisso admito que a culpa foi minha pois não deveria ter deixado no fogo por tanto tempo—foi devida a falta de experiência com essas coisas.
Quando começei a cortar e servir as fatias percebi que estava numa situação delicada. A massa estava um pouco dura de cortar e o recheio meio desmilinguindo. Na primeira garfada vi uma unanimidade de caras de nhoque ali na mesa, todos tentando mastigar o ruibarbo meio cru. Minha nora declarou—acho que vamos precisar da ajuda de facas! Isso sem falar na calda, que ficou parecendo uma bala puxa-puxa colando nos dentes e o creme de limão super insonso contrastanto com o ruibarbo duro e cru. Que fiasco!
Voltei lá na receita pra ler os comentários e ver se alguém mais tinha tido algum aborrecimento como esse e li um que descreveu exatamente o ocorrido com a minha torta.—“This recipe takes way too long to make and the 4 hr sitting time is not enough. Mine fell apart as soon as I released the springform pan. Also the rhubarb was not cooked enough. We threw it out.”
Por um minuto fiquei realmente abismada com a revelação de que receitas da Martha Stewart podem não dar certo. Dona Benta feelings. Que maçada! Mas dei o caso por encerrado, afinal o almoço de dia das mães não tinha sido realmente grandes coisas, com um churrasco esturricado e arroz empapado preparados pelo meu marido e meu filho. A sobremesa apenas ornou com o resto da comida.
Decidi que não iria reproduzir aqui a receita que não ficou boa. Se alguém quiser tentar e arriscar, que faça direto do website da Martha Stewart [e depois me conte]. Ao invés dessa torta de ruibarbo meia-boca, deixo aqui essa versão de torta levíssima e muito mais fácil e rápida, que pode ser feita com os originais morangos ou mesmo com ruibarbos cozidos no brandy. Mas certifique-se que os ruibarbos cozinhem por pelo menos um minuto, antes de colocá-los macerando na calda na geladeira.
torta de morango & chocolate
Voltei da banquinha de frutas da road 16 carregando três caixas de morangos e desta vez quis fazer uma sobremesa com eles. Um bom lugar pra procurar receitas bacanas é o Food 52 e foi lá que encontrei essa torta de morangos com chocolate. Achei que ela fica bem parecida com as lemon bars, só que feitas de morango [claro!]. Dá pra cortar em quadradinhos e servir tanto como sobremesa quanto como lanchinho. Fica muito gostosa.
para a massa:
1 e 1/2 xícaras de bolachas doces [tipo maizena ou graham cracker]
1/3 xícara de açúcar
6 colheres de sopa de manteiga sem sal derretida
1 xícara de chocolate meio amargo derretido
para o recheio:
1 quilo de morangos
1/3 xícara de água
1/2 xícara de açúcar
3 colheres de sopa de amido de milho [maizena]
Suco de meio limão
No processador coloque as bolachas, o açúcar e a manteiga derretida e pulse bem. Pressione essa mistura na base de uma forma com fundo removível e asse em forno a 375ºF/ 200ºC por 10 minutos. Remova do forno e deixe esfriar. Derreta o chocolate—eu fiz no microondas, colocando por 1 minuto, mexendo e colocando por mais 1 minuto. Espalhe o chocolate derretido sobre a massa e leve ao congelador por 20 minutos.
Lave e pique os morangos. Separe uma parte e amasse ou pulse no processador até obter 1 xícara de polpa. Coloque numa panela, junte a água, o açúcar, o amido e o suco de limão. Cizinhe em fogo médio ate a mistura engrossar bem. Remova do fogo e deixe esfriar. Pique o restante dos morangos e reserve 10 deles para decorar a torta. Misture os morangos bem picados no molho engrossado. Recheie a torta com essa mistura. Alise bem a parte de cima com uma espátula e decore com o restante dos morangos cortados em fatias finas. Cubra a torta com papel alumínio e leve à geladeira de um dia para o outro. Na hora de servir remova da geladeira, deixe descansar uns minutos, corte em fatias e sirva. Pode servir com creme de leite fresco batido em chantilly se quiser, mas eu não quis.